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Introdução _____________________________________________02
Hipertensão artéria sistêmica como problemas de saúde pública ___03
Terapêutica Anti-hipertensiva ______________________________17
Adesão ao tratamento da hipertensão arterial __________________31
Atenção farmacêutica ao paciente hipertenso __________________41
Considerações finais _____________________________________50
Bibliografia ____________________________________________51
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INTRODUÇÃO
Face à nova realidade, com numerosos medicamentos e suas informações
técnicocientíficas não alcançando adequadamente a população, vieram os problemas
farmacoterapêuticos e nem sempre eram solucionados trazendo prejuízos ao paciente.
Em 1990 surge uma nova prática profissional anunciada por Hepler e Strand onde o
paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico e juntos trabalham para
resolver os problemas relacionados a medicamentos.
A atenção farmacêutica que tem como um dos princípios principais, 1) os
medicamentos, não apenas o fornecimento correto, mas a participação do profissional
nas decisões sobre o tratamento medicamentoso (medicamento mais indicado, forma,
dosagem, via de administração, etc.) 2) o cuidado (atenção) que é a preocupação com o
bem estar alheio (paciente) 3) o comprometimento do farmacêutico com os resultados
do tratamento faz com essa prática seja elemento essencial aos serviços de saúde e deve
estar integrada com as demais áreas do sistema de saúde (STORPIRTIS, RIBEIRO &
MAROLONGO, 2000).
Na Hipertensão Arterial, a Atenção Farmacêutica é uma prática fundamental para o
controle dessa patologia; minimizando os sintomas, suas complicações e trazendo
melhor qualidade de vida. É um olhar diferenciado do tradicional, é um olhar na
totalidade individual do ser humano considerado em seu contexto, com o objetivo de
alcançar resultados que favoreça o seu bem estar.
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) COMO PROBLEMA DE
SAÚDE PÚBLICA.
Dados epidemiológicos.
A hipertensão arterial é atualmente vista não somente como alteração dos níveis
pressóricos, mas como uma doença caracterizada pela condição sistêmica que envolve a
presença de alterações estruturais das artérias e do miocárdio, associadas a disfunção
endotelial, constrição e remodelamento da musculatura lisa vascular. Essas condições
estão freqüentemente relacionadas com os distúrbios metabólicos ligados à obesidade, à
diabete e as dislipidemias e também com a lesão ou não dos órgãos alvos (olhos, rins,
coração e cérebro) (BRANDÃO et al. 2003).
Devido a sua elevada prevalência na população brasileira, vem tornando-se um
problema de saúde pública de grande importância, pois reduz a expectativa de vida e
trazem muitas complicações, cardíacas, renais, além de elevado custo econômico e
social.
No Brasil não se conhece o número exato de indivíduos hipertensos, os estudos
realizados foram em determinadas cidades ou de grupos populacionais. A prevalência
da hipertensão no Brasil, realizada em algumas cidades do Brasil varia de 22,3% a
43,9%, aumenta com a idade e os indivíduos negros são afetados duas vezes mais que
os brancos. (BRANDÃO et al. 2003; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO, 2002 ).
A hipertensão arterial constitui um dos fatores de risco mais importante para o
desenvolvimento das doenças cardiovasculares, estima-se que afeta aproximadamente 1
bilhão de pessoas no mundo (NIH, 2003). As doenças cardiovasculares (Infarto agudo
do miocárdio, morte súbita, acidente vascular encefálico, edema agudo do pulmão e
insuficiência renal) constituem a primeira causa de morte no Brasil.
O Estudo de Framingham demonstrou uma forte tendência de associação da hipertensão
arterial com outros fatores de risco como a dislidipidemia, obesidade, diabete e
tabagismo, representando mais que uma simples soma de riscos para a doença arterial
coronariana, determina um risco de duas até sete vezes, para ambos os sexos.
Em 2000, as doenças cardiovasculares foram responsáveis por 15,2% das internações
realizadas no Sistema Único de Saúde-SUS em indivíduos na faixa etária de
30 a 69 anos. Do total de casos (693.839), 17,7% estão relacionados ao acidente
vascular encefálico e ao infarto de miocárdio. Segundo o Sistema de Informação
Hospitalar (SIH/SUS), em 2000 os gastos com internações por hipertensão arterial
foram de R$ 17 milhões, sendo que esse valor não reflete o real problema, pois não
contemplam as internações por outras causas cardiovasculares, em que a hipertensão
arterial atuaria como coadjuvante (BRANDÃO et al. 2003).
As doenças cardiovasculares em 2003 foram responsáveis por 274.068 óbitos (27,3%)
do total das mortes sendo que na faixa etária de 35 a 64 anos representaram
31,3% do total de óbitos por esta causa, atingindo a população adulta em plena fase
produtiva. Entre essas doenças, o acidente vascular encefálico e o infarto agudo do
miocárdio são as mais prevalentes (55,4%). Na região Centro-Oeste, as doenças
cardiovasculares foram responsáveis por 17.194 mortes (29%) do total das mortes para
a região (MINISTÉRIO DA SAÚDE 2003).
A hipertensão arterial presente em mais de 60% dos idosos, pode estar associada a
outras doenças também prevalentes nessa faixa etária, como a arteriosclerose e a diabete
mellito, proporcionando alto risco para morbidade e mortalidade cardiovasculares.
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Portanto, há necessidade de uma correta identificação do problema e esquema
terapêutico apropriado (BRANDÃO et al. 2003).
A avaliação da pressão arterial em crianças e jovens adolescentes surgiu na década de
60 e a partir de 1970 apareceram às primeiras recomendações sobre a medida
rotineira nessa faixa etária. Verificou-se que as alterações discretas da pressão arterial
podiam ser observadas e eram comuns e sem causa secundária identificada.
A pressão arterial na infância e adolescência deve ser interpretada de acordo com as
curvas de distribuição da pressão arterial tanto sistólica como diastólica, por sexo e
faixa etária, observando-se os valores correspondentes a diversos percentis. O peso e o
índice de massa corpórea são as variáveis mais acentuadas, também outros estão
relacionados como: sexo, raça, história familiar e fatores dietéticos.
Em 1948, os serviços de saúde pública dos Estados Unidos, The US Public Health
Service, autorizou um estudo observacional a longo prazo, para determinar as causas da
doença do coração. O estudo demonstrou que os indivíduos com hipertensão arterial
têm maior risco para desenvolver doença arterial coronariana, quando comparados com
indivíduos de pressão arterial normal. A associação de fatores de risco como
dislipidemia, diabete, obesidade e tabagismo juntam-se para formar a placa
aterosclerótica, propiciando o surgimento de alterações cardiovasculares de grande
impacto epidemiológico (BRANDÃO et al. 2003).
Classificação
Segundo as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, os valores que permitem
classificar os indivíduos adultos acima de 18 anos, de acordo com seus níveis
tensionais estão no quadro 1:
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(mmHg)
A pressão arterial para crianças e adolescentes é baseada nos percentis 90 e 95%.
