Você está na página 1de 53

Unidade II

Unidade II
5 FITOTERÁPICOS APLICADOS AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

5.1 Hipertensão

A hipertensão é a pressão arterial elevada, a doença cardiovascular mais comum, e causa hipertrofia
do ventrículo esquerdo e danos vasculares. Está ligada a fatores alimentares, comportamentais, sociais
e genéticos, que provocam danos estruturais e fisiológicos (metabólicos e cardiovasculares). É uma
doença de regulação multifatorial, envolve o débito cardíaco, resistência vascular e perfil metabólico,
e é a principal causa de mortes no planeta (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019; ZANINI,
et al., 2018).

Hipertensão é a elevação da pressão arterial (sustentada) de 140/90 mmHg ou maior. Há nesses


pacientes o risco aumentado de doença cardiovascular relacionada à hipertensão exigindo atenção
médica (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019). A tabela a seguir mostra os critérios para
classificar a hipertensão.

Tabela 3 – Critérios da American Heart Association


para hipertensão em adultos

Pressão arterial (mmHg)


Classificação
Sistólica Diastólica
Normal <120 e <80
Pré-hipertensão 120-139 ou 80-89
Hipertensão de estágio 1 140-159 ou 90-99
Hipertensão de estágio 2 ≥ 160 ou ≥ 100
Crise hipertensiva > 180 ou > 110

Fonte: Brunton, Hilal-Dandan e Knollman (2019, p. 626).

A pressão arterial é uma medida da força exercida contra a parede das artérias à medida que o
coração bombeia sangue pelo corpo (débito cardíaco, ou DC), com aumento da resistência vascular
devido à vasoconstricção arteriolar e hipertrofia da parede vascular (resistência vascular periférica RVP)
que conduz a elevação da pressão arterial sistêmica (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019;
KATZUNG, 2003).

94
FITOTERAPIA CLÍNICA

2. Capacitância 3. Débito da bomba


Vênulas Coração

SNC - nervos
simpáticos
4. Volume
Rins
1. Resistência
Arteríolas

Renina

Aldosterona Angiotensina

Figura 53 – Locais anatômicos de controle da pressão arterial

Fonte: Katzung (2001, p. 138).

A hipertensão arterial está diretamente relacionada a: doenças cardíacas, circulatórias e renais


(KATZUNG, 2003).

Pensando na estratégia para a redução da pressão arterial, a terapia não farmacológica é uma
primeira tentativa que pode continuar durante o tratamento farmacológico (LICHTENSTEIN et al., 2021).

Na terapia não farmacológica os fatores a seguir auxiliam no controle da pressão artéria


(LICHTENSTEIN et al., 2021):

• Diminuição do peso (massa corpórea) em indivíduos com sobrepeso.

• Restrição da ingestão de sódio (para 5 a 6 g/dia).

• Aumento de exercícios aeróbicos (> 30 min/dia).

• Moderação no consumo de álcool (etanol/dia ≤ 20-30 g nos homens [duas doses], ≤ 10-20 g nas
mulheres [um drinque]).

• Abandono do tabagismo.

95
Unidade II

• Aumento no consumo de frutas e vegetais.

• Produtos derivados do leite com baixo teor de gordura.

Saiba mais

Consulte o guia dietético para doenças cardiovasculares em:

LICHTENSTEIN, A. H. et al. 2021 Dietary guidance to improve


cardiovascular health: a scientific statement from the American Heart
Association. Circulation, v. 144, n. 23, p. e472-e487, 2 nov. 2021. Disponível
em: https://bit.ly/3MCnO9N. Acesso em: 10 mar. 2022.

Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas de visão, ataque cardíaco, danos aos vasos sanguíneos,
problemas renais, incluindo falência renal, são as principais complicações causadas pela hipertensão
arterial (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019).

A hipertensão pode ser classificada como:

• Hipertensão primária: ocasionada por estresse, consumo de NaCl, além de fatores genéticos. É
devido a distúrbio metabólico de catecolaminas, renina, angiotensina, aldosterona e do peptídeo
natriurético atrial.

• Hipertensão secundária: ocorre em até 5% da população de hipertensos, maior chance de cura,


embora tenha diagnóstico relacionado com estudo minucioso que envolve a averiguação da
presença de doença renal crônica, hipertensão renovascular, apneia obstrutiva do sono, entre
outras condições ou hiperaldosteronismo primário (AMODEO et al., 2010).

• Crise hipertensiva: encefalopatia hipertensiva.

• Hipertensão não estável: causada por estresse psíquico, doenças do SN ou algo relacionado ao
cotidiano pessoal.

A fitoterapia utiliza drogas vegetais e seus derivados como auxiliares no tratamento e controle da
pressão arterial. Esses fitoterápicos são diuréticos, auxiliares no controle do colesterol, circulatórios
e antioxidantes.

Saiba mais

Para encontrar várias monografias de plantas medicinais, acesse:

Disponível em: https://bit.ly/3I0xg32. Acesso em: 10 mar. 2022.

96
FITOTERAPIA CLÍNICA

5.2 Diuréticos

Diuréticos são fármacos que aumentam o fluxo de urina, pois aumentam a excreção de Na+
e de Cl- (ou outro ânion), reduzindo o volume de líquido extracelular (VLEC) e de NaCl (BRUNTON;
HILAL‑DANDAN; KNOLLMAN, 2019).

Observação

O volume sanguíneo interfere diretamente na pressão arterial, chamado


de volemia sanguínea.

Figura 54 – Locais e mecanismos de ação dos diuréticos

Fonte: Brunton, Hilal-Dandan e Knollman (2019, p. 556).

Sobre a figura anterior:

Três características importantes: 1. O transporte de soluto pelas células


epiteliais em todos os segmentos do néfron envolve proteínas especializadas,
que, em sua maioria, são proteínas integrais das membranas apical e
97
Unidade II

basolateral. 2. Os diuréticos direcionam e bloqueiam a ação das proteínas


epiteliais envolvidas no transporte de solutos. 3. O local e o mecanismo
de ação de uma dada classe de diuréticos são determinados pela
proteína específica inibida pelo diurético. (Aldo: aldosterona) (BRUNTON;
HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019).

Equisetum arvense — cavalinha

Figura 55 – Equisetum arvense

Disponível em: https://bit.ly/36k7r0O. Acesso em:15 mar. 2022.

As partes aéreas são ricas em: flavonoides, sais minerais, ácidos orgânicos, taninos, alcaloides, entre
outros (ALONSO, 1998).

Posologia:

• Infusão ou decocção: 1 a 4 g em 150 mL, 3 a 4 vezes ao dia (máximo de 12 g por dia) (BRASIL, 2021a).

• Extrato fluido (1:1, em etanol 25%): 1 a 4 mL diluídos em água, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Droga vegetal encapsulada: 500 a 570 mg por cápsula, 1 cápsula, 3 vezes ao dia (ALONSO 2004).

98
FITOTERAPIA CLÍNICA

Auxilia no aumento do fluxo urinário e atua como adjuvante no tratamento de queixas menores
do trato urinário, desde que situações graves tenham sido descartadas. Não indicada em gravidez
(principalmente por causa dos alcaloides) e na lactação, nem em situações de infecção urinária
(ALONSO, 2004).

Juniperus communis — zimbro

Figura 56 – Juniperus communis

Disponível em: https://cutt.ly/0AIYS13. Acesso em: 8 mar. 2022.

Os frutos maduros e secos do zimbro possuem óleos voláteis, flavonoides, ácidos orgânicos
(ALONSO, 2004).

Posologia:

• Infusão (frutos): 2 a 3 frutos em 150 mL de água, 3 a 4 vezes ao dia (ALONSO, 1998).

O zimbro é diurético, antisséptico urinário e uricosúrico; é contraindicado em caso de nefrite,


insuficiência renal, gravidez e lactação, potencializa os hipoglicemiantes e diuréticos (ALONSO, 1998).

99
Unidade II

Zea mays — cabelo de milho

Figura 57 – Zea mays

Disponível em: https://cutt.ly/DAIdaDQ. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Infusão: 0,4 a 0,6 g em 150 mL de água, por 5 minutos, 3 a 6 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).

• Extrato seco (5:1): 300 mg por cápsula, 2 a 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Tintura (1:5, em etanol 25%): 30 gotas 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

Estiletes e estigmas da flor feminina são ricos em saponinas, fitosterois, taninos, resinas,
flavonoides, minerais (potássio, cálcio, magnésio, ferro, sódio) e óleo essencial (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).

