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GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

GABRIELA POLI

8056000

FISIOTERAPIA PNEUMOCARDIOLÓGICA
CLÍNICA

Atividade apresentada ao Curso de Graduação em Fisioterapia Bacharelado,


para a disciplina Fisioterapia Pneumocardiologica clinica , sob orientação da
Prof º Jacqueline Rodrigues de Freitas Vianna.

BATATAIS
2023

Exame físico do pneumopata e ausculta pulmonar e da voz.


#AVALIAÇÃO DO PNEUMOPATA:
1 – Anamnese: entrevista em que o paciente, família ou responsável envolvido
no processo de cuidado relata.
2 – Avaliação do Nível de Consciência: escala de Glasgow (abertura ocular,
resposta verbal e resposta motora)
3 – Sinais Vitais: temperatura, pulso, pressão arterial e frequência respiratória
4 – Exame físico:
 Inspeção estática: configuração de possíveis anormalidades congênito-
adquiridas, alteração tegumentar (cicatrizes, drenos torácicos e
edemas), cianose, alterações musculares (atrofia, eripotrofia, hipertrofia,
encurtamentos), alterações no tórax (Barril – fumante, cifótico,
escavado, carinato) e hipocratismo digital.
 Inspeção Dinâmica:
a) Padrão respiratório: respiração torácica, abdominal, paradoxal
b) Esforço respiratório:
c) Ritmo respiratório:
 cheyne – stokes = aumento e diminuição da FR e profundidade da
respiração seguida de pausas respiratórias.
 Kussmal = respirações profundas e rápidas, seguida ou não de pausa
respiratória.
d) Expansibilidade torácica: avalia a mobilidade e extensão do tórax podendo
ser simétrica ou assimétrica (direita / esquerda)
e) Tosse:
 Eficaz e ineficaz
 Produtiva (catarro) e improdutiva
 Efetiva (consegue tirar o catarro) e não efetiva
f) Expectoração
 Mucóide: branco e s/ bactérias
 Muco purulento: meio amarelado
 Purulento: verde
 Hemoptise: branco c/ rajas de sangue
 Rosa: patognemonico
 Marrom/ferrugem
g) Quantidade:
 Pequena: <15 ml
 Média: 15 – 30 ml
 Grande: > 30 ml
h) Viscosidade e odor
I) Teste de força muscular

 O Teste de Força Muscular Manual destina-se a avaliar a capacidade de


o músculo desenvolver tensão contra uma resistência. É o método mais
amplamente utilizado no exame físico da avaliação clínica da força
muscular.
J) Gasometria Arterial

 A gasometria arterial é um exame invasivo onde é colhida uma amostra


de sangue através da artéria radial, braquial ou femoral com intuito de
avaliar os seguintes dados: concentração de hidrogênio dos líquidos
corpóreos (pH), pressão arterial de oxigênio (PaO2), pressão arterial de
dióxido de carbono (PaCO2), excesso de base (BE), bicarbonato de
sódio (HCO3) e a saturação de oxigênio (SatO2).

K) Oxigenoterapia

Esse recurso consiste na administração de oxigênio em concentrações maiores


do que a encontrada em ar ambiente, com intuito de prevenir ou tratar as
manifestações clinicas da hipóxia para manter uma adequada oxigenação
tecidual e minimizar o trabalho que a hipoxemia gera ao sistema
cardiopulmonar.

L) Suporte Ventilatório

A assistência ventilatória pode ser entendida como a manutenção da


oxigenação e/ou ventilação dos pacientes de maneira artificial até que estes
estejam capacitados a reassumi-las. Esta assistência torna-se importante para
os pacientes submetidos à anestesia geral e para aqueles internados nas
unidades de terapia intensiva com insuficiência respiratória.

