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Centro Universitário UNINTA

Atividade de Farmacologia

Ludmila Aparecida Matos Caitano

ATIVIDADE DE REVISÃO AP2- FARMACOLOGIA

Santa Quitéria - ce

2021
FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS

1. O que é hipertensão e qual seu mecanismo fisiopatológico?

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica


caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas
artérias. Ela acontece quando os valores das pressões máxima e
mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9). A
pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço
maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído
corretamente no corpo.  A pressão alta é um dos principais fatores de
risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte,
aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. O problema é
herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que
influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do
indivíduo.

O sistema nervoso está dividido em sistema nervoso central (SNC),


que se divide
em encéfalo e medula espinhal, e sistema nervoso periférico (SNP),
que se divide em
sistema nervoso autonômico (SNA) e sistema nervoso somático (SNS).
O SNA ainda se divide em parassimpático e simpático. O SNC recebe,
analisa e integra as informações, é nele que ocorre a tomada de
decisão e envio de respostas, já o SNP transporta as informações dos
órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso
central para os músculos e glândulas.
O sistema nervoso autônomo, através dos sistemas simpáticos e
parassimpáticos,
é de extrema importância para a manutenção do equilíbrio do
organismo (homeostase). Seu funcionamento no sistema
cardiovascular ocorre, com a liberação da noradrenalina e da
acetilcolina pelo coração, modificando a frequência cardíaca e,
Consequentemente, o débito cardíaco, ocorre ainda uma modificação
na contratilidade do coração devido a liberação da noradrenalina nos
vasos circulantes, modificando assim a resistência vascular periférica.
Outras respostas reflexas do sistema simpático e parassimpático
causam ajustes
no débito cardíaco e na resistência vascular periférica, realizando
assim uma estabilização e manutenção da pressão arterial no
organismo.

2. Qual a diferença entre a hipertensão essencial e a secundária?


Hipertensão arterial primaria: A hipertensão arterial primaria é forma
mais comum de hipertensão. É o aumento da pressão que se dá com o
envelhecimento, principalmente se relacionado com o aumento da
rigidez da parede arterial. Ela é consequência de uma interação
complexa entre genes e fatores ambientais, principalmente os maus
hábitos de vida, tais como o estresse, má alimentação, incluindo o
consumo elevado do sal, cafeína, tabagismo, sedentarismo.

Hipertensão arterial secundária: A hipertensão arterial secundária é


consequência de uma causa identificável, como por exemplo, doença
renal, obesidade, das causas mais comuns.

3. Quais são os locais anatômicos de controle da pressão arterial?


Os barorreceptores localizados nas paredes do seio carotídeo e do
arco aórtico.

4. Quais as funções dos barorreceptores?

Os barorreceptores são sensores de pressão, localizados nas paredes


do seio carotídeo e do arco aórtico. Eles transmitem informações sobre
a pressão arterial aos centros vasomotores cardiovasculares no tronco
encefálico. Os barorreceptores do seio carotídeo são reativos aos
aumentos ou diminuições da pressão arterial, enquanto os
barorreceptores do arco aórtico são principalmente sensíveis aos
aumentos da pressão arterial. Eles funcionam como
mecanorreceptores, que percebem a variação da pressão arterial por
meio do estiramento.

5. Como funciona o sistema renina-angiotensina-aldosterona?


O sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) regula funções
essenciais do organismo, como a manutenção da pressão arterial,
balanço hídrico e de sódio. A lógica fundamental que preside o
funcionamento do sistema é responder a uma instabilidade
hemodinâmica e evitar a redução na perfusão tecidual sistêmica. Atua
de modo a reverter a tendência à hipotensão arterial através da
indução de vasoconstricção arteriolar periférica e aumento na volemia
por meio de retenção renal de sódio (através da aldosterona) e água
(através da liberação de ADH-vasopressina).

6. Quais as principais classes de anti-hipertensivos?


(1) os diuréticos;
(2) os β-bloqueadores adrenérgicos;
(3) os bloqueadores do canal de cálcio;
(4) os vasodilatadores e
(5) os inibidores da enzima conversora da angiotensina.

7. Cite dois exemplos de anti-hipertensivos e seus mecanismos.


Captopril: inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECAs)
atuam bloqueando a conversão da angiotensina I em angiotensina II,
que é um vasoconstritor potente. Os IECAs continuam sendo a melhor
alternativa de medicação por via oral ou sublingual para o tratamento
de crises hipertensivas. Eles também são formalmente contraindicados
na gravidez e em estenose bilateral de artérias renais. Deve ter uso
cauteloso em insuficiência renal, estados hipovolêmicos e em
hipercalemia.
Atenolol: β-bloqueadores adrenérgicos antagonizam os receptores da
noradrenalina. São drogas que intervêm na transmissão simpática. Os
efeitos anti-hipertensivos dessas drogas são múltiplos, incluindo:
diminuição do débito cardíaco, efeitos inibidores centrais, readaptação
dos barorreceptores (receptores da pressão), diminuição da liberação
de renina e inibição simpática periférica. Além disso, elas têm efeitos
antiarrítmicos e antianginosos. Os antagonistas dos receptores β-
adrenérgicos foram descobertos em 1958 e têm sido empregados
desde então.
8. Qual a função das classes dos simpaticoplégicos?
Atuam no centro de controle da pressão arterial e diminuem a
resistência vascular periférica,Atuam no tônus vascular do músculo liso
vascular (simpático), Atuam no coração...