100
FITOTERAPIA CLÍNICA

Os fitoterápicos feitos a partir dos estigmas do milho aumentam o volume urinário, a excreção
de sais, sódio e potássio, promovem a diurese do tipo uricosúrica e fosfatúrica e apresenta leve ação
antiespasmódica. Indicados em casos de cistite, gota, edema, uretrite e litíase (ALONSO, 2004; BARNES;
ANDERSON; PHILLIPSON, 2007; BRASIL, 2021a).

É contraindicado em gravidez e lactação, pode provocar hipotensão arterial, interage com fármacos
anti-hipertensivos (BRASIL, 2021a).

5.3 Circulatórios

O sangue deve permanecer líquido no interior dos vasos e, quando necessário, coagular rapidamente.
Normalmente há um equilíbrio entre coagulação e fibrinólise, impedindo tanto coagulação como
fibrinólise. A alteração no equilíbrio da coagulação leva à trombose. Os trombos podem ser compostos
por agregados de plaquetas, fibrina e hemácias aderidos em artérias ou veias (BRUNTON; HILAL‑DANDAN;
KNOLLMAN, 2019).

A doença aterosclerótica cardíaca (DAC) é definida como obstrução do fluxo de sangue por placas de
gordura (aterosclerose) podendo levar ao infarto agudo do miocárdio, morte coronariana ou procedimento
de revascularização coronariana (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019; SBC, 2019).

O diabetes mellitus (DM) é considerado uma condição de risco alto ou muito alto para doença
cardíaca vascular aterosclerótica (DCVA) (KATZUNG, 2003).

Quadro 2 – Fatores de risco para doenças cardiovascular


aterosclerótica

Idade Homens > 45 anos de idade ou mulheres > 55 anos de idade


História familiar de DAC Parente de primeiro grau (homem < 55 anos de idade ou mulher < 65 anos de
prematura idade quando ocorre o primeiro evento clínico de DAC)
Tabagismo atual Definido como hábito de fumar nos 30 dias precedentes

Hipertensão Pressão arterial sistólica ≥ 140, pressão arterial diastólica ≥ 90 ou uso de


medicação anti-hipertensiva, independentemente da pressão arterial
Baixos níveis de HDL-C < 40 mg/dL (para mulheres considerar < 50mg/dL como “baixo”)

Obesidade Índice de massa corporal > 25 kg/m2 e circunferência da cintura > 102 cm
(homens) ou > 88 cm (mulheres)
Diabetes DM tipo 2

Fonte: Brunton, Hilal-Dandan e Knollman (2019, p. 754).

Os fitoterápicos agirão facilitando a circulação ou como antioxidantes, impedindo oxidação e


deposição de gorduras nos vasos e artérias.

101
Unidade II

Aesculus hippocastanum — castanha-da-índia

Figura 58 – Aesculus hippocastanum

Disponível em: https://cutt.ly/PAIdzrj. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado: 32 a 120 mg de escina ao dia (BRASIL, 2014a).

• Droga vegetal (córtex): 275 mg por cápsula, 3 a 6 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Extrato seco da semente: 99 mg por cápsula, 2 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

As sementes e o córtex da castanha-da-índia são utilizados tradicionalmente e contêm cumarinas,


flavonoides, saponinas, taninos, alantoína, entre outros (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003).

Tanto o córtex como a semente são indicados como auxiliar no alívio dos sintomas de desconforto
e peso nas pernas relacionados a distúrbios circulatórios leves (BRASIL, 2021a, 2021b; EMA, 2012).
Também em casos de fragilidade capilar, insuficiência venosa (aumenta tônus da parede dos capilares) e
como anti-inflamatória (ALONSO, 2018; BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003).É contraindicada em
grávidas, lactantes e em menores de 18 anos, não deve ser administrada juntamente com anticoagulantes
ou outros medicamentos com a mesma finalidade. Como se liga às proteínas plasmáticas, pode interferir
na absorção de outras drogas, também não deve ser administrada em pacientes com doenças renais ou
hepáticas (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003; BRASIL, 2021a, 2021b).

102
FITOTERAPIA CLÍNICA

Hamamelis virginiana — hamamélis

Figura 59 – Hamamelis virginiana

Disponível em: https://cutt.ly/2AIdN7J. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Infusão (folhas): 2 a 3 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Decocção (cascas): 3 a 6 g, 2 a 3 vezes ao dia, uso externo (BRASIL 2011).

• Extrato padronizado: uso interno, 420 a 900 mg de taninos totais expressos em pirogalol
(BRASIL, 2014a).

• Uso tópico: 0,35 a 1 mg de taninos totais expressos em pirogalol por 100 mg ou 3,5 a 10 mg de
taninos totais expressos em pirogalol por Ml (BRASIL, 2014a).

As cascas e folhas do hamamélis possuem taninos, flavonoides, óleos voláteis, óleos fixos, entre
outros (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003).

Hamamélis tem sido utilizada em problemas circulatórios e em hemorroidas. Proporciona uma ação
flebotômica, isto é, aumenta a resistência dos vasos, também age como vasoprotetora e diminui a
permeabilidade capilar, indicada em casos de varizes e hemorroidas. Pode ser utilizada tanto oralmente
quanto topicamente (ALONSO, 2004; FINTELMANN; WEISS, 2014).

103
Unidade II

O óleo de hamamélis contém safrol em quantidades pequenas, mas pode ocasionar dores estomacais.
Como tem muito tanino, deve-se ter cuidado, pois pode ocasionar constipação intestinal. Não deve ser
utilizado durante a gravidez e a lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003; BRASIL, 2021a, 2021b).

Observação

Todas as plantas que contêm taninos, quando ingeridas, podem


provocar constipação.

Centella asiatica — centela asiática

Figura 60 – Centella asiatica

Posologia:

• Extrato padronizado: 36 a 144 mg de derivados triterpênicos totais expressos em asiaticosídeo


(BRASIL, 2014a).

• Infusão (droga): 0,6 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).

• Droga encapsulada: 600 mg por cápsula, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Tintura (1:10, álcool de 50°): 50 gotas, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Uso tópico: extrato glicólico a 2-5%, na forma de creme ou de gel (ALONSO, 2004).

104
FITOTERAPIA CLÍNICA

As partes aéreas (alguns autores recomendam planta inteira) contêm saponinas triterpênicas
(asiaticosídeo, madecásico), flavonoides, óleos voláteis, entre outros (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).

É indicada em casos de insuficiência venosa dos membros inferiores, possui ação venotônica,
cicatrizante (benéfica em casos de quem apresenta tendências a desenvolver queloide) e anti-inflamatória
(celulites) (ALONSO, 2004; BRASIL, 2014a).

Como alguns autores narram fotossensibilidade, há necessidade de cuidados à exposição à luz solar.
É contraindicada em casos de gravidez e lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).

Vaccinium myrtillus — mirtilo

Figura 61 – Vaccinium myrtillus

Disponível em: https://cutt.ly/NAIhuow. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado: 110 a 170 mg de antocianosídeos expressos em cloreto de cianidina-3-O-glicosídeo


(BRASIL, 2014a).

• Extrato fluido (folhas ou frutos): 2 g por dia, divididos em 40 gotas, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Extrato seco (5:1): 1 a 3 g por dia (ALONSO, 2004).

105
Unidade II

Os frutos contêm flavonoides (antocianidinas), polifenóis, vitamina C, pectina, entre outros


(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).

É indicado para casos de fragilidade capilar e insuficiência venosa periférica (BRASIL, 2014a). Foi
comprovada sua ação como sequestrador do ânion superóxido e como inibidor da peroxidação lipídica,
por isso é indicado como antioxidante, o que auxilia indiretamente na circulação. Pode ser utilizado via
oral, mas também topicamente (ALONSO, 2004; BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).

É contraindicado na gravidez e lactação. Não devem ser administrados junto com anticoagulantes
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).

Allium sativum — alho

Figura 62 – Allium sativum

Disponível em: https://cutt.ly/xAIhW8c. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado ou óleo: 3 a 5 mg de alicina por dia (BRASIL, 2014a).

• Extrato seco: 100 a 200mg por cápsula, 1 a 2 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Tintura (1:5 em 疝cool 45 %): 50 a 100 gotas (2,5 a 5 mL) da tintura.

