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Hipertensão Arterial Sistêmica – LAMEDI

CONCEITUAÇÃO, EPIDEMIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA


CONCEITUAÇÃO GERAL DA HAS

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por
um aumento sustentado dos níveis pressóricos com uma pressão arterial (PA) sistólica ≥ 140
mmHg e/ou uma PA diastólica ≥ 90 mmHg.

Na maioria das vezes, a HAS não tem uma etiologia definida, sendo causada por uma
combinação de fatores genéticos e ambientais, o que chamamos de HAS essencial ou primária.

Em cerca de 3% a 5% dos casos, no entanto, a HAS está associada a uma condição específica
bem definida, cujo tratamento é capaz de curar ou controlar os níveis pressóricos, sendo,
então, chamada de HAS secundária.

A HAS frequentemente se associa a distúrbios metabólicos e a alterações funcionais e/ou


estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco
cardiovascular, como dislipidemia, obesidade e diabetes mellitus.

É considerada um fator de risco importante para a ocorrência de eventos como morte súbita,
acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio (IAM), insuficiência cardíaca (IC),
doença arterial oclusiva periférica (DAOP) e doença renal crônica (DRC).

EPIDEMIOLOGIA

A principal causa de morte no Brasil é a doença cardiovascular, responsável por cerca de 30%
dos óbitos em nosso país. A hipertensão arterial atinge, aproximadamente, 32,5% da
população adulta brasileira, sendo que sua incidência é ainda maior entre os idosos,
podendo atingir mais de 60% dessa faixa etária.

PRÉ-HIPERTENSÃO

Trata-se de uma condição clínica anteriormente caracterizada por uma PA sistólica entre 121 e
139 mmHg e/ou PA diastólica entre 81-89 mmHg e que, na mais recente Diretriz Brasileira de
Hipertensão, foi alterada para PA sistólica 130 e 139 mmHg e/ou uma PA diastólica entre 85 e
89 mmHg.

A pré-hipertensão associa-se a um maior risco de desenvolvimento de HAS e anormalidades


cardíacas. Estima-se que cerca de 1/3 dos eventos cardiovasculares associados à elevação da
pressão arterial ocorram em pacientes pré-hipertensos.

A implicação clínica desses dados epidemiológicos é de que a PA desses indivíduos deve ser
monitorada de forma mais próxima (1 ano ou menos) e o tratamento farmacológico e não
farmacológico deve ser instituído mais precocemente naqueles com alto risco cardiovascular,
pois grande parte desses pacientes irá acabar evoluindo com HAS e suas complicações.
FISIOPATOLOGIA

A HAS primária é uma doença multifatorial, que não tem uma etiologia bem definida, logo,
deriva de combinações de fatores genéticos e ambientais.

A pressão arterial (PA) corresponde ao produto da interação entre o débito cardíaco (DC) e a
resistência vascular periférica (RVP). O débito cardíaco é a quantidade de sangue que é ejetada
pelo coração por minuto, ou seja, é um valor que depende do volume sistólico (quantidade de
sangue ejetado em um batimento) e da frequência cardíaca. Seguindo esse raciocínio, você
pode entender que a pressão arterial pode subir em situações de aumento do débito cardíaco
e-ou da resistência vascular periferica.

• PA: DC X RVP
• DC: VOLUME SISTOLICO X FREQUÊNCIA CARDÍACA

COMPLEXA REDE DE MECANISMOS FISIOPATOLOGICOS ENVOLVIDOS NA GÊNESE DA HAS


PRIMÁRIA OU ESSENCIAL


Além disso, existe em nosso organismo um complexo sistema de autorregulação neuro-
humoral, que, mediante a elevação do débito cardíaco, promove vasoconstrição. Sendo assim,
pacientes hipertensos que possuem aumento do DC também terão aumento,
consequentemente, da RVP.

Quando a RVP aumenta, ocorre uma resposta neuro-humoral para haver redução do débito
cardíaco. Sendo assim, a maioria dos pacientes hipertensos terá RVP elevada e DC normal, e
isso não significa que o mecanismo inicial que gerou a hipertensão não tenha sido o aumento
do DC.
Um dos mecanismos mais importantes identificados como sendo responsável pela elevação da
PA é a retenção renal de sódio e água, que gera consequente aumento do débito cardíaco.
Alguns indivíduos possuem uma menor resposta natriurética mediante a ingestão de sódio e,
dessa forma, ocorre o aumento da volemia e aumento do débito cardíaco.