9. Qual a função dos vasodilatadores? Citar um exemplo.


Os vasodilatadores promovem a vasodilatação e assim reduzem
também a resistência periférica. Os vasodilatadores aumentam o
espaço de contenção do sangue e, com isso, diminuem a força de
pressão sobre a parede das artérias. Os medicamentos desse grupo
atuam diretamente sobre a musculatura da parede vascular,
promovendo o relaxamento muscular delas. Em consequência da
vasodilatação arterial direta, promovem retenção hídrica e taquicardia
reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia. Alguns
vasodilatadores exercem suas ações em regiões específicas do
organismo, como artérias do cérebro ou do coração, por exemplo.
Esses vasodilatadores são utilizados em enfermidades desses órgãos
e não apenas como anti-hipertensivos. Exemplo: nitroprussiato de
sódio.
10. Quais os fatores devem-se levar em consideração para escolha do
anti-hipertensivo?

O que realmente importa é o montante da redução alcançada com


a medicação, e não com qual ou quais medicamentos se obtém tal
redução.
Dizendo de outro modo, para um mesmo nível obtido de pressão
arterial (PA), utilizando-se diferentes drogas, a redução do risco de
eventos cardiovasculares será a mesma. Desse conceito deriva a
seguinte recomendação geral:
Diuréticos (tiazídicos, clortalidona ou indapamida), betabloqueadores,
antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora de
angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina
(BRA) são TODOS ADEQUADOS para o início do tratamento da
HAS.  (nível de evidência A-I). Tal recomendação de caráter geral não
exclui a importância de se considerar as características específicas de
cada paciente, como idade e comorbidades, que influenciam a escolha
da medicação com a qual iniciar o tratamento. Os principais exemplos
das classes de droga preferíveis para o início do tratamento conforme
situações clínicas específicas são:
IDOSOS:  tiazídicos ou antagonistas dos canais de cálcio, por maior
eficácia com menos efeitos colaterais nesse grupo.
DIABÉTICOS: IECA ou BRA, pelo efeito nefroprotetor já demonstrado
nesse grupo.
SÍNDROME METABÓLICA: IECA ou BRA, antagonistas dos canais de
cálcio.
DOENÇA RENAL CRÔNICA E/OU MICROALBUMINÚRIA: IECA ou
BRA.
INFARTO PRÉVIO:  betabloqueadores, IECA ou BRA.
ANGINA: Betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA:  IECA ou BRA, betabloqueadores (esse
último deve ser introduzido apenas após a compensação do quadro).
FIBRILAÇÃO ATRIAL: Betabloqueadores
ANEURISMA DE AORTA: Betabloqueadores
GESTAÇÃO: Metildopa,  nifedipina de ação prolongada, metoprolol.
AMAMENTAÇÃO: Propranolol, metoprolol, antagonistas dos canais de
cálcio, IECA, tiazídicos.
FÁRMACOS COM AÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

1. Como é estruturado o sistema nervoso periférico do ser humano?


O sistema nervoso periférico garante a transmissão das informações
dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso e deste para os
músculos, as glândulas e as células endócrinas. Os neurônios
responsáveis por levar informação ao sistema nervoso central são
chamados aferentes, e aqueles que levam as instruções às estruturas,
após o processamento do estímulo no sistema nervoso central, são
chamados eferentes.

O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, gânglios e


terminações nervosas. Os nervos são fibras nervosas agrupadas em
feixes, enquanto os gânglios são acúmulos de neurônios que estão
fora do sistema nervoso central.

Os nervos podem projetar-se da medula ou então originar-se do


encéfalo. Os nervos espinhais são aqueles que se projetam da medula,
enquanto os nervos cranianos inervam-se do encéfalo. Existem 31
pares de nervos espinhais e 12 pares de nervos cranianos.

2. Qual a ação dos fármacos que agem no sistema nervoso autônomo e


quais órgãos afetam?
O sistema nervoso simpático (= adrenérgico) também é conhecido
como sistema toracolombar visto que suas fibras pré-ganglionares
originam-se do primeiro segmento torácico ao segundo ou terceiro
segmento lombar da medula espinhal. Os primeiros três gânglios,
cujas fibras pós-ganglionares seguem com os nervos cervicais, são
chamados gânglio cervical superior (inervam pupila, glândulas
salivares e lacrimais), gânglio cervical médio e inferior (inervam
coração e pulmão).