• Diluídas em 75 mL de água, 2 a 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Óleo: 2 a 5 mg por cápsula ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Pó seco: 300 a 750 mg por cápsula, 3 a 4 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).
106
FITOTERAPIA CLÍNICA

Os bulbilhos do alho têm muitas enzimas, óleos voláteis, compostos sulfurados (aliina – alicina),
proteínas, minerais, vitaminas, ácidos orgânicos e outros constituintes (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).

Os compostos sulfurados do alho (alicina) possuem efeitos antiateroscleróticos e é redutor de


colesterol e lipídeos, eles inibem a biossíntese do colesterol em hepatócitos e a síntese de ácido graxo
e triglicérides. Possuem atividade antitrombótica e fibrinolítica inibindo a síntese de tromboxana
pela inibição da ciclo- e da lipo-oxigenase, inibem também a fosfolipase da membrana. Além de
apresentarem efeito oxidante, pois inibem formação de radicais livres, potencializam enzimas
antioxidantes (ALONSO, 2004; BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007; BRASIL, 2012, 2014a).

É contraindicado em pessoas alérgicas ao alho, pode provocar irritação gastrintestinal, e não deve ser
administrado concomitantemente a anticoagulantes e antirretrovirais. Pode potencializar o efeito dos
diuréticos. É considerado abortivo (doses maiores), por isso não se recomenda em gravidez e lactação
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007; BRASIL, 2021a, 2021b).

Observação

Allium cepa é a cebola que também possui compostos sulfurados,


porém a cebola possui atividade maior como anti-inflamatória.

107
Unidade II

Citrus aurantium — laranja-amarga

Figura 63 – Citrus aurantium

Disponível em: https://cutt.ly/VAIkBl8. Acesso em: 8 mar. 2022.


Posologia:

• Infusão (flores): 2 g em 150 mL de água, por 5 minutos, 30 minutos antes das refeições.

• Decocção (epicarpo): 10 g em 100 mL, 1 a 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Extrato seco: 1 a 2 g por dia (ALONSO, 2004).

• Tintura (1:5): 45 a 50 gotas, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

As cascas dos frutos maduros e as flores são os órgãos utilizados farmaceuticamente. Possuem
óleos voláteis, flavonoides (principalmente as cascas), ácidos orgânicos, substâncias amargas e pectinas
(casca), aminoácidos (flores) (ALONSO, 2004; PDR, 2000).

As flores, bem como as cascas dos frutos, são utilizadas com atividade sedativa leve. As cascas dos
frutos são inseticidas. Também possuem a capacidade de melhorar a circulação sanguínea cerebral e
cardiovascular e são utilizadas para estimular os receptores β3-adrenérgicos, em casos de obesidade,
como lipolíticos e termogênicos (ALONSO, 2004; OLIVEIRA et al., 2017; PDR, 2000).

Os óleos voláteis, em doses elevadas, podem provocar estado de embriaguez e narcose. Há muitas
pessoas hipersensíveis aos óleos, lembrando que estes são fotossensibilizantes, então, cuidado com a luz
solar. No caso das cascas de laranja, o alto teor de pectinas pode provocar a diminuição da absorção de
fármacos (ALONSO, 2004).

108
FITOTERAPIA CLÍNICA

Ginkgo biloba — ginkgo

Figura 64 – Ginkgo biloba


Posologia:

• Extrato padronizado: 26,4 a 64,8 mg de ginkgoflavonoides e 6 a 16,8 mg de terpenolactonas ao


dia, sob receituário médico (BRASIL, 2014a).

As folhas do ginkgo são ricas em flavonoides, terpenos, ácidos orgânicos, esteroides, entre outros
(ALONSO, 2004; SIMÕES et al., 2017).

O extrato padronizado é indicado para arteriopatias crônicas, vertigens e insuficiência vascular


cerebral (BRASIL, 2014a; SIMÕES et al., 2004).

Em doença de Alzheimer, o ginkgo tem sido estudado para postergar a evolução da doença
(ALONSO, 2004).

O ginkgo, como age inibindo agregação plaquetária, não deve ser utilizado com anticoagulantes e
diuréticos tiazídicos, pois nesse caso pode haver aumento de pressão arterial. Não se recomenda o uso
durante a gravidez e lactação (ALONSO, 2004; BRUNETON, 2001).

109
Unidade II

Avena sativa — aveia

Figura 65 – Avena sativa

Disponível em: https://cutt.ly/JAIxi2F. Acesso em: 8 mar. 2022.


Posologia:

• Infusão: 3 g em 750 mL de água fervente, deixar repousar, filtrar, tomar 1 copo 2 a 3 vezes ao dia
(ALONSO, 2004).

• Extrato fluido (1:1, em etanol 25%): 3 a 5 mL, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Alimentação: 100 g por dia (ALONSO, 2004).

As partes utilizadas são as partes aéreas verdes e também o fruto da aveia e contêm ácido silícico,
alcaloides, saponinas esteroidais, flavonoides, mucilagens, proteínas, entre outros (ALONSO, 1998).

Possui atividade hipolipemiante, principalmente devido aos compostos fenólicos (flavonoides),


que são antioxidantes, e também pelas mucilagens nela contidas, que adsorvem gorduras exógenas
(ALONSO, 2004).

110
FITOTERAPIA CLÍNICA

Doses excessivas podem provocar cefaleia. Pacientes celíacos devem observar a origem da aveia,
pois pode conter glúten oriundo da contaminação cruzada com o trigo que eventualmente é cultvado
e processado junto com a aveia (em tempo, a aveia produz avenalina), e, como possui capacidade
de adsorção, pode diminuir absorção de fármacos. Não há contraindicações descritas na literatura
(ALONSO, 2004).

6 FITOTERÁPICOS APLICADOS AO SISTEMA RESPIRATÓRIO

Os medicamentos fitoterápicos utilizados no sistema respiratório são concebidos para as doenças


que não são crônicas, de simples trato e não infecciosas (BRASIL, 2021a, 2021b). A hipertensão pulmonar,
por exemplo, não será tratada neste tópico, pois é uma doença crônica com várias complicações
como dispneia, dor torácica, entre outros, que pode levar até a uma insuficiência cardíaca (BRUNTON;
HILAL‑DANDAN; KNOLLMAN, 2019).

Os fitoterápicos podem ser administrados por via oral ou inalatória, principalmente os óleos
voláteis, uma vez que as artérias e arteríolas pulmonares possuem proximidade aos alvéolos das vias
respiratórias inferiores, diminuindo assim os efeitos colaterais sistêmicos (BRUNTON; HILAL-DANDAN;
KNOLLMAN, 2019).

Aqui serão abordados principalmente os mucolíticos (que diminuem a viscosidade do muco), os


expectorantes (que provocam a expulsão das secreções) e os antitussígenos (que inibem a tosse). Muitas
drogas vegetais podem ter um ou mais efeitos concomitantes (FINTELMANN; WEISS, 2014).

111
Unidade II

Mikania glomerata — guaco

Figura 66 – Mikania glomerata

Posologia:

• Extrato padronizado: 0,5 a 5 mg de cumarina (BRASIL, 2014a).

• Infusão ou decocção: 2 a 3 g de folhas secas rasuradas em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a, 2021b).

• Tintura (1:10, em etanol 70%): 1 a 3 mL de tintura diluídos em 50 mL de água, 2 a 3 vezes ao dia


(BRASIL, 2021a, 2021b).

Os órgãos utilizados são as folhas. Matos (2007) indica que se faça o chá por decocção com as
folhas frescas. As folhas frescas são inodoras, porém, ao aquecer ou secar, há a liberação das cumarinas,
que possuem odor característico acentuado adocicado. Além das cumarinas, o guaco possui saponinas,
taninos, óleos voláteis e flavonoides como componentes principais (ALONSO, 2004). As cumarinas são as
112
FITOTERAPIA CLÍNICA

responsáveis pela atividade broncodilatadora enquanto as saponinas e os óleos voláteis são responsáveis
pela expectoração e efeito mucolítico.

Em ensaios farmacológicos, o extrato apresentou atividade anti-inflamatória e excelente atividade


broncodilatadora, justificando sua utilização popular como expectorante e antitussígena (inibe
musculatura lisa respiratória) (BRASIL, 2021a, 2021b; DELLA PASQUA et al., 2019; MATOS, 2007).
O Formulário de fitoterápicos (BRASIL, 2021a, p. 135) recomenda a utilização do guaco para o “alívio
sintomático de afecções produtivas das vias aéreas superiores”.

