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Unidade II
5 FITOTERÁPICOS APLICADOS AO SISTEMA CARDIOVASCULAR
5.1 Hipertensão
A hipertensão é a pressão arterial elevada, a doença cardiovascular mais comum, e causa hipertrofia
do ventrículo esquerdo e danos vasculares. Está ligada a fatores alimentares, comportamentais, sociais
e genéticos, que provocam danos estruturais e fisiológicos (metabólicos e cardiovasculares). É uma
doença de regulação multifatorial, envolve o débito cardíaco, resistência vascular e perfil metabólico,
e é a principal causa de mortes no planeta (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019; ZANINI,
et al., 2018).
A pressão arterial é uma medida da força exercida contra a parede das artérias à medida que o
coração bombeia sangue pelo corpo (débito cardíaco, ou DC), com aumento da resistência vascular
devido à vasoconstricção arteriolar e hipertrofia da parede vascular (resistência vascular periférica RVP)
que conduz a elevação da pressão arterial sistêmica (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019;
KATZUNG, 2003).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
SNC - nervos
simpáticos
4. Volume
Rins
1. Resistência
Arteríolas
Renina
Aldosterona Angiotensina
Pensando na estratégia para a redução da pressão arterial, a terapia não farmacológica é uma
primeira tentativa que pode continuar durante o tratamento farmacológico (LICHTENSTEIN et al., 2021).
• Moderação no consumo de álcool (etanol/dia ≤ 20-30 g nos homens [duas doses], ≤ 10-20 g nas
mulheres [um drinque]).
• Abandono do tabagismo.
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Unidade II
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Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas de visão, ataque cardíaco, danos aos vasos sanguíneos,
problemas renais, incluindo falência renal, são as principais complicações causadas pela hipertensão
arterial (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019).
• Hipertensão primária: ocasionada por estresse, consumo de NaCl, além de fatores genéticos. É
devido a distúrbio metabólico de catecolaminas, renina, angiotensina, aldosterona e do peptídeo
natriurético atrial.
• Hipertensão não estável: causada por estresse psíquico, doenças do SN ou algo relacionado ao
cotidiano pessoal.
A fitoterapia utiliza drogas vegetais e seus derivados como auxiliares no tratamento e controle da
pressão arterial. Esses fitoterápicos são diuréticos, auxiliares no controle do colesterol, circulatórios
e antioxidantes.
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FITOTERAPIA CLÍNICA
5.2 Diuréticos
Diuréticos são fármacos que aumentam o fluxo de urina, pois aumentam a excreção de Na+
e de Cl- (ou outro ânion), reduzindo o volume de líquido extracelular (VLEC) e de NaCl (BRUNTON;
HILAL‑DANDAN; KNOLLMAN, 2019).
Observação
As partes aéreas são ricas em: flavonoides, sais minerais, ácidos orgânicos, taninos, alcaloides, entre
outros (ALONSO, 1998).
Posologia:
• Infusão ou decocção: 1 a 4 g em 150 mL, 3 a 4 vezes ao dia (máximo de 12 g por dia) (BRASIL, 2021a).
• Extrato fluido (1:1, em etanol 25%): 1 a 4 mL diluídos em água, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).
• Droga vegetal encapsulada: 500 a 570 mg por cápsula, 1 cápsula, 3 vezes ao dia (ALONSO 2004).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Auxilia no aumento do fluxo urinário e atua como adjuvante no tratamento de queixas menores
do trato urinário, desde que situações graves tenham sido descartadas. Não indicada em gravidez
(principalmente por causa dos alcaloides) e na lactação, nem em situações de infecção urinária
(ALONSO, 2004).
Os frutos maduros e secos do zimbro possuem óleos voláteis, flavonoides, ácidos orgânicos
(ALONSO, 2004).
Posologia:
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Unidade II
Posologia:
• Infusão: 0,4 a 0,6 g em 150 mL de água, por 5 minutos, 3 a 6 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).
• Extrato seco (5:1): 300 mg por cápsula, 2 a 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).
