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Aluno: Taynara da Silva - Matrícula: 2001526

5º Período Fisioterapia

PBL Reabilitação.
Um homem com 70 anos de idade, é obeso, tabagista há 55 anos, hipertenso, há um mês
vem apresentando cansaço aos pequenos esforços, períodos de taquicardia, edema em
membros inferiores e disúria. Ele procurou o serviço de urgência e emergência de um
Hospital Geral com intensa queixa de dispneia (BORG 8) e tosse, no momento da admissão
estava hipertensa (200/100mmHg). Foi diagnosticado com edema pulmonar hipertensivo,
devido insuficiência cardíaca E secundária. O ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO
realizado a beira leito demostrou fração de ejeção(E) de 40%, hipertrofia restritiva em VE e
PSAP 40mmHg. Após 8 dias de internação e medicado, obteve alta hospitalar, foi
encaminhada a um Centro especializado para início de um programa de reabilitação
cardiopulmonar. No momento inicial foi realizado um teste ergoespirométrico, a frequência
cardíaca máxima obtida foi de 145 batimentos por minuto (bpm) e no repouso era de 90. O
exame foi interrompido por fadiga, não houve alterações expressivas no ECG, e os dados
espiro métricos demonstraram VEF1>70% (CVF/VEF1=70%) do previsto e capacidade
aeróbica de 6.6 METs. O RX de tórax demonstrava hiper transparência pulmonar com
retificação das hemicúpulas diafragmática.
Considerando o exposto, responda às seguintes perguntas.
a) Cite quais agravos (patologias) sugerem o texto, e justifique.

 Cansaço pequenos esforços, taquicardia, edema em membros inferiores e


disúria, edema pulmonar hipertensivo.
 O paciente tem insuficiência cardíaca, com isso favorece o acúmulo de sangue
nos vasos sanguíneos e consequentemente o aumento de pressão nas veias,
com isso a falta de ar é o sintoma mais comum pois exige mais esforço para
respirar.

b) Ainda no momento da internação Hospitalar o paciente deveria ter sido


iniciado no programa de RCP. Quais objetivos e como deve ser realizado
os exercícios nesta fase do programa. (Início/monitorização/intensidade).
 Quando não houver respiração suficiente ou estiver anormal deve-se iniciar
imediatamente o programa de RCP.
 Através da circulação promover compressões no tórax do paciente, deitando o
paciente e removendo roupas que cobrem seu tórax. Aplicar os movimentos de
compressão seguidas em um ângulo de 90º, a uma frequência de 100 a
120/min de compressão, realizar a RCP com 30 compressões e 2 ventilações.
Abrir as vias aéreas para a língua não obstruir a passagem de ar, realizar 2
ventilações rápidas com o auxílio de dispositivos de fonte de oxigênio, preparar
a desfibrilação para usar colocando os eletrodos no peito, aguardar a análise
do ritmo, o aparelho indica choque e todos se afastam e aperta o botão, e após
reinicia a RCP com 30 compressões e 2 ventilações, verificar o pulso a cada 2
min. Durante o processo o paciente estiver com a respiração espontânea,
realizar a laterização para garantir que as vias aéreas e evitar o risco de
broncorespiração, e continuar o monitoramento do pulso e respiração.
c) No dia da alta hospitalar, faz parte da rotina do profissional fisioterapeuta
prestar orientações pós alta ao paciente. Descreva as considerações
necessárias para o paciente do caso clínico.
 Existem exercícios que possibilitam a melhora da respiração e com isso pode
ser realizada em casa pós alta hospitalar.
 Exercícios Respiratório 1: Consiste na respiração em tempos (1;2;3) através do
nariz sendo associada a elevação dos membros superiores seguido de uma
expiração lenta em um tempo através da boca, retornando os membros
superiores para posição inicial.
 Exercício respiratório 2: Primeiro puxe o ar pelo nariz de forma profunda,
enchendo sua barriga de ar, depois solte o ar pela boca, expulsando o ar que
está na barriga.

d) Em qual fase da reabilitação cardiopulmonar foi incluído após a alta


hospitalar? Justifique sua resposta apresentando 2 características do caso
clínico.

