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Débito cardíaco
O débito cardíaco (DC) é o resultado do volume sistólico (VS) x frequência cardíaca (FC), sendo o
determinante circulatório da D02 tecidual; ao se desmembrar o débito cardíaco, define-se a pré-carga, a
pós-carga e a contratilidade cardíaca com componentes da fórmula relacionados ao volume sistólico. A pré-
carga é um dos componentes mais relevantes do débito cardíaco, considerando que o impacto do retorno
venoso está não apenas sobre ele, mas também sobre a contratilidade, em acordo com a teoria de Frank-
Starling (quanto maior o raio, maior a força de retração e, portanto, maior o retorno venoso, a distensão da
fibra miocárdica e a força de contração cardíaca). A pós-carga é determinada pela velocidade de
encurtamento das fibras ventriculares durante a sístole; trata-se de fatores que contribuem para a
viscosidade sanguínea, complacência ventricular, distensibilidade dos grandes vasos e tônus arteriolar.
O DC é o maior responsável pela oferta de oxigênio e nutrientes aos tecidos. A adequação desse parâmetro
constitui medida indispensável no tratamento de pacientes graves. A interpretação do DC deve ser feita de
acordo com a demanda metabólica; assim, não se pode inferir que um DC seja normal sem parâmetros de
oxigenação tecidual. Um DC dentro dos parâmetros considerados normais pode ser insuficiente para uma
determinada demanda metabólica, como, por exemplo, em um quadro infeccioso grave. Ou seja, quando
aumentamos o DC, é necessário verificar se ocorre aumento no consumo celular de 02. A inalteração da
taxa de extração de 02 (TE02), nesse contexto, indica que houve aumento do consumo de 02.
Lactato
Os níveis de lactato são comumente avaliados para refletir o metabolismo anaeróbico resultante de hipóxia
tecidual, sendo utilizado principalmente como marcador prognóstico e parâmetro de resposta a alguns
tratamentos de choque, como a reanimação. O lactato sérico deve ser obtido no sangue arterial ou venoso
misto para avaliar melhor as regiões em anaerobiose. O lactato venoso periférico avalia apenas a região
correspondente e não está in dicado como monitoração da perfusão global. O nível sérico de lactato é um
dos marcadores de perfusão teciduallargamente disponíveis para avaliar o metabolismo celular em
pacientes graves. O lactato é o produto final da glicólise anaeróbia, normalmente produzido em uma taxa
de 1 mmol/kg/h, de acordo com a seguinte equaça-o: Glicose + 2 ATP + 2 H2P04 ~ 2 Lactato + 2 ADP +
2 H20 O lactato gerado nos tecidos pode ser extraído pelo fígado e convertido à glicose (via
gliconeogênese), ou ser utilizado como substrato primário para oxidação (fonte de energia).
A concentração normal de lactato no sangue é menor que 2 mmol/L (18 mg/dL). A hipóxia tecidual
aumenta os níveis de lactato ao aumentar a glicólise anaeróbia. Valores elevados do lactato carreiam melhor
eficácia como alvos de tratamento até o terceiro dia consecutivo de choque quando, então, a disfunção
inerente da enzima hepática piruvato desidrogenase inicia a oxidação do piruvato na mitocôndria,
comprometendo o metabolismo do lactato, o qual, caso ainda em ascensão, passa, a partir de então, a ser
um marcador prognóstico, e não mais alvo de tratamento.