Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Choque cardiogênico
INTRODUÇÃO
Miocárdio
TABELA 1 Causas de choque cardiogênico
Valvas
I) Valva nativa
a. Estenose
b. Insuficiência aguda
c. Obstrução valvar
II) Valva protética
a. Obstrução valvar
b. Restrição ou falência de folheto
c. Falha mecânica
d. Deiscência valvar
Causas extracardíacas/obstrutivas
TABELA 1 Causas de choque cardiogênico
I) Tamponamento cardíaco
II) Pericardite constritiva
III) Tromboembolismo pulmonar
Fonte: adaptada de van Diepen et al, 2017. VD: ventrículo direito; VE: ventrículo esquerdo; PCR:
parada cardiorrespiratória.
DEFINIÇÕES
TABELA 2 Critérios de choque cardiogênico utilizados nos três principais ensaios clínicos sobre o
tema
IC: índice cardíaco; PAS: pressão arterial sistêmica; POAP: pressão de oclusão da artéria pulmonar.
Tais critérios, porém, apresentam alguns problemas que devem ser levados em
consideração. Em primeiro lugar, 5% dos pacientes que se apresentam em choque
cardiogênico têm a pressão arterial normal. Além disso, cerca de 1/3 dos casos
encaixam-se no fenótipo hemodinâmico que costumamos classificar como “perfil
L”, ou seja, pacientes em choque cardiogênico sem sinais de congestão pulmonar
ou hipervolemia. Por último, deve-se ter muito cuidado ao se estabelecer um valor
“normal” para o débito cardíaco: pacientes portadores de miocardiopatia crônica
podem apresentar-se estáveis e assintomáticos com um índice cardíaco < 2,2
L/min/m2, assim como um paciente com alta demanda metabólica (p. ex., choque
séptico) pode apresentar um índice cardíaco > 2,2 L/min/m2, sendo esse valor, ainda
assim, insuficiente para suprir suas necessidades de oxigenação tecidual; dessa
forma, atualmente é preferível referir-se ao débito cardíaco como “adequado” ou
“inadequado”, e não como “normal” ou “anormal”.
Os critérios citados servem, portanto, como um norte, devendo ser aplicados à
luz do senso crítico e raciocínio clínico.
FISIOPATOLOGIA
Figura 1 Modelo fisiopatológico em espiral do choque cardiogênico. Fonte: adaptada de van Diepen
et al., 2017. eNOS: enzima óxido nítrico sintase endotelial; iNOS: enzima óxido nítrico sintase
induzível; PDFVE: pressão diastólica final do ventrículo esquerdo; RVS: resistência vascular
sistêmica; SIRS: síndrome da resposta inflamatória sistêmica; TNF: fator de necrose tumoral.
MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA
Rebaixamento do nível de 11 82 26 62
consciência (reagindo a estímulos
verbais)
Fonte: adaptada de Hiemstra et al, 2019. VPN: valor preditivo negativo; VPP: valor preditivo positivo.
TRATAMENTO
Medidas gerais
Manejo volêmico
Nesses casos, podemos tentar uma prova volêmica com 250 mL de cristaloide,
idealmente checando se há aumento do débito cardíaco após infusão (com
ecocardiograma ou monitorização invasiva de débito cardíaco). Se não houver
melhora clínica ou o paciente apresentar sinais de congestão pulmonar após essa
prova inicial, devemos parar imediatamente.
Na maioria dos casos, porém, há sinais clínicos ou de imagem sugestivos de
hipervolemia e congestão pulmonar. Esses pacientes se beneficiam de terapia com
diuréticos e balanço hídrico negativo, mesmo na vigência de instabilidade
hemodinâmica. Caso o paciente não responda adequadamente à furosemida,
devemos associar diuréticos de outras classes, como hidroclorotiazida e
espironolactona, pois eles possuem ações sinérgicas por bloquearem canais de sódio
em diferentes porções do néfron.