Não se recomenda a utilização por tempo prolongado. Deve ser utilizado enquanto a tosse
permanecer, o que se dá, em média, por 14 dias. Não se recomenda o uso por crianças com menos de
3 anos, pois não conseguem expelir o catarro e podem engasgar (ALONSO, 2004; BRASIL, 2021a).

Observação

O guaco também é conhecido por sua atividade antiofídica, sendo


os taninos os responsáveis pela atividade inibitória enzimática. Há duas
espécies conhecidas como guaco, Mikania glomerata e Mikania laevigata
(MATOS, 2007; DELLA PASQUA et al., 2019).

113
Unidade II

Pimpinella anisum — erva-doce

A) B)

Figura 67 – Pimpinella anisum

Disponível em: A) https://cutt.ly/CAIxnCl; B) https://cutt.ly/rAIvcfh. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Infusão (fruto triturado): 1 a 3,5 g em 150 mL de água, por 10 minutos, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a; FINTELMANN, WEISS, 2014).

• Extrato padronizado: 0 a 1 ano, 16 a 45 mg de trans-anetol; 1 a 4 anos, 32 a 90 mg trans-anetol;


adultos, 80 a 225 mg trans-anetol (BRASIL, 2014a).

Possui óleos essenciais, ricos em anetol e metil chavicol, amido, mucilagens, cumarinas, flavonoides
e óleos fixos. Sua atividade expectorante está relacionada a um efeito inibitório de receptores
muscarínicos. Também apresenta atividade antimicrobiana e atividade antiflatulenta (ALONSO, 2004;
DE; DE, 2021). Há a indicação de emprego como terapia auxiliar nos casos de tosse produtiva associada
a resfriados, no Formulário de fitoterápicos, sendo que é preciso respeitar o tempo máximo de emprego
de duas semanas (BRASIL, 2021a).

O óleo essencial puro (1 a 5 mL), quando ingerido, pode provocar náuseas, vômito ou edema
pulmonar. Pode haver interação medicamentosa com anticoagulantes e inibidores da MAO, pode haver
também efeito estrogênico (ALONSO, 2004).

114
FITOTERAPIA CLÍNICA

Mentha piperita — hortelã-pimenta

Figura 68 – Mentha piperita

Posologia:

• Extrato padronizado: 60 a 440 mg de mentol e 28 a 256 mg de mentona ao dia (BRASIL,


2014a, 2014b).

• Inalação: porção das folhas rasuradas (MATOS, 2007).

Planta rica em óleos voláteis, principalmente mentol e mentona, contém também flavonoides,
taninos, princípios amargos. Utilizada como expectorante (extrato) e descongestionante nasal na forma
de inalação. Também é um excelente digestório (ALONSO, 2004; MATOS, 2007).

Algumas pessoas sensíveis ao mentol podem apresentar insônia e irritabilidade nervosa. Em doses
muito altas, pode provocar efeito narcótico e ser um irritativo dérmico. Algumas pastas de dente com
mentol podem exacerbar sintomas asmáticos (ALONSO, 2004).

115
Unidade II

Hedera helix — hera

Figura 69 – Hedera helix

Posologia:

• Extrato fluido (1:1): 0,3 mL por dia (ALONSO, 2004).

• Tintura (1:5): 20 a 30 gotas diluídas em água, 1 a 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).

• Infusão (droga vegetal rasurada): ½ colher de chá em 150 mL de água, por 10 minutos (FINTELMANN;
WEISS, 2014).

A infusão deve ser dada em casos leves de tosse.

As folhas de hera possuem saponinas triterpênicas, flavonoides, ácidos orgânicos, traços de alcaloides,
fitoesterois, iodo (ALONSO, 2004; FINTELMANN, WEISS, 2014).

A atividade espasmolítica é a principal, mas também diminui a viscosidade das secreções catarrais,
facilitando a expectoração (efeito indireto β2 adrenérgico). Produz ligeira atividade sedativa. A hera
diminui as crises de tosse, principalmente os espasmos da tosse, provoca também uma broncodilatação
e tem atividade antimicrobiana (NOWICKI; MURRAY, 2020).

É muito segura e efetiva em casos de bronquites, tanto agudas como crônicas. Deve-se tomar
cuidado em casos de hipertireoidismo (ALONSO, 2004; NOWICKI; MURRAY, 2020).

116
FITOTERAPIA CLÍNICA

Sambucus nigra — sabugueiro

Figura 70 – Sambucus nigra

Disponível em: https://cutt.ly/oAIbORT. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado: 80 a 120 mg de flavonoides totais (isoquercitrina) ao dia (BRASIL, 2014a).

• Infusão (flores secas): 2 colheres de chá em 150 mL de água, por 15 minutos, 3 vezes ao dia
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2012; FINTELMANN, WEISS, 2014).

• Infusão (para inalação): 0,4 a 0,6 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).

• Extrato líquido (1:1, em etanol 25%): 2 a 4 mL, 3 vezes ao dia (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2012).

O sabugueiro possui flavonoides, saponinas triterpênicas, óleos voláteis, ácidos orgânicos e


mucilagem (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2012).

Indicado como mucolítico e expectorante em casos de gripes e resfriados, como sintomático da


tosse. Possui também atividade anti-inflamatória (BRASIL, 2014a).

Os frutos maduros podem provocar efeito laxativo suave, mas em grandes quantidades são eméticos.
Não utilizar as folhas, pois possuem glicosídeos cianogênicos, que podem ser tóxicos (BRASIL, 2021a;
FINTELMANN; WEISS, 2014).

117
Unidade II

Eucalyptus globulus — eucalipto

Figura 71 – Eucalyptus globulus

Disponível em: https://cutt.ly/jAIgpo9. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado: 14 a 42,5 mg de cineol ao dia (BRASIL, 2014a).

• Infusão: 1,5 a 3 g de folhas secas rasuradas em 150 mL de água quente, 10 a 15 minutos, 4 vezes
ao dia, via oral (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Infusão (inalação): 3 g de folhas secas rasuradas em q.s. de água quente, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a, 2021b).

• Tintura (1:5, em etanol 68-80%): 2,5 mL da tintura em cerca de 50 mL de água, de 1 a 3 vezes ao


dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

O eucalipto possui grande quantidade de óleos voláteis, principalmente eucaliptol, além de


flavonoides, taninos e ácidos orgânicos (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2012).

118
FITOTERAPIA CLÍNICA

Várias espécies de eucalipto possuem atividade antimicrobiana e expectorante. Também é utilizado


como descongestionante e antisséptico das vias aéreas superiores (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON,
2012; BRASIL, 2014a, 2021a, 2021b).

É contraindicado para crianças que tenham convulsões. Em altas doses pode provocar vômito
e até convulsões. Em pessoas mais sensíveis que possuem problemas gastrintestinais, litíase biliar
e insuficiência hepática, pode provocar hipotensão. Dermatites podem ocorrer quando aplicado
externamente. Não deve ser utilizado durante a gravidez e lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON,
2012; BRASIL, 2021a, 2021b).

Aconselha-se o uso do óleo de eucalipto diluído tanto por via interna como externa (BARNES;
ANDERSON; PHILLIPSON, 2012).

Saiba mais

Veja a reportagem do eucalipto e aprenda mais em:

EUCALIPTO: remédio natural para gripe. Terra da Gente EPTV. [s.l.],


2018. 1 vídeo (5 min.). Disponível em: https://bit.ly/35L276E. Acesso em:
10 mar. 2022.

7 FITOTERÁPICOS PARA ATIVIDADE MÚSCULO ESQUELÉTICO E DERMATOLÓGICOS

A pele é um órgão de revestimento e proteção, biologicamente ativo. Cosméticos e medicamentos


podem ser aplicados na pele com a finalidade de tratar as alterações (distúrbios) de pele, bem como
administrar medicamentos para que esses cheguem a outros tecidos. Os fatores que interferem na
absorção e metabolismo da pele afetam diretamente as terapias tópicas (BRUNTON; HILAL-DANDAN;
KNOLLMAN, 2019).

119
Unidade II

Pelo

Poros sudoríparos
Papila dérmica

Final do nervo sensorial


Córnea
Camada de pigmentos Epiderme

Camada germinativa
Camada espinhosa
Camada basal Derme
Músculo eretor do pelo

Glândula sebácea
Folículo capilar

Subcutâneo
(hipoderme)
Papila capilar

Fibras nervosas
Veia
Vasos sanquíneos
e linfáticos Artéria

Glândula sudorípara

Corpúsculos de Pacini

Figura 72 – Estrutura da pele

Disponível em: https://cutt.ly/TAIndEQ. Acesso em: 8 mar. 2022.