Outro mecanismo bastante conhecido é o papel do sistema renina-angiotensina-aldosterona


(SRAA). A renina produzida nas arteríolas aferentes renais converte o angiotensinogênio em
angiotensina I. Esta última, por sua vez, é convertida em angiotensina II pela enzima
conversora da angiotensina (ECA).

A angiotensina II está envolvida em diversas ações responsáveis pela elevação da pressão


arterial, como vasoconstrição e retenção de sódio e água. Esse sistema, primordialmente, serve
como um regulador da volemia, dos eletrólitos e da perfusão. O problema é que, em
pacientes hipertensos, entende-se que esse sistema está superativado, causando, assim, um
desbalanço que desencadeia a hipertensão.

Com o passar dos anos, o aumento da pressão nos vasos sanguíneos provoca um
remodelamento arteriolar (a parede dos vasos fica mais “musculosa”) E MENOS ELÁSTICA e,
dessa forma, o endotélio libera substâncias que causam mais vasoconstrição e, assim, há
aumento sustentado dos níveis pressóricos. Sendo assim, podemos concluir que a hipertensão,
se não tratada, torna-se um ciclo vicioso, em que a própria hipertensão provoca mais
hipertensão.

Um ponto comum que desenrola todos os processos acima descritos é a hiperatividade


simpática que provoca diversas alterações que culminam com elevação da pressão arterial,
como aumento do débito cardíaco, retenção de sódio e água e vasoconstrição. Essa
hiperatividade tem um papel fundamental na hipertensão sistólica isolada em jovens, na
obesidade e em pacientes diabéticos. Nos diabéticos, inclusive, vale aqui ressaltar que essa
hiperatividade simpática pode ser desencadeada pelo excesso de insulina.

FATORES DE RISCO PARA A HAS

▪ IDADE

Com relação à idade, há uma associação direta e linear entre o envelhecimento e o aumento
na prevalência de HAS, que pode chegar a 65% em indivíduos acima de 60 anos. Essa
associação é um importante dado relativo à saúde pública devido, principalmente, ao aumento
da expectativa de vida da população e da proporção de idosos em nosso país nas últimas 2
décadas.

▪ ETNIA NEGRA

No que se refere à etnia, os trabalhos epidemiológicos mostram maior prevalência de HAS


entre a população negra, quando comparada às branca e parda.

Os negros, normalmente, apresentam-se com níveis mais baixos de renina plasmática, o que
faz com que as drogas anti-hipertensivas que atuam bloqueando o sistema renina-
angiotensina-aldosterona (SRAA), como os inibidores da enzima conversora de angiotensina
(IECA) e os bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA), tenham uma menor eficácia
nessa população.
▪ SOBREPESO E OBESIDADE

Outros fatores de risco clássicos para o desenvolvimento da hipertensão são o sobrepeso,


definido como um índice de massa corporal (IMC) ≥ 25K g/m2, e a obesidade, definida como
um IMC ≥ 30 Kg/m2. A prevalência de ambas vem aumentando progressivamente no Brasil nas
últimas 2 décadas, principalmente na faixa etária de 35 a 64 anos e entre as mulheres,
tornando-se atualmente um importante problema de saúde pública.

A REDUÇÃO DO PESO CORPORAL É A MEDIDA MAIS EFICAZ NA REDUÇÃO DA PRESSÃO


ARTERIAL

▪ INGESTÃO EXCESSIVA DE SAL

Estudos apontam que a ingestão excessiva de sodio é um dos principais fatores de risco para o
desenvolvimento de HAS. Para fins de redução da pressão arterial, é recomendado limitar o
consumo diário a 2g de sódio/dia, o que corresponde a 5g de sal.

▪ BAIXA INGESTÃO DE POTÁSSIO

Outro ponto importante da dieta e que se relaciona com a hipertensão é o baixo consumo de
potássio. O recomendado é manter uma ingestão diária entre 90 a 120 mEq. Para isso, pode-se
fazer a suplementação ou aumentar a ingesta de feijão, ervilha, vegetais de cor verde-escura,
banana, melão, cenoura etc.

▪ SEDENTARISMO

O sedentarismo é considerado o mais prevalente dos fatores de risco para o desenvolvimento


de HAS, estando presente em cerca de 50% dos indivíduos adultos, sendo ainda mais frequente
entre as mulheres.

