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FITOTERAPIA NO SISTEMA

CARDIOVASCULAR
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 3
Objetivo da disciplina 3
Objetivos específicos 3
Habilidades e competências a serem alcançadas 3
Ementa da disciplina 4

1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES 6
Hipertensão arterial sistêmica 7
Doença isquêmica do coração 10
Insuficiência cardíaca 11
Alterações no perfil lipídico 14

2 FITOTERAPIA NO SISTEMA CARDIOVASCULAR 17


Fitoterápicos reguladores da pressão arterial 18
Fitoterápicos que melhoram a circulação sanguínea e
podem atenuar o quadro de varizes 23
Fitoterápicos hipolipidemiantes 26
Fitoterápicos hipoglicemiantes e anti-obesogênicos
27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30

ANEXO 33

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Objetivo da disciplina

Discutir os fitoterápicos com ação no sistema cardiovascular.

Objetivos específicos

 Apresentar os principais distúrbios cardiovasculares.


 Apresentar os principais fitoterápicos com ação no sistema
cardiovascular, incluindo seus mecanismos de ação, possíveis
formas de administração e posologia.

Habilidades e competências a serem alcançadas

Compreender os principais distúrbios cardiovasculares, os


fitoterápicos com ação no sistema cardiovascular e como aplica-los na
prática clínica.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Ementa da disciplina

A disciplina aborda os principais distúrbios cardiovasculares e os


fitoterápicos com ação no sistema cardiovascular, explanando sobre os
seus mecanismos de ação, bem como formas viáveis de administração
(como infusão, decocção, fórmula magistral, tintura etc.) e posologia
(quanto, quando e como prescrever). As informações incluídas são
baseadas em evidências científicas bem consolidadas e órgãos de renome
na área de Nutrição e Fitoterapia.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

1 DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Introdução modificáveis e (ii) modificáveis,


sendo que na primeira categoria
As doenças (não modificáveis) enquadram-se
cardiovasculares são as principais idade, gênero e hereditariedade
causas de mortalidade (isto é, fatores que não podem ser
mundialmente, sendo que alterados), ao passo que na
inúmeros fatores contribuem para segunda categoria (modificáveis),
o desenvolvimento destas incluem-se aspectos que podem
condições, como hipertensão ser modificados, como dieta, nível
arterial sistêmica, diabetes de atividade física, tabagismo,
mellitus, obesidade, etilismo, hiperglicemia,
sedentarismo, alimentação dislipidemias, entre outros. Neste
inadequada (por exemplo: rica em cenário, é possível compreender a
açúcares, gorduras saturadas e importância da dieta (incluindo a
sódio) etc. fitoterapia) e da prática de
exercícios físicos tanto na
Os fatores de risco para prevenção quanto no tratamento
doenças cardiovasculares são de determinados distúrbios
classificados em (i) não cardiovasculares.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

É relevante ressaltar que as crônica não transmissível, é um


doenças cardiovasculares não são sinal que acompanha inúmeras
mais consideradas doenças de outras condições clínicas. Em
idosos, tendo em vista que pacientes acometidos por
acometem todos os grupos hipertensão arterial sistêmica, a
populacionais, incluindo crianças. pressão arterial é máxima ao
Outra questão importante de acordar e mínima nas primeiras
pontuar é que as doenças horas da madrugada. Não
cardiovasculares repercutem em obstante, diversos fatores podem
significativos custos ao sistema de provocar elevação da pressão
saúde de um país. Não obstante, arterial em pacientes com
em virtude das faltas em trabalho hipertensão arterial sistêmica,
por conta da doença e demais como momentos de estresse e/ou
questões, é possível compreender dor.
que as doenças cardiovasculares
têm relevante impacto social. O diagnóstico de
hipertensão arterial sistêmica não
Considerando o exposto, deve basear-se apenas em uma
nunca foi tão importante propor única medição da pressão arterial,
estratégias de prevenção e mas sim em, pelo menos, duas
coadjuvantes no tratamento dos medições realizadas em dias
fatores de risco, como a diferentes e em local calmo, e sem
hipertensão arterial sistêmica, medicamento anti-hipertensivo.
bem como das próprias doenças Em adultos, geralmente, a
cardiovasculares. O objetivo da hipertensão arterial sistêmica se
presente seção é abordar os caracteriza quando o indivíduo
principais distúrbios apresenta pressão sistólica e
cardiovasculares, ao passo que a diastólica acima de 139 mmHg e
seguinte seção abordará a 89 mmHg, respectivamente.
fitoterapia aplicada ao sistema
cardiovascular. Além da medição da
pressão arterial, pode-se conduzir
Hipertensão arterial o ecocardiograma, o qual é
sistêmica bastante útil na avaliação inicial
do paciente com hipertensão
A hipertensão arterial arterial sistêmica. Destaca-se que
sistêmica, além de ser um barulho anormal,
considerada como uma doença denominado de quarto som