 Fase Ambulatorial: É o processo de reabilitação fora do hospital, que inclui a


alta até 3 meses após internação.
 São desenvolvidos com exercícios físicos e ações educacionais para mudança
da qualidade de vida. O objetivo é melhorar a qualidade de vida do indivíduo e
a manutenção de exercícios regulares, abrangendo exercícios aeróbicos,
proporcionando ao indivíduo resistência e acondicionamento físico para
melhorias da respiração.
 Foi realizado um teste ergoespirométrico que é realizado a análise do ar
expirado do paciente, e consumo de oxigênio pelos pulmões.

e) Em relação à intensidade do exercício, qual deve ser a zona alvo da


frequência cardíaca para o treinamento aeróbico?
 A zona deve ser a Aeróbia, pois utiliza-se até 70% como fator, ele é importante
para a melhora do rendimento e a capacidade aeróbia, pois utiliza-se como
fonte de energia a gordura, ideal para a diminuição de porcentagem de gordura
corporal, quanto maior for a duração, maior será os resultados.

f) Prepare um programa de exercício para o primeiro dia de prescrição ao


paciente.
 Prescrição de exercícios:
 No mínimo 3x por semana em dias alternados;
 Fazer treinamento combinado entre aeróbio e força;
 Treinamento com ergômetro de acordo com a disponibilidade do paciente;
 Intensidade de 60% a 80% da frequência cardíaca reserva;
 Duração: iniciar de acordo com a tolerância e progredir até 30 minutos de
exercícios;
 Monitorar a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio;
 Treinamento de força;
 Intensidade: iniciar com 30% a 40% de 1-RM ou 60% a 70% de 10-RM;
 Intervalo entre as séries de 30 a 60 segundos (menos intensos) e 60 a 90
segundos (mais intensos)
 Números de exercícios de 4 a 8 iniciando pelo grupo musculares alternados,
observando sempre os sinais de dispneia, hiperinsuflação e dessaturação de
oxigênio;
 Número de séries e repetições iniciar com 1 série e 10 repetições podendo
progredir de acordo com a evolução do paciente e sempre observar as
limitações dele.
 Treinamento de flexibilidade:
 Realizar treinamentos de 4 a 6 exercícios para os maiores grupos musculares,
1 série de 6 a 10 segundos, variando de acordo com a evolução do paciente
com o objetivo de melhorar a execução das atividades da vida diárias para
aumentar a energia evitando lesões.
 Treinamento de exercícios que aumentam a ventilação alveolar para manter as
trocas gasosas adequadas; restabelecer o diafragma em sua função normal e
promover a respiração bem coordenada para diminuir o esforço respiratório.

g) Quais os benefícios da reabilitação cardiovascular para esse paciente?


(Referenciada com 2 autores)
 Em pacientes portadores de insuficiência cardíaca, o surgimento de fadiga
muscular e dispneia durante o esforço limita a execução das atividades diárias,
reduzindo a qualidade de vida. Após um período de treinamento físico regular,
ocorre melhora na relação ventilação/perfusão pulmonar, na atenuação da
hiperativação de receptores musculares quimiossensíveis e melhora da função
respiratória por fortalecimento da musculatura respiratória. Nesses pacientes, o
treinamento ajuda a reverter a disfunção endotelial, aumenta o consumo de
oxigênio de pico e a potência aeróbica máxima, melhora a capacidade
oxidativa do músculo esquelético e reduz a exacerbação neuro-humoral.
Devido a esses efeitos, o exercício físico regular foi incorporado às medidas
não-farmacológicas para o tratamento da insuficiência cardíaca, resultando em
redução da resposta ventilatória durante o esforço, melhora da qualidade de
vida e do prognóstico. Os pacientes que aderem a programas de reabilitação
cardíaca apresentam inúmeras mudanças hemodinâmicas, metabólicas,
miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas que estão associadas ao
melhor controle dos fatores de risco e à melhora da qualidade de vida. Nos
pacientes portadores de insuficiência cardíaca, a reabilitação cardíaca reduz as
mortalidades cardiovascular e total. Somado a esses benefícios, os programas
de reabilitação cardíaca, quando adequadamente conduzidos, são seguros e
muito custo/efetivos, devendo ser oferecidos a todos os pacientes.