A prática regular de atividade física é benéfica tanto na prevenção quanto no tratamento da


HAS, reduzindo de forma consistente a PA e a morbimortalidade cardiovascular. Dessa forma,
recomenda-se a realização de pelo menos 150 minutos/semana de atividade física de
moderada intensidade ou 75 minutos de atividades vigorosas, visando a prevenção e o
tratamento da HAS.

▪ INGESTÃO DE ÁLCOOL

Segundo a Diretriz Brasileira de Hipertensão, o risco aumentado para essa doença tornou-se
consistente a partir de 31 g de álcool/dia em homens. Em mulheres, foi observado maior risco
com consumo entre 30 a 40 g de álcool/dia.

▪ BAIXO NÍVEL SOCIOECONÔMICO

▪ GENÉTICA

Quanto à genética, sabemos que pode influenciar de 30% a 50% dos casos de hipertensão,
porém, devido à grande miscigenação da população brasileira e ao provável envolvimento de
vários genes, ainda não é possível mapear com clareza o impacto desse componente.

▪ RELIGIOSIDADE E ESPIRITUALIDADE
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO

O diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é baseado na aferição da pressão arterial


(PA) no consultório e fora dele, com o uso de técnica adequada e equipamentos validados. A
presença de níveis de PA no consultório ≥ 140x90 mmHg em duas ou mais ocasiões distintas
sugere o diagnóstico de HAS, devendo, preferencialmente, mas não obrigatoriamente, ser
confirmada com a aferição fora do consultório (monitorização residencial ou ambulatorial da
pressão arterial).

Em pacientes com pressão arterial ótima (PA < 120x80 mmHg) ou normal (120-129x81-85
mmHg), recomenda-se a aferição da PA anualmente, enquanto, em indivíduos pré-hipertensos
(PA entre 130x86 mmHg e 139x89 mmHg), essa aferição deve ser uma vez por ano ou menos e
é importante considerar realizar a monitorização residencial ou ambulatorial da pressão
arterial (MRPA/MAPA).

Existem duas situações em que não será necessário fazer duas visitas ao consultório médico
para estabelecer o diagnóstico de hipertensão arterial.

1) pacientes com pressão arterial ≥180/110 mmHg;


2) pacientes com PA≥140/90 mmHg e com alto risco cardiovascular.

HIPOTENSÃO POSTURAL – ORTOSTÁTICA

Essa condição deve ser suspeitada principalmente em pacientes idosos, diabéticos, portadores
de disautonomia (por exemplo, pacientes com doença de Parkinson) e em uso de várias
medicações anti-hipertensivas que procuram o consultório com história de quedas frequentes,
muitas vezes associadas à perda transitória da consciência (síncope).

Na consulta inicial de qualquer paciente e em casos suspeitos de HO, é mandatória a aferição


da PA com o paciente deitado, em posição supina, e, após 3 minutos, em pé. A hipotensão
postural ou ortostática é definida como uma redução da PA sistólica ≥ 20 mmHg e/ou da PA
diastólica ≥ 10 mmHg, podendo ser acompanhada de sintomas de hipoperfusão cerebral como
turvação visual, lipotimia ou sincope.

O tratamento da hipotensão postural vai depender da condição clínica associada, mas


geralmente envolve a redução das medicações anti-hipertensivas, devendo-se evitar as classes
medicamentosas mais associadas a esse fenômeno, tais como diuréticos, betabloqueadores,
agonistas alfa-2 adrenérgicos de ação central (como a clonidina) e antidepressivos tricíclicos,
além da adoção de medidas comportamentais e de tratamento medicamentoso específico em
casos mais graves.

CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Podemos classificar a pressão arterial em: ótima, normotensão, pré-hipertensão e hipertensão.


A hipertensão arterial por sua vez pode ser dividida em 3 estágios de acordo com o grau de
aumento da pressão sistólica e/ou diastólica
QUANDO A PA SISTÓLICA E A DIASTÓLICA SE ENCONTRAM EM CATEGORIAS DIFERENTES, A
PIOR DELAS É QUE DEVE SER UTILIZADA PARA FINS DE CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO
ARTERIAL. .