Estiletes e estigmas da flor feminina são ricos em saponinas, fitosterois, taninos, resinas,
flavonoides, minerais (potássio, cálcio, magnésio, ferro, sódio) e óleo essencial (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Os fitoterápicos feitos a partir dos estigmas do milho aumentam o volume urinário, a excreção
de sais, sódio e potássio, promovem a diurese do tipo uricosúrica e fosfatúrica e apresenta leve ação
antiespasmódica. Indicados em casos de cistite, gota, edema, uretrite e litíase (ALONSO, 2004; BARNES;
ANDERSON; PHILLIPSON, 2007; BRASIL, 2021a).
É contraindicado em gravidez e lactação, pode provocar hipotensão arterial, interage com fármacos
anti-hipertensivos (BRASIL, 2021a).
5.3 Circulatórios
O sangue deve permanecer líquido no interior dos vasos e, quando necessário, coagular rapidamente.
Normalmente há um equilíbrio entre coagulação e fibrinólise, impedindo tanto coagulação como
fibrinólise. A alteração no equilíbrio da coagulação leva à trombose. Os trombos podem ser compostos
por agregados de plaquetas, fibrina e hemácias aderidos em artérias ou veias (BRUNTON; HILAL‑DANDAN;
KNOLLMAN, 2019).
A doença aterosclerótica cardíaca (DAC) é definida como obstrução do fluxo de sangue por placas de
gordura (aterosclerose) podendo levar ao infarto agudo do miocárdio, morte coronariana ou procedimento
de revascularização coronariana (BRUNTON; HILAL-DANDAN; KNOLLMAN, 2019; SBC, 2019).
O diabetes mellitus (DM) é considerado uma condição de risco alto ou muito alto para doença
cardíaca vascular aterosclerótica (DCVA) (KATZUNG, 2003).
Obesidade Índice de massa corporal > 25 kg/m2 e circunferência da cintura > 102 cm
(homens) ou > 88 cm (mulheres)
Diabetes DM tipo 2
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Unidade II
Posologia:
• Droga vegetal (córtex): 275 mg por cápsula, 3 a 6 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).
• Extrato seco da semente: 99 mg por cápsula, 2 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).
Tanto o córtex como a semente são indicados como auxiliar no alívio dos sintomas de desconforto
e peso nas pernas relacionados a distúrbios circulatórios leves (BRASIL, 2021a, 2021b; EMA, 2012).
Também em casos de fragilidade capilar, insuficiência venosa (aumenta tônus da parede dos capilares) e
como anti-inflamatória (ALONSO, 2018; BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003).É contraindicada em
grávidas, lactantes e em menores de 18 anos, não deve ser administrada juntamente com anticoagulantes
ou outros medicamentos com a mesma finalidade. Como se liga às proteínas plasmáticas, pode interferir
na absorção de outras drogas, também não deve ser administrada em pacientes com doenças renais ou
hepáticas (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003; BRASIL, 2021a, 2021b).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Posologia:
• Extrato padronizado: uso interno, 420 a 900 mg de taninos totais expressos em pirogalol
(BRASIL, 2014a).
• Uso tópico: 0,35 a 1 mg de taninos totais expressos em pirogalol por 100 mg ou 3,5 a 10 mg de
taninos totais expressos em pirogalol por Ml (BRASIL, 2014a).
As cascas e folhas do hamamélis possuem taninos, flavonoides, óleos voláteis, óleos fixos, entre
outros (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003).
Hamamélis tem sido utilizada em problemas circulatórios e em hemorroidas. Proporciona uma ação
flebotômica, isto é, aumenta a resistência dos vasos, também age como vasoprotetora e diminui a
permeabilidade capilar, indicada em casos de varizes e hemorroidas. Pode ser utilizada tanto oralmente
quanto topicamente (ALONSO, 2004; FINTELMANN; WEISS, 2014).
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Unidade II
O óleo de hamamélis contém safrol em quantidades pequenas, mas pode ocasionar dores estomacais.
Como tem muito tanino, deve-se ter cuidado, pois pode ocasionar constipação intestinal. Não deve ser
utilizado durante a gravidez e a lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2003; BRASIL, 2021a, 2021b).
Observação
Posologia:
• Infusão (droga): 0,6 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).
• Uso tópico: extrato glicólico a 2-5%, na forma de creme ou de gel (ALONSO, 2004).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
As partes aéreas (alguns autores recomendam planta inteira) contêm saponinas triterpênicas
(asiaticosídeo, madecásico), flavonoides, óleos voláteis, entre outros (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).