Manejo hemodinâmico
Vasopressores
Os vasopressores devem ser titulados com o objetivo inicial de manter a pressão
arterial média (PAM) > 65 mmHg – valor extrapolado do estudo SEPSISPAM, que
randomizou 776 pacientes em choque séptico e comparou duas metas pressóricas
(65-70 vs. 80-85 mmHg), sem diferença no desfecho primário (mortalidade em 28
dias) entre os grupos. Do ponto de vista fisiopatológico, porém, sabemos que o
choque cardiogênico diverge substancialmente do choque séptico, de forma que
essa meta pressórica inicial deve ser posteriormente individualizada.
O conceito de “Cardiac Power Output”, produto do débito cardíaco e da
pressão arterial média, pode ser utilizado de forma sequencial e é a variável
hemodinâmica que mais se correlaciona com mortalidade no choque cardiogênico
(Figura 3). Como discutido anteriormente neste capítulo, o acoplamento ventrículo-
arterial deve ser considerado no manejo de vasopressores. Sendo assim, metas de
PAM mais baixas podem ser toleradas contanto que não haja sinais de hipoperfusão
tecidual. Como os vasopressores aumentam o consumo de oxigênio pelo miocárdio
e a vasoconstrição periférica, podem comprometer ainda mais a microcirculação e o
débito cardíaco, logo seu uso deve ser restrito à menor dose pelo menor tempo
possível.
Em outras palavras, o tratamento com vasopressores prioriza a pressão em vez
do fluxo, essencialmente tratando uma consequência da disfunção cardíaca
(hipotensão) sem considerar a sequência de eventos fisiopatológicos envolvidos.
Dessa forma, os vasopressores podem ser utilizados em uma situação de
emergência, sempre associados a um inotrópico, devendo-se logo em seguida
iniciar tentativa de desmame baseada em uma estratégia individualizada, com
checagens constantes de débito cardíaco e perfusão orgânica. É muito comum que
os pacientes melhorem com doses mais baixas de vasopressor, mesmo com PAM <
65 mmHg, justamente pela redução da pós-carga e consequente aumento do débito
cardíaco e do DO2.
Noradrenalina é o vasopressor de escolha no choque cardiogênico. O estudo
SOAP II, publicado em 2010, randomizou 1.679 pacientes e comparou
noradrenalina à dopamina no choque (independentemente da etiologia). Além de
mais arritmia com o uso da dopamina, no subgrupo de pacientes com diagnóstico de
choque cardiogênico (n = 280), dopamina foi também associada à maior
mortalidade em 28 dias. Noradrenalina foi também comparada à adrenalina no
choque cardiogênico em um ensaio clínico piloto publicado em 2018. O estudo em
questão foi encerrado precocemente, pois a adrenalina levou à maior incidência de
choque refratário e a uma tendência à maior mortalidade quando comparada à
noradrenalina. Dopamina e epinefrina, portanto, não devem ser utilizadas como
vasopressores no choque cardiogênico.
Vasopressina entra como vasopressor de segunda escolha e é igualmente eficaz
na elevação da pressão arterial, podendo ser associada à noradrenalina nos casos de
choque refratário (INTERMACS 1). Seu uso se torna interessante principalmente
nos casos em que o paciente se encontra muito taquicárdico, por não ter ação direta
em receptores adrenérgicos. Como a vasopressina tem menor ação no aumento da
resistência vascular pulmonar, pode ser o vasopressor de eleição nos casos de
hipertensão pulmonar e disfunção de VD.
Figura 3 Conceito de Cardiac power output (CPO): trabalho sistólico (TS) × frequência cardíaca
(FC). O TS é definido pelo produto entre volume sistólico e pressão arterial (PA). Com a mesma PA,
o CPO é menor quando o coração tem menor força inotrópica e gera um menor volume sistólico. DC:
débito cardíaco; EDPVR: end diastolic pressure volume relationship; PAM: pressão arterial média;
VE: ventrículo esquerdo.