7.1 Fisiologia da pele

A pele é composta por epiderme, que é a camada mais externa. Avascular e fina, possui na parte
mais externa uma película invisível como um filme hidrolipídico, células de Langherans, melanócitos,
queratina e células de Malpighi (CUNHA et al., 2008).

A derme é uma estrutura que dá força e estrutura à pele, bem como sustentação da epiderme, e
encontra-se entre o tecido epitelial e o conjuntivo. Possui fibras elásticas e colágenas, vasos sanguíneos,
nervos, glândulas sudoríparas e sebáceaúsculo (CUNHA et al., 2008). Já a hipoderme possui a reserva

120
FITOTERAPIA CLÍNICA

nutritiva (colágeno e elastina) e energética (células adiposas) da pele, faz o controle da temperatura e
tem a função de proteção (CUNHA et al., 2008).

A pele pode sofrer danos como as feridas. Mas o que são feridas? São lesões teciduais, deformidades
ou soluções de descontinuidade que podem comprometer desde as camadas mais superficiais da pele
até estruturas profundas, como fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ossos,
órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo (SOBEST, [s.d.]).

Podem ser provenientes de fatores extrínsecos (umidade/fricção), como feridas traumáticas, que são
causadas por agentes físicos, químicos, térmicos ou biológicos, que por sua vez determinam agressão
ao tecido vivo. Podem, ainda, ser provenientes de fatores intrínsecos (imobilidade/desidratação ou má
nutrição), como no caso das feridas crônicas produzidas por neoplasia, problemas metabólicos e doenças
vasculares. Ocorrem devido a distúrbios físicos ou fisiológicos (SOBEST, [s.d.]).

Muitas feridas são ocasionadas por problemas circulatórios, que se iniciam como varizes e podem
levar a uma descontinuidade da pele (VIGLIOGLIA; RUBIN, 2005). Para o tratamento dessas lesões,
utilizam fitoterápicos que tenham atividade cicatrizante, antimicrobiana e anti-inflamatória.

Observação

As feridas (descontinuidade do tecido) podem ser em outros


órgãos, que não a pele, por exemplo, as úlceras gástricas (estômago) e
as duodenais (intestino). Porém, a fitoterapia utiliza-se de plantas com as
mesmas propriedades.

121
Unidade II

Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville — barbatimão

Figura 73 – Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville

Disponível em: https://cutt.ly/TAInbAD. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato glicólico 10% em creme: após limpeza, aplicar 3 vezes ao dia (BRASIL, 2011).

• Decocção (cascas): 2,9 a 3,1 g em 150 mL de água, ferver por 5 minutos tampado, 2 a 3 vezes ao
dia (BRASIL, 2021a).

As cascas de barbatimão são ricas em taninos, flavonoides, resinas (ALONSO, 2004). Possuem atividade
antimicrobiana (complexação com proteínas da parede microbiana), anti-inflamatória e cicatrizante
(ALONSO, 2004; SIMÕES et al., 2017).

Apresentou efeito embriotóxico, não sendo indicado em gravidez e lactação, por via oral pode
diminuir absorção de nutrientes e provocar constipação (ALONSO, 2018).

Lembrete

As plantas com taninos podem ser utilizadas como decocto e infuso,


para gargarejos quando há mucosites e inflamações orais.

122
FITOTERAPIA CLÍNICA

Schinus terebinthifolius — aroeira falsa ou pimenta-rosa

Figura 74 – Schinus terebinthifolius

Posologia:

• Decocção: 1 g em 150 mL de água, banho de assento 3 a 4 vezes ao dia (BRASIL, 2011).

• Tintura (1:5) teor alcoólico menor que 10%: compressas intravaginais a cada 24 horas (MATOS, 2007).

As cascas da aroeira são ricas em taninos, flavonoides, resinas, ácidos orgânicos (MATOS, 2007).

É indicada como anti-inflamatório e cicatrizante ginecológico (BRASIL, 2011).

Não há dados na literatura de contraindicações de uso tópico, a não ser em pessoas com
hipersensibilidade.

123
Unidade II

Punica granatum — romã

Figura 75 – Punica granatum

Disponível em: https://cutt.ly/XAIn9aE. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Tintura: 1 colher de sopa em 150 mL de água, indicado para acima de 12 anos; fazer bochechos e
gargarejos, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).

São utilizadas as cascas do tronco e dos frutos secos, possui ácidos orgânicos, taninos, flavonoides e
nas cascas do tronco também alcaloides (ALONSO, 2004; MATOS, 2007).

É auxiliar no tratamento sintomático de afecções orais atuando como anti-inflamatório e


antimicrobiano (BRASIL, 2011).

Contraindicada em casos de gravidez e lactação, pessoas com hipersensibilidade aos constituintes


devem tomar cuidado (ALONSO, 2004; BRASIL, 2011).

124
FITOTERAPIA CLÍNICA

Calendula officinalis — calêndula

Figura 76 – Calendula officinalis

Posologia:

• Infusão: 1 a 2 g em 150 mL de água, 2 a 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).

• Tintura (1:5): 25 mL em 100 mL de água, para bochechos (ALONSO, 2004).

• Dose diária: 1,6 a 5 mg de flavonoides totais expressos em hiperosídeos por 100 g ou 0,8 a 1 mg
de flavonoides totais expressos em hiperosídeos por mL (BRASIL, 2014a).

As flores da calêndula são ricas em flavonoides, óleos voláteis, saponinas, polissacarídeos, ácidos
orgânicos, entre outros (ALONSO, 2018).

É indicada como auxiliar em inflamações orofaríngeas, possui atividade reepitalizante e cicatrizante,


além de induzir a microvascularização. Possui atividade anti-inflamatória (inibindo a ciclooxigenase) e
antimicrobiana (ALONSO, 2018; BRASIL, 2021a, 2021b).

Não se aconselha em gravidez e lactação, topicamente não apresentou contraindicações. As


saponinas da calêndula podem aumentar a absorção de fármacos (ALONSO, 2004).

8 FITOTERÁPICOS APLICADOS AO SISTEMA GENITURINÁRIO

Os fitoterápicos utilizados para o sistema geniturinário possuem atividade espasmolítica,


anti‑inflamatória ou antimicrobiana. Os diuréticos foram estudados no sistema cardiovascular,
lembrando que são menos efetivos que os diuréticos sintéticos, porém são muito úteis em casos de
litíase renal e/ou urinária (FINTELMANN; WEISS, 2014).

125
Unidade II

As infecções urinárias crônicas apresentam sintomas leves. Por vezes, são assintomáticas, porém
muitas vezes são relatadas as cistites agudas, nas quais o paciente apresenta dores e grande incômodo
ao urinar (FINTELMANN, WEISS, 2014).

Há algumas plantas que são utilizadas como antimicrobianas, como a uva-ursi (Arctostaphylos uvae
ursi, 400 a 840 mg de arbutina por dia), porém, na legislação brasileira (BRASIL, 2014a), podem ser
indicadas somente sob prescrição médica. Por esse motivo não serão abordadas aqui. Outra planta
também dispensada somente sob prescrição médica é o Saw Palmeto (272 a 304 mg de ácidos graxos
por dia), utilizado em casos de hiperplasia benigna da próstata.

Vaccinum macrocarpon — cranberry ou oxicoco

Figura 77 – Vaccinum macrocarpon

Disponível em: https://cutt.ly/mAIgO1E. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato seco do fruto: 400 a 450 mg por dia (BRASIL, 2021a).

• Suco dos frutos: 300 mL por dia (ALONSO, 2004).

Rico em antocianidinas, flavonoides, triterpenos e ácidos orgânicos, principalmente o ácido cítrico


(ALONSO, 2004).

126
FITOTERAPIA CLÍNICA

O cranberry, ou oxicoco, é utilizado como preventivo ou no tratamento sintomático da infecção


urinária, quando casos graves já foram excluídos. Inicialmente pensava-se que era a acidificação da urina
que tinha atividade antimicrobiana, mas foi provado que o cranberry inibe a aderência de algumas
bactérias, principalmente Escherichia coli, na parede celular. Embora o pH ácido da urina auxilie na
atividade antimicrobiana, não é o mecanismo antimicrobiano principal. É recomendado para pacientes
idosos com infecções urinárias recorrentes (ALONSO, 2004; TAMARGO et al., 2022).