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

cardíaco, que se escuta com o vasos sanguíneos. Isso faz com


estetoscópio, é uma das primeiras que a hipertensão arterial
alterações cardíacas causadas sistêmica seja um fator de risco
pela hipertensão arterial independente, linear e contínuo
sistêmica. para doenças cardiovasculares,
doença renal crônica e morte
Não obstante, a Sociedade prematura.
Brasileira de Cardiologia, em seu
último parecer sobre Hipertensão Os principais sintomas da
Arterial Sistêmica, aconselha, hipertensão arterial sistêmica são:
sempre que possível, conduzir cefaleia, hemorragias nasais,
exames fora do consultório, a vertigem, cansaço e ruborização
exemplo da Monitorização facial, sendo que indivíduos com
Ambulatorial da Pressão Arterial hipertensão arterial sistêmica
(MAPA), da Monitorização grave também podem apresentar
Residencial da Pressão Arterial dispneia, agitação e visão turva.
(MRPA) ou da Automedida da
Pressão Arterial (AMPA). Dentre as principais causas
envolvidas no desenvolvimento
A Sociedade Americana de de hipertensão arterial sistêmica,
Hipertensão (the American destacam-se: idade (o risco de
Society of Hypertension) pontua hipertensão arterial sistêmica
ainda que indivíduos com pressão aumenta com o envelhecimento,
sistólica entre 120 e 139 mmHg e sendo que após 40 anos o risco já
diastólica entre 80 e 89 mmHg se torna maior e cerca de 65% dos
devem ser considerados como idosos acima de 60 anos
pré-hipertensos, exigindo apresentam o quadro), genética
acompanhamento mais cauteloso. (fatores genéticos influenciam de
30 a 50% a pressão arterial), dieta
Um dos fatores que (o consumo excessivo de sódio e
dificulta o diagnóstico da insuficiente de potássio pode
hipertensão arterial sistêmica e predispor a hipertensão arterial
torna essa condição tão perigosa é sistêmica), obesidade (por
que ela se manifesta de forma aumento do volume plasmático e
assintomática até que ocorram pela resistência à insulina, que,
lesões vasculares graves e por sua vez, resulta em retenção
alterações estruturais em órgãos- renal aguda de sódio), diabetes
alvo, como coração, cérebro, rins e mellitus, sedentarismo,

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

tabagismo, etilismo etc. Salienta- de bradicardia, insuficiência


se que a prevalência e a incidência aórtica, fístulas arteriovenosas,
de hipertensão arterial sistêmica febre, anemia e situações que
na população mundial são causem aumento na rigidez da
alarmantes e apresentam aorta, como em casos de idosos
crescimento contínuo já há alguns com aterosclerose. Já a
anos, possivelmente em virtude hipertensão arterial diastólica
dos hábitos de vida inadequados pode derivar de espasmos de
adotados pela população. vasos arteriais e do aumento do
volume sanguíneo (pressão
A hipertensão arterial diastólica superior ou igual a 90
sistêmica pode ser classificada de mmHg, com sistólica inferior a
acordo com três critérios – o 140 mmHg), o que pode ocorrer
etiológico, o fisiopatológico e o de em distúrbios renais, ex.:
gravidade. Segundo o critério glomerulonefrite. Salienta-se que
etiológico, a hipertensão arterial é mais comum a hipertensão
sistêmica pode ser essencial ou sistólica e diastólica (e não apenas
primária, quando a causa não é uma ou outra).
conhecida ou é multifatorial (o
que ocorre mais frequentemente De acordo com o critério de
– 90 a 95% dos casos), ou gravidade, a hipertensão arterial
secundária, quando a hipertensão sistêmica pode ter quatro níveis:
arterial sistêmica decorre de (i) leve, com valores de pressão
complicações de outras doenças, sistólica e diastólica entre 140-159
por exemplo: doença renal mmHg e 90-99 mmHg,
crônica, ou decorrente do uso de respectivamente; (ii) moderada,
determinados fármacos (cerca de com valores de pressão sistólica e
5 a 10% dos casos de hipertensão diastólica entre 160-179 mmHg e
arterial sistêmica). 100-109 mmHg, respectivamente,
(iii) grave, com valores de pressão
Segundo o critério sistólica e diastólica entre 180-
fisiopatológico, a hipertensão 209 mmHg e 100-119 mmHg,
arterial sistêmica pode ser respectivamente, e (iv) muito
sistólica ou diastólica, sendo que a grave, com valores de pressão
hipertensão sistólica (pressão sistólica e diastólica maior ou
sistólica superior ou igual a 140 igual a 210 mmHg e 120 mmHg,
mmHg com diastólica inferior a respectivamente.
90 mmHg) pode ocorrer em casos