Quadro 2: Classificação de HAS para crianças e adolescente.
Fisiopatologia da HAS
A patogênese da hipertensão arterial não está completamente elucidada, onde
90% a 95% dos casos não possuem etiologia conhecida e são classificados como
primária ou essencial. Outros casos de causa conhecida são chamados de secundária e
na remoção da causa, a pressão arterial volta a normalidade.
A hipertensão essencial é definida como a elevação da pressão sanguínea sem causa
aparente, podendo aumentar com a idade e geralmente observada a partir dos 40 anos. O
fenótipo de pressão sanguínea elevada na hipertensão essencial é resultante das
interações entre predisposição genética, consumo de álcool, obesidade, atividades
físicas e outros fatores não identificados.
A elevação da pressão sanguínea pode ocorrer por aumento do débito cardíaco,
resultante de aumento no volume sanguíneo ou na contratilidade e batimento cardíaco
ou então, por aumento da resistência vascular periférica decorrente de aumento nos
fatores humorais, neurais e sanguínea.
O marcador hemodinâmico da hipertensão essencial é o aumento persistente da
resistência vascular periférica. Os mecanismos que promovem desequilíbrio entre os
fatores pressores e depressores e induzem alteração do calibre das arteríolas, atuam na
contração da musculatura que regula a luz do vaso ou na espessura da musculatura.
A variação do tônus vascular depende de diferentes fatores funcionais, um deles é a
atividade simpática onde estão envolvidos os três maiores arcos reflexos:
barorreceptores arteriais (alta pressão), receptores cardiopulmonares (baixa pressão) e
aos quimiorreceptores arteriais. O simpático também contribui para o crescimento da
parede vascular.
Diferentes receptores cardiovasculares modulam também a liberação de vários
hormônios que participam da manutenção dos valores basais da pressão arterial. O mais
estudado dos mecanismos hormonais é o sistema renina-angiotensina, maior regulador
fisiológico de volume, balanço eletrolítico e pressão arterial. Primeiramente realizado
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por Robert Tigerstedt e Peter Bergman, em 1898, que demonstraram uma substância
renina, capaz de elevar a pressão arterial.
Outra complicação cardiovascular está relacionada a alterações da estrutura e da função
vascular, ou seja, a disfunção endotelial reconhecida em 1980, quando Furchgott
descreveu a produção de um fator de relaxamento derivado do endotélio, o óxido
nítrico.
Geralmente os hipertensos têm disfunção endotelial com redução da dilatação e
conseqüentemente baixa produção de óxido nitrico (IRIGOYEN et al, 2003).
A predisposição genética vem sendo alvo de grande interesse na compreensão da
hipertensão. Distúrbios monogênicos muito raros como mutações em gene que
codificam proteínas envolvidas no metabolismo da aldosterona ou que controlam os
íons de sódio.
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Pacientes em diálise e transplante renal: 60% a 80% são hipertensos, nos pacientes em
diálise, sendo as principais causa de morbidade e mortalidade as doenças
cardiovasculares. A hipertensão ocorre também em transplantados que pode ser
induzida pelo uso de ciclosporina e outros imunossupressores, corticosteróides, rejeição,
estenose de artérias renais, hipertensão essencial associada.
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A elevação súbita da pressão sanguínea na hipertensão maligna leva as alterações
destrutivas, nas paredes dos pequenos vasos e conseqüentemente interrupção do fluxo
sanguíneo, com múltiplos focos de necrose tecidual renal.
Cérebro: propensos a hemorragia intracerebral maciça por ruptura dos vasos sanguíneos
intracerebrais. A lesão vascular hipertensiva constitui a causa mais comum de
hemorragia cerebral.
Diagnóstico
A medida da pressão arterial é ainda o elemento chave para estabelecer o diagnóstico da
hipertensão arterial e o método mais utilizado é o indireto, com técnica auscultatória,
com esfigmomanômetro aneróide ou de coluna de mercúrio e estetoscópio.
O esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ainda é o aparelho mais adequado; o
aparelho aneróide deve ser periodicamente testado e calibrado a cada seis meses.
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1. Explicar o procedimento ao paciente, orientar para que não fale e descanse por 5 a 10
minutos em ambiente calmo, com temperatura agradável. Promover relaxamento, para
atenuar o efeito do avental branco.
2. Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia; não praticou exercícios
físicos a 60 -90 minutos; não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até
30 minutos antes, e não está com as pernas cruzadas.
6. Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a estimativa
do nível da pressão sistólica; desinflar rapidamente e aguardar um minuto antes de inflar
novamente.
12. O paciente deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão arterial e a
possível necessidade de acompanhamento.
A medida da pressão arterial em casa, fora do ambiente do consultório e da presença do
médico é uma alternativa utilizada para eliminar alterações determinadas pelo efeito do
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avental branco ou do ambiente. Estudo realizado por Ayman e Goldshine comparou a
pressão arterial de um grupo de hipertensos aferidos em casa e no consultório e
constatou que os resultados no domicílio foi inferior à do consultório e associou essa
diferença à excitação provocada pela presença do médico (GOMES et al.
2001).
No quadro 3, apresenta as vantagens relacionadas a medida residencial da pressão
arterial em relação a medida em consultório.
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Decisão terapêutica da hipertensão arterial
Segundo IV Diretrizes Brasileiras da Hipertensão, para tomada da decisão terapêutica é
necessária a confirmação diagnóstica, seguindo-se a estratificação de risco, os valores
pressóricos, a presença de lesões em órgãos-alvo, de fatores de risco cardiovasculares e
doenças associadas (Quadro 4).
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Quadro 4: Componentes para a estratificação do risco individual dos pacientes em
função da presença de fatores de risco e de lesão em órgãos-alvo.
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Situações especiais de hipertensão
- Hipertensão X Idosos:
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Não há estudos sobre o uso de anti-hipertensivos em crianças e adolescentes de longo
prazo sendo utilizados os critérios para adultos (LIMA, 2004; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002)
- Hipertensão X Gravidez
- Hipertensão X Obesidade
O mecanismo exato pelo qual a obesidade altera a pressão arterial não está totalmente
esclarecido, mas estudos demonstraram que o excesso de peso o faz aumentar. A
obesidade está relacionada ao aumento do débito cardíaco, resistência vascular
periférica e fluxo sanguíneo regional promovendo a expansão do volume extracelular e
alteração da função renal (YUGAR-TOLEDO, 2003).
Outro fator é a atividade plasmática da renina que está aumentada em obesos, também
esses pacientes apresentam maior resistência insulínica. Existe uma forte associação
entre obesidade central e hiperinsulinemia, resistência à insulina, dislipidemia, diabete
do tipo 2, hipertensão e morbimortalidade cardiovascular.