Moraes, Ruy, Nóbrega, Antônio, et al; Diretriz de Reabilitação Cardíaca. Arquivo


Brasileiro Cardiologia; https://doi.org/10.1590/S0066-782X2005000500015
Publicação nesta coleção: 24 Maio 2005.

 I) Melhora na tolerância ao exercício; II) melhora dos sintomas; III) melhora do


perfil lipídico31; IV) abstinência do tabaco32; V) melhora no bem-estar
psicossocial e controle do estresse33-35; VI) redução na mortalidade.
 I – Tolerância ao exercício: Melhora na tolerância ao exercício em ambos os
sexos, inclusive pacientes idosos, com DAC e na ICC, sem complicações
cardiovasculares significativas ou outros efeitos adversos na evolução.
Características do Treinamento por Exercícios Físicos:
Frequência: programa com pelo menos 3 vezes na semana; Período: 12 ou
mais semanas de programa; Duração: sessão se treinamento de 20-40
minutos; Intensidade: 70%-85% da frequência cardíaca máxima atingida no
teste de esforço basal. Intensidade: entre 50% e 70% da frequência cardíaca
máxima atingida no teste de esforço basal, demonstrou melhora comparável na
capacidade funcional e tolerância e ainda, maior segurança para exercícios
não supervisionados e talvez melhor aderência ao exercício a longo prazo.
 II – Melhora dos Sintomas O exercício físico promove a diminuição da angina;
diminuição dos sintomas de insuficiência cardíaca congestiva em pacientes
com disfunção sistólica do ventrículo esquerdo; melhora da isquemia por
medidas clínicas, eletrocardiográficas e cardiologia nuclear. Em pacientes com
ICC, o exercício adiciona melhora àquela alcançada com o tratamento
medicamentoso.
 III – Melhora do Perfil Lipídico: Educação nutricional intensiva levou à melhora
na ingesta de alimentos ricos em gorduras e colesterol. Medidas de
aconselhamento, intervenções comportamentais, orientação dietética dirigida
especificamente e ainda tratamento farmacológico nos casos específicos,
estão indicados para a melhora do perfil lipídico no contexto da reabilitação
cardíaca multifatorial.
 V – Abstinência ao Tabaco: Estudos com reabilitação multifatorial com
componente educacional e comportamental bem desenhados demonstraram
que 17% a 26% dos pacientes pararam de fumar e isto representou um
benefício adicional à abstinência espontânea ao tabaco após o infarto do
miocárdio.
 V – Bem-Estar Psicossocial e Redução do Estresse: Educação,
aconselhamento e intervenções psicossociais isoladas ou como componente
da reabilitação cardíaca multifatorial conduzem a uma melhora do bem-estar
psicológico e estão recomendados para complementar os benefícios
psicossociais do treinamento por exercícios. Programas com exercícios de
treinamento com ou sem outros serviços de reabilitação resultam na melhora
nas medidas de estado psicológico e funcional, principalmente em indivíduos
com altos níveis de angústia (ansiedade) no momento da entrada no estudo.
 VI – Redução na Mortalidade: Em uma metanálise ficou demonstrada a
redução da mortalidade total e cardiovascular pós-IAM em pacientes que
participam de programas de reabilitação cardíaca com exercícios,
especialmente como componente de reabilitação multifatorial. Nenhuma
alteração foi documentada com relação aos índices de reinfartos não fatais.
 Exercícios de treinamento nestes pacientes com disfunção ventricular
esquerda moderada a severa melhoram a capacidade funcional e sintomas.
Ainda, estudos não demonstraram piora na função ventricular esquerda, os
efeitos favoráveis do treinamento ocorrem por adaptação da circulação
periférica e musculatura esquelética e ainda aumentam os benefícios da
terapêutica com as drogas do grupo dos inibidores da enzima conversora da
angiotensina (IECA); não melhora a circulação colateral coronária e, não
melhora a musculatura cardíaca (fração de ejeção ou contratilidade segmentar
do ventrículo esquerdo).

Souza, Eva, Leite, Neiva e et al; Reabilitação cardiovascular – custo-benefício.


Rev Bras Med Esporte _ Vol. 6, Nº 4 – Jul/Ago, 2000.

https://www.scielo.br/j/rbme/a/yJwr9V9LKHb8tBFgjPjsx6r/?format=pdf&lang=pt

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