Não se indica o cranberry a diabéticos, pois os frutos possuem alto teor de açúcares, nem durante a
gravidez (BRASIL, 2021a).

Há controvérsias quando se trata de pacientes com litíase urinária. Enquanto alguns autores
recomendam a utilização de cranberry nesses casos, uma vez que o pH ácido auxiliaria a “quebra” do
cálculo, outros pedem precaução em sua utilização (ALONSO, 2004; BRASIL, 2021a).

Phyllanthus niruri — quebra-pedra

Figura 78 – Phyllanthus niruri

Disponível em: https://cutt.ly/nAIQ31h. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Infusão (partes aéreas): 3 g em 150 mL de água, 2 a 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).

• Infusão (planta inteira): 1,5 a 3 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (GILBERT; FERREIRA;
ALVES, 2005).

• Tintura (1:10 em álcool 70 %): tomar 1 a 3 mL da tintura, diluídos em 50 mL de água, 3 vezes ao


dia (BRASIL, 2021a).

127
Unidade II

Planta rica em lignanas, flavonoides, alcaloides, terpenos, ácidos orgânicos, taninos (ALONSO, 2004).

O quebra-pedra é utilizado como um diurético, pois aumenta o fluxo urinário (BRASIL, 2021a). Tem
atividade miorrelaxante e antiespasmódica, o que auxiliaria na eliminação de cálculos (ALONSO, 2004).

Não se recomenda a utilização por tempo muito longo, pois a presença de alcaloides pode provocar
toxicidade. Também não é recomendado durante a gravidez e lactação (ALONSO, 2004).

Glycine max — soja

Figura 79 – Glycine max

Disponível em: https://cutt.ly/9AIEdhZ. Acesso em: 8 mar. 2022.

Posologia:

• Extrato padronizado: 50 a 120 mg (isoflavonas) ao dia.

A semente é rica em potássio e cálcio, vitaminas B, E e D, isoflavonas (genisteína e dadzeína),


saponinas e carotenos (LIMA, 2009).

As isoflavonas da soja são utilizadas nos sintomas do climatério, como os fogachos (calores). Quando
encontradas na forma de glicosídeos, ou seja, acopladas a açúcares, não se encaixam nos receptores
hormonais β. Já a porção aglicona ou genina, que é a molécula de isoflavona livre da porção açúcar,
por resultado da hidrólise causada pela flora intestinal, tem a capacidade de se fixar aos receptores
estrogênicos (β) devido à presença dos três anéis hexagonais e um anel pentagonal que se assemelham
aos esteroides, mimetizando um estrogênio (LIMA, 2009; KALLUF, 2019).

128
FITOTERAPIA CLÍNICA

17-β-estradiol Genisteína

Figura 80 – Sobreposição das moléculas de genisteína, uma isoflavoa, e 17-β-estradiol

É recomendado que as pacientes que fazem uso da isoflavona consumam probióticos para
garantirem a lise dos açúcares da molécula de isoflavona (LIMA, 2009).

Não se recomenda a utilização da soja em pessoas que tenham reumatismo ou gota, pelo alto teor
de purinas, e durante a gravidez. Em altas doses, devido aos compostos glicosinolatos, pode provocar
alterações tiroideanas (ALONSO, 2004).

Lembrete

Várias plantas cicatrizantes, como o Schinus terebinthifolius (aroeira


falsa ou pimenta-rosa) e Stryphnodendron adstringens (barbatimão), foram
descritas nos processos de cicatrização por causa da ação dos taninos sobre
as proteínas do soro e do tecido das feridas expostas.

129
Unidade II

Resumo

Nesta unidade os fitoterápicos abordados foram os diuréticos e


também aqueles com ação no sistema cardiocirculatório, de tal forma
que sejam aplicados no controle da dislipidemia, no sistema vascular, no
cardíaco. Porém, cabe lembrar que não foram abordados fitoterápicos
com glicosídeos cardioativos, pois sua dose tóxica é muito próxima da dose
efetiva e, nesse caso, se utiliza o princípio ativo isolado, e não os extratos e
tinturas, mesmo os padronizados, devido ao alto risco de toxicidade.

Os fitoterápicos que agem no sistema respiratório estão a seguir, pois o


sistema cardíaco influi muito no sistema respiratório. Nesse sistema foram
abordados fitoterápicos para tosse e expectoração, uma vez que não se
aconselham fitoterápicos para doenças crônicas como asma.

Os fitoterápicos que atuam no sistema músculo-esquelético e os


dermatológicos estão juntos, pois a pele é o maior órgão do corpo e tem
relação direta com todo sistema esquelético.

O sistema geniturinário foi o último a ser abordado, pois há fitoterápicos


específicos para, por exemplo, prevenção de infecções urinárias, entre
outros, porém, como o organismo é todo interligado, alguns fitoterápicos
foram abordados nos capítulos anteriores.

Lembrando que as doses de todos os fitoterápicos foram colocadas


nesta unidade, bem como precauções e metabólitos mais importantes
neles contidos para o auxílio no cotidiano do aluno.

130
Exercícios

Questão 1. Plantas como a dedaleira (Digitalis purpurea) apresentam, em sua composição,


glicosídeos cardiotônicos — por exemplo, a digoxina —, que são utilizados no tratamento da insuficiência
cardíaca. Com relação a essas substâncias, avalie as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.

I – Os glicosídeos cardiotônicos apresentam alto índice terapêutico.

II – A ação dos glicosídeos cardiotônicos sobre o coração inclui aumento da força de contração e a
diminuição da frequência de batimentos cardíacos.

III – Em doses elevadas, os glicosídeos cardiotônicos apresentam efeito antiarrítmico.

IV – O mecanismo de ação dos glicosídeos cardíacos inclui a inibição sódio/potássio ATPase presente
nos cardiomiócitos.

É correto o que se afirma em:

A) I e II, apenas.

B) II e III, apenas.

C) III e IV, apenas.

D) I e III, apenas.

E) II e IV, apenas.

Resposta correta: alternativa E.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa incorreta.

Justificativa: índice terapêutico é um parâmetro que indica a relação entre as doses do princípio
ativo necessárias para desencadear o efeito terapêutico e as doses que causam efeitos tóxicos. O índice
terapêutico dos glicosídeos cardiotônicos é baixo, o que significa que a faixa terapêutica é próxima da
faixa tóxica e, portanto, o risco de intoxicação é alto.

131
II e IV – Afirmativas corretas.

Justificativa: com a inibição do sódio/potássio ATPase presente nos cardiomiócitos (as células
musculares cardíacas), ocorre aumento da concentração intracelular de sódio. Esse aumento é
responsável por interromper a atividade do trocador sódio/cálcio, que transporta cálcio para o meio
extracelular, o que resulta em acúmulo de cálcio dentro dos cardiomiócitos. O cálcio é essencial para
que haja contração cardíaca e, portanto, o aumento da sua concentração dentro dessas células causa o
aumento na força de contração do órgão (efeito inotrópico positivo).

Em paralelo, os glicosídeos cardiotônicos diminuem a frequência dos batimentos cardíacos (efeito


cronotrópico negativo), pois estimulam o nervo vago, do sistema nervoso parassimpático, por um
mecanismo ainda desconhecido.

III – Afirmativa incorreta.

Justificativa: em doses elevadas, os glicosídeos cardíacos promovem arritmias e contraturas,


devido ao grande aumento das concentrações intracelulares de sódio e de cálcio e à diminuição das
concentrações intracelulares de potássio.

Questão 2. O guaco (Mikania glomerata), também conhecido por guaco-liso, cipó-caatinga, erva
de cobra ou erva de bruxa, é uma planta medicinal com propriedades analgésicas, anti-inflamatórias
e antioxidantes. Além disso, a planta apresenta efeito broncodilatador e expectorante, sendo comum
o uso de suas folhas no preparo de chás e xaropes caseiros para o tratamento de quadros de asma e
de bronquite.

Assinale a alternativa que indica corretamente os princípios ativos responsáveis, respectivamente,


pelos efeitos broncodilatadores e expectorantes do guaco:

A) Flavonoides e terpenos.

B) Taninos e polissacarídeos heterogêneos.

C) Cumarina e saponinas.

D) Pectina e glicosídeos.

E) Antraquinonas e alcaloides.

Resposta correta: alternativa C.

132
Análise da questão

A cumarina presente nas folhas do guaco causa broncodilatação, pois promove relaxamento da
musculatura lisa dos brônquios. Além disso, tem propriedade ansiolítica e sedativa, o que é útil na
reversão das crises asmáticas.