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Na fase precoce da cria um ciclo vicioso,


hipertensão arterial sistêmica, a contribuindo ainda mais com o
vasoconstrição decorre da aumento da pressão arterial.
contração das fibras musculares
lisas, não existindo alterações É importante ressaltar que
microscópicas nos vasos a hipertensão arterial sistêmica
sanguíneos. Como consequência aumenta o risco de diversos
da vasoconstrição constante, outros distúrbios e doenças, como
ocorre espessamento da camada doença arterial coronariana,
média em virtude da hipertrofia insuficiência cardíaca, fibrilação
muscular, progredindo para arterial, isquemia miocárdica,
degeneração hialina e fibrose da enfarte, aneurisma, acidente
íntima, o que é designado como vascular encefálico,
arterioloesclerose hialina nefroesclerose, insuficiência
(caracterizada por hipertensões renal, retinopatia etc. Neste
prolongadas e moderadas, cenário, é sabido que a
consideradas como benignas). hipertensão arterial sistêmica não
Resultante de todos os eventos tratada diminui a expectativa de
listados, os tecidos abastecidos vida em 10 a 20 anos.
pelos vasos comprometidos
podem demonstrar sinais de Doença isquêmica do
isquemia crônica. coração

A hipertensão arterial Entende-se por “isquemia”


sistêmica maligna normalmente é a interrupção parcial ou total do
superior a 200/140 mmHg e é fluxo sanguíneo que diminui o
caracterizada por necrose aporte de sangue aos tecidos
fibrinóide da camada média com periféricos, podendo repercutir
significativa fibrose da íntima e em enfarte. Como resultado da
estreitamento expressivo da isquemia, há hipóxia ou anóxia e
arteríola. Os tecidos supridos privação de nutrientes aos tecidos
pelos vasos comprometidos afetados.
apresentam isquemia aguda com
microenfartes e hemorragias. Diversas podem ser as
Salienta-se que a hipertensão causas da isquemia, como
arterial sistêmica maligna espasmo da musculatura lisa
normalmente está associada a vascular, patologias na parede
elevados níveis de renina, o que vascular, hiperviscosidade

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

sanguínea e trombose e/ou A presença de circulação


embolia, sendo as duas últimas colateral pode prevenir a
(trombose e embolia) as causas isquemia, tendo em vista que
mais comuns de isquemia. fornece uma via alternativa de
aporte sanguíneo. Em
A isquemia pode ser comparação à circulação colateral
decorrente da oclusão arterial ou arterial, a circulação colateral
venosa. Quando ocorre oclusão venosa é mais bem desenvolvida
arterial, o tecido atingido e, por isso, as oclusões venosas
encontra-se pálido, em virtude da têm menor impacto clínico.
deficiência do fluxo sanguíneo,
sendo que a esta situação dá-se o Finalmente, destaca-se que
nome de enfarte pálido. No as oclusões agudas são mais
entanto, quando há oclusão severas do que as graduais, pois
venosa, ocorre comprometimento não permitem mecanismos
da drenagem sanguínea, compensatórios. Assim, é
resultando em congestão, edema e justificável que o enfarte seja mais
aumento da pressão hidrostática, letal para jovens, do que para
o que pode culminar em ruptura idosos, os quais desenvolveram
vascular e, consequentemente, mecanismos de compensação ao
hemorragias e obstrução do fluxo longo da vida.
sanguíneo arterial, causando
isquemia e, possivelmente, Insuficiência cardíaca
enfarte. A este tipo de evento dá-
se o nome de enfarte vermelho ou O termo “insuficiência
hemorrágico. cardíaca” é compreendido como a
incapacidade cardíaca de suprir
É de extrema importância os tecidos com fluxo sanguíneo
pontuar que os tecidos suficiente para atingir as
respondem diferentemente à necessidades de oxigênio e de
isquemia, sendo que no coração e nutrientes destes.
no cérebro pode ocorrer enfarte já
nos primeiros minutos de uma Essa condição pode ser
oclusão arterial, ao passo que o classificada como aguda ou
tecido muscular esquelético, por crônica, baseado no tempo de
exemplo, resiste por horas à apresentação e na gravidade dos
isquemia sem sofrer qualquer tipo sinais e sintomas apresentados
de alteração aparente. pelo paciente. Não obstante, a