Inotrópicos
Os agentes inotrópicos têm um papel central no tratamento do choque
cardiogênico. Infelizmente eles aumentam o consumo miocárdico de ATP, fazendo
com que a melhora hemodinâmica inicial se dê às custas do aumento da demanda
de oxigênio, quando a bomba cardíaca já está em falência e a oferta de O2 é
limitada. É por esse motivo que os inotrópicos devem ser titulados por meio de
mensurações constantes de débito cardíaco e perfusão orgânica. É importante
salientar, porém, que valores suprafisiológicos de débito cardíaco não se associam a
melhores desfechos e devem ser evitados. Devemos, assim, estabelecer como meta
terapêutica uma avaliação temporal e multimodal dos diversos marcadores de
perfusão tecidual, como tempo de enchimento capilar, nível de consciência, débito
urinário, avaliações seriadas de função renal e hepática, lactato, SvO2, gap V-A de
pCO2 etc. (para mais detalhes, ver capítulos específicos). Sugere-se iniciar o
desmame dos inotrópicos assim que houver melhora clínica do paciente.
A dobutamina é o inotrópico de escolha e deve ser iniciada simultaneamente à
noradrenalina ou isoladamente para aumentar a contratilidade miocárdica. Trata-se
de uma catecolamina sintética com forte afinidade pelos receptores B1 e B2 em uma
relação 3:1 (ou seja, atua mais como inotrópico do que como vasodilatador
periférico). A ação vasodilatadora da dobutamina, na verdade, ocorre
particularmente em doses baixas (< 5 mcg/kg/min) – doses altas, acima de 15
mcg/kg/min, aumentam a contratilidade miocárdica sem afetar a resistência
vascular periférica. Além disso, apesar de inicialmente reduzir o tônus vascular, a
PAM costuma elevar-se com o uso da dobutamina, pois o aumento do débito
cardíaco sobrepõe-se à redução da resistência vascular sistêmica. Em doses
equivalentes à do nitroprussiato de sódio e à do milrinone, a dobutamina aumenta a
contratilidade miocárdica sem causar hipotensão, sendo, dessa forma, seguro tentar
iniciá-la mesmo antes ou até na ausência da noradrenalina. A dobutamina,
entretanto, possui algumas limitações, como desenvolvimento de tolerância ao
longo dos dias (por down-regulation dos receptores B1) e efeito limitado nos
pacientes em uso crônico de betabloqueadores.
Milrinone é um inibidor de fosfodiesterase tipo 3 que, além de inotrópico, tem
potente efeito vasodilatador. Por esse motivo seu uso é bastante limitado no choque
cardiogênico, uma vez que os pacientes geralmente apresentam-se hipotensos e
necessitam de suporte com vasopressor. Entretanto, estudo recente randomizando
192 pacientes comparando uso de dobutamina e milrinone em choque cardiogênico
(estudo DOREMI) não demonstrou diferença nos desfechos clínicos, inclusive no
subgrupo de pacientes em uso de vasopressor.
O levosimendan é um sensibilizador dos canais de cálcio e traz uma série de
vantagens teóricas à dobutamina e ao milrinone: 1) menor efeito pró-arrítmico; 2)
não aumenta demanda energética do miocárdio; 3) não induz tolerância. Sua
atividade se deve a um metabólito ativo com meia-vida de 81 horas, fazendo com
que, após infusão do levosimendan por 24 horas, seus efeitos durem por 7 a 9 dias.
Apesar dos benefícios teóricos, o levosimendan possui custo bastante elevado e
carece de evidências científicas que justifiquem o seu uso rotineiro. O estudo
SURVIVE (o maior já realizado) randomizou 1.327 pacientes com insuficiência
cardíaca descompensada e necessidade de inotrópicos, comparando o levosimendan
à dobutamina, não encontrando diferença de mortalidade em 180 dias. Além disso,
o levosimendan associou-se à maior incidência de fibrilação atrial, hipocalemia e
cefaleia. O estudo CHEETAH, por sua vez, comparou levosimendan a placebo no
perioperatório de cirurgia cardíaca com necessidade de suporte hemodinâmico
(FEVE < 25%, uso de inotrópicos ou balão intra-aórtico), sendo interrompido
precocemente por futilidade (sem diferença no desfecho primário – mortalidade em
30 dias – ou nos desfechos secundários – tempo de ventilação mecânica, tempo de
internação em UTI ou tempo de internação hospitalar).