NORMAL: 120-80
ESTAGIO 1: 140-90
ESTAGIO 2: 160-100
ESTAGIO 3: 180-110
PRE-HIPERTENSAO: 121 ATÉ 139 – 81 ATÉ 89

LEMBRAR SEMPRE DA REGRINHA DO + 20 E + 10

ATUALIZOU, MAS MUDOU POUCAS COISAS

Os pacientes pré-hipertensos têm maior probabilidade de tornarem-se hipertensos e maior


risco de apresentarem complicações cardiovasculares quando comparados com os indivíduos
normotensos.

Os pré-hipertensos devem ser acompanhados de perto, deve- se considerar a MAPA ou MRPA


para eles e iniciar precocemente as modificações de estilo de vida que estão associadas ao
controle da pressão arterial, além de serem candidatos a início de tratamento medicamentoso,
caso apresentem alto risco cardiovascular identificado pelos escores de estratificação de risco.

A HAS não controlada é definida quando, mesmo sob tratamento anti-hipertensivo regular, o
paciente permanece com a pressão arterial elevada, tanto no consultório como fora dele, por
algum dos dois métodos de avaliação (MRPA ou MAPA).

A HAS é chamada de resistente quando ocorre ausência de controle da PA apesar do uso de 3


ou mais anti-hipertensivos em doses otimizadas, incluindo entre eles 1 diurético, ou quando há
necessidade de 4 ou mais drogas anti-hipertensivas para atingir o controle pressórico
adequado.

Por fim, a hipertensão refratária é definida como a ausência de controle da PA mesmo sob uso
de 5 ou mais anti-hipertensivos de classes diferentes.

HIPERTENSÃO SISTÓLICA ISOLADA

A hipertensão sistólica isolada é caracterizada pela presença de PA sistólica elevada (PA


sistólica ≥ 140 mmHg) associada a uma PA diastólica normal (PA diastólica < 90 mmHg).

Sua ocorrência é mais frequente em pacientes idosos e está associada a um aumento da


pressão de pulso (diferença entre a PA sistólica e a PA diastólica), refletindo o processo de
enrijecimento da parede da aorta e dos vasos centrais (arteriosclerose).

Também deve ser classificada em estágios 1, 2 e 3, de acordo com os níveis da PA sistólica.

Tanto a hipertensão sistólica isolada como a pressão de pulso elevada (acima de 65 mmHg) são
consideradas importantes fatores de risco cardiovascular, principalmente em pacientes idosos.

AVALIAÇÃO CLÍNICA E EXAMES COMPLEMENTARES


A avaliação clínica por meio da história e do exame físico é parte fundamental da avaliação do
paciente hipertenso.

Em relação à anamnese, deve-se obter uma história clínica completa do paciente, com
perguntas sobre o tempo de diagnóstico, a evolução, o tratamento prévio e a presença de
história familiar de HAS, o que aumenta a probabilidade de que a hipertensão seja primária.
Além disso, o paciente deve ser questionado sobre a presença de comorbidades e fatores de
risco específicos para doença cardiovascular, tais como diabetes mellitus, dislipidemia,
tabagismo, sedentarismo e história familiar de doença cardiovascular. Isso irá auxiliar no
cálculo do risco cardiovascular global do paciente.
É importante ainda pesquisar o uso de medicamentos e substâncias que possam interferir na
medição da pressão arterial e/ou no tratamento da hipertensão, da mesma forma que devem
ser investigados indícios que sugiram uma causa secundária para a HAS.

Em relação ao exame físico, primeiro deve ser realizada a aferição da pressão arterial. Além
disso, devem ser avaliados os dados antropométricos do paciente, tais como o peso e a altura
(para fins de cálculo do índice de massa corporal - IMC) e a circunferência abdominal.

Essas informações auxiliam no diagnóstico de obesidade e síndrome metabólica, dois


importantes fatores de risco cardiovascular adicionais frequentemente encontrados em
pacientes hipertensos.

O exame físico do paciente hipertenso deve ser direcionado para a pesquisa de sinais clínicos
de lesões em órgãos-alvo, que normalmente acometem coração, rins, olhos e cérebro. Dessa
forma, deve-se dar especial atenção ao exame do aparelho cardiovascular, das artérias
periféricas (com o cálculo do índice tornozelo-braquial), dos olhos (com a realização da
fundoscopia em busca de sinais de retinopatia hipertensiva) e ao exame neurológico, em busca
de sinais de evento cerebrovascular prévio.