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

insuficiência cardíaca pode ser estes mecanismos serem


esquerda ou direita, sendo que as importantes para manter a
principais causas da insuficiência perfusão tecidual adequada numa
cardíaca esquerda são: fase inicial, eles podem resultar
hipertensão arterial sistêmica, em efeitos prejudiciais, como
doença cardíaca isquêmica, remodelação do ventrículo
doença valvular aórtica, doença esquerdo vinculado ao aumento
valvular mitral, miocardites, drástico do consumo de oxigênio
cardiomiopatias, amiloidose pelo miocárdio, repercutindo em
cardíaca e estados de alto débito, uma deterioração secundária da
como anemia e fístulas função cardíaca.
arteriovenosas.
Como resultado da
As principais causas de insuficiência cardíaca, surgem
insuficiência cardíaca direita são: consequências anterógradas (em
insuficiência cardíaca esquerda, razão da diminuição do débito
doença pulmonar crônica, cardíaco) e retrógradas (por
estenose da válvula pulmonar, acúmulo do retorno venoso ao
doença valvular tricúspide, coração, com consequente
doença cardíaca congênita, dilatação cardíaca, nos pulmões,
hipertensão pulmonar e embolia resultando em edema pulmonar, e
pulmonar. nos tecidos periféricos, causando
edema periférico). Ressalta-se
No que se refere à que os distúrbios decorrentes da
fisiopatologia da insuficiência insuficiência cardíaca dependem
cardíaca, é sabido que a do lado afetado (direito ou
diminuição da função sistólica do esquerdo), da magnitude da
ventrículo esquerdo (fração de diminuição do débito cardíaco e
ejeção menor que 50%), de se tratar de uma falência aguda
geralmente, culmina em aumento ou crônica.
dos diâmetros telessistólico e
telediastólico do ventrículo A paragem abrupta da
esquerdo, o que, por sua vez, ativa contração ventricular esquerda,
mecanismos compensatórios, em razão da insuficiência cardíaca
como estimulação do sistema anterógrada direita, resulta em
nervoso simpático, do sistema morte súbita, principalmente em
renina-angiotensina-aldosterona virtude de assistolia e fibrilação
e vasorregulação local. Apesar de ventricular, sendo que a anóxia

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

cerebral culmina na perda da causa mais comum de falência


consciência e morte em poucos ventricular direita é a falência
minutos. Sabe-se que uma cardíaca esquerda.
diminuição severa do débito
cardíaco pode levar ao choque A insuficiência cardíaca
cardiogênico, o que repercute no anterógrada direita,
desvio do fluxo sanguíneo de normalmente, ocorre quando um
outros órgãos e tecidos para o êmbolo obstrui o efluxo
cérebro e o coração, de forma a sanguíneo do ventrículo direito e
gerar distúrbios, como a redução da artéria pulmonar principal,
do débito urinário e aumento da provocando morte súbita. Outra
uremia. A vasoconstrição forma de insuficiência cardíaca
prolongada resulta em choque direita aguda é o tamponamento
irreversível e morte rápida. cardíaco, que é um aumento
súbito na pressão da cavidade
Não obstante, a isquemia pericárdica devido ao acúmulo de
cardíaca esquerda retrógrada líquidos, resultando na redução
pode culminar em edema do débito ventricular direito.
pulmonar, pois eleva a pressão
hidrostática nos capilares A manifestação clínica da
pulmonares. Em virtude desta insuficiência cardíaca retrógrada
situação, há extrema dificuldade direita é a congestão venosa
para respirar, acompanhada de sistêmica, ocorrendo aumento da
tosse com expectoração rosada e pressão venosa jugular, aumento
espumosa. Além disso, com o do volume e endurecimento do
prolongamento da isquemia fígado, causando dor à palpação,
cardíaca esquerda retrógrada, há em razão do estiramento da
espessamento fibroso dos septos cápsula hepática. Destaca-se que
alveolares, os quais opõem o edema periférico é o sinal mais
resistência à expansão pulmonar, óbvio da insuficiência cardíaca
causando a dispneia (dificuldade direita.
respiratória). A fibrose
progressiva dos septos alveolares Uma situação que ocorre
promove hipertensão pulmonar, a tanto na insuficiência cardíaca
qual, por sua vez, repercute em direita quanto na esquerda é o
hipertrofia ventricular direita e, edema cardíaco, sendo que, na
finalmente, em insuficiência insuficiência cardíaca esquerda, o
ventricular direita, sendo que a líquido do edema se acumula nos