A Tabela 5 traz informações sumárias quanto ao mecanismo de ação, indicações
e complicações dos três principais inotrópicos.
Vasodilatadores
O tratamento do choque cardiogênico envolve um tênue balanço que visa atingir
a melhor perfusão tecidual possível ao menor custo energético para o miocárdio.
Como vimos anteriormente, inotrópicos e vasopressores são frequentemente
necessários para garantir a perfusão orgânica do paciente. Isso se dá, todavia, às
custas de maior gasto energético e dano adicional ao miocárdio.
É por esse motivo que os vasodilatadores devem ser iniciados assim que
possível. Eles trazem um duplo benefício: reduzem o tônus venoso (reduzindo,
assim, a pré-carga e as pressões de enchimento ventricular) e o tônus arterial
(reduzindo pós-carga e aumentando débito sistólico às custas de um menor gasto
energético para o miocárdio).
®
O nitroprussiato de sódio (Niprid ) é um vasodilatador arterial e venoso,
®
enquanto a nitroglicerina (Tridil ) é um vasodilatador predominantemente do
território venoso. É por esse motivo que devemos dar prioridade ao nitroprussiato
de sódio nos casos de choque cardiogênico. A redução da pós-carga leva ao
aumento do volume sistólico e é particularmente importante nos casos de
complicação mecânica do IAM (insuficiência mitral aguda ou rotura do septo
interventricular).
Orienta-se iniciar os vasodilatadores assim que se complete o desmame da
noradrenalina e caso o paciente mantenha espontaneamente uma PAS > 90 mmHg.
De uma maneira geral, a partir da individualização do tratamento (e baseando-se em
parâmetros clínicos e laboratoriais de perfusão orgânica), toleramos uma PAM < 65
mmHg. Isso acontece porque o aumento do débito cardíaco e o menor gasto
energético geram um aumento do DO2 e uma redução do VO2, respectivamente, o
que leva à melhor perfusão orgânica mesmo com níveis pressóricos mais baixos.
DC: débito cardíaco; POAP: pressão de oclusão da artéria pulmonar; RVS: resistência vascular
sistêmica; VD: ventrículo direito.
TandemHeart®
É um dispositivo de inserção percutânea que bombeia sangue do átrio esquerdo
através de uma cânula implantada por via transeptal, para o sistema arterial
ileofemoral através de uma cânula arterial (Figura 5). Sendo assim, o dispositivo
deve ser implantado em sala de hemodinâmica.
Durante o suporte mecânico, tanto o VE como a bomba contribuem com o
débito cardíaco simultaneamente, trabalhando em paralelo. A retirada do sangue do
átrio esquerdo reduz a pré-carga do VE, trabalho do VE, pressões de enchimento e
consumo de oxigênio pelo miocárdio. O débito cardíaco ofertado pelo dispositivo
será dependente do calibre das cânulas. Uma cânula 19F permite fluxos de até 5
L/min, já cânulas de 15F vão ofertar fluxos no máximo de 3,5 L/min. A esses
valores é adicionado o débito cardíaco dado pelo próprio VE, embora esse esteja
reduzido por conta das mudanças de carga – redução de pré-carga e aumento da
pós-carga.
®
As vantagens do TandemHeart são melhores parâmetros hemodinâmicos
®
quando comparado com o BIA e o Impella 2,5, embora nos ensaios clínicos
randomizados não tenham mostrado benefício de sobrevida em 30 dias. Também
pode ser utilizado em pacientes com trombo intraventricular. Estenose aórtica não é
uma contraindicação à sua inserção.
Figura 5 TandemHeart®.
Impella®
O Impella® é um dispositivo de fluxo axial não pulsátil desenhado para propelir
sangue do ventrículo esquerdo para a aorta ascendente (Figura 6). É desenvolvido
para ser inserido via artéria femoral e posicionado no nível da valva aórtica. Está
disponível em três versões:
Impella® 2,5: débito de 2,5 L/min, necessário um cateter de 12F.
®
Impella CP: débito de 3 a 4 L/min, necessário um cateter de 14F.