1) Modo: A primeira escolha deve ser sempre o modo ser ventilatório,


mantendo-se limites de volumes ou pressões. A distensão alveolar rápida e
abrupta é fator predominante na lesão alveolar, deve-se estar atento a
restrições de volumes de 7 a 8 ml/kg que podem ser suficientes para uma boa
manutenção das trocas gasosas, todavia o critério de peso é discutível,
devendo observar estados de hipo ou hiperventilação vendo, ouvindo e
sentindo. Após trinta minutos de ventilação está indicada a gasometria arterial,
mantendo controle diário, a cada 24 horas. No modo pressórico, manter níveis
que proporcionem a manutenção do Volume Minuto maior que 5 a 6 l/minuto,
na dependência do peso, com níveis médios de pico em torno de 22 a 25
cm/h2O.
2) Modalidade: É fundamental reconhecer o nível de dependência do VM. De
modo geral o ciclo ventilatório é passivo (controlado – do Ventilador) e ativo
(Assistido – do paciente) com ciclos A/C respectivamente. Denominações
modernas foram ampliadas:

 Controladas: VCV (Ventilação Controlada a Volume) e PCV (Ventilação


Controlada a Pressão).
 Assistidas: SIMV (Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada ),
sendo a Volume ( SIMV/V) ou Pressão (SIMV/P).

Todas outras modalidades derivam da A/C 17.

3) FiO2: Interfere na oxigenação alveolar e arterial, corrigindo a hipoxemia e,


eventualmente, a acidose metabólica. Deve-se mensurar a saturação de
oxigênio através do oxímetro de pulso. A FiO2 deve ser controlada de acordo
com o estado clínico de cada paciente. A FiO 2 a 100% sendo utilizada por
tempo prolongado deixa o paciente susceptível ao risco de toxidade pelo
oxigênio .

4) PEEP: Designada de Pressão Expiratória Final Positiva, é responsável para


manutenção da distensão alveolar no final da expiração, evitando o
colabamento e atelectasias. A PEEP ideal fisiológica não é consensual,
trabalhos recentes demonstram níveis médios entre 5 a 8 cm/H 2O. É
consensual a utilização de 5cm/H2O. Distúrbios hemodinâmicos podem ocorrer
com níveis de PEEP maiores que 12 cm/ H2O ou menos.

5) Pressão de Suporte: A pressão de suporte é uma forma de ventilação


assistida, que pode ser utilizada durante o desmame e é liberada quando uma
variação de pressão abaixo da linha de base é detectada (geralmente 25%), ou
seja, se o paciente inspirou e não conseguiu atingir o volume corrente
preestabelecido, a pressão de suporte será liberada para adequar o volume
corrente estabelecido. Ajustar o fluxo inspiratório de maneira a que o pico de
pressão inspiratória (PIP) seja atingido no primeiro terço do Tinsp. Desta forma,
esse modo ventilatório é ciclado em tempo e limitado pela pressão. Lembrando
que o paciente para usar esse modo tem que ter drive respiratório.

6) Frequência Respiratória e Sensibilidade: Deve ser mantida entre 10 a 14


ciclos por minuto. Para manutenção, o controle da sedação e analgesia é
fundamental, evitando-se retenções ou altas liberações de CO2 da corrente
sanguínea. Frequências altas podem também gerar o auto-peep. A
sensibilidade é medida em valores de pressão negativa, ou seja, na pressão
necessária efetuada pelo paciente na inspiração para disparo do ciclo
ventilatório. Determina quando será liberado o fluxo inspiratório. Isto ocorre por
pressão (aproximadamente – 2cm/ H2O), 2 cm/ H2O no display, ou através do
sistema de fluxo de demanda.
7) Fluxos, relação I:E: Depende de vários fatores relacionados e interativos.
O fluxo deverá ser mantido entre 40 a 60 l/min, ou 5 vezes o Volume Minuto. A
relação I:E fisiológica é de 1:2, na dependência da dinâmica ventilatória (VC,
FR, Fluxo insp. e pausa insp). Cuidado com a relação 1:1 que pode levar a
auto-peep.