No estudo de Framingham, aproximadamente 78% dos casos de hipertensão arterial em
homens e 65% em mulheres foram atribuídos diretamente à obesidade. Neste estudo, foi
calculado que para cada Kg de peso ganho, a pressão arterial (PA) sistólica aumenta em
média 1mmHg (LOPES, 2003).
A redução de peso é a maneira não farmacológica mais efetiva para diminuir a PA.
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- Hipertensão X Diabetes mellitus
- Hipertensão X Dislipidemia
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A associação entre hipertensão e dislipidemia é freqüente e o uso de medicamentos
hipolipemiantes, especialmente vastatinas, tem demonstrado grande benefício sobre a
morbimortalidade cardiovascular.
Os medicamentos antihipertensivos como os inibidores da enzima conversora,
bloqueadores de canais de cálcio e alfa-2-agonistas não interferem na lipemia.
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TERAPÊUTICA ANTI-HIPERTENSIVA
Tratamento não-farmacológico
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importante causa para hipertensão, demonstrado em estudos clínicos pelo aumento da
atividade simpática, de ácidos graxos não esterificados, de aldosterona plasmática e
resistência à insulina (LOPES et al, 2003).
A importância na redução do peso para o hipertenso é grande, pois pequena perda de
peso já resulta em diminuição da pressão arterial. Dieta pobre em calorias resulta em
natriurese na fase inicial, o que resulta em perda de peso, além da diminuição da
atividade simpática e aumento da sensibilidade à insulina que auxiliam na queda da
pressão.
O estudo DASH (Dietary Approachs to Stop Hypertension) mostrou redução da pressão
arterial em indivíduos que ingeriram dieta com frutas, verduras, derivados de leite
desnatado, quantidade reduzida de gorduras saturadas e colesterol.
Abandono do tabagismo
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Uso de alimentos com redução de sal
A relação do efeito do sal e pressão arterial foi reconhecida em países ocidentais a partir
do século XX, porém já havia sido descrita em manuscritos chineses.
Os indivíduos sal-sensíveis apresentam uma maior predisposição em desenvolver
hipertensão por ingestão de sal. Outro achado é que 30% a 60% dos pacientes com
hipertensão essencial são sal-sensíveis. (IRIGOYEN et al, 2003).
Vários estudos epidemiológicos e observacionais revelaram os efeitos benéficos da
redução do sal, como:
• Menor prevalência de complicações cardiovasculares;
• Redução da pressão arterial;
• Menor acréscimo da pressão arterial com o envelhecimento;
• Possibilidade de prevenção do aumento da pressão arterial;
A quantidade de sal na dieta nos diferentes trabalhos é variável. Uma dieta com
aproximadamente 6,7 g/dia (1 colher de chá ) por 28 dias produz diminuição de 3,9
mmHg (95% Cl 1,3 a 4,8 mmHg) na sistólica e 1,9 mmHg (95% 1,3 a 2,5 mmHg) na
diastólica.
Em idosos, restrições menores de sal na dieta também demonstrou efeito significativo
sobre a pressão arterial.
Suplementação de potássio
Atividade física
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três a seis vezes por semana, intensidade moderada e sessões de 30 a 60 minutos de
duração.
Para o controle da intensidade do exercício pode ser utilizada tanto a freqüência
cardíaca como o consumo de oxigênio (60% a 80% da freqüência cardíaca máxima ou
50% a 70% do consumo máximo de oxigênio). Exercícios de resistência muscular
localizada podem ser realizados com sobrecarga que não ultrapasse 50% da contração
voluntária máxima. Essas recomendações têm se mostrado efetivas e devem ser
consideradas inclusive para pacientes sob tratamento com anti-hipertensivo.
O uso das seguintes drogas pode elevar a pressão arterial devendo ser evitadas ou
descontinuadas: anticoncepcionais orais, antiinflamatórios não-esteróides,
antihistamínicos descongestionantes, antidepressivos tricíclicos, corticóides, esteróides
anabolizantes, vasoconstritores nasais, ciclosporina, inibidores da monoaminoxidase
(IMAO), chumbo, cádmio, alcalóidesderivados do “ergot”, moderadores do apetite,
antiácidos ricos em sódio, cocaína.
Tratamento farmacológico
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• Bloqueadores dos canais de cálcio;
• Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II (GRAHAME-SMITH &
ARONSON, 2004; KATZUNG, 2001).
Medicamentos anti-hipertensivos
a) Diuréticos
b) Inibidores adrenérgicos
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Esse grupo tem a vantagem de propiciar melhora discreta do metabolismo lipídico e dos
sintomas clínicos em pacientes com hipertrofia prostática benigna, relaxando a
musculatura da próstata e da bexiga.
Antiinflamatórios não esteroidais e drogas simpaticomiméticas podem reduzir os seus
efeitos anti-hipertensivos.
As reações adversas mais comumente encontradas são hipotensão, tonteira, palpitações,
cefaléia e fadiga.
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Nitroprussiato de sódio deve ser utilizado com cautela em pacientes com hepatopatias e
nefropatias. Pode ocorrer acúmulo de cianeto em casos graves de toxidade e ocorrer
acidose metabólica, hipotensão excessiva e morte, sendo um evento raro (OSTINI et al,
1998, KATZUNG, 2001).
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Losartan, valsartan, candesartan, eprosartan, irbesartan e telmisartan, sendo que os dois
do início da lista, foram os primeiros a serem comercializados.
Atuam impedindo a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico de seus
receptores AT1, não possuem efeito sobre a bradicinina, portanto são bloqueadores mais
seletivos dos efeitos da angiotensina do que os inibidores da ECA.
Apresentam ser nefro e cardioprotetores, no diabético tipo 2 com nefropatia
estabelecida. Outro dado importante foi o estudo realizado com losartan que demonstrou
uma redução maior na morbidade e mortalidade cardiovascular quando comparada com
atenolol, principalmente na redução de acidente vascular cerebral.
Os medicamentos desse grupo têm boa aceitação e alguns de seus efeitos adversos são
tonturas e raramente reação de hipersensibilidade cutânea. Ainda possui pouca
experiência com esses medicamentos, porém estão indicados para pacientes com
indicação do inibidor da ECA e nos quais o efeito adverso (tosse irritante) do inibidor
da ECA seja inaceitável (GRAHAME-SMITH & ARONSON, 2004; KATZUNG, 2001;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
Qualquer grupo de medicamentos, com exceção dos vasodilatadores de ação direta,
pode ser apropriado para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial,
especialmente para pacientes com hipertensão em estágio I (leve) que não responderam
as medidas não-medicamentosas. Entretanto a monoterapia inicial é eficaz em apenas
40% a 50% dos casos.
As associações de fármacos anti-hipertensivos são utilizadas em pacientes estágios II e
III como terapia inicial.
O uso do segundo medicamento em geral é feito a escolha de acordo com as
necessidades do paciente, ou seja, se já estiver tomando um diurético ou inibidor da
ECA, geralmente realiza-se esta combinação por duas razões: a ação dos inibidores da
ECA é aumentada pela redução do volume produzido pelo diurético e os inibidores da
ECA provocam retenção de potássio através da secreção da aldosterona,
contrabalançando a depleção de potássio do diurético.
A seguir a tabela 1 com os medicamentos anti-hipertensivos disponíveis no Brasil
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
Tabela 1 – Agentes anti-hipertensivos disponíveis no Brasil
Medicamentos Posologia(mg) Número de
Mínima
Máxima
tomadas/di
a
Diuréticos
Tiazídicos:
Clortalidona 12,5 25 1
Hidroclorotiazida 12,5 50 1
Indapamida 2,5 5 1
Indapamida SR 1,5 3 1
De Alça:
Bumetamida 0,5 ** 1 - 2
Furosemida 20 ** 1 - 2
Piretanida 6 12 1
Poupadores de Potássio:
Amilorida (em associação) 2,5 5 1
Espironolactona 50 100 1 - 3
Triantereno (em associação) 50 150 1
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Inibidores Adrenérgicos
Ação central:
Alfametildopa 250 1500 2 - 3
Clonidina 0,1 0,6 2 - 3
Guanabenzo 4 12 2 - 3
Moxonidina 0,2 0,4 1
Rilmenidina 1 2 1
Alfa – 1 bloqueadores:
Doxazosina (urodinâmica) 2 4 2 - 3
Prazosina 1 10 2 - 3
Trimazosina (urodinâmica) 2 10 2 - 3
Betabloqueadores:
Atenolol 25 100 1 - 2
Bisoprolol 2,5 10 1 - 2
Metoprolol 50 200 1 - 2
Nadolol 20 80 1 - 2
Propranolol 40 240 2 - 3
Pindolol (com ASI) 5 20 1 - 3
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os
créditos deste
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A seguir na tabela 2, as associações fixas encontradas no Brasil (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
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Urgências e emergências hipertensivas
Nas urgências hipertensivas o controle da pressão arterial deve ser feito em até 24 horas,
com monitorização inicial por 30 minutos. Preconiza-se, por via oral, a administração
de um dos seguintes medicamentos:
• Diuréticos de alça;
• Betabloqueador;
• Inibidor da enzima conversora da angiotensina;
• Clonidina;
• Bloqueador dos canais de cálcio.
O uso sublingual de nifedipina de ação rápida foi largamente utilizado para este fim, no
entanto foram descritos efeitos adversos graves com esse uso, como a ocorrência de
acidentes vasculares pela dificuldade de ajustar a dose e do efeito residual em casos de
hipotensão, sendo preferido o uso de medicamentos parenterais.
Outra situação que demanda redução mais rápida da pressão arterial, em menos de uma
hora é dita de emergência hipertensiva. É resultado de uma elevação abrupta da pressão
arterial com distúrbios da autoregulação do fluxo cerebral e evidências de lesão vascular
que resulta em quadro clínico de encefalopatia hipertensiva, lesões hemorrágicas dos
vasos da retina e papiledema.
Pode evoluir para valores muito alto de pressão arterial em hipertensos crônicos ou
menos elevado em pacientes hipertensos recentes como em casos de eclâmpsia,
glomerulonefrite aguda, uso de certas drogas (cocaína), entre outras.
Quando há risco iminente à vida ou de lesão orgânica irreversível, o paciente deve ser
hospitalizado e tratado com vasodilatadores, por via intravenosa:
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• Nitroprussiato de sódio;
• Hidralazina;
• Diazóxido;
• Nitroglicerida.
Interações medicamentosas
Há possibilidade de interação medicamentosa nos casos de patologia crônica como a
hipertensão arterial, pois além de utilizar medicamentos de uso contínuo muitas vezes o
hipertenso necessita de outros medicamentos para tratamento de doenças associadas
e/ou complicações decorrentes da patologia.
A preocupação com interação medicamentosa torna-se importante para estimar a
previsibilidade das interações entre fármacos e aplicar medidas preventivas.
A seguir a tabela 3, apresenta as principais interações dos anti-hipertensivos disponíveis
no mercado brasileiro (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002).
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ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
O uso de medicamentos pelos pacientes vai além dos efeitos farmacoterapêuticos
perpassa pelos aspectos socioculturais do indivíduo, do grupo social e da sociedade no
qual está inserido (PERINI et al. 1999). Diante desse enfoque o tema adesão ao
tratamento torna-se complexa e alvo de discussão de muitos especialistas da saúde em
todo o mundo.
A adesão e não adesão à terapêutica surge com Hipócrates onde os pacientes eram
vigiados, pois freqüentemente mentiam sobre o seu regime terapêutico prescrito. Na
Grécia antiga também há relatos sobre os doentes que não seguiam as orientações de
dietas, estilo de vida e tratamento medicamentoso (RAMALHINHO, 1994).
O termo adesão possui muitas variações como aderência, cumprimento, concordância,
cooperação, em inglês “compliance”, “adherence”, em espanhol, “cumprimento”, em
alemão “therapietrouw - falha com a terapia”, em francês “observance - observância”.
Esta proliferação de termos reflete a ambigüidade do tópico e como pode causar
impacto no paciente, médico, farmacêutico, enfermeiro e outro cuidador de saúde
(MÉTRY & MEYER, 1999).
Existem várias definições de adesão à terapêutica e uma delas considera o grau de
concordância entre as recomendações do médico e o comportamento do paciente
perante o regime terapêutico (RAMALHINHO, 1994). A não adesão à terapêutica, em
inglês poor adherence ocorre quando o comportamento do paciente não coincide com as
recomendações do profissional de saúde (RAMALHINHO, 1994; WHO, 2003).
A adesão ao tratamento farmacológico prescrito em patologias crônicas e
assintomáticas como no caso da hipertensão arterial é fundamental para o controle e a
prevenção de complicações bem como na diminuição da mortalidade.
Alguns autores consideram pacientes aderentes ao tratamento farmacológico os
indivíduos que tomam 80% dos medicamentos prescritos ou mais. Estima-se que o grau
de adesão global nos tratamentos crônicos é de 50 – 75%; para obter um bom resultado
terapêutico se considera aceitável grau superior a 80%, nos antiretrovirais é uma
exceção e é necessário um grau superior a 95% (MARTINEZ, 2004).
Já algum tempo várias investigações tem sido realizadas para determinar a magnitude
do problema, descrever as causas da não adesão ao tratamento e desenvolver estratégias
de intervenção. Estudo realizado na Jamaica sobre a adesão ao tratamento, em mulheres
hipertensas com média de idade de 57 anos e duração média da hipertensão de 5 anos,
mostrou que somente 27% dos pacientes eram aderentes a terapêutica medicamentosa.
Este trabalho foi realizado durante 4 semanas no período de maio a junho de 2001
(BOBB-LIVERPOOL, DUFF, BAILEY, 2002).
Dados sobre a adesão apontam uma taxa de 25 a 50% com variação de 0 a 100%.
A adesão ao tratamento de doenças de longa duração em países desenvolvidos são em
média 50% e em países em desenvolvimento as taxas são bem menores, devido a
insuficiência dos recursos de saúde e iniqüidade no acesso a atenção á saúde. Por
exemplo, China, Gâmbia e Seychelle, somente 43%, 27% e 26%, respectivamente dos
pacientes com hipertensão adere ao seu esquema de medicamentos antihipertensivos.
Em países desenvolvidos, como os Estados Unidos, somente 51% dos pacientes adere a
prescrição e nos medicamentos antidepressivos, 40 a 70% o fazem. Na Austrália,
somente 43% com asma tomam seus medicamentos como prescritos em todo o tempo e
somente 28% usam medicamentos preventivamente. No tratamento do HIV e AIDS, a
adesão aos antiretrovirais varia entre 37 e 83% dependendo do medicamento estudado e
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das características da população. Esses aspectos representam um grande desafio para a
saúde da população onde o êxito é determinado principalmente pela adesão dos
tratamentos de longa duração (WHO, 2003; MOSCATI, PERSANO E CASTRO,
2000).
Estudos isolados mostram que a falta de controle da hipertensão está em torno de
30% a 40% podendo chegar ao abandono de tratamento em 56% dos casos. Várias
barreiras podem ser identificadas na adesão ao tratamento anti-hipertensivo.
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e farmacodinâmica fazem desta população mais vulneráveis ao problemas resultando
em não adesão.
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Percepções da necessidade pessoal para medicamento são influenciadas por sintomas,
expectativas e experiências e por aquisição do conhecimento da doença.
Preocupações sobre a medicação crescem em decorrência das orientações sobre efeitos
colaterais e ruptura do estilo de vida e de preocupações abstratas sobre efeitos de longa
duração e dependência. Eles são relatados para ponto de vista negativo sobre
medicamento como um todo e suspeita que médicos superprescreveram medicamentos
tão bem quanto o mais amplo ”visão do mundo” caracterizado por suspeita de químico
em alimentos e do ambiente e da ciência, medicina e tecnologia.
Sinteticamente os fatores que levam ao abandono estão relacionados a pacientes, as
características da doença e seu tratamento, ao sistema de saúde e serviços dispensados
também possuem grande influência na adesão ao tratamento (Quadro 1).
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Em relação à doença hipertensão arterial, destaca-se a sua cronicidade, ausência da
sintomatologia específica e complicações a longo prazo. As características relacionadas
a pacientes devem ser consideradas, pois pacientes do sexo masculino, mais jovem e
com baixa escolaridade tendem a ser menos aderentes ao tratamento (PIERIN et al,
2001; PAULO & ZANINI, 1997; SILVA, 1999).
Outro aspecto a ser considerado é a relação entre o paciente e a equipe de saúde que
influencia na adesão ao tratamento como a sensibilidade do médico, o tempo dispensado
ao atendimento e o cuidado psicossocial dos pacientes. E quanto ao tratamento
farmacológico ressalta-se os problemas do custo, dos efeitos indesejáveis, dos esquemas
terapêuticos complexos e à qualidade de vida (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO, 2002).
DiMatteo et al, ressaltou aspectos que influenciam na adesão, analisando as
características da equipe de saúde como a sensibilidade do médico ao atender o
paciente; as mulheres atendem mais as questões psicossociais e ações preventivas; visão
negativa da iniciativa e a autonomia do paciente; médicos que atendem fora do
consultório planejam mais o seguimento do paciente e usam telefone para consulta e
informações; associação de mais tempo dispensado ao paciente a mais satisfação no
trabalho.
Estudo realizado por Mion & Pierin para identificar os motivos do abandono do
tratamento mostrou que foram em relação ao medicamento: 89% por alto custo, 67%
por tomar medicamento várias vezes ao dia, 54% por efeitos colaterais; quanto a
doença:
50% por desconhecimento da doença, 36% por ausência de sintomas; quanto ao
conhecimento e crenças: 83% só tomam medicamento quando a pressão está alta, 80%
não cuidam da saúde, 75% esquecem de tomar o medicamento, 70% desconhecem a
cronicidade e complicações da doença; quanto a relação médico-paciente: 51% por falta
de convencimento para tratar e 20% por relacionamento inadequado (PIERIN, 2001).
A baixa adesão é a principal razão para resultados clínicos subótimos, causando
complicações médicas e psicossociais da doença, reduz a qualidade de vida do paciente
e gastos dos recursos da saúde.
De acordo com MOSCATI, PERSANO E CASTRO, 2000, a base para medir a adesão à
terapêutica farmacológica prescrita é o registro confiável da dose administrada e do
intervalo de tempo entre as doses, utilizada concomitante com métodos para analisar e
interpretar as discrepâncias entre as doses prescritas e os resultados farmacológicos,
clínicos e terapêuticos obtidos (Quadro 2). Essa observação justifica-se pelos conceitos
básicos da farmacocinética e farmacodinâmica que fundamentam como e por que a
dosagem deve seguir uma certa seqüência no tempo para que a ação do medicamento
seja mantida.
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Ostemberg & Blaschke. Adherence to medication. N Engl Med 353;5, 487- 497. 2005.
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ao dia é a solução pra problema de adesão”, “a educação ao paciente constitui solução
para o problema da adesão”, polifarmácia cria problemas de adesão”, “pacientes com
doenças que ameaçam a vida são mais sujeitas a adesão”, “nada pode ser feita sobre
baixa adesão”, “meus pacientes seguem minhas instruções”.
Nenhuma dessas assertivas freqüentemente repetidas fecha inteiramente um método,
ainda que sua repetição contínua reflete a comodidade com que os não críticos e não
informado opinam sobre adesão (MÉTRY & MEYER, 1998).
Mais de 40 anos, cientistas da saúde, comportamental e social tem acumulado
conhecimento relacionado a prevalência de baixa adesão, seus determinantes e
intervenções.
Muitos estudos têm sido realizados para o problema da adesão e estes têm sido testados,
mas ainda sem encontrar uma justificativa para manter o paciente fiel ao tratamento e
ainda continua sendo alvo de estudo (JARDIM, 2001; SCHNEIDER, FALLAB STUBI,
WAEBER, 1999; OASTEBERG & BLASCHKE, 2005).
A boa adesão melhora a efetividade da intervenção estabelecida na promoção de estilo
de vida saudável, tais como modificação da dieta, aumento da atividade física, não
fumar e comportamento sexual seguro, e intervenções de redução de risco baseado nos
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A participação dos diferentes profissionais pode ser de forma individual ou em grupo.
Estudo realizado por Riccio envolvendo pacientes hipertensos de difícil controle que
após consultas freqüentes com enfermagem e farmacêuticos resultaram no melhor
controle da pressão desses pacientes (RICCIO, 2000).
O que determina a existência dessa equipe é a filosofia de tratamento que visa o bem-
estar dos pacientes e da comunidade. Os membros de um grupo multiprofissional,
respeitada a especificidade de sua formação básica, devem conhecer a ação individual
de cada um dos outros membros e os objetivos do programa ajustada a realidade local.
Algumas ações serão comuns a todos os membros da equipe e outras específicas a cada
profissional. Ao profissional farmacêutico, segundo a IV Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão Arterial estabelece para o controle da hipertensão, a participação em
comitês para a seleção de medicamentos; promoção de gerenciamento do estoque, do
armazenamento correto e dispensação de medicamentos, bem como a promoção da
atenção farmacêutica ao paciente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO,
2002).
A atividade que os farmacêuticos podem desenvolver no exercício da atenção
farmacêutica pode trazer como resultado as melhorias nos índices de custo-benefício do
paciente, como proporcionar conhecimento em relação à sua patologia, aumentando a
adesão ao tratamento com melhores resultados clínicos e de qualidade de vida do
paciente, diminuindo internações e conseqüentemente reduzindo os gastos para o
sistema de saúde.
Outras alternativas de controle da hipertensão arterial é a medida da pressão arterial em
casa, fora do ambiente do consultório e da presença do médico, é um recurso que pode
afastar ou minimizar as alterações de pressão determinadas por aquele ambiente.
O efeito do avental branco é uma elevação dos níveis pressóricos quando a medida da
pressão é realizada no consultório e comparada com os registros por monitorização
ambulatorial da pressão arterial (MAPA) ou medida domiciliar. Com relação a sexo e
idade, estudos mostram que essa causa é mais freqüente em mulheres e nas faixas mais
elevadas (GOMES, PIERIN & MION JR, 2001).
Estudo com pacientes hipertensos mostrou que a porcentagem de pacientes com a
pressão diastólica com níveis abaixo de 90 mmHg passou de 50% para 63% após a
estratégia da automedida da pressão arterial em casa (PIERIN, MION JR,
KAMINAGA, PINTO, 1998).
Outro trabalho realizado por Edmonds set al. salientou que a adoção da medida da
pressão arterial em casa elevou a taxa de adesão ao tratamento medicamentoso de 65%,
no início do estudo, para 81% no final (EDMONDS et al , 1985).
Apesar de várias medidas preventivas, de tratamento e de controle disponíveis para a
hipertensão arterial, representa ainda um dos desafios em saúde necessitando de
esforços de uma atuação conjunta de vários profissionais para integrar o paciente
hipertenso, o tratamento e equipe.
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Desafios a serem enfrentados
Como a hipertensão arterial é uma doença multifatorial que envolve orientações
voltadas para muitos objetivos é necessário além do apoio do médico também de outros
profissionais (farmacêuticos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, nutricionistas,
psicólogos, assistentes sociais, agentes comunitários de saúde) para melhor êxito do
tratamento. Com a equipe multiprofissional é possível proporcionar ações diferenciadas
ao hipertenso e a comunidade, motivação suficiente para vencer o desafio de adotar
atitudes que tornem as ações anti-hipertensivas efetivas e permanentes.
Diante desse quadro, os objetivos dos programas de controle de hipertensão arterial no
Brasil são:
• Reduzir complicações, internações e mortes relacionadas à hipertensão.
• Reduzir a prevalência da doença hipertensiva;
• Aumentar o grau de conhecimento da população sobre a importância do controle da
hipertensão arterial;
• Garantir acesso dos hipertensos a serviços básicos de saúde, com resolutividade;
• Incentivar políticas e programas comunitários (SOCIEDADE BRASILEIRA DA
HIPERTENSÃO, 2002).
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ATENÇÃO FARMACÊUTICA A PACIENTE HIPERTENSO
Nas últimas décadas houve grandes progressos em relação aos medicamentos, novas
produções e avanços terapêuticos, entretanto à medida que o conhecimento científico
aumentava, a produção tornava-se mais complexa, necessitando melhores sistemas de
controle de qualidade, atualização tecnológica e profissionais especializados e
qualificados na área.
Portanto nem todo progresso científico e econômico na terapêutica farmacológica
trouxe somente resultados positivos, ao longo dos anos apresentaram também resultados
negativos na farmacoterapia com efeitos indesejados dos medicamentos. Todos os
medicamentos devem apresentar boa eficácia e o mínimo de risco ao indivíduo,
exigindo-se no seu desenvolvimento e produção, a implantação de normas e critérios
especiais de segurança, e mesmo assim, podem-se encontrar problemas que são
detectados na pós comercialização.
Os problemas associados ao tratamento medicamentoso podem ser reduzidos mediante
uso racional de medicamentos que implica entre outros aspectos, na prescrição e na
dispensação adequada. O farmacêutico tem sido apontado como o profissional que
representa uma das últimas oportunidades dentro do sistema de saúde a identificar,
corrigir ou reduzir possíveis problemas relacionados a medicamentos por estar na
interface entre a prescrição e o uso medicamento pelo paciente (PEPE & CASTRO,
2000).
Neste processo de atenção à saúde é importante o envolvimento do farmacêutico para a
prevenção dos danos causados pelo uso irracional de medicamentos (REIS, 2003).
Mikeal em 1975 publica pela primeira vez o termo Atenção Farmacêutica como: “a
atenção que um paciente requer e recebe com garantia do uso seguro e racional de
medicamentos”.
Em 1990 surge uma nova prática farmacêutica designada por Hepler e Strand de
Atenção Farmacêutica (Pharmaceutical Care), e a definição que melhor caracteriza o
conceito fundamental é a seguinte: “Atenção Farmacêutica é o componente da prática
da farmácia a qual vincula a direta interação do farmacêutico e paciente com o propósito
de cuidar das necessidades relacionadas a medicamento desse paciente” (CIPOLLE,
STRAND, MORLEY, 1998).
Hepler e Strand enfatizou que duas atividades devem ocorrer para que a atenção
farmacêutica seja deliberada: primeiro, o farmacêutico consome o tempo necessário
para determinar os desejos específicos do paciente, preferências e necessidades
relacionadas a sua saúde e doença. Segundo, o farmacêutico faz um compromisso de
continuar a atenção uma vez iniciada. Desse princípio diz que atenção farmacêutica é a
provisão responsável da farmacoterapia com o propósito de alcançar resultados
concretos que melhore a qualidade de vida do paciente” (CIPOLLE, STRAND,
MORLEY, 1998).
Desde então a prática da atenção farmacêutica vem sendo o alvo de discussões nos
encontros farmacêuticos, congressos, publicações em periódicos científicos,
experiências exitosas em todo país tanto em farmácia hospitalar, publica e comunitária.
O exercício da atenção farmacêutica onde o farmacêutico responsabiliza-se pelas
necessidades relacionadas aos medicamentos do paciente e responde por este
compromisso requer mudanças de filosofia profissional, de comportamentos e atitudes e
de visão no trabalho.
As ações do farmacêutico, no modelo de atenção farmacêutica, na maioria das vezes,
são atos clínicos individuais. Mas as sistematizações das intervenções farmacêuticas e a
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troca de informações dentro de um sistema de informação composto por outros
profissionais de saúde pode contribuir para um impacto no nível coletivo e na promoção
do uso seguro e racional de medicamentos. (OPAS 2002).
A Organização Mundial da Saúde, ao analisar as funções do farmacêutico, no sistema
de atenção a saúde estende o benefício da atenção farmacêutica para toda comunidade
reconhecendo a relevância da participação do farmacêutico junto com a equipe de saúde
na prevenção de doenças e promoção da saúde. Na reunião mundial em
Tókio no ano de 1993, adotou com adaptações este conceito e estabeleceu:
A Atenção Farmacêutica é um compêndio de prática profissional, em que o paciente é o
principal beneficiário das ações do farmacêutico e reconheceu que esta Atenção
Farmacêutica é um compêndio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos,
das inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das
responsabilidades e das destrezas do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com
o objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na qualidade de vida
do paciente.
Esta nova maneira de trabalhar exige uma mudança no paradigma pois é também uma
nova filosofia e para isso requer tempo. Na proposta do Consenso para a Atenção
Farmacêutica coloca-se como um componente da assistência farmacêutica, não
envolvendo somente o acompanhamento farmacoterapêutico, mas outras ações como a
educação em saúde, promoção do uso racional de medicamentos e o atendimento
farmacêutico em si (IVAMA, 2002).
A atenção ao paciente e, portanto, atenção farmacêutica é uma atividade prospectiva que
objetiva prevenir problemas relacionados a medicamentos. Por esta razão não se pode
determinar se a atenção farmacêutica é necessária, sem primeiro obter e analisar
informações que permitam conhecer se o paciente tem algum problema real que envolva
o uso de medicamentos. Por causa dessa natureza individual, deve-se assumir que todos
os pacientes requerem atenção farmacêutica pelo menos até que o problema tenha sido
excluído (STRAND et. al. 1992).
As principais características da Atenção Farmacêutica estão relacionadas à
dispensação de medicamentos; em prover informação para assegurar o uso racional e
cuidados ao paciente objetivando alcançar resultados definidos em sua saúde.
Cada um destes resultados envolve por sua vez três funções principais:
1. Identificar problemas, reais e potenciais, relacionados com os medicamentos;
2. Resolver problemas reais relacionados com os medicamentos;
3. Prevenir problemas potenciais relacionados com os medicamentos.
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ou suspeita-se envolver farmacoterapia e que atualmente ou potencialmente interfere
com os resultados desejados do paciente”,Tabela 1.
Estes PRM acontecem por numerosas causas, como elencadas a seguir, segundo
Cipolle, Strand & Morley, 1998:
• O paciente possui uma nova condição médica que requer introduzir um novo
medicamento;
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• O paciente tem uma condição médica que requer combinação farmacoterapêutica para
conseguir sinergismo/potencialização dos efeitos;
• O paciente está tomando uma medicação para o qual não há indicação médica válida
no momento;
• O paciente acidentalmente ou intencionalmente ingeriu uma quantidade tóxica do
medicamento resultando na presente doença ou alteração;
• O problema médico do paciente está associado com abuso de drogas, álcool ou tabaco;
• A condição médica do paciente é mais bem tratada com terapia não medicamentosa;
• O paciente está fazendo terapia medicamentosa para tratar uma reação adversa
evitável associada com outro medicamento;
• O paciente tem um problema médico para o qual este medicamento não é efetivo;
• O paciente é alérgico a este medicamento;
• O paciente tem fatores de risco contra-indicado para uso deste medicamento;
• O paciente está recebendo um medicamento que é efetivo, mas não é o mais seguro;
• O paciente tem tornado refratário para o presente medicamento;
• A dosagem usada é muito baixa para produzir um efeito desejável para este paciente;
• A concentração plasmática do medicamento está abaixo da faixa terapêutica desejada;
• Dose e flexibilidade de intervalo (analgésicos, insulina) estão inadequado para este
paciente;
• O paciente está tendo uma reação alérgica para este medicamento;
• O paciente possui fatores de risco que torna este medicamento pouco seguro para uso;
• A biodisponibidade do medicamento está sendo alterada devido a interação com outro
medicamento ou alimento que o paciente está utilizando;
• O efeito do medicamento está sendo alterado devido a inibição/indução da enzima de
outro medicamento que o paciente está utilizando.
• O efeito do medicamento está alterado devido ao deslocamento do sítio de ligação por
outro medicamento que o paciente está tomando;
• O efeito do medicamento está alterado devido a substância do alimento que o paciente
está comendo;
• Os resultados dos exames laboratoriais estão alterados devido a interferência do
medicamento que o paciente está tomando;
• Dosagem é muito alta para o paciente;
• A concentração plasmática do medicamento está acima da margem terapêutica
desejada;
• O paciente tem acumulado a concentração do medicamento pela administração
crônica;
• Medicamento, via, conversão de formulação estavam inapropriada para o paciente;
• A dose e flexibilidade de intervalo (insulina, analgésicos) estão inapropriadas para este
paciente;
• O paciente não recebeu o esquema apropriado do medicamento por erro da medicação
(prescrição, dispensação, administração, monitorização) realizada;
• O paciente não aderiu com as orientações recomendadas para usar a medicação;
• O paciente não tomou o medicamento devido ao alto custo do produto;
• O paciente não tomou o medicamento por causa da falta de entendimento das
orientações;
• O paciente não tomou o medicamento como orientado porque não estaria consistente
com as crenças de saúde do paciente.
Além desses problemas o paciente pode possuir características que interferem com o
êxito dos efeitos esperados ou pode haver variações imprevisíveis em suas respostas
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biológicas. Os objetivos buscados com uma terapia medicamentosa não são sempre
alcançados. O paciente tem a responsabilidade de ajudar a alcançar os resultados
desejados comprometendo-se a assumir condutas que contribuam e não interfiram com
elas. Os farmacêuticos e os demais profissionais de saúde tem a obrigação de educar os
pacientes sobre os hábitos necessários que contribuam no alcance dos resultados
desejados.
A busca em melhorar a farmacoterapia é grande e os farmacêuticos já estão trabalhando
no dia-a-dia em identificar os possíveis problemas relacionados a medicamentos.
Ainda que o farmacêutico não seja o responsável pelo diagnóstico da hipertensão
arterial nem de tratamento farmacológico, seu papel passa por colaborar com o médico
na detecção precoce, controle e seguimento desta patologia crônica, deve-se portanto,
conhecer todos os aspectos vinculados com o diagnóstico e o tratamento da hipertensão
para cumprir sua função de forma adequada.
A detecção da hipertensão começa com uma aferição apropriada da pressão arterial
realizadas pelos profissionais de saúde durante visitas dos seus pacientes.
Reiteradas aferições de pressão arterial determinarão se a elevação persiste e se requer
tratamento imediato, ou se normalizou e necessita apenas de uma vigilância periódica.