A ureia não precisa ser dosada de rotina, assim como o teste de tolerância a glicose, o
sódio e o ecocardiograma.

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO CARDIOVASCULAR

Essa questão de estratificação de risco é bem interessante e importante pois A identificação


dos hipertensos que estão sob maior risco de apresentar complicações cardiovasculares em
longo prazo, principalmente infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral, é importante
para o estabelecimento de uma terapia anti-hipertensiva mais agressiva.

Na prática clínica, a estratificação do risco cardiovascular do paciente hipertenso pode ser


baseada em duas estratégias.
Na primeira, o objetivo da avaliação é determinar o risco global diretamente relacionado à
hipertensão. Nesse caso, a classificação do risco vai depender dos níveis de pressão arterial,
dos fatores de risco cardiovascular associados, da existência de lesões em órgãos-alvo e da
presença de doença cardiovascular estabelecida. A segunda acho que não tem necessidade de
incluir aqui nos estudos para LAMEDI.

A imagem abaixo mostra o esquema pratico de como fazer a avaliação do risco cardiovascular
do paciente.

LESÕES DE ÓRGÃOS-ALVO (LOA) – JÁ CLASSIFICAM O PACIENTE COMO ALTO RISCO

• Hipertrofia ventricular esquerda


• Espessura médio-intimal da carótida > 0,9 mm e ou placa carótida
• Velocidade da onda de pulso carótida femoral > 10 metros por segundo
• Índice tornozelo-braquial < 0,9
• Doença renal crônica estagio 3
• Microalbuminuria
• Retinopatia leve (graus 1 e 2)

DOENÇA CARDIOVASCULAR E RENAL JÁ ESTABELECIDAS – JÁ CLASSIFICAM O PACIENTE COMO


ALTO RISCO

• Doença cerebrovascular (AVC ou hemorragia cerebral)


• Doença arterial coronariana (DAC)
• IC (ICFER ou ICFEP)
• Doença arterial periferica dos membros inferiores sintomática
• Doença renal crônica estagio 4 ou 5
• Retinopatia avançada (graus 3 e 4)
DIABETES MELLITUS – JÁ CLASSIFICA O PACIENTE COMO ALTO RISCO

FATORES DE RISCO ADICIONAIS

Ao final de tudo, devemos alocar o paciente de acordo com a tabela da DIRETRIZ BRASILEIRA
DE HIPERTENSÃO ARTERIAL:

DECISÃO E METAS TERAUPEUTICAS


Quanto maior o risco, maior a AGRESSIVIDADE no tratamento e mais rígida será a meta de
pressão arterial (PA)! Manter a pressão arterial elevada pode ser fatal para seu paciente,
aumentando o risco de infarto, AVC e morte! QUANTO MAIOR O RISCO, MAIOR O BENEFÍCIO.

• BAIXO RISCO E MODERADO – inferior a 140 x 90 mmHg e, se tolerada, até 120 x 80


mmHg
• HIPERTENSO COM DAC – abaixo de 130 x 80 mmHg, evitando PA de 120 x 70 mmHg
• HIPERTENSO COM DRC – PAS entre 120 e 129 mmHg; PAD entre 70 e 79 mmHg
• HIPERTENSO COM DM - PAS entre 120 e 129 mmHg; PAD entre 70 e 79 mmHg, em que
PAS < 120 mmHg deve ser evitada.
• HIPERTENSO IDOSO - Em idosos frágeis, o tratamento é recomendado quando a PA ≥
160 x 90 mmHg, com meta pressórica abaixo de 150 x 80 mmHg (PAS entre 140 e
149mmHg e PAD entre 70 e 79mmHg).
No idoso hígido, o tratamento deve ser implementado quando a PA ≥ 140 x 90 mmHg,
visando manter a PAS entre 130 e 139 mmHg e a PAD entre 70 e 79mmHg.

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO


TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
EM QUAL PACIENTE DEVO COMEÇAR A FAZER O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HAS

Doentes de moderado ou alto risco devem receber tratamento medicamentoso logo após o
diagnóstico. Além disso, os doentes que são MUITO hipertensos (estágios 2 e 3),
independentemente do risco, também deverão receber tratamento medicamentoso ao
diagnóstico.