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

pulmões, ao passo que na direita o investigar o perfil lipídico consiste


líquido se acumula por gravidade no fato de que alterações nestes
no sistema venoso do qual parâmetros (dislipidemias) estão
depende. O edema cardíaco associadas ao maior risco de
crônico é causado pela retenção desenvolvimento de doenças
de sódio e água nos rins, cardiovasculares.
aumentando o volume plasmático
total, e tendo como principal Isso porque o excesso de
causa a estimulação do sistema lipídios no sangue pode
renina-angiotensina-aldosterona acumular-se nos vasos
em razão do débito cardíaco sanguíneos, obstruindo-os
diminuído. parcialmente ou integralmente,
levando a eventos
Finalmente, é válido cardiovasculares (ex.:
mencionar que o diagnóstico mais aterosclerose, infarto), além de
objetivo da insuficiência cardíaca favorecer o quadro inflamatório e
é conseguido pela realização de o estresse oxidativo.
um ecocardiograma
bidimensional com Doppler. A Segundo a Sociedade
radiografia do tórax também pode Brasileira de Cardiologia, na
ser usada, pois detecta a Atualização da Diretriz Brasileira
cardiomegalia e a congestão de Dislipidemias e Prevenção de
pulmonar. O peptídeo Aterosclerose (2017), os valores
natriurético do tipo B também é referenciais e de alvo terapêutico
útil no diagnóstico, no do perfil lipídico para adultos com
prognóstico e na monitoração idade superior a 20 anos são os
terapêutica da insuficiência seguintes:
cardíaca.

Alterações no perfil lipídico

O perfil lipídico inclui,


principalmente, os parâmetros:
colesterol total, LDL (lipoproteína
de baixa densidade), HDL
(lipoproteína de alta densidade) e
triglicérides. A importância de

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Considerações finais

As doenças cardiovasculares são diversas, apresentando as mais


variadas causas, fatores de risco e fisiopatologia. Neste material,
objetivou-se abordar algumas das doenças cardiovasculares mais comuns
na prática clínica.

Pode-se compreender que alguns fatores contribuem com o


desenvolvimento e com o agravamento das doenças cardiovasculares,
como a hipertensão arterial sistêmica, as dislipidemias e os distúrbios de
circulação. Considerando esses principais fenômenos, a seguinte seção
objetiva abordar fitoterápicos com fins de mitigar esses fatores, reduzindo
o risco e a evolução de distúrbios cardiovasculares.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

2 FITOTERAPIA NO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Introdução grau de pacientes com doenças


cardiovasculares têm maior risco
As doenças de desenvolvê-las, e fatores
cardiovasculares são a principal ambientais, como dieta
causa de mortalidade a nível inadequada, sedentarismo,
mundial, como previamente etilismo, tabagismo e outros.
mencionado. Tratam-se de
eventos multicausais, logo, Não obstante, algumas
diversas estratégias podem ser comorbidades aumentam o risco
aplicadas para atenuar o seu risco. de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, como
Dentre as causas, dislipidemias (ex.:
destacam-se fatores genéticos, hipercolesterolemia,
sendo que parentes de primeiro hipertrigliceridemia, aumento das

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

concentrações de LDL e redução É uma das comorbidades mais


das concentrações de HDL), prevalentes na população,
hipertensão arterial sistêmica, estando presente em 32,5% dos
obesidade, hiperglicemia, adultos e em mais de 60% dos
resistência à insulina e diabetes idosos, sendo considerado como
mellitus, inflamação, estresse um evento cujo risco é aumentado
oxidativo e outros. com o envelhecimento. A
hipertensão arterial sistêmica é
Diversas estratégias responsável por cerca de 45% das
podem ser aplicadas na redução mortes cardíacas e 51% das
do risco e no tratamento das mortes por acidente vascular
doenças cardiovasculares, como a encefálico.
dietoterapia e a fitoterapia. A
última (fitoterapia) tem se O sistema renina-
mostrado bastante efetiva e com angiotensina-aldosterona
menor risco de efeitos colaterais desempenha papel central no
quando em comparação a controle da pressão arterial,
medicamentos, podendo ser sendo responsável pela
utilizada em determinados casos. vasoconstrição, redução da
excreção renal de sódio e aumento
O objetivo da presente da pressão arterial sistêmica.
seção é abordar os fitoterápicos Logo, a inibição dessa via (por
que poderiam ser empregados meio da inibição da enzima
para pacientes em maior risco ou conversora de angiotensina –
com doenças cardiovasculares, ECA) é um alvo no controle da
atenuando o desenvolvimento ou pressão arterial de pacientes
o agravamento dessas, bem como hipertensos. Além desse
mitigando fatores de risco e mecanismo, a disfunção
comorbidades. endotelial resultante de estresse
oxidativo e inflamação também
Fitoterápicos reguladores da parece favorecer a hipertensão
pressão arterial arterial sistêmica e demais
eventos cardiovasculares.
Como mencionado
anteriormente, a hipertensão O Allium sativum,
arterial sistêmica é uma conhecido popularmente como
comorbidade vinculada ao maior alho, é rico em flavonoides,
risco de doenças cardiovasculares. saponinas, compostos fenólicos e

