Você está na página 1de 5

O papel dos diuréticos no controle da hipertensão arterial sistêmica

A hipertensão arterial sistêmica, (HAS) é uma condição clínica multifatorial, que tem
associação com a alterações funcionais em órgãos como coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos, levando a alterações metabólicas nessas estruturas. É caracterizada por valores de
PA maiores ou iguais 140/90 mmHg, sendo de maior prevalência em pessoas do sexo
masculino. (Sociedade brasileira de hipertensão)

Para o diagnóstico da hipertensão, a PA deve ser avaliada em consultório no mínimo duas


vezes e confirmada por medidas realizadas na residência do paciente, estas podem ser
realizadas por monitoração 24 horas (MAPA) ou medidas em horários alternados (MRPA). A
HAS não controlada é definida quando mesmo fazendo uso correto do tratamento anti-
hiertensivo o paciente permanece com a PA elevada (7° diretriz da sociedade brasileira de
cardiologia)

Embora a hipertensão em sí normalmente não apresente sintomas (COFMAN; CROWLEY


2014) ela representa um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença
coronária, acelera o processo de aterosclerose e pode ser um fator determinante para o
surgimento prematuro de morbidade e mortalidade cardiovascular associado a doença
coronária, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular encefálico e doença renal
terminal (SANJULIANI, 2002).

Hipertensão representa um enorme desafio global de saúde pública (Schutte 2017 ). A


pesquisa mostrou que o número de pessoas que vivem com hipertensão aumentou de 600
milhões em 1980 a 1 bilhão de pessoas em 2000 (Kearney et al. 2005 ; Chockalingam,
Campbell, e Fodor 2006 ). ‘Este número está a aumentar para 1560000000 em 2025 (Kearney
et al. 2005 ; Chockalingam, Campbell, e Fodor 2006 ).

Sendo desta forma um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo, em 2010
foi responsóvel por cerca de 9,4 milhões de mortes e por 7,0% das incapacitações. No Brasil,
HA atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo
para 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% daquelas por doença coronariana.é
ainda responsável por uma grande taxa de hospitalizações, em 2005 ocorreram 1.180.184
internações por doenças cardiovasculares, com custo global de R$ 1.323.775.008,283. suas
complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do
trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. (STRONG et
al 2015).

[Digite aqui]
A hipertensão pode ocorrer por causas distintas, podendo ser oriunda de interções de fatores
genéticos e ambientais, neste caso é conhecida por hipertensão essencial ou primária pode
ainda aparecer em decorrência de doenças em vasos sanguíneos, rins e glandulas endócrinas,
vinculada ao uso de determinados medicamentos ou substâncias, sendo desta forma conhecida
como hipertenão secundária o conhecimento das causas de seu surgimento pode ter papel
importante no tratamento (Sociedade brasileira de endocrinologia e matabologia)

A HAS acomete principalmente pessoas acima de 50 anos, outros fatores de risco para
seu surgimento são stress((Lima Júnior; Lima Neto (2010), sedentarismos, excesso de
peso, ingestão aumentada de álcool, fatores socioeconômicos e genéticos. Assim a
adoção de hábitos saudáveis é a maior forma de prevenção desta doença. (LONGO,
MARTELI, ZIMMERMAN 2011) (RADOVANOVIC et al 2014). O tratamento
farmacológico consiste no controle dos níveis de pressão, prevenção e reversão das
lesões em órgãos-alvo e fatores de risco. Porém, a falta de adesão ao tratamento torna-se
um dos grandes problemas no controle da HAS (LIMA et al, 2006).