HIPERTENSÃO ESTAGIO 01 – SÓ VAI RECEBER O TM SE FOR RISCO ALTO OU MODERADO


Também iniciaremos tratamento farmacológico nos pacientes que falharam na implementação
da terapia não medicamentosa. Nesses casos, esperamos 3 meses para avaliar os efeitos desse
tratamento.

Por fim, como dito anteriormente, iniciaremos tratamento medicamentoso no idoso hígido
quando PAS ≥ 140mmHg e no idoso frágil quando PAS ≥ 160mmHg.

MONOTERAPIA OU TERAPIA COMBINADA

A monoterapia será a opção quando desejamos pequena redução da pressão arterial (HAS
estágio 1 com risco baixo, pré-hipertenso com risco alto e indivíduos idosos e/ou frágeis).

Na maioria das vezes, optaremos pelo tratamento combinado, por alguns motivos:

• O uso de duas ou mais drogas permite a atuação em mecanismos fisiopatológicos


distintos por ações sinérgicas e pela inibição dos mecanismos contrarregulatórios.
Basta lembrar a fisiopatologia da hipertensão arterial e entender que temos vários
mecanismos envolvidos. Quanto maior a inibição dessas vias, melhor será o efeito na
redução da pressão arterial.
• A combinação de fármacos permite a utilização de doses menores, reduzindo a
ocorrência de efeitos colaterais que são, na maioria das vezes, dose-dependentes.
• O uso de combinações em comprimido único aumenta a adesão ao tratamento.
• Estudos demonstraram que o início do tratamento combinado com doses fixas
associou-se à redução de desfechos cardiovasculares comparado à monoterapia, além
de alcance mais rápido da meta pressórica.

DIURÉTICOS
BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO:

IECA-BRA: IECA + BRA nunca devem ser utilizados em associação!


BETABLOQUEADORES

FLUXOGRAMA DE TRATAMENTO DA HAS

Como os diuréticos possuem mais efeitos colaterais, a combinação queridinha dos


cardiologistas é o IECA + BCC. De qualquer forma, como o IECA é bem tolerado, a diretriz
recomenda sua prescrição inicial de praxe, associado ao diurético ou BCC. Se, após atingir
doses otimizadas, seu paciente continuar hipertenso, chegou a hora de iniciar o diurético ou
BCC (dependendo da opção inicial), completando o tratamento com medicações de primeira
linha.

HIPERTENSÃO E CONDIÇÕES CLÍNICAS ASSOCIADAS


HIPERTENSÃO + DIABETES:

Como o diabético hipertenso é um paciente de alto risco, teremos que usar SEMPRE duas
drogas. Então, será difícil deixar o IECA de fora! Portanto, viu hipertenso e diabético na mesma
questão? Procure o IECA!

E os BRAs? O BRA é uma alternativa equivalente aos IECAs. Geralmente, iniciamos o


tratamento com IECA e só o trocamos para o BRA se o paciente apresentar alguma intolerância
(tosse seca é a mais comum). Algumas questões já exploraram isso, então fique atento!!!!!

Outra boa opção no diabético é o bloqueador dos canais de cálcio, visto que não interfere no
metabolismo glicídico e possui boa tolerabilidade. O diurético tiazídico interfere no
metabolismo glicídico quando em altas doses, sendo uma opção razoável em pacientes
diabéticos. Utilizaremos o mesmo raciocínio na síndrome metabólica, em que optaremos por
drogas que melhorarão ou não agravarão a resistência insulínica.

HIPERTENSÃO + DIABETES = IECA

HIPERTENSÃO + DAC:

IECA + BETABLOQUEADOR

HIPERTENSÃO + DRC:

IECA ou BRA, mas o bloqueador de canal de cálcio tambem e uma opção segura.

HIPERTENSÃO + IC:

HAS + IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO REDUZIDA = BETABLOQUEADOR + IECA +


ESPIRONOLACTONA.

HAS + IC COM FRAÇÃO DE EJEÇÃO PRESERVADA = DE ACORDO COM COMORBIDADES.

HIPERTENSÃO EM NEGROS:

BBC + TIAZIDICOS, se não tiver opção, BBC + IECA

HIPERTENSÃO EM IDOSOS:

HAS EM IDOSO: QUALQUER MEDICAÇÃO DE PRIMEIRA LINHA

HAS EM MUITO IDOSO: MONOTERAPIA

HAS SISTÓLICA ISOLADA: BCC + TIAZIDICO

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