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

outros, dentre eles aliina, alicina Ressalta-se que o alho não


(gerada a partir da aliina pela ação é isento de efeitos colaterais,
da enzima alinase) e S-alilcisteína, podendo interferir na coagulação
com papel anti-hipertensivo. Os sanguínea e aumentar o risco de
principais mecanismos de ação sangramentos (especialmente
destes compostos são: inibição da para indivíduos que usam
ECA, bloqueio de canais de cálcio, anticoagulante), bem como, para
inibição de canais de sódio indivíduos mais sensíveis, pode
epiteliais, redução da causar desconforto no trato
sensibilidade às catecolaminas, gastrointestinal (flatulência, azia,
inibição da via inflamatória NFkB refluxo e inchaço). Não obstante,
e PGE2, redução do estresse pacientes com hipotensão devem
oxidativo por meio de estímulo da evitar doses altas de alho e dos
via antioxidante NRf2, aumento outros fitoterápicos com potencial
da síntese de óxido nítrico anti-hipertensivo abordados
(vasodilatador) e redução da neste tópico.
síntese de moléculas de adesão,
como a molécula de adesão A cebola, cujo nome
celular-vascular-1 (VCAM1). científico é Allium cepa, parece
ter efeitos semelhantes ao alho no
Revisões sistemáticas que tange ao seu potencial anti-
demonstram efeito hipotensor hipertensivo (ex.: via inibição da
significativo do alho, sendo as ECA – efeito que parece mais
formas mais utilizadas o extrato potente na cebola roxa do que na
de alho envelhecido, o pó de alho, cebola branca), bem como efeito
o óleo de alho e o alho cru, sendo hipoglicemiante (via redução da
que as doses mais usuais são de atividade da alfa-amilase e da
300 a 1.200 mg de extrato de alho alfa-glucosidase – efeitos
envelhecido ou de pó de alho e, promovidos tanto pela cebola
caso seja utilizado alho cru, roxa quanto branca) e efeitos
sugere-se de 2 a 4 unidades por antioxidante e anti-inflamatório.
dia. Os efeitos hipotensores Pode-se utilizar o pó do extrato
parecem ser percebidos em cerca alcóolico da casca da cebola
de 12 semanas de uso. Mais padronizado em quercetina. Na
informações sobre posologia alimentação, pode-se utilizar
estão presentes no Quadro 1. também a casca da cebola em
preparações.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Em relação ao chá verde e outros (sinais e sintomas comuns


preto (Camellia sinensis), os no excesso de cafeína).
resultados na pressão arterial são
dúbios, havendo estudos que A Melissa officinalis
indicam que esse fitoterápico apresenta atividade antagonista
reduz a pressão arterial, enquanto beta-adrenérgica, conferindo
outros pontuam que ele até efeito antidisrítimico e
aumenta essa variável bradicárdico, estimula receptores
(principalmente em virtude do muscarínicos, modula canais de
teor de cafeína). Os fitocompostos sódio e de potássio, possui
do chá verde, como as catequinas, atividade vasorelaxante (por meio
o ácido gálico e a L-teanina, da produção de óxido nítrico e
parecem ter potente papel prostaciclina), reduz a geração de
antioxidante, atenuando o risco radicais livres (ex.: radical
de lesão endotelial. Não obstante, superóxido) e diminui
parecem aumentar a produção de angiotensina II.
óxido nítrico.
Estes efeitos são atribuídos
Vários estudos utilizaram a aos fitocompostos presentes na
própria infusão de Camellia Melissa officinalis, a exemplo dos
sinensis, usando em média 2 a 5 terpenos (monoterpenos,
xícaras por dia (cerca de 5 a 10 g sesquiterpenos e triterpenos –
da erva por dia). Outros ácido ursólico e oleanólico). Os
utilizaram o extrato seco deste efeitos hipotensores são
fitoterápico (entre 120 a 400 observados com a oferta do
mg/dia). Os efeitos agudos são extrato seco, cerca de 500 mg,
observados em até 30 minutos duas vezes ao dia.
após a ingestão do fitoterápico, ao
passo que os efeitos prolongados O gênero Crataegus
podem permanecer até 4 semanas também aparenta ter efeito
após o uso. hipotensor e as suas principais
espécies são C. oxyacantha, C.
É importante destacar que laevigata, C. monogyna, C.
o chá verde não é isento de efeitos pentagyna, C. nigra, C. aronia
colaterais, podendo causar syn. Azarolus, C. tanacetifolia e
cefaleia, insônia, irritabilidade, C. microphyhlla, sendo que a
hipertensão arterial sistêmica e mais estudada delas é a Crataegus
oxyacantha.