As saponinas apresentam estrutura química semelhante aos sabões e, portanto, alteram a tensão
superficial do muco, que fica mais fino e, portanto, mais fácil de ser expectorado. Além disso, ao irritar
as vias aéreas superiores, provocam tosse.

133
REFERÊNCIAS

Audiovisuais

EUCALIPTO: remédio natural para gripe. Terra da Gente EPTV. [s.l.], 2018. 1 vídeo (5 min.).
Disponível em: https://bit.ly/35L276E. Acesso em: 10 mar. 2022.

Textuais

ALONSO, J. R. Curso de Fitomedicina. Buenos Aires: Ed. Sociedade Latino Americana de Fitomedicina, 2018.

ALONSO, J. R. Fitomedicina — curso para profissionais da área da saúde. São Paulo: Pharmabooks, 2008.

ALONSO, J. R. Tratado de fitofármacos y nutraceuticos. Rosário: Corpus Libros, 2004.

ALONSO, J. R. Tratado de fitomedicina — bases clínicas y farmacológicas. Buenos Aires: Isis, 1998.

ALVES, A. C. S. et al. Aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e terapêuticos do Hypericum


perforatum L. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 16, n. 3, p. 593-606, 2014.

AMARAL, F. Técnicas de aplicação de óleos essenciais — terapias de saúde e beleza. São Paulo: Cengage, 2017.

AMODEO, C. et al. Hipertensão arterial sistêmica secundária. Brazilian Journal of Nephrology,


v. 32, suppl. 1, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ESTOMATERAPIA (SOBEST). Feridas, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3MIcQQ8.


Acesso em: 10 mar. 2022.

BARNES, J.; ANDERSON, L. A.; PHILLIPSON, J. D. Fitoterápicos. 3. ed. São Paulo: Artmed, 2012.

BOTTGER, S., MELZIG, M. F. The influence of saponins on cell membrane cholesterol. Bioorganic &
Medicinal Chemistry, v. 21, p. 7118-7124, 2013.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia brasileira. 6. ed. Brasília: Anvisa, 2019.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Formulário de fitoterápicos da farmacopeia


brasileira. Brasília: Anvisa, 2011.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa n. 2, de 13 de maio de 2014.


Publica a “Lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado” e a “Lista de produtos
tradicionais fitoterápicos de registro simplificado”. Brasília, 2014a. Disponível em: https://cutt.ly/7AFqdy0.
Acesso em: 8 mar. 2022.

134
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa n. 86, de 12 de março de 2021.
Define a Lista de Medicamentos Isentos de Prescrição. Brasília: Anvisa, 2021b. Disponível em:
https://cutt.ly/GAF2CDv. Acesso em: 8 mar. 2022.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Memento fitoterápico da farmacopeia brasileira.


1. ed. Brasília: Anvisa, 2016.

BRASIL. Formulário de fitoterápicos: farmacopeia brasileira — primeiro suplemento. 1. ed. Brasília: Anvisa, 2018.

BRASIL. Formulário de fitoterápicos: farmacopeia brasileira. 2. ed. Brasília: Anvisa, 2021a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto n. 5.813, de 22 de junho de 2006. Aprova a Política Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos e dá outras providências. Brasília, 2006b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Erythrina mulungu (mulungu). Brasilia: Anvisa, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Monografia da espécie Rhamnus purshiana (cáscara-sagrada).


Brasilia: Anvisa, 2014c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM n. 971, de 3 de maio de 2006. Estabelece a Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. Brasília, 2006a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional
de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção
Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS). Brasília, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Relação nacional de medicamentos essenciais: Rename 2020 [recurso
eletrônico]. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Práticas integrativas e complementares: plantas medicinais e fitoterapia na Atenção Básica Cadernos
de Atenção Básica: n. 31. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia
alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasilia: Ministério da Saúde, 2014b.

BRASIL. Portaria Interministerial n. 2.960, de 9 de dezembro de 2008. Aprova o Programa


Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e cria o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos. Brasília, 2008.

BRASIL. Portaria n. 886, de 20 de abril de 2010. Institui a Farmácia Viva no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS). Brasília, 2010.

135
BRUNETON, J. Farmacogosia: fitoquímica — plantas medicinales. 2. ed. Zaragoza: Acribia, 2001.

BRUNINI, C. R. D., SANTOS, A. L. Plantas medicinais: raciocínio fitoclínico. São Paulo:


Edição do autor, 2013.

BRUNTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R.; KNOLLMAN, B. C. (org.). As bases farmacológicas da terapêutica de


Goodman & Gilman [recurso eletrônico]. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.

CARVALHO, A. C. et al. Situação do registro de medicamentos fitoterápicos no Brasil. Revista Brasileira


de Farmacologia, v. 2, n. 18, 2008.

CAVALINI, F. et al. Implantação de fitoterápicos, na forma de chá, no tratamento de feridas crônicas.


Revista Intellectus, v. 1, n. 37, p. 137-142, 2017.

CECHINEL FILHO, V.; ZANCHETT, C. C. C. Fitoterapia avançada: uma abordagem química, biológica e
nutricional. Porto Alegre: Artmed, 2020.

CHEVALIER, A. Natural health encyclopedia of herbal medicine. 2. ed. Nova York: Dorley Kindersley, 2000.

CIBULSKI, S. P. et al. Novel ISCOMs from Quillaja brasiliensis saponins induce mucosal and systemic
antibody production, T-cell responses and improved antigen uptake. Vaccine, v. 24, p. 1162-1171, 2016.

COSTA, A. F. Farmacognosia. 4. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. 3 v.

COSTA, A. F. Farmacognosia. 6. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002. 3 v.

CUNHA, A. P. et al. Plantas e produtos vegetais em cosmética e dermatologia. Lisboa: Calouste


Gulbenkian, 2008.

DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de alimentos de Fennema. 4. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2010.

DE, A. K.; DE, M. Functional and therapeutic applications of some general and rare spices. In: SINGH,
R. B.; WATANABE, S.; ISAZA, A. A. (eds.). Functional foods and nutraceuticals in metabolic and
non‑communicable diseases. Cambridge (MA): Academic Press, 2021. p. 411-419.

DELLA PASQUA, C. S. P. et al. Pharmacological study of anti-inflammatory activity of aqueous


extracts of Mikania glomerata (Spreng.) and Mikania laevigata (Sch. Bip. ex Baker). Journal of
Ethnopharmacology, v. 231, n. 1, p. 50-56, 1º mar. 2019.

DELUCIA, R.; OLIVEIRA-FILHO, R. M. Farmacologia integrada. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.

EMA. European Medicines Agency. Community herbal monograph on Aesculus hippocastanum L.,
cortex. Londres: Committee on Herbal Medicinal Products (HMPC), 2012.
136
EMA. European Medicines Agency. European Union Herbal Monograph on Gentiana lutea L. radix.
Amsterdan: EMA, 2019.

EMA. European Medicines Agency. European Union Herbal Monograph on Melissa officinalis L. folium.
Londres: EMA, 2013.

EMA. European Medicines Agency. European Union Herbal Monograph on Passiflora incarnata L. herba.
Londres: EMA, 2014.

EMA. European Medicines Agency. European Union Herbal Monograph on Valeriana officinalis L. radix.
Londres: EMA, 2016.

FALKENBERG, M. B. Quinonas. In: SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia — do produto natural ao


medicamento. Porto Alegre: Artmed. 2017. p. 249-269.

FEDOTOVA, J. et al. Therapeutical strategies for anxiety and anxiety-like disorders using plantderived
natural compounds and plant extracts. Biomedicine & Pharmacotherapy, v. 95, p. 437-446, nov. 2017.

FINTELMANN, V.; WEISS, R. F. Manual de fitoterapia. 11. ed. rev. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.

FITOTERAPIA. In: DICIONÁRIO Aulete. Rio de Janeiro: Lexicon, 2022. Disponível em: https://cutt.ly/mASJUjD.
Acesso em: 8 mar. 2022.

FULLER, S. et al. New horizons for the study of dietary fiber and health: a review. Plant Foods for
Human Nutrition, v. 71, p. 1-12, 2016.

GENNARO, A. R. Remington: a ciência e a prática da farmácia. 20. ed. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2004.

GILBERT, B.; FERREIRA, J. L. P.; ALVES, L. F. Monografia de plantas medicinais brasileiras e aclimatadas.
Curitiba: Abifito, 2005.