AUSCULTA PULMONAR
Ao realizarmos uma ausculta pulmonar devemos sempre levar em
consideração o local onde executaremos a mesma, este deve ser silencioso, o
tórax do paciente deve estar desnudo, deverá iniciar a ausculta com
estetoscópio no ápice pulmonar e descendo bilateralmente (para a comparação
bilateral) até o 6º espaço intercostal anteriormente, até o 10º posteriormente, e
nas laterais do tórax correspondentes aos pulmões. Orientando o paciente a
puxar o ar pela boca para evitar interferência sonora das vias aéreas
superiores.
Durante a ausculta pulmonar encontraremos diversos sons normais dentre
eles:
- Som traqueal: audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na
região esternal, origina-se na passagem do ar através da fenda glótica e na
própria traqueias
- Som brônquico: corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção
de brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do
esterno.
- Murmúrio vesicular: Os ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax
são produzidos pela turbulência do ar circulante ao chocar-se contra as
saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos
diferentes, tais como dos bronquíolos para os alvéolos, e vice-versa
- Som broncovesicular: Em condições normais, o som broncovesicular é
auscultado na região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no
nível da terceira e quarta vértebras dorsais.
Quando ocorre um problema pulmonar ou uma patologia iremos encontrar os
Sons patológicos dentre ele:
- Estertores finos ou crepitantes ocorrem no final da inspiração, têm
frequência alta, isto é, são agudos, e duração curta. Não se modificam com a
tosse. Pneumonia e na congestão pulmonar da insuficiência ventricular
esquerda
- Estertores grossos ou bolhosos têm frequência menor e maior duração que
os finos. Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser ouvidos em todas as
regiões do tórax. São comuns na bronquite crônica e nas bronquiectasias.
- Roncos: Podem ser ouvidos tanto na inspiração como na expiração, são
auscultados nos brônquios de médio e grosso calibre nas régios distais,
presença de secreções. Podem ser modificados com a tosse.
- Sibilos podem ser auscultados na inspiração e na expiração, sendo que na
sendo auscultado na expiração pode sugerir bronco espasmo, obstrução,
processo inflamatório. Já na inspiração presença de secreções. Não modifica
com tosse. Sem indicações para manobras para higiene brônquica.
- Estridor é um som produzido pela semiobstrução da laringe ou da traqueia,
fato que pode ser provocado por difteria, laringites agudas, câncer da laringe e
estenose da traqueia
- Atrito pleural em condições normais, os folhetos visceral e parietal da pleura
deslizam um sobre o outro, durante os movimentos respiratórios, sem produzir
qualquer ruído. Nos casos de pleurite, por se recobrirem de exsudato, passam
a produzir um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com
frequência comparado ao ranger de couro atritado. Representa um som de
duração maior e frequência baixa, de tonalidade grave, portanto,. Sua causa
principal é a pleurite seca. A instalação de derrame pleural determina seu
desaparecimento.
- Murmúrio vesícula a diminuição do murmúrio vesicular pode resultar de
numerosas causas, entre as quais se ressaltam: presença de ar
(pneumotórax), líquido (hidro tórax) ou tecido sólido (espessamento pleural) na
cavidade pleural; enfisema pulmonar, dor torácica de qualquer etiologia que
impeça ou diminua a movimentação do tórax, obstrução das vias respiratórias
superiores (espasmo ou edema da glote, obstrução da traqueia), oclusão
parcial ou total de brônquios ou bronquíolos.

Podemos encontrar algumas alterações na ausculta da voz e dentre elas


estão:

- Broncofonia: normal ouvir uma voz baixa. Alteração quando se ouve uma
voz clara e alta. Condensação pulmonar - inflamatória, neoplásica ou
pericavitária
- Pectorilóquia afônica: normal incapaz de identificar a voz cochichada.
Alteração quando se ouve a voz cochichada.
- Egofonia: quando se fala E e se escuta AN. Aparece na parte superior dos
derrames pleurais.
AUSCULTA CARDIÁCA
Além da ausculta pulmonar é necessário realizar uma boa ausculta cardíaca,
nesta ausculta será possível observar o ritmo cardíaco (regular ou irregular), se
este encontra-se em dois tempos (2T), as bulhas cardíacas (podem estar
hiperfonéticas ou hipofonéticas) e possui ou não sopro (podem ser sistólicos ou
diastólicos).
A ausculta cardíaca deverá ser realizada em 5 pontos ou focos essenciais:
1ª foco ou área aórtica situa-se no 2° espaço intercostal direito, justaesternal.
2ª foco aórtico acessório a área compreendida entre o 3° e o 4º espaço
intercostal esquerdo, nas proximidades do esterno.
3ª foco ou área pulmonar localiza-se no 2º espaço intercostal esquerdo, junto
ao esterno
4ª foco ou área mitral situa-se no 5° espaço intercostal esquerdo na linha
hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração
5ª foco ou área tricúspide corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente
para a esquerda.
Nestes focos deveremos buscar auscultar as seguintes bulhas:
1ª bulha (81). O principal elemento na formação da 1a bulha cardíaca é o
fechamento das valvas mitral e tricúspide, o componente mitral (M)
antecedendo o tricúspide (T), pelas razões analisadas ao se estudar o ciclo
cardíaco
2ª bulha (82). A 2a bulha (B2) é constituída de 4 grupos de vibrações; mas
somente são audíveis as originadas pelo fechamento das valvas aórtica e
pulmonar.
3ª bulha (83). A 3ª bulha é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se
origina das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela
corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular
rápido.
4ª bulha (84). A 4a bulha é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou pré-
sístole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais nas crianças e
nos adultos jovens
Além da ausculta das bulhas deveremos observar se existe ou não o sopro e
em qual foco ele se encontra, se está presente na sístole ou diástole. E para
classifica-lo será necessário observar:
• Localização (sede)
• Situação no ciclo cardíaco (tempo)
• Irradiação
• Intensidade
• Timbre e tonalidade (altura)
• Variações com a posição, respiração e exercício.
• Natureza dos sopros
E a partir disto o cardiologista poderá graduar em:
Grau I: sopro de muito difícil percepção (não identificável por todos os
operadores);
Grau II: sopro sempre perceptível;
Grau III: sopro facilmente perceptível, mas com ausência de frêmito (não ocorre
tradução palpatório do sopro);
Grau IV: sopro facilmente perceptível e tem frêmito;
Grau V: sopro intenso que é audível mesmo quando o estetoscópico está
próximo do tórax sem contato direto com o mesmo; Grau VI: sopro muito
intenso, audível mesmo sem a utilização do estetoscópio.
Podemos concluir que o exame fisioterapêutico através das auscultas
pulmonares e cardíacas são de suma importância, já que através delas,
podemos diagnosticar várias patologias além de prever futuros problemas
relacionados as alterações de normalidade que normalmente estarão ligadas a
uma patologia ou um conjunto das mesmas. Através das auscultas poderemos
realizar um tratamento mais centrado na necessidade do paciente.

REFERÊNCIAS

YOSHIKAWA, Gilberto Toshimitsu; CASTRO, Roberto Chaves. Manual de


semiologia médica: a prática do exame físico. 22. ed. Belém: Universidade
do Estado do Pará - Eduepa, 2015. 473 p. Disponível em:
<https://paginas.uepa.br/eduepa/wp-content/uploads/2019/06/MANUAL-DE-
SEMIOLOGIA-MEDICA.pdf>. Acesso em: 27 mar. 2022.

JARVIS, Carolyn. Exame físico e avaliação de saúde. 3 ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2002.

BARROS, Alba Lúcia Botura Leite de. (Org.) et al. Anamnese e exame físico:
avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. Porto Alegre: Artmed,
2002.

PRYOR. Jennifer A. (Ed.); Fisioterapia para problemas respiratórios e


cardíacos. 2º. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.

DE TURK, William E.; CAHALIN, Lawrence P.. Fisioterapia


cardiorrespiratória: baseada em evidências. [Título original: Cardiovascular
and pulmonary physical therapy]. Ariane Dal Bosco (Trad.) et al. Porto Alegre:
Artmed, 2007. 734 p
DETURK, William E.; CAHALIN, Lawrence P.. Fisioterapia
cardiorrespiratória: baseada em evidências. [Título original: Cardiovascular
and pulmonary physical therapy]. Ariane Dal Bosco (Trad.) et al. Porto Alegre:
Artmed, 2007. 734 p

MARTINS, Milton Arruda et al. Clinica Médica. Medicina USP- HC. FMUSP.
Doenças Cardiovasculares. Editora manole. 2009. vol 2, 4 a 380 p.
(Biblioteca Pearson)

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