É indicada em casos de insuficiência venosa dos membros inferiores, possui ação venotônica,
cicatrizante (benéfica em casos de quem apresenta tendências a desenvolver queloide) e anti-inflamatória
(celulites) (ALONSO, 2004; BRASIL, 2014a).
Como alguns autores narram fotossensibilidade, há necessidade de cuidados à exposição à luz solar.
É contraindicada em casos de gravidez e lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).
Posologia:
• Extrato fluido (folhas ou frutos): 2 g por dia, divididos em 40 gotas, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).
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Unidade II
É indicado para casos de fragilidade capilar e insuficiência venosa periférica (BRASIL, 2014a). Foi
comprovada sua ação como sequestrador do ânion superóxido e como inibidor da peroxidação lipídica,
por isso é indicado como antioxidante, o que auxilia indiretamente na circulação. Pode ser utilizado via
oral, mas também topicamente (ALONSO, 2004; BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).
É contraindicado na gravidez e lactação. Não devem ser administrados junto com anticoagulantes
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007).
Posologia:
• Extrato seco: 100 a 200mg por cápsula, 1 a 2 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).
• Pó seco: 300 a 750 mg por cápsula, 3 a 4 vezes ao dia (BRASIL, 2021a, 2021b).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Os bulbilhos do alho têm muitas enzimas, óleos voláteis, compostos sulfurados (aliina – alicina),
proteínas, minerais, vitaminas, ácidos orgânicos e outros constituintes (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2007).
É contraindicado em pessoas alérgicas ao alho, pode provocar irritação gastrintestinal, e não deve ser
administrado concomitantemente a anticoagulantes e antirretrovirais. Pode potencializar o efeito dos
diuréticos. É considerado abortivo (doses maiores), por isso não se recomenda em gravidez e lactação
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2007; BRASIL, 2021a, 2021b).
Observação
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Unidade II
• Infusão (flores): 2 g em 150 mL de água, por 5 minutos, 30 minutos antes das refeições.
As cascas dos frutos maduros e as flores são os órgãos utilizados farmaceuticamente. Possuem
óleos voláteis, flavonoides (principalmente as cascas), ácidos orgânicos, substâncias amargas e pectinas
(casca), aminoácidos (flores) (ALONSO, 2004; PDR, 2000).
As flores, bem como as cascas dos frutos, são utilizadas com atividade sedativa leve. As cascas dos
frutos são inseticidas. Também possuem a capacidade de melhorar a circulação sanguínea cerebral e
cardiovascular e são utilizadas para estimular os receptores β3-adrenérgicos, em casos de obesidade,
como lipolíticos e termogênicos (ALONSO, 2004; OLIVEIRA et al., 2017; PDR, 2000).
Os óleos voláteis, em doses elevadas, podem provocar estado de embriaguez e narcose. Há muitas
pessoas hipersensíveis aos óleos, lembrando que estes são fotossensibilizantes, então, cuidado com a luz
solar. No caso das cascas de laranja, o alto teor de pectinas pode provocar a diminuição da absorção de
fármacos (ALONSO, 2004).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
As folhas do ginkgo são ricas em flavonoides, terpenos, ácidos orgânicos, esteroides, entre outros
(ALONSO, 2004; SIMÕES et al., 2017).
Em doença de Alzheimer, o ginkgo tem sido estudado para postergar a evolução da doença
(ALONSO, 2004).
O ginkgo, como age inibindo agregação plaquetária, não deve ser utilizado com anticoagulantes e
diuréticos tiazídicos, pois nesse caso pode haver aumento de pressão arterial. Não se recomenda o uso
durante a gravidez e lactação (ALONSO, 2004; BRUNETON, 2001).
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Unidade II
• Infusão: 3 g em 750 mL de água fervente, deixar repousar, filtrar, tomar 1 copo 2 a 3 vezes ao dia
(ALONSO, 2004).
• Extrato fluido (1:1, em etanol 25%): 3 a 5 mL, 3 vezes ao dia (ALONSO, 2004).