GONÇALVES, R.; MOURAD, A. Alerta para o uso abusivo de laxantes. Revista do Farmacêutico,
n. 131, ago./set. 2017.

GUYTON, A. C., HALL, J. E. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1997.

JEREMIAS, S. A.; CAIUBY, T. M. (orgs.). Memento de fitoterapia: relação municipal de medicamentos —


Fito. São Paulo: Secretaria Municipal de Saúde, 2014.

JI, Y. Y. et al. Chemical characterization, neuroprotective, antimicrobial and enzyme inhibitory activities
of Hypericum volatile oils. Industrial Crops & Products, v. 172, nov. 2021.
137
KALLUF, L. A fitoterapia na saúde da mulher. São Paulo: Edição independente, 2019.

KATZUNG, B. G. Farmacologia básica & clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan, 2003.

LATTIMER, J. M., HAUB, M. D. Effects of dietary fiber and its components on metabolic health.
Nutrients, v. 2, p. 1266-1289, 2010.

LICHTENSTEIN, A. H. et al. 2021 Dietary guidance to improve cardiovascular health: a scientific


statement from the American Heart Association. Circulation, v. 144, n. 23, p. e472-e487, 2 nov. 2021.
Disponível em: https://bit.ly/3MCnO9N. Acesso em: 10 mar. 2022.

LIMA, S. M. R. R. Fitomedicina na prática ginecológica e obstétrica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009.

LORENZI, H.; MATOS, F. J. A. Plantas medicinais do Brasil — nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto
Plantarum, 2002.

MALIK E. M.; MÜLLER, C. E. Anthraquinones as pharmacological tools and drugs. Medicinal Research
Reviews, v. 36, n. 4, p. 705-48, 2016.

MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana [recurso eletrônico]. 6. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2009.

MATOS, F. J. A. Plantas medicinais: guia de seleção e emprego de plantas usadas em fitoterapia no


Nordeste do Brasil. 3. ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2007.

MORAES, F. C.; WADT, N. S. Y.; JESUS, P. G. Memento fitoterápico do município de Itapeva/SP. Itapeva:
Prefeitura Municipal de Itapeva, 2020.

MUÑOZ-BERNAL, Ó. A. et al. Phytochemical characterization and antiplatelet activity of Mexican red


wines and their by-products. South African Journal Enology and Viticulture, v. 42, n. 1, 2021.

NAUMANN, S. et al. Mechanisms of interactions between bile acids and plant compounds — a review.
International Journal of Molecular Science, v. 21, p. 6495, 2020.

NOWICKI, J.; MURRAY, M. T. Bronchitis and pneumonia. In: PIZZOMO, J. E.; MURRAY, M. T. Textbook of
natural medicine. 5. ed. Washington: Churchill Livingstone, 2020.

OLIVEIRA, F.; AKISUE, G.; AKISUE, M. K. Farmacognosia. São Paulo: Atheneu, 1991.

OLIVEIRA, T. W. N. et al. Laranja amarga (Citrus aurantium) como coadjuvante no tratamento da


obesidade. RSC Online, v. 6, n. 1, p. 114-126, 2017.

OMS. Cuidados primários de saúde — Alma-Ata 1978. Brasília: OMS/Unicef, 1979. Disponível em:
https://cutt.ly/QAOvJIv. Acesso em: 8 mar. 2022.
138
ONUSIC, G. M. et al. Effects of chronic treatment with a water-alcohol extract from Erythrina mulungu on
anxiety-related responses in rats. Biological and Pharmaceutical Bulletin, v. 26, n. 11, p. 1538-1542, 2003.

PANIZZA, S. T. Como prescrever ou recomendar plantas medicinais e fitoterápicos. São Luis:


Conbrafito, 2010.

PDR for Herbal Medicines. 2. ed. NJ: Thomson Medical Economic, 2000.

PEREIRA, A. M. S.; DONEIDA, V. C. Formulário de preparação extemporânea: farmácia da natureza —


chás medicinais. 2. ed. Ribeirão Preto: Bertolucci, 2020.

PETROVSKA, B. B. Historical review of medicinal plants’ usage. Pharmacognosy reviews, v. 6,


n. 11, p. 1-5, 2012.

PIZZI, A. Tannins medical/pharmacological and related applications: a critical review. Sustainable


Chemistry and Pharmacy, v. 22, set. 2021.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Plantas medicinais: cartilha. Campinas: Prefeitura Municipal


de Campinas, 2018.

RITTO, J. L. A.; OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Farmacognosia: básica e aplicada. São Paulo: Et Cetera Editora, 2019.

ROBBERS, J. E.; SPEEDIE, M. K.; TYLER, V. E. Farmacognosia e farmacobiotecnologia. São Paulo: Premier, 1997.

SBC. Atualização da diretriz de prevenção cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2019.


Disponível em: https://bit.ly/3Jl6X9z. Acesso em: 11 mar. 2022.

SILVERTHORN, D. U. Fisiologia humana. Porto Alegre: Grupo A, 2017.

SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia do produto natural ao medicamento [recurso eletrônico]. Porto


Alegre: Artmed, 2017.

SIMÕES, C. M. O. et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5. ed. Florianópolis:


Editora da UFSC, 2004.

SINMISOLA, A.; OLUWASESAN, B. M.; CHUKWUEMEKA, A. P. Blighia sapida K. D. Koenig: a review on its
phytochemistry, pharmacological and nutritional properties. Journal of Ethnopharmacology, v. 235,
p. 446-459, 2019.

TAMARGO, A. et al. Simulated gastrointestinal digestion of cranberry polyphenols under dynamic


conditions. Impact on antiadhesive activity against uropathogenic bacteria. Food Chemistry,
v. 368, jan. 2022.

139
VACCARI, N. F. S.; SOCCOL, M. C. H.; IDE, G. M. Compostos fenólicos em vinhos e seus efeitos
antioxidantes na prevenção de doenças. Revista de Ciências Agroveterinárias, v. 8, n. 1, p. 71-83, 2009.

VIGLIOGLIA, P. A.; RUBIN, J. Cosmiatria II. Buenos Aires: Ripari, 2005.

WADT, M. et al. Clinical evaluation of guava and pitanga tree leaves for prevention of dental bacterial
plaque and skin healing process. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON TRADITIONAL MEDICINE,
PHYTOCHEMISTRY AND MEDICINAL PLANTS, 2., 2019, Berlim. Anais […]. Berlim: United Scientific
Group, 2019b. p. 22.

WADT, N. S. Y. et al. Clinical trial of guava and pitanga tree leaves in skin healing processes. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE ON TRADITIONAL MEDICINE, PHYTOCHEMISTRY AND MEDICINAL
PLANTS, 2., 2019, Berlim. Anais […]. Berlim: United Scientific Group, 2019a. p. 16-17.

WADT, N. S. Y. et al. Pharmaceuticals in the SUS: wound healing with phytotherapics. Brazilian Journal
Pharmaceutical Sciences, v. 53, suppl. 3, p. 109, 2017.

WAGNER, H.; WISENAUER, M. Fitoterapia: fitofármacos, farmacologia e aplicações clínicas. 2. ed. São
Paulo: Pharmabooks, 2006.

WANG, M. et al. The pharmacological effects of spatholobicaulis tannin in cervical cancer and its precise
therapeutic effect on related circRNA. Molecular Therapy: Oncolytics, v. 14, p. 121-129, 27 set. 2019.

WHO. WHO Global report on traditional and complementary medicine 2019. Genebra: World Health
Organization, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3q9lPQB. Acesso em: 15 mar. 2022.

WHO. WHO Monographs on selected medicinal plants. Genebra: World Health


Organization, 1999a. v. 1.

WHO. WHO Monographs on selected medicinal plants. Genebra: World Health Organization, 1999b. v. 2 .

WHO. WHO Monographs on selected medicinal plants. Genebra: World Health Organization, 2007. v. 3.

WHO. WHO Monographs on selected medicinal plants. Genebra: World Health Organization, 2009. v. 4.

WHO. WHO traditional medicine strategy: 2014-2023. Geneva: World Health Organization, 2013.

WILLIS, H. J.; SLAVIN, J. L. The influence of diet interventions using whole, plant food on gut microbione:
a narrative review. Journal of the Academy Nutrition Dietetics, v. 20, n. 4, p. 608-623, 2020.

ZANINI, A. C.; OGA, S.; BATISTUZZO, J. A. O. Farmacologia aplicada. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2018.

140
141
142
143
144
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Você também pode gostar