Os gânglios do sistema nervoso parassimpático (= colinérgico)


localizam-se nos órgãos que inervam ou em sua proximidade. As
fibras pré-ganglionares originam-se no tronco encefálico ou nos
segmentos sacrais da medula espinhal; dessa forma o sistema
parassimpático é conhecido como sistema craniossacral. Em alguns
casos, as fibras nervosas pré-ganglionares podem seguir um
percurso mais longo, como no caso de fibras que surgem do nervo
craniano III, como o nervo oculomotor (inerva pupila); as fibras
oriundas do nervo craniano VII que estimulam a secreção salivar e
lacrimal; o nervo craniano IX (nervo glossofaríngeo) que estimula a
parótida e o nervo craniano X – nervo vago que inerva os principais
órgãos da região tórax e do abdome (coração, árvore
traqueobrônquica, os rins e o sistema TGI).

Os nervos que originam da região sacral da medula espinhal inervam


o colo, a bexiga e a genitália.

3. Quais as duas vias (eferentes) de ação do sistema nervoso autônomo?


Qual a diferença entre elas?
Sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático
O sistema nervoso simpático é responsável pelas alterações no
organismo em situações de estresse ou emergência. Assim, deixa o
indivíduo em estado de alerta, preparado para reações de luta e fuga.
O sistema nervoso parassimpático tem a função de fazer o organismo
retornar ao estado de calma em que o indivíduo se encontrava antes
da situação estressante.

4. Descreva o que é o Sistema Nervoso Entérico e qual sua importância?


Sistema nervoso entérico é uma divisão própria do sistema nervoso
autônomo, juntamente com os sistemas nervoso simpático e
parassimpático. O controle neural da função gastrointestinal é
predominantemente regido pelos neurônios intrínsecos do sistema
nervoso entérico.
5. Quais as principais fibras, neurotransmissores e receptores envolvidos
no sistema nervoso autônomo?
fibras adrenérgicas
6. Qual a ação da toxina botulínica nos músculos do nosso corpo?
A toxina botulínica age através do bloqueio da liberação desta
substância pela terminação do nervo. Se o músculo não recebe a
acetilcolina, ele não contrai. Assim, a toxina botulínica paralisa a
musculatura, bloqueando a informação do estimulo elétrico de chegar
até o músculo.

7. Qual a ação da cocaína nas fibras do sistema nervoso autônomo?


A ação da cocaína no sistema nervoso central e aumentar a liberação
e prolongar o tempo de atuação dos neurotransmissores dopamina,
noradrenalina e serotonina. Estes são neurotransmissores cerebrais
que são secretados para a sinapse, de onde são recolhidos outras
vezes para dentro do neurônio por este transportadores inibidores pela
cocaína. Desta forma o consumo de cocaína aumenta a concentração
e a duração desses neurotransmissores. Os efeitos da cocaína
assemelha-se ao afetaminas, porém mais intensa e menos prolongado.

8. Como ocorre o controle autonômico e hormonal da pressão arterial?


Explique brevemente.
A manutenção dos níveis normais da pressão arterial é condição
necessária para perfusão sanguínea tecidual adequada. A hipertensão
é uma disfunsão dos mecanismos controladores da pressão arterial,
que pode culminar com a falência do organismo. O controle da pressão
arterial é feito por mecanismos diversos, de natureza neural ou
hormonal, O controle neural é feito por meio de eferências do sistema
nervoso autônomo, atuando sobre o coração e os vasos. No coração,
modulam o débito cardíaco por meio do enchimento dos ventrículos e
da atividade inotrópica e cronotrópica; nos vasos, atuam sobre a
resistência periférica. Os principais mecanismos reflexos que atuam na
regulação da pressão arterial são o barorreflexo, os reflexos
cardiopulmonares, o quimiorreflexo e o reflexo renorrenal. O controle
hormonal envolve, principalmente, o sistema renina-angiotensina. Os
estudos sobre esses mecanismos de controle têm procurado elucidar
os mecanismos fisiopatológicos envolvidos na gênese e manutenção
da hipertensão arterial, visando minimizar seus efeitos deletérios.

9. Como ocorre a regulação pré e pós sináptica da atividade autonômica?

Em ambos sistemas, a inervação é feita por meio de uma via de dois


neurônios em série. O primeiro neurônio, chamado de pré-ganglionar,
sai do sistema nervoso central (SNC) e projeta-se para um gânglio
autônomo, localizado fora do SNC.

No gânglio, o neurônio pré-ganglionar faz sinapse com o segundo


neurônio, chamado de neurônio pós-ganglionar. O corpo celular do
neurônio pós-ganglionar localiza-se no gânglio autônomo, e o seu
axônio projeta-se para o tecido alvo.

10. Qual a ação do fármaco fenilefrina no olho?


A fenilefrina é um medicamento que, quando utilizado na forma de
colírio, promove a midríase, que é a dilatação da pupila
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.unaerp.br/documentos/2173-mecanismos-fisiopatologicos-da-
hipertensao-arterial-sistemica-e-as-estruturas-anatomicas-envolvidas-revisao-
de-literatura/file#:~:text=O%20mecanismo%20da%20HAS
%20na,prostaglandinas)%2C%20e%20altera%C3%A7%C3%A3o%20na
%20fun%C3%A7%C3%A3o

https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/hipertensao

https://blog.jaleko.com.br/reflexo-barorreceptor/

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