As partes utilizadas são as partes aéreas verdes e também o fruto da aveia e contêm ácido silícico,
alcaloides, saponinas esteroidais, flavonoides, mucilagens, proteínas, entre outros (ALONSO, 1998).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Doses excessivas podem provocar cefaleia. Pacientes celíacos devem observar a origem da aveia,
pois pode conter glúten oriundo da contaminação cruzada com o trigo que eventualmente é cultvado
e processado junto com a aveia (em tempo, a aveia produz avenalina), e, como possui capacidade
de adsorção, pode diminuir absorção de fármacos. Não há contraindicações descritas na literatura
(ALONSO, 2004).
Os fitoterápicos podem ser administrados por via oral ou inalatória, principalmente os óleos
voláteis, uma vez que as artérias e arteríolas pulmonares possuem proximidade aos alvéolos das vias
respiratórias inferiores, diminuindo assim os efeitos colaterais sistêmicos (BRUNTON; HILAL-DANDAN;
KNOLLMAN, 2019).
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Unidade II
Posologia:
• Infusão ou decocção: 2 a 3 g de folhas secas rasuradas em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a, 2021b).
Os órgãos utilizados são as folhas. Matos (2007) indica que se faça o chá por decocção com as
folhas frescas. As folhas frescas são inodoras, porém, ao aquecer ou secar, há a liberação das cumarinas,
que possuem odor característico acentuado adocicado. Além das cumarinas, o guaco possui saponinas,
taninos, óleos voláteis e flavonoides como componentes principais (ALONSO, 2004). As cumarinas são as
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FITOTERAPIA CLÍNICA
responsáveis pela atividade broncodilatadora enquanto as saponinas e os óleos voláteis são responsáveis
pela expectoração e efeito mucolítico.
Não se recomenda a utilização por tempo prolongado. Deve ser utilizado enquanto a tosse
permanecer, o que se dá, em média, por 14 dias. Não se recomenda o uso por crianças com menos de
3 anos, pois não conseguem expelir o catarro e podem engasgar (ALONSO, 2004; BRASIL, 2021a).
Observação
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Unidade II
A) B)
Posologia:
• Infusão (fruto triturado): 1 a 3,5 g em 150 mL de água, por 10 minutos, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a; FINTELMANN, WEISS, 2014).
Possui óleos essenciais, ricos em anetol e metil chavicol, amido, mucilagens, cumarinas, flavonoides
e óleos fixos. Sua atividade expectorante está relacionada a um efeito inibitório de receptores
muscarínicos. Também apresenta atividade antimicrobiana e atividade antiflatulenta (ALONSO, 2004;
DE; DE, 2021). Há a indicação de emprego como terapia auxiliar nos casos de tosse produtiva associada
a resfriados, no Formulário de fitoterápicos, sendo que é preciso respeitar o tempo máximo de emprego
de duas semanas (BRASIL, 2021a).
O óleo essencial puro (1 a 5 mL), quando ingerido, pode provocar náuseas, vômito ou edema
pulmonar. Pode haver interação medicamentosa com anticoagulantes e inibidores da MAO, pode haver
também efeito estrogênico (ALONSO, 2004).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Posologia:
Planta rica em óleos voláteis, principalmente mentol e mentona, contém também flavonoides,
taninos, princípios amargos. Utilizada como expectorante (extrato) e descongestionante nasal na forma
de inalação. Também é um excelente digestório (ALONSO, 2004; MATOS, 2007).
Algumas pessoas sensíveis ao mentol podem apresentar insônia e irritabilidade nervosa. Em doses
muito altas, pode provocar efeito narcótico e ser um irritativo dérmico. Algumas pastas de dente com
mentol podem exacerbar sintomas asmáticos (ALONSO, 2004).
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Unidade II
Posologia:
• Infusão (droga vegetal rasurada): ½ colher de chá em 150 mL de água, por 10 minutos (FINTELMANN;
WEISS, 2014).
As folhas de hera possuem saponinas triterpênicas, flavonoides, ácidos orgânicos, traços de alcaloides,
fitoesterois, iodo (ALONSO, 2004; FINTELMANN, WEISS, 2014).