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Os principais (pode potencializar o efeito de


fitocompostos desse gênero são anti-hipertensivos,
vitexina, rutina, catequina, antiarrítmicos, vasodilatadores
epicatequina, hiperoside, coronarianas e digitálicos), pode
proantocianididas e derivados causar efeitos colaterais (cansaço,
(flavonoides); ácidos ursólico, sudorese, náuseas, vermelhidão,
oleanólico, crataególico (ácidos bradicardia, hipotensão arterial) e
triterpênicos); ácidos cafeico e é contraindicado para pacientes
clorogênico e aminas (ácidos que usam medicamentos para
carboxílicos fenólicos). impotência sexual e/ou
vasodilatadores coronarianos.
Os principais mecanismos Salienta-se ainda que se deve
de ação de seus compostos são: evitar o uso contínuo e em altas
atividade anti-inflamatória e doses deste fitoterápico.
antioxidante, atividade
depressora do sistema nervoso O açafrão verdadeiro, cujo
simpático, efeito vasorelaxante, nome científico é Crocus sativus,
efeito diurético e papel redutor de contém os fitocompostos crocina,
moléculas de adesão, como crocetina, safranal e picrocrocina,
VCAM1. os quais possuem ação anti-
hipertensiva por meio dos
Em relação à posologia, seguintes mecanismos de ação:
pode-se utilizar o extrato seco de bloqueio de canais de cálcio
Crataegus oxyacantha (inibição da liberação de cálcio do
padronizado em 18,75% de retículo sarcoplasmático,
procianidina, de 600 a 1.500 mg causando efeito vasorelaxante),
por dia. Se for prescrito na forma regulação de receptores de GABA,
de tintura, sugere-se de 1 a 2 ml, aumento da síntese de óxido
cerca de 3 vezes ao dia. Se for nítrico e potencial diurético.
prescrito na forma de infusão, Quanto à posologia, é comum
recomenda-se a infusão a 5% por prescrever cerca de 70 mg do
15 minutos, devendo-se ofertar de extrato seco padronizado
2 a 3 xícaras por dia. diariamente, porém os estudos
chegam a administrar cerca de
Alguns cuidados devem ser 400 mg/dia. Ressalta-se que em
ressaltados na prescrição de altas doses este fitoterápico pode
Crataegus oxyacantha, pois ele ser bastante oneroso.
pode interagir com fármacos

21
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

A Curcuma longa parece alguns fitoterápicos, como a


ter papel anti-hipertensivo pois Andrographis paniculata, a
tem ação antioxidante e anti- Bidens pilosa L., o Coriandrum
inflamatória, aumenta a produção sativum, o Cymbopogon citratus
de óxido nítrico, inibe o influxo e a Apium graveolens, parecem
intracelular de cálcio, inibe a ter efeitos anti-hipertensivos em
mobilidade de cálcio dos estoques estudos experimentais com
intracelulares e inibe a proteína animais, mas ainda não há
quinase C (PKC). Estes efeitos são comprovação científica suficiente
decorrentes da presença de de sua ação em humanos.
curcuminóides (ex.: curcumina,
demetoxicurcumina, Em contrapartida, alguns
bisdemetoxicurcumina). fitoterápicos parecem aumentar a
Interessantemente, a pressão arterial, devendo-se ter
biodisponibilidade da cúrcuma cautela ao prescrevê-los para
aumenta-se quando esta é pacientes com ou em risco de
associada à pimenta preta (Piper hipertensão arterial sistêmica.
nigrum), sendo recomendada a São eles: Panax ginseng, Zingiber
inclusão de 1% da dose de officinalis, Citrus aurantium,
cúrcuma em pimenta preta (ex.: Rosmarinus officinalis e Ruscus
se foi incluído 300 mg de aculeatus.
Curcuma longa na fórmula,
sugere-se a inclusão de 3 mg de Há uma certa controversa
Piper nigrum, isto é, 1% do quanto ao efeito do Panax
quanto foi ofertado de Curcuma ginseng sobre a pressão arterial,
longa). sendo que alguns estudos
demonstram que esse fitoterápico
Outros fitoterápicos que aumenta essa variável, ao passo
também parecem ter papel anti- que outros indicam o contrário,
hipertensivo, inclusive pelo fato isto é, que o Panax ginseng tem
de serem antioxidantes, anti- papel hipotensor. Os mecanismos
inflamatórios e/ou diuréticos são: de ação que fundamentam o papel
Vitis vinifera, Foeniculum hipertensor são: regulação de
vulgare, Hibiscus sabdariffa, neurotransmissores monoamina
Petroselinum sativum, e aumento de noradrenalina,
Equisetum arvense, Lepidium enquanto os mecanismos de ação
sativum, Phyllanthus ninuri e que respaldam o papel hipotensor
Sambucus nigra. Além destes, são: melhora da vasodilatação