Quando o farmacêutico detecta um possível paciente hipertenso deverá encaminhá-lo ao
médico com a cópia dos valores pressóricos medidos e uma síntese e de sua opinião
profissional.
A pressão arterial deve ser medida de forma padronizada mediante equipamentos que
garantam critérios de certificação, observando procedimento de medida da pressão
arterial das Diretrizes Brasileiras da Hipertensão Arterial.
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3. As doenças auto-diagnosticadas.
• Iniciar ou modificar o tratamento, medicamentoso ou não medicamentoso,
mediante:
1. Orientação farmacêutica à mudanças no estilo de vida ou na utilização de
medicamentos OTC;
2. Em colaboração com o prescritor e outros profissionais envolvidos ;
• Preparar e fornecer os medicamentos
• Estabelecer as metas do tratamento juntamente com o prescritor, o paciente ou ambos,
segundo os casos.
• Desenhar e colocar em prática o plano de atenção Farmacêutica
(educação e assessoramento).
• Acompanhar os resultados terapêuticos e tomar as medidas complementares
adequadas.
• Dados Obrigatórios
- Dados do paciente:
Nome:
Endereço:
Telefone:
Sexo:
Data de Nascimento:
Número de Registro:
Médico:
Medicamentos prescritos:
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- Dados do Médicos:
Nome:
CRM:
Endereço Profissional:
- Características do Paciente
Idade:
Sexo:
Etnia:
História Social:
Gravidez (?):
Nutriz (?):
Função Renal:
Função Hepática:
Função Cardíaca:
Função Nutricional:
Expectativa do paciente em relação ao tratamento:
- Dados do Medicamento:
Denominação genérica:
Concentração:
Forma Farmacêutica:
Nº de embalagens fornecidas:
Nº de unidades por embalagens:
Regime terapêutico:
Data da dispensação:
Quantidade por unidade:
Problemas com o medicamento:
Via e técnica de administração do medicamento:
Percepção do paciente em relação ao tratamento:
Medicações de venda livre utilizado pelo paciente:
• Dados Úteis
- Dados do paciente:
Mudanças na prescrição:
Interações:
Reações adversas tipo A:
Reações adversas tipo B:
Doenças crônicas:
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- Dados do medicamento:
Nº de registro no MS:
Nº do lote:
Cerca de 40% dos pacientes hipertensos são tratados com dois fármacos; alguns,
inclusive, requerem 3 ou 4. Para pacientes que estão sendo tratados com mais de um
medicamento, são necessárias considerações especiais.
Alguns problemas se solucionam com uma simples mudança de hábitos ou variações
mínimas nos horários ou freqüência da tomada de medicamentos. Outros requerem
ajustes na dosagem ou mudança de medicamentos empregados para evitar interações ou
reações adversas. Se os problemas relacionados com os medicamentos são
significativos, o farmacêutico deve alertar o médico e sugerir diferentes alternativas de
solução.
Toda informação que o farmacêutico coletar deverá ser documentada em fichas de
atenção farmacêutica elaborado a partir do modelo escolhido e adaptado a sua realidade
local. Cada paciente deve ter sua própria ficha e em cada visita farmacêutica os dados
devem ser registrados.
Em caso do paciente decidir ingressar nesse programa de controle de sua hipertensão. O
farmacêutico deverá realizar as seguintes tarefas durante seus encontros com o paciente:
• Abrir uma ficha de paciente e iniciar a entrevista para preenchimento de dados para o
perfil farmacoterapêutico;
• Observar o aspecto geral do paciente (nervosismo, ansiedade, cansaço, desanimo,
stress, etc);
• Medir duas ou mais vezes a pressão arterial em intervalos de dois minutos, cumprindo
a técnica descrita no protocolo para medir a pressão arterial;
• Controlar o pulso cardíaco;
• Avaliar a medicação anti-hipertensiva do paciente;
• Pesar o paciente e verificar seu índice de massa corporal, medir sua altura e
circunferência da cintura;
• Identificar problemas relacionados a medicamentos;
• Avaliar a informação obtida e proceder segundo as recomendações farmacêuticas;
• Indicar ou reforçar a terapia não medicamentosa (mudanças no estilo de vida);
• Medir os níveis de parâmetros associados (colesterol);
• Recomendar mudanças ou ajustes na medicação;
• Traçar um plano de intervenção em conjunto com o paciente para os problemas
encontrados;
• Estabelecer a freqüência das visitas para um acompanhamento adequado.
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De acordo com Pereira, 2005 a avaliação de resultados representa um “retrato” do
paciente. Busca-se perceber sucessos e fracassos da terapia farmacológica. Pode-se
dizer que durante essa etapa busca os dados positivos (avaliando a efetividade), os
dados negativos (avaliando a segurança) e por novos dados (verificando o surgimento
de novos PRM ou novos problemas de saúde). Diante dos fatos são planejadas novas
ações.
O objetivo principal da atenção farmacêutica a pacientes hipertensos é: (1) colaborar
com o sucesso da meta sanitária para a hipertensão arterial (manter a pressão dos
hipertensos abaixo de 140/90 mmHg; (2) educar o paciente no autocuidado de sua
saúde, principalmente em relação às mudanças no estilo de vida e (3) avaliar a
farmacoterapia anti-hipertensiva para assegurar que é efetiva (doses, interações, efeitos
adversos, preço, etc), assim como conscientizar o paciente para que cumpra o
tratamento de forma permanente e ininterrupta (PERETTA, 1999).
Sinteticamente, conforme Peretta, 1999, o farmacêutico ao prover Atenção
Farmacêutica a pacientes hipertensos, deve ser capaz de cumprir, de forma eficaz, as
seguintes funções:
• Observar o paciente para reconhecer sinais e sintomas da hipertensão;
• Identificar os fatores de risco associados com a hipertensão;
• Aferir a pressão arterial e registrar os valores;
• Palpar o pulso cardíaco e reconhecer irregularidades;
• Pesar o paciente e determinar seu peso ideal (IMC);
• Avaliar os resultados da farmacoterapia antihipertensiva;
• Identificar problemas relacionados a medicamentos;
• Elaborar um plano de ação juntamente com o paciente para resolução dos problemas
encontrados;
• Determinar a necessidade de estudos associados (por ex. colesterol sanguíneo);
• Aconselhar aos pacientes hipertensos sobre a adequada manutenção da saúde de forma
a evitar problemas;
• Recomendar a realização de exames laboratoriais para avaliação do tratamento
farmacoterapêutico;
• Encaminhar o paciente ao médico e comunicar-se com ele para informá-lo de suas
observações;
• Registrar e avaliar as intervenções profissionais e documentar a evolução dos
tratamentos antihipertensivos;
• Manter contato constante com os profissionais de saúde diretamente responsáveis pelo
manejo do tratamento da hipertensão arterial (equipe
multiprofissional);
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Considerações finais
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