A atividade espasmolítica é a principal, mas também diminui a viscosidade das secreções catarrais,
facilitando a expectoração (efeito indireto β2 adrenérgico). Produz ligeira atividade sedativa. A hera
diminui as crises de tosse, principalmente os espasmos da tosse, provoca também uma broncodilatação
e tem atividade antimicrobiana (NOWICKI; MURRAY, 2020).
É muito segura e efetiva em casos de bronquites, tanto agudas como crônicas. Deve-se tomar
cuidado em casos de hipertireoidismo (ALONSO, 2004; NOWICKI; MURRAY, 2020).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Posologia:
• Infusão (flores secas): 2 colheres de chá em 150 mL de água, por 15 minutos, 3 vezes ao dia
(BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON, 2012; FINTELMANN, WEISS, 2014).
• Infusão (para inalação): 0,4 a 0,6 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).
• Extrato líquido (1:1, em etanol 25%): 2 a 4 mL, 3 vezes ao dia (BARNES; ANDERSON;
PHILLIPSON, 2012).
Os frutos maduros podem provocar efeito laxativo suave, mas em grandes quantidades são eméticos.
Não utilizar as folhas, pois possuem glicosídeos cianogênicos, que podem ser tóxicos (BRASIL, 2021a;
FINTELMANN; WEISS, 2014).
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Unidade II
Posologia:
• Infusão: 1,5 a 3 g de folhas secas rasuradas em 150 mL de água quente, 10 a 15 minutos, 4 vezes
ao dia, via oral (BRASIL, 2021a, 2021b).
• Infusão (inalação): 3 g de folhas secas rasuradas em q.s. de água quente, 3 vezes ao dia (BRASIL,
2021a, 2021b).
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FITOTERAPIA CLÍNICA
É contraindicado para crianças que tenham convulsões. Em altas doses pode provocar vômito
e até convulsões. Em pessoas mais sensíveis que possuem problemas gastrintestinais, litíase biliar
e insuficiência hepática, pode provocar hipotensão. Dermatites podem ocorrer quando aplicado
externamente. Não deve ser utilizado durante a gravidez e lactação (BARNES; ANDERSON; PHILLIPSON,
2012; BRASIL, 2021a, 2021b).
Aconselha-se o uso do óleo de eucalipto diluído tanto por via interna como externa (BARNES;
ANDERSON; PHILLIPSON, 2012).
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Unidade II
Pelo
Poros sudoríparos
Papila dérmica
Camada germinativa
Camada espinhosa
Camada basal Derme
Músculo eretor do pelo
Glândula sebácea
Folículo capilar
Subcutâneo
(hipoderme)
Papila capilar
Fibras nervosas
Veia
Vasos sanquíneos
e linfáticos Artéria
Glândula sudorípara
Corpúsculos de Pacini
A pele é composta por epiderme, que é a camada mais externa. Avascular e fina, possui na parte
mais externa uma película invisível como um filme hidrolipídico, células de Langherans, melanócitos,
queratina e células de Malpighi (CUNHA et al., 2008).
A derme é uma estrutura que dá força e estrutura à pele, bem como sustentação da epiderme, e
encontra-se entre o tecido epitelial e o conjuntivo. Possui fibras elásticas e colágenas, vasos sanguíneos,
nervos, glândulas sudoríparas e sebáceaúsculo (CUNHA et al., 2008). Já a hipoderme possui a reserva
120
FITOTERAPIA CLÍNICA
nutritiva (colágeno e elastina) e energética (células adiposas) da pele, faz o controle da temperatura e
tem a função de proteção (CUNHA et al., 2008).
A pele pode sofrer danos como as feridas. Mas o que são feridas? São lesões teciduais, deformidades
ou soluções de descontinuidade que podem comprometer desde as camadas mais superficiais da pele
até estruturas profundas, como fáscias, músculos, aponeuroses, articulações, cartilagens, tendões, ossos,
órgãos cavitários e qualquer outra estrutura do corpo (SOBEST, [s.d.]).
Podem ser provenientes de fatores extrínsecos (umidade/fricção), como feridas traumáticas, que são
causadas por agentes físicos, químicos, térmicos ou biológicos, que por sua vez determinam agressão
ao tecido vivo. Podem, ainda, ser provenientes de fatores intrínsecos (imobilidade/desidratação ou má
nutrição), como no caso das feridas crônicas produzidas por neoplasia, problemas metabólicos e doenças
vasculares. Ocorrem devido a distúrbios físicos ou fisiológicos (SOBEST, [s.d.]).
Muitas feridas são ocasionadas por problemas circulatórios, que se iniciam como varizes e podem
levar a uma descontinuidade da pele (VIGLIOGLIA; RUBIN, 2005). Para o tratamento dessas lesões,
utilizam fitoterápicos que tenham atividade cicatrizante, antimicrobiana e anti-inflamatória.
Observação
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Unidade II
Posologia:
• Extrato glicólico 10% em creme: após limpeza, aplicar 3 vezes ao dia (BRASIL, 2011).
• Decocção (cascas): 2,9 a 3,1 g em 150 mL de água, ferver por 5 minutos tampado, 2 a 3 vezes ao
dia (BRASIL, 2021a).
As cascas de barbatimão são ricas em taninos, flavonoides, resinas (ALONSO, 2004). Possuem atividade
antimicrobiana (complexação com proteínas da parede microbiana), anti-inflamatória e cicatrizante
(ALONSO, 2004; SIMÕES et al., 2017).
Apresentou efeito embriotóxico, não sendo indicado em gravidez e lactação, por via oral pode
diminuir absorção de nutrientes e provocar constipação (ALONSO, 2018).
Lembrete
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FITOTERAPIA CLÍNICA
Posologia:
• Tintura (1:5) teor alcoólico menor que 10%: compressas intravaginais a cada 24 horas (MATOS, 2007).
As cascas da aroeira são ricas em taninos, flavonoides, resinas, ácidos orgânicos (MATOS, 2007).
Não há dados na literatura de contraindicações de uso tópico, a não ser em pessoas com
hipersensibilidade.
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Unidade II
Posologia:
• Tintura: 1 colher de sopa em 150 mL de água, indicado para acima de 12 anos; fazer bochechos e
gargarejos, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2021a).
São utilizadas as cascas do tronco e dos frutos secos, possui ácidos orgânicos, taninos, flavonoides e
nas cascas do tronco também alcaloides (ALONSO, 2004; MATOS, 2007).
124
FITOTERAPIA CLÍNICA
Posologia:
• Dose diária: 1,6 a 5 mg de flavonoides totais expressos em hiperosídeos por 100 g ou 0,8 a 1 mg
de flavonoides totais expressos em hiperosídeos por mL (BRASIL, 2014a).
As flores da calêndula são ricas em flavonoides, óleos voláteis, saponinas, polissacarídeos, ácidos
orgânicos, entre outros (ALONSO, 2018).
125
Unidade II
As infecções urinárias crônicas apresentam sintomas leves. Por vezes, são assintomáticas, porém
muitas vezes são relatadas as cistites agudas, nas quais o paciente apresenta dores e grande incômodo
ao urinar (FINTELMANN, WEISS, 2014).
Há algumas plantas que são utilizadas como antimicrobianas, como a uva-ursi (Arctostaphylos uvae
ursi, 400 a 840 mg de arbutina por dia), porém, na legislação brasileira (BRASIL, 2014a), podem ser
indicadas somente sob prescrição médica. Por esse motivo não serão abordadas aqui. Outra planta
também dispensada somente sob prescrição médica é o Saw Palmeto (272 a 304 mg de ácidos graxos
por dia), utilizado em casos de hiperplasia benigna da próstata.
Posologia:
126
FITOTERAPIA CLÍNICA
Não se indica o cranberry a diabéticos, pois os frutos possuem alto teor de açúcares, nem durante a
gravidez (BRASIL, 2021a).
Há controvérsias quando se trata de pacientes com litíase urinária. Enquanto alguns autores
recomendam a utilização de cranberry nesses casos, uma vez que o pH ácido auxiliaria a “quebra” do
cálculo, outros pedem precaução em sua utilização (ALONSO, 2004; BRASIL, 2021a).
Posologia:
• Infusão (planta inteira): 1,5 a 3 g em 150 mL de água, 3 vezes ao dia (GILBERT; FERREIRA;
ALVES, 2005).
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Unidade II
Planta rica em lignanas, flavonoides, alcaloides, terpenos, ácidos orgânicos, taninos (ALONSO, 2004).
O quebra-pedra é utilizado como um diurético, pois aumenta o fluxo urinário (BRASIL, 2021a). Tem
atividade miorrelaxante e antiespasmódica, o que auxiliaria na eliminação de cálculos (ALONSO, 2004).
Não se recomenda a utilização por tempo muito longo, pois a presença de alcaloides pode provocar
toxicidade. Também não é recomendado durante a gravidez e lactação (ALONSO, 2004).
Posologia:
As isoflavonas da soja são utilizadas nos sintomas do climatério, como os fogachos (calores). Quando
encontradas na forma de glicosídeos, ou seja, acopladas a açúcares, não se encaixam nos receptores
hormonais β. Já a porção aglicona ou genina, que é a molécula de isoflavona livre da porção açúcar,
por resultado da hidrólise causada pela flora intestinal, tem a capacidade de se fixar aos receptores
estrogênicos (β) devido à presença dos três anéis hexagonais e um anel pentagonal que se assemelham
aos esteroides, mimetizando um estrogênio (LIMA, 2009; KALLUF, 2019).
128
FITOTERAPIA CLÍNICA
17-β-estradiol Genisteína
É recomendado que as pacientes que fazem uso da isoflavona consumam probióticos para
garantirem a lise dos açúcares da molécula de isoflavona (LIMA, 2009).
Não se recomenda a utilização da soja em pessoas que tenham reumatismo ou gota, pelo alto teor
de purinas, e durante a gravidez. Em altas doses, devido aos compostos glicosinolatos, pode provocar
alterações tiroideanas (ALONSO, 2004).
Lembrete
129
Unidade II
Resumo
130
Exercícios
II – A ação dos glicosídeos cardiotônicos sobre o coração inclui aumento da força de contração e a
diminuição da frequência de batimentos cardíacos.
IV – O mecanismo de ação dos glicosídeos cardíacos inclui a inibição sódio/potássio ATPase presente
nos cardiomiócitos.
A) I e II, apenas.
B) II e III, apenas.
D) I e III, apenas.
E) II e IV, apenas.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: índice terapêutico é um parâmetro que indica a relação entre as doses do princípio
ativo necessárias para desencadear o efeito terapêutico e as doses que causam efeitos tóxicos. O índice
terapêutico dos glicosídeos cardiotônicos é baixo, o que significa que a faixa terapêutica é próxima da
faixa tóxica e, portanto, o risco de intoxicação é alto.
131
II e IV – Afirmativas corretas.
Justificativa: com a inibição do sódio/potássio ATPase presente nos cardiomiócitos (as células
musculares cardíacas), ocorre aumento da concentração intracelular de sódio. Esse aumento é
responsável por interromper a atividade do trocador sódio/cálcio, que transporta cálcio para o meio
extracelular, o que resulta em acúmulo de cálcio dentro dos cardiomiócitos. O cálcio é essencial para
que haja contração cardíaca e, portanto, o aumento da sua concentração dentro dessas células causa o
aumento na força de contração do órgão (efeito inotrópico positivo).
Questão 2. O guaco (Mikania glomerata), também conhecido por guaco-liso, cipó-caatinga, erva
de cobra ou erva de bruxa, é uma planta medicinal com propriedades analgésicas, anti-inflamatórias
e antioxidantes. Além disso, a planta apresenta efeito broncodilatador e expectorante, sendo comum
o uso de suas folhas no preparo de chás e xaropes caseiros para o tratamento de quadros de asma e
de bronquite.
A) Flavonoides e terpenos.
C) Cumarina e saponinas.
D) Pectina e glicosídeos.
E) Antraquinonas e alcaloides.
132
Análise da questão
A cumarina presente nas folhas do guaco causa broncodilatação, pois promove relaxamento da
musculatura lisa dos brônquios. Além disso, tem propriedade ansiolítica e sedativa, o que é útil na
reversão das crises asmáticas.
As saponinas apresentam estrutura química semelhante aos sabões e, portanto, alteram a tensão
superficial do muco, que fica mais fino e, portanto, mais fácil de ser expectorado. Além disso, ao irritar
as vias aéreas superiores, provocam tosse.
133
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000