Impella® 5,0: débito de 5 L/min, necessário um cateter de 21F (inserido por
acesso cirúrgico à artéria femoral).
®
Bombeando o sangue diretamente do VE, o Impella reduz as pressões de
enchimento do VE, reduz o consumo de oxigênio pelo miocárdio e aumenta a
®
pressão arterial sistêmica. O Impella 2,5 é capaz de ofertar um maior suporte
hemodinâmico que o BIA, porém menor que o TandemHeart® ou a ECMO. Em
®
termos de suporte circulatório, o Impella CP e o 5,0 são semelhantes ao
TandemHeart®. Assim como o TandemHeart®, esses dispositivos somente oferecem
suporte ao VE; portanto, em casos de disfunção biventricular ou instabilidade
elétrica, ele não deve ser utilizado. Já existe no mercado a versão de suporte direito
®
(Impella RP ), sendo utilizado principalmente no IAM de VD ou em associação
com o Impella CP® para suporte biventricular. Os principais pontos negativos são a
durabilidade de cerca de 7 dias, em razão da vida útil da bomba rotor, altas taxas de
hemólise e custo ainda bastante elevado.
Figura 6 Impella®.
®
Similarmente ao TandemHeart , como não há suporte ao VD, em situações de
disfunção biventricular ou arritmias ventriculares instáveis irá ocorrer rápida
deterioração do quadro hemodinâmico do paciente. É contraindicado em pacientes
com valva aórtica mecânica ou trombo em VE. Estenose aórtica é uma
contraindicação relativa, com alguns relatos de uso na literatura. É necessária a
anticoagulação sistêmica com heparina. Em teoria, em paciente com defeito de
septo interventricular pode piorar o shunt direito-esquerdo, levando a hipoxemia
grave. As principais complicações são as vasculares, como isquemia de membro,
pseudoaneurisma e fístula arteriovenosa, comuns a todos os procedimentos
transfemorais. A hemólise intravascular é comum, reportada em 5 a 10% dos casos
nas primeiras 24 horas, e pode responder ao reposicionamento do dispositivo. Em
situações de hemólise grave e IRA, está indicada a retirada do dispositivo.
A grande vantagem desse dispositivo perante a ECMO é a sua capacidade de
reduzir significativamente as pressões do VE, diminuindo o consumo de oxigênio
miocárdico. Essa característica, associada à facilidade de inserção percutânea, fez
seu uso ser bastante difundido nos EUA nos cenários de choque cardiogênico pós-
infarto. Tem sido também bastante utilizado em associação com a ECMO VA, para
drenagem e descompressão do VE.
®
Dois grandes estudos retrospectivos em 2020 compararam o uso do Impella
com BIA no choque cardiogênico pós-infarto e mostraram uma associação do uso
do dispositivo com maior mortalidade, mesmo pareados por gravidade. As
principais complicações associadas ao desfecho são AVC e IRA. Após esses
estudos, o uso do dispositivo deve ser investigado em ensaios clínicos
randomizados antes da recomendação para seu uso de rotina.
Impella® CP
Impella® 5.0
BIA: balão intra-aórtico; ECMO: oxigenação por membrana extracorpórea; VE: ventrículo esquerdo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
LEITURA COMPLEMENTAR
1. Amin AP, Spertus JA, Curtis JP, Desai N, Masoudi FA, Bach RG, et al. The evolving landscape of Impella
use in the United States among patients undergoing percutaneous coronary intervention with mechanical
circulatory support. Circulation. 2020 Jan 28;141(4):273-84.
2. Annane D, Ouanes-Besbes L, de Backer D et al. A global perspective on vasoactive agents in shock.
Intensive Care Med. 2018 Jun;44(6):833-46.
Carson JL, Brooks MM, Abbott JD et al. Liberal versus restrictive transfusion thresholds for patients with
3. symptomatic coronary artery disease. Am Heart J. 2013 Jun;165(6):964-71.e1.
4. Chakravarthy M, Tsukashita M, Murali S. A targeted management approach to cardiogenic shock. Crit
Care Clin. 2018 Jul;34(3):423-37.