A PA pode ser determinada pelo produto entre o débito cardíaco (DC) e da resistência
vascular periférica RVP. O debito cardíaco pode ser influenciado por condições relacionadas
ao sistema cardiovascular, como o volume de sangue circulante, a frequência cardíaca e a
contratilidade e relaxamento do miocárdio. Já a RVP está relacionada aos mecanismos
vasoconstritores, vasodilatadores, sistema nervoso simpático e sistema renina-angiotensina
(SANJULIANI, 2002)

A principal característica dos pacientes com HA essencial é a combinação do aumento do DC


e da RVP. As alterações deste perfil hemodinâmicos podem ser distintas dependendo da
idade. Enquanto que em jovens o mais comum é o aumento do DC , um maior número de
pacientes idosos apresenta DC reduzido, correspondendo a maior parte da população
hipertensa. (SANJULIANI, 2002).

Assim pode-se dizer que para a manutenção dos níveis pressóricos elevados devem ocorrer
variações ou do débito cardíaco ou da resistência periférica ou de ambos. Os diferentes fatores
já citados estão envolvidos na variação momento a momento da pressão arterial, regulando o
calibre e a reatividade vascular, a distribuição de fluido dentro e fora dos vasos e o débito
cardíaco (IRIGOYEN; CONSOLIM-COLOMBO; KRIEGER, 2001) . Tudo isso envolve uma
série de sistemas, como cardiovascular, renal, neural e endócrino, o seu controle pelo

[Digite aqui]
organismo é extremamente complexo. (SANJULIANI, 2002). Assim para entender o
surgimento da hipertensão é preciso levar em consideração diversos fatores que influenciam
na PA.

O sistema nervoso autônomo tem grande contribuição para a homeostasia do organismo e atua
no sistema cardiovascular através da liberação da noradrenalina e da acetilcolina, estes
neurotransmissores podem modular a frequência cardíaca e, consequentemente, o débito
cardíaco, são responsáveis ainda por modificação na contratilidade do coração devido a
liberação da noradrenalina nos vasos circulantes, modificando assim a resistência vascular
periférica (ANGELIS; SANTOS; IRIGOYEN, 2004).

Outro fator comumente associado ao surgimento da hipertensão é a aterosclerose, esta se


caracteriza por uma disfunção na camada interna dos vasos sanguíneos, o endotélio, a
integridade do endotélio é essencial à regulação do tono vascular e estrutura dos vasos e por
consequência a regulação do fluxo sanguíneo. As alterações na integridade do endotélio são
marcadas pelo desequilíbrio entre a produção/liberação de fatores
vasodilatadores/antiproliferativos e fatores vasoconstritores/proliferativos. Na disfunção
endotelial, ocorre predomínio dos fatores contráteis, induzindo aumento da resistência
vascular periférica e hipertrofia/hiperplasia da parede vascular. (BATLOUNI, 2001).

Os rins são os órgãos responsáveis pelo mecanismo enzimático/hormonal do sistema renina


angiotensina aldosterona SRAA quando a pressão cai até valores abaixo do normal, os rins
secretam a substância renina para o sangue esta atua como enzima, convertendo o
angiotensinogenio em angiotensina I, que por sua vez é rapidamente convertida em um
segundo hormônio, a angiotensina II, por meio da enzima conversora da angiotensina I
(ECA). ( BONFIM, RIOS).  A angiotensina II (Ang II), exerce diversos efeitos em vários
órgãos-alvo, incluindo vasos sangüíneos, rins e coração, tendo desta forma efeito regulador
sobre a pressão arterial. (DANILCZYK E PENNINGER, 2006). Este hormônio também
estimula as glândulas supra-renais a secretarem aldosterona, que exerce um efeito direto sobre
o rim, reduzindo a excreção tanto de água como de Na+ na urina. ( BONFIM, RIOS).

O rim tem ainda função primordial no controle do volume de líquido extracelular. Esta
relação entre diurese e controle da pressão arterial foi uma das primeiras a ser elucidada,
sendo de grande importância no entendimento da regulação e no tratamento da hipertensão.
em um resumo simples o rim consegue perceber quedas de pressão, que são compensadas pela

[Digite aqui]
diminuição da natriurese, esta por sua vez leva a um aumento do volume extracelular
aumentando o debito cardíaco oque acarreta no aumento da pressão (GUYTON 1972).

Este mecanismos de controle atua a fim de manter a homeostase de sódio nos fluidos
corporais, balanceando a entrada de sódio com a eliminação, entretanto quando o indivíduo
consome mais sódio do que sua capacidade excretora ocorre um desbalanceamento, da
ingestão/excreção que acarreta a retenção de sódio e por conseguinte de água, elevando assim
a volemia e por conseguinte a pressão arterial. (COFMAN; CROWLEY 2014)

Como a regulação da PA possui mecanismos complexos com integração de vários sistemas,


seu tratamento é igualmente complexo, a doença não possui cura, portanto indivíduos
hipertensos devem receber tratamento para o resto a vida, além disso diversos estudos clínicos
sugerem que o tratamento farmacológico deve ter o auxílio de mudanças de hábitos, como
realização de atividades físicas, redução de peso e restrição de sal na dieta. (LONGO,
MARTELI, ZIMMERMAN 2011)

Estudos relizados com diversas classes de anti-hipertensivos tanto combinados quanto na


monoterapia demonstraram a redução do risco cardiovascular (PROGRESS) (N ENGL J
MED 2000) . Além da evidência de benefício clínico, a escolha do anti-hipertensivo deve
considerar fatores como comorbidades do paciente, o perfil de efeitos adversos, a interação
medicamentosa, a posologia e até mesmo o preço do fármaco no mercado. (LONGO,
MARTELLI, ZIMMERMAM).

Os fármacos utilizados no controle da pressão arterial tem mecanismos de ação focados nos
sistemas de controle pressóricos já citados, assim, existem os agentes simpatolíticos que
atuam sobre o sistema nervoso simpático. Os bloqueadores dos canais de cálcio que ligan-se
alostericamente aos canais de cálcio no músculo cardíaco diminuindo sua contratividade. As
drogas que intervem no sistema renina angiotensina, sendo entre estes os mais conhecidos os
inibidores da ECA, mas existem nesta classe ainda os antagonistas dos receptores AT1 da
Ang II e os inibidores diretos da renina. Outra classe é formada pelos vasodilatadores que
atuam através da ligação a canais de K+ e Ca2+ no musculo liso (GOODMAN E GILMAM
12 EDIÇÃO)

Os diuréticos são considerados como a classe de fármacos anti hipertensivos mais utilizada,
em virtude da sua eficácia terapêutica e baixo custo. (PIMENTA 2008) São substâncias com
ação sobre os rins, atuando de forma a aumentar o volume urinário, consequentemente a
excreção urinária de solutos, em especial o sódio e cloreto. Seu efeito primário consiste em

[Digite aqui]
diminuir a reabsorção de sódio pelos túbulos, causando natriurese (maior débito de sódio), o
que por sua vez, causa diurese (maior débito de água), sendo o aumento da perda de água
secundário à excreção aumentada de sódio, já que o sódio remanescente nos túbulos age de
forma osmótica, diminuindo a reabsorção de água. (GOODMAN E GILMAM 12 EDIÇÃO).

O presente trabalho tem por objetivo avaliar os efeitos dos diuréticos sobre a hipertensão
arterial sistêmica, levando em consideração as especificidades de cada um dos grupos de
medicamentos seu uso em associação e monoterapias

Natalha, acredito que está no caminho certo, porém, prefiro nos reunirmos para discutir
estrutura do trabalho. Inclusive te repassar um modelo para que seja utilizado já com a
formatação. Adianto que deverá ter cuidado na repetição de citação, isso não é bom. Assim,
evite essa prática. Procure artigos recentes sobre o assunto.

Por outro lado, você pode trabalhar no texto principal do trabalho independentemente da
introdução.

Vamos marcar um horário para conversarmos.

[Digite aqui]

Você também pode gostar