O sistema nervoso autônomo tem participação importante no controle normal
da PA e é responsável pelo controle neural da circulação. A função do sistema nervoso simpático é de vasoconstrição e aumento da frequência e débito cardíaco, enquanto o parassimpático trabalha como antagonista dessas funções, porém sem efeito vascular. Esse sistema é ativado por centros localizados na medula espinhal, tronco cerebral e hipotálamo. Assim, a inervação das pequenas artérias e arteríolas permite que a estimulação simpática aumente a resistência e reduza o fluxo de sangue para os tecidos e nas veias, a estimulação promove diminuição na complascência, o que leva à diminuição da capacidade de armazenamento de sangue, alterando o volume de sangue do sistema circulatório periférico. Já no coração, atua aumentando a frequência cardíaca e a força de contração. O sistema nervoso parassimpático atua na redução da frequência cardíaca e a contratibilidade do miocárdio através de fibras parassimpáticas levadas até o coração pelo nervo vago (acetilcolina). Ademais, o reflexo barorreceptor é o mais conhecido dos mecanismos nervosos de controle da pressão arterial, diminuindo ou aumento a PA através da sua sensibilidade às variações de pressão e a velocidade de variação e seu estiramento ou não.
O sistema renina-angiotensina mantém a pressão arterial por meio da
angiotensina II, gerada na circulação em uma cascata enzimática iniciada pela renina, que é secretada pelas células justaglomerulares do rim, convertida em angiotensina I que é imediatamente transformada na circulação pulmonar, através da enzima conversora da angiotensina (ECA) gerando a angiotensina II. A angiotensina II, quando a pressão arterial cai, atua na musculatura lisa dos vasos produzindo constricção, no córtex adrenal liberando aldosterona, na medula adrenal liberando catecolaminas, em certas áreas do sistema nervoso central iniciando a liberação de adrenalina no cérebro e promovendo a ingesta de líquidos através de estímulo no centro da sede no cérebro. Essas ações, fisiologicamente atuam como uma defesa da PA, aumentando a RVP e a retenção de sódio e água. O feedback negativo dessa sequência homeostática fisiológica ocorre quando, na presença de excesso de angiotensina II, a liberação de renina é inibida. O controle endócrino se faz pelo sistema renina-angiotensina, que é uma série de reações, quando a pressão arterial cai, os rins liberam a renina na corrente sanguínea, que divide o hormônio angiotensinogênio em partes (angiotensina I) - ela se mantém inativa e é dividida pelo ECA (angiotensina II) que é muito ativo - ele faz com que as paredes das arteríolas se contraiam e também libera o hormônio aldosterona pelas glândulas adrenais e a vasopressina por meio da hipófise. Esses hormônios fazem com que os rins retenham sódio e excretem potássio (causando acúmulo de água) e consequentemente, aumentando a pressão arterial. Particularmente, no sistema cardiovascular, os receptores β-adrenérgicos promovem cronotropismo e inotropismo positivo cardíaco (aumento da frequência cardíaca e da força de contração, respectivamente) e vasodilatação. Essas ações são desencadeadas pela ligação das catecolaminas (adrenalina e noradrenalina (glândula suprarrenal), liberadas das fibras autonômicas) aos diferentes subtipos de receptores β-adrenérgicos presentes nas células musculares cardíacas e nos vasos sanguíneos. Atualmente, são reconhecidos pelo menos três subtipos de receptores β-adrenérgicos, denominados β1, β2 e β3. Há também os receptores α1 e α2 que irão promover no sistema cardiovascular contração do coração e constrição dos vasos.
A Organização Mundial de Saúde define como hipertensão arterial a ocorrência
de pressão arterial sistólica superior a 160 mm Hg e/ou pressão arterial diastólica igual ou superior a 95 mm Hg. A hipertensão arterial e uma doença poligênica, que resulta de anormalidades dos mecanismos de controle da pressão arterial, como fatores nos sistemas: endócrino e nervoso. Ademais, o estresse, obesidade, tabagismo, a inatividade física e o consumo excessivo de sal, são considerados fatores exógenos na hipertensão. O estresse, obesidade, tabagismo, falta de sono, a inatividade física e o consumo excessivo de sal, são considerados fatores exógenos que prejudicam o funcionamento do sistema cardiovascular, podendo gerar: hipertensão arterial, déficits hormonais, taquicardia e doenças cardiovasculares, uma vez que esses fatores podem reduzir o calibre dos vasos sanguíneos, causar arritmias e aumentar a pressão arterial.
O diagnóstico da pressão arterial pode ser dado pela aferição da pressão
arterial (PA) periodicamente e também, quando há suspeitas, pela monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) é um exame que mede a pressão a cada 20 minutos, durante 24 horas. Ademais, é importante realizar exames simples para avaliar a presença de outras doenças capazes de elevar o risco cardiovascular do paciente, como diabetes e colesterol elevado, ou situações que indicam lesões causadas pela pressão alta. Geralmente, é realizado um eletrocardiograma e exames de sangue (creatinina; colesterol total, HDL e triglicerídeos; hemograma, glicemia de jejum) e urina (pesquisa de elementos anormais e sedimento). Há também a tomografia cardíaca computadorizada é um teste de imagem indolor que usa raios-X para obter imagens detalhadas do coração e seus vasos sanguíneos capaz de detectar ou avaliar doenças coronárias, acúmulo de cálcio nas artérias, problemas com a aorta, com a função cardíaca ou outras alterações que podem estar relacionadas ao aumento da pressão arterial. Em relação ao exame físico, faz- se a medida de peso e altura, para cálculo do índice de massa corporal, análise dos sinais vitais, inspeção (fácies e aspectos físicos), palpação de pulsos, entre outros.
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão
sobe muito: podem ocorrer dores no peito, cefaleia, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal. A HAS em seu curso natural apresenta alguns órgãos-alvo para acometimento, sendo os principais o coração, o cérebro, os rins e os olhos. As complicações da HAS são muitas, mas as principais são: acidente vascular encefálico, que pode ser hemorrágico ou isquêmico, insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio, insuficiência renal aguda ou crônica, retinopatia que pode levar a cegueira definitiva e comprometimento dos próprios vasos sanguíneos, podendo levar a aneurisma.