5. Christoph M, Thomas E, Nazha H et al. Treatments targeting inotropy: a position paper of the Committees
on Translational Research and Acute Heart Failure of the Heart Failure Association of the European
Society of Cardiology. European Heart Journal. 2018;0:1-19.
6. Cooper HA, Rao SV, Greenberg MD et al. Conservative versus liberal red cell transfusion in acute
myocardial infarction (the CRIT Randomized Pilot Study). Am J Cardiol. 2011 Oct 15;108(8):1108-11.
7. De Backer D, Bakker J, Cecconi M et al. Alternatives to the Swan-Ganz catheter. Intensive Care Med.
2019;44(6):730-41.
8. De Backer D, Biston P, Devriendt J et al. Comparison of dopamine and norepinephrine in the treatment of
shock. N Engl J Med. 2010 Mar 4;362(9):779-89.
9. Docherty AB, O’Donnell R, Brunskill S et al. Effect of restrictive versus liberal transfusion strategies on
outcomes in patients with cardiovascular disease in a non-cardiac surgery setting: systematic review and
meta-analysis. BMJ. 2016 Mar 29;352:i1351.
10. Dhruva SS, Ross JS, Mortazavi BJ, Hurley NC, Krumholz HM, Curtis JP, et al. Association of use of an
intravascular microaxial left ventricular assist device vs intra-aortic balloon pump with in-hospital
mortality and major bleeding among patients with acute myocardial infarction complicated by cardiogenic
shock. JAMA. 2020 Feb 25;323(8):734-45.
11. Farkas, J. Cardiogenic shock & severe CHF. Internet Book of Critical Care (IBCC). Disponível em:
https://emcrit.org/ibcc/chf/.
12. Fincke R et al. Cardiac power is the strongest hemodynamic correlate of mortality in cardiogenic shock: A
report from the SHOCK Trial Registr. J Am Coll Cardiol. 2004;44:340-8.
13. Fuernau G, Beck J, Desch S et al. Mild hypothermia in cardiogenic shock complicating myocardial
infarction. Circulation. 2019 Jan 22;139(4):448-57.
14. Goldberg RJ, Makam RC, Yarzebski J et al. Decade-long trends (2001-2011) in the incidence and hospital
death rates associated with the in-hospital development of cardiogenic shock after acute myocardial
infarction. Circ Cardiovasc Qual Outcomes. 2016 Mar;9(2):117-25.
15. Grissom CK. Association of physical examination with pulmonary artery catheter parameters in acute lung
injury. Crit Care Med. 2009;37:2720-6.
16. Hiemstra B, Koster G, Wiersema R et al. The diagnostic accuracy of clinical examination for estimating
cardiac index in critically ill patients: the Simple Intensive Care Studies-I. Intensive Care Med. 2019
Feb;45(2):190-200.
17. Hochman JS, Sleeper LA, Webb JG et al. Early revascularization in acute myocardial infarction
complicated by cardiogenic shock. SHOCK Investigators. Should We Emergently Revascularize Occluded
Coronaries for Cardiogenic Shock. N Engl J Med. 1999 Aug 26;341(9):625-34.
18. Holger TE, Magnus O, Steffen D et al. Management of cardiogenic shock. European Heart Journal.
2015;36:1223-30.
19. Kolte D, Khera S, Aronow WS et al. Trends in incidence, management, and outcomes of cardiogenic shock
complicating ST-elevation myocardial infarction in the United States. J Am Heart Assoc. 2014 Jan
13;3(1):e000590.
20. Landoni G, Lomivorotov VV, Alvaro G et al. Levosimendan for hemodynamic support after cardiac
surgery. N Engl J Med. 2017 May 25;376(21):2021-31.
21. Levy B, Clere-Jehl R, Legras A et al. Epinephrine versus norepinephrine for cardiogenic shock after acute
myocardial infarction. J Am Coll Cardiol. 2018 Jul 10;72(2):173-82.
22. Magder S. Right atrial pressure in the critically ill - how to measure, what is the value, what are the
limitations? CHEST. 2017;151(4):908-16.