22
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

mediada por óxido nítrico, arterial, indicando cautela no uso


melhora do eixo hipotálamo- para pacientes hipertensos.
pituitária-adrenal e redução de
corticosterona. Maior atenção deve ser
destinada ao fitoterápico Ruscus
De forma semelhante, aculeatus, pois evidências
também há controvérsia se o indicam que ele tem papel
Zingiber officinalis é hipotensor hipertensor pois age nos
ou hipertensor, haja vista que tem receptores adrenérgicos α-1 e α-2
efeito termogênico, aumenta a liberando noradrenalina, agindo
liberação de adrenalina e estimula diretamente sobre as células do
a vasoconstrição, porém inibe a músculo liso vascular.
ECA e estudos indicam que pode
estimular a vasodilatação. Fitoterápicos que melhoram
a circulação sanguínea e
No que se refere à Citus
podem atenuar o quadro de
aurantium, alguns estudos
varizes
apontam que ela poderia
aumentar a pressão arterial, ao
Um dos distúrbios de
passo que outros estudos não
circulação mais recorrentes na
observam esse efeito, indicando
prática clínica são as varizes,
que ela seria inofensiva para
caracterizadas como veias
pacientes com hipertensão, sendo
superficiais anormais, dilatadas,
uma alternativa para substituir
cilíndricas ou seculares, tortuosas
termogênicos com cafeína em sua
e alongadas, as quais são
composição.
resultantes de uma alteração
funcional da circulação venosa.
Essa controversa sobre
efeito hipertensor ou hipotensor
A fisiopatologia das varizes
estende-se também ao
envolve o aumento da pressão
Rosmarinus officinalis, sendo
venosa e nos capilares, o aumento
que alguns estudos experimentais
da permeabilidade capilar, o
com animais defendem que esse
edema crônico, a inflamação e o
fitoterápico reduz a pressão
estresse oxidativo. Considerando
arterial em animais hipertensos
sua fisiopatologia multicausal, as
via inibição da ECA, ao passo que
varizes poderiam ser atenuadas
outros apresentam resultado
com estratégias diferentes (ex.:
oposto, isto é, aumento da pressão

23
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

dieta, fitoterapia, exercício físico) (apesar do Pinus pinaster ter


e com objetivos distintos (ex.: efeito mais pronunciado) e
diurético, anti-inflamatório, reduziu o volume das pernas. Vale
antioxidante etc.) salientar que os efeitos
promovidos por Aesculus
Alguns dos fatores de risco hippocastanum não foram
que podem favorecer ou agravar o superiores aos promovidos por
quadro são: sobrepeso, meias compressoras. Como já
hipertensão arterial sistêmica, comentado, o Pinus pinaster
sedentarismo, tabagismo, uso de (Picnogenol) também apresentou
anticoncepcionais via oral, terapia bons resultados, à semelhança
de reposição hormonal e a própria dos rutosídeos. Segundo a
gestação. ANVISA, a Castanha-da-Índia
também pode ser utilizada para
Dentre os fitoterápicos amenizar sinais/sintomas de
mais utilizados com fins de hemorroida.
melhora da circulação sanguínea,
destaca-se a Castanha-da-Índia, Em relação à posologia do
cujo nome científico é Aesculus Aesculus hippocastanum, a parte
hippocastanum. O principal utilizada deste fitoterápico são as
mecanismo de ação deste sementes, podendo-se usar o
fitoterápico é inibir a atividade da extrato seco padronizado em 18%
hialuronidase – enzima que a 22% de escina, cerca de 50 a 75
degrada ácido hialurônico, mg, duas vezes ao dia, por um
tornando os tecidos mais período de 4 a 16 semanas.
permeáveis. Este efeito é
desempenhado por seus Vale salientar que a
principais fitocompostos, a Castanha-da-índia apresenta
exemplo da escina (que é uma alguns efeitos adversos, não
saponina triterpênica), além de devendo ser aplicada em casos de
fenólicos, polissacarídeos, óleos insuficiência hepática e doença
essenciais e carotenoides. renal crônica, e podendo causar os
seguintes efeitos colaterais:
Estudos indicam que a queixas gastrointestinais, tontura,
administração de Aesculus náusea, dor de cabeça e prurido.
hippocastanum para pacientes
com varizes reduziu as dores nas O Pinus pinaster,
pernas, melhorou o edema conhecido como pinheiro

24
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

marítimo, possui diversos da matriz. Somadas, estas


compostos bioativos, como atividades poderiam mitigar
procianidinas (flavonoides), sinais e sintomas comuns em
ácidos cafeico, cinâmico, pacientes com varizes.
cumarínico e ferúlico (ácidos
fenólicos). Estes fitocