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1.

INTRODUÇÃO

Este tema é de grande relevância e aponta os riscos associados a Hipertensão


Arterial Sistêmica na pessoa idosa. Vale ressaltar alguns pontos de suma importância no
sendo eles: o conceito do tema o seu quadro Clinico como é feito o seu diagnóstico
tratamento, e a organização da agenda dos pacientes como fatores de risco para o
aumento do atendimento, promoção e prevenção da saúde.

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica não transmissível


mais predominante entre os idosos e constitui o principal fator de risco modificável para
as doenças cardiovasculares.

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1.1 A HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição multifatorial e um


problema de saúde pública. Sua prevalência é alta, em torno de 30% das populações
urbanas de grandes centros no país, e aumenta com a idade (50% dos indivíduos entre
60 e 69 anos e aproximadamente 75% dos indivíduos com mais de 70 anos). Nos
Estados Unidos, a prevalência em adultos com mais de 60 anos é de 67%.
         É um importante fator de risco cardiovascular, particularmente das doenças
cerebrovasculares. Este risco é linear, contínuo e independente de outras variáveis e
torna-se ainda mais importante considerando-se que apenas 34% dos pacientes com
diagnóstico de HAS recebem tratamento adequado. Suas principais complicações
incluem:
      Doença cerebrovascular (DCV);
      Doença arterial coronariana (DAC);
      Insuficiência cardíaca (IC);
      Insuficiência renal crônica (IRC);
      Retinopatia;
      Insuficiência vascular periférica.
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) relaciona-se as doenças crônicas não-
transmissíveis (DCN) , afecção clinica multifatorial, caracteriza-se pela elevação dos
índices da pressão arterial (P.A) sendo um dos fatores modificáveis dentro do grupo das
DCN’s (NOBRE et al, 2010). Considerada como um dos fatores de risco de morte no
Brasil e, principal problema de saúde pública, a afecção tem alta prevalência em relação
direta com o continuo aumento da PA, elevando também, o risco cardiovascular
individual e posterior aumento da mortalidade por Doenças Crônicas Nãotransmissíveis
(DCN). A combinação PAS elevada/PAD diminuída e, consequentemente, o aumento
da pressão de pulso (PP) representam a expressão do enrijecimento arterial que ocorre
durante o processo de envelhecimento. No passado esses aspectos eram considerados
irrelevantes, e por isso não se indicava intervenção terapêutica.

Curiosamente, devido à rigidez dos vasos periféricos, pode-se obter uma medida
falsamente elevada de PA nos idosos, pela dificuldade de ocluir a artéria braquial. A
manobra de Osler ajuda na triagem desses casos. Caso a artéria braquial ou a radial
permaneçam palpáveis, o sinal é positivo, e existe a possibilidade de pseudo-
hipertensão.
A presença de um hiato auscutatório entre o primeiro e o terceiro ruído de Korotkoff,
associado à rigidez arterial, também pode ser um problema na aferição da PA em
idosos. Podem-se subestimar os valores, auscultando-se o terceiro ruído como se fosse o

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primeiro e obtendo um resultado errôneo. Cabe salientar que as medidas automáticas
com aparelhos eletrônicos não são afetadas pelo hiato auscutatório.
1.2 QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Classificação  PAS (mm Hg)  PAD (mm Hg) 

Normal  ≤ 120  ≤ 80 

Pré-hipertensão  121-139  81-89 

Hipertensão estágio 1  140 – 159  90 – 99 

Hipertensão estágio 2  160 – 179  100 – 109 

Hipertensão estágio 3  ≥ 180  ≥ 110 

Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para a
classificação da PA. 

Considera-se hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mm Hg, devendo ser
classificada em estágios 1, 2 e 3. 
Fonte: Adaptado da VII Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial

O VIII Joint norte-americano atualizou as recomendações para o tratamento da


HAS, destacando que, na população com idade ≥ 60 anos, o tratamento farmacológico
para reduzir a PA deve ser iniciado quando PAS ≥ 150 mmHg ou PAD ≥ 90 mmHg,
visando a atingir valores < 150 x 90 mmHg. Se nessa população a PAS < 140 mmHg
for bem tolerada, não haverá necessidade de ajuste terapêutico.
As diretrizes canadense e europeia sugerem que, nos indivíduos muito idosos
(>80 anos), o tratamento farmacológico deve ser iniciado a partir de PAS > 160 mmHg. 
A VII Diretriz Brasileira considera o tratamento anti-hipertensivo em idosos com < 80
anos, quando PAS ≥ 140 mmHg, para uma meta de PAS < 140 mmHg se o idoso

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apresentar boa condição clínica e tolerância ao tratamento (GR IIb; NE: C). Com
relação aos muito idosos (>80 anos), o tratamento farmacológico deve ser iniciado
quando PAS ≥ 160 mmHg para uma meta de PAS < 150 mmHg, única condição em que
os estudos mostram evidências de benefícios (GR I; NE:A).
Não há estudos que avaliem o impacto da terapia anti-hipertensiva em octogenários com
PAS basal entre 140 e 159 mmHg, deixando um hiato de evidência. O estudo HYVET
recomendou meta pressórica 150 x 90mmHg, com redução no risco de AVC e IC.
 Estudo mais recente (SPRINT) de 2015, controlado e randomizado, incluiu 9.361
pacientes a partir de 55 anos, com PAS entre 130-180 mmHg e considerados de alto
risco CV, com exclusão dos diabéticos.
O objetivo foi avaliar se o tratamento mais intensivo (meta de PAS <
120mmHg versus a meta padrão PAS < 140mmHg) reduziria eventos clínicos – uma
vez alcançado o resultado, o estudo foi interrompido precocemente. Houve redução do
risco relativo em 25% dos desfechos primários (IAM ou outras síndromes coronarianas
agudas, AVE, IC e morte por causas CV).
Entretanto, os efeitos colaterais apresentados são considerados extremamente
prejudiciais na população idosa, tais como síncope, distúrbios hidroeletrolíticos,
necessidade de diálise, entre outros. Somam-se à lista questões como a polifarmácia e a
chamada prescrição em cascata que o acréscimo de um novo fármaco pode acarretar. 
Na verdade, o tratamento da HAS em idosos envolve bom senso clínico e avaliação do
custo-benefício de cada terapêutica.
Essa decisão deve ser sempre precedida de informação precisa sobre a
capacidade funcional e o estado cognitivo do paciente. Deve-se também atentar para
todos os outros fármacos já utilizados, a fim de evitar interações medicamentosas,
estratificando, sempre que possível, o estado de fragilidade de cada paciente.
A Diretriz Americana para o Tratamento da Hipertensão em Idosos propõe o
fluxograma apresentado no Quadro 2.

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1.3 AS PRINCIPAIS CAUSAS DA HIPERTENSÃO EM IDOSOS

Com o avanço da idade é comum que a pressão arterial aumente e, por esse
motivo, sua maior prevalência ocorre na terceira idade. atingindo 2/3 dos indivíduos
com 65 anos ou mais. Em qualquer momento da vida, assim que identificada, a
hipertensão arterial deve ser tratada e controlada, pois ela representa um grande fator de
risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como o acidente vascular
cerebral (AVC) e infarto.

Em geral, essa alteração ocorre de forma lenta e gradual e não provoca sintomas,
exceto quando há uma elevação súbita. O seu diagnóstico é realizado por meio da
medida da pressão arterial (PA), sendo considerado hipertenso aquele indivíduo com
valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg ou 135/85 mmHg na medida residencial da
PA.

Neste artigo, vamos comentar sobre a hipertensão em idosos e as formas de


melhorar a saúde na terceira idade e afastar os riscos de doenças ligadas à elevação da
pressão Continue lendo para saber mais!arterial.

Com o processo de envelhecimento natural, algumas substâncias, como resíduos


de cálcio, vão se depositando nos vasos sanguíneos, deixando-os mais estreitos e
endurecidos. Isso leva à uma diminuição da elasticidade arterial e consequente aumento
da PA no seu interior.

Outro fator relacionado com o aumento da pressão arterial são alterações que
ocorrem nos rins. Quando, por qualquer motivo, há uma redução de quantidade de
sangue recebida (por placas obstrutivas) ou um aumento na pressão nas artérias renais,
eles passam a liberar substâncias que provocam a retenção de água e sal no organismo,
contribuindo para o aumento nos níveis pressóricos. Com isso, inicia-se um ciclo que
retroalimenta o dano nos rins, coração e o cérebro. As condições pré-diabéticas, a
obesidade e o estresse também podem provocar a hipertensão arterial (HA). No paciente
diabético pode ocorrer uma descarga maior de insulina, liberando algumas substâncias
que agem no cérebro e elevam a absorção do sal pelos rins, aumentando a pressão
arterial.

Além disso, lesões na camada interna que reveste os vasos (endotélio), que são
provocadas por alcoolismo, diabetes e menopausa, também são prevalentes na terceira
idade, predispondo à hipertensão.

Quais as principais causas da hipertensão arterial em idosos


 Enrijecimento dos vasos sanguíneos.
 Alterações dos hormônios (na menopausa)
 Consumo de bebidas alcoólicas.
 Diabetes, colesterol e triglicérides elevados.

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 Excesso de peso ou obesidade.
 Histórico de hipertensão na família.
 Idade superior a 65 anos.
 Ser fumante.
1.4 SINAIS E SINTOMAS

Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão sobe


muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido,
fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
O sintoma que seria o mais frequente e específico observado num indivíduo
hipertenso é a cefaleia. A cefaleia suboccipital, pulsátil, que ocorre nas primeiras horas
da manhã e vai desaparecendo com o passar do dia, é dita como característica, porém
qualquer tipo de cefaleia pode ocorrer no indivíduo hipertenso.
A hipertensão arterial de evolução acelerada (hipertensão maligna) está
associada com sonolência, confusão mental, distúrbio visual, náusea e vômito
(vasoconstrição arteriolar e edema cerebral), caracterizando a encefalopatia
hipertensiva. Outros sintomas, tais como epistaxe e escotomas cintilantes, zumbidos e
fadiga, também são inespecíficos, não sendo mais considerados patognomônicos para o
diagnóstico de hipertensão arterial (4). Sintomas relacionados à hipertensão arterial
secundária Feocromocitoma (5, 6, 7) A hipertensão arterial em pacientes com
feocromocitoma caracteriza-se por tumor principalmente localizado na medula da
suprarrenal ou em locais onde há células cromafins (tecidos extra-adrenais
paragangliônicos). Diagnóstico: Medir a pressão regularmente é a única maneira de
diagnosticar a hipertensão.
1.5 TRATAMENTO
Os medicamentos comumente utilizados no início do tratamento da hipertensão, podem
ser diuréticos, betabloqueadores, antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima
de conversora de angiotensina (IECa) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina
(BRA).
O tratamento combina mudanças no estilo de vida (incluindo a redução da
ingestão de sódio, controle do peso, realização de atividade física, moderação no
consumo de álcool e abolição do tabagismo), descontinuação de substâncias que
desencadeiam hipertensão e adição sequencial de anti-hipertensivos.
1.6 PREVENÇÃO DA HIPERTENSÃO
Atividades aeróbicas, como caminhar ou pedalar, são as mais indicadas, mas a
musculação também é ótima para prevenir a hipertensão. Para manter a regularidade, a
dica é escolher uma modalidade que você goste. Não fume - esse hábito aumenta a
pressão arterial e o risco de ataque cardíaco e derrame.

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CONCLUSÃO

Concluimos que a Hipertensão Arterial Sistêmica -HAS constitui o principal


fator de risco para as doenças crónicas não transmissiveis entre as mesmas temos as
cardiovasculares. O Plano de Reorganização da Atenção à HAS é a maior proposta já
realizada no Brasil e terá um importante impacto na redução da morbimortalidade junto
a população entre estão os idosos. Os perfis epidemiológicos da hipertensão arterial
sistémica impõem-se como grave problema de saúde pública em nosso país, com
estimativas que indicam a existência de mais de 25 milhões de brasileiros portadores
dessa patología.

Hipertensão do Idosos com tendem a desenvolver mais doenças crônicas do que


idosos sem hipertensão.

Consequentemente aumentam o número de medicamentosconsumidos e


progressivamente evoluem para condições mais frágeis da sua saúde.

O impacto funcional da HAS parece ter repercussão no risco de queda destes e


idosos, sendo necessária uma investigação aprofundada para compreender os
mecanismos envolvidos nesta relação.

Doenças de base neurológica, cardiovascular e endócrina estão associadas à


HAS e necessitam de uma investigação detalhada dos profissionais de saúde quanto à
presença destas morbidades quando o idoso comparece a um serviço de saúde
especializado para este público. Este estudo apresenta base para a formulação de novos
estudos que analisem os mecanismos fisiológicos que comprovem ou não a associação
entre multimorbidades e HAS.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5268/
hipertensao_arterial_sistemica_foco_no_paciente_idoso
https://www.sbgg-sp.com.br/hipertensao-arterial-em-idosos/
https://conteudo.omronbrasil.com/hipertensao-em-idosos/

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