Mebazaa A, Nieminen MS, Packer M et al. Levosimendan vs dobutamine for patients with acute
23.
decompensated heart failure: the SURVIVE Randomized Trial. JAMA. 2007 May 2;297(17):1883-91.
24. Molnar Z et al. Multimodal individualized concept of hemodynamic monitoring. Curr Opin Anesthesiol.
2017;30:171-7.
25. Mathew R, Di Santo P, Jung RG, et al. Comparison of milrinone and dobutamine in the treatment of
cardiogenic shock. N Engl J Med. 2021;385:516-25.
26. Montalescot G et al. Pretreatment with prasugrel in non-ST-segment elevation acute coronary syndromes.
N Engl J Med. 2013;369:999-1010.
27. Nakamura RE, Vincent JL, Fukushima JT et al. A liberal strategy of red blood cell transfusion reduces
cardiogenic shock in elderly patients undergoing cardiac surgery. J Thorac Cardiovasc Surg. 2015
Nov;150(5):1314-20.
28. Nguyen HL, Lessard D, Spencer FA et al. Thirty-year trends (1975-2005) in the magnitude and hospital
death rates associated with complete heart block in patients with acute myocardial infarction: a population-
based perspective. Am Heart J. 2008 Aug;156(2):227-33.
29. Nguyen LS et al. Intravenous ivabradine versus placebo in patients with low cardiac output syndrome
treated by dobutamine after elective coronary artery bypass surgery: a phase 2 exploratory randomized
controlled trial. Crit Care. 2018 Aug 17;22(1):193.
30. Overgaard CB, Dzavík V. Inotropes and vasopressors: review of physiology and clinical use in
cardiovascular disease. Circulation. 2008 Sep 2;118(10):1047-56.
31. Packer M, Colucci W, Fisher L et al. Effect of levosimendan on the short-term clinical course of patients
with acutely decompensated heart failure. JACC Heart Fail. 2013 Apr;1(2):103-11.
32. Rao SV, Jollis JG, Harrington RA et al. Relationship of blood transfusion and clinical outcomes in patients
with acute coronary syndromes. JAMA. 2004 Oct 6;292(13):1555-62.
33. Reynolds HR, Hochman JS. Cardiogenic shock: current concepts and improving outcomes. Circulation.
2008 Feb 5;117(5):686-97.
34. Squara P, Hollenberg S, Payen D. Reconsidering vasopressors for cardiogenic shock: Everything should be
made as simple as possible, but not simpler. Chest. 2019 Mar 29. pii: S0012-3692(19)30750-0.
35. Stucchi M, Cantoni S, Piccinelli E et al. Anemia and acute coronary syndrome: current perspectives. Vasc
Health Risk Manag. 2018 May 30;14:109-18.
36. Tehrani BN, Truesdell AG, Sherwood MW et al. Standardized team-based care for cardiogenic shock. J
Am Coll Cardiol. 2019 Apr 9;73(13):1659-69.
37. Thiele H, Akin I, Sandri M et al. PCI strategies in patients with acute myocardial infarction and
cardiogenic shock. N Engl J Med. 2017 Dec 21;377(25):2419-32.
38. Vahdatpour C, Collins D, Goldberg S et al. Cardiogenic shock. J Am Heart Assoc. 2019 Apr
16;8(8):e011991.
39. van Diepen S, Katz JN, Albert NM et al. Contemporary management of cardiogenic shock: a scientific
statement from the American Heart Association. Circulation. 2017 Oct 17;136(16):e232-e268.
40. Vieillard-Baron A, Naeije R, Haddad F et al. Diagnostic workup, etiologies and management of acute right
ventricle failure: A state-of-the-art paper. Intensive Care Med. 2018 Jun;44(6):774-90.
41. Walley KR. Left ventricular function: time-varying elastance and left ventricular aortic coupling. Critical
Care. 2016;20:270.
42. Wu WC, Rathore SS, Wang Y et al. Blood transfusion in elderly patients with acute myocardial infarction.
N Engl J Med. 2001 Oct 25;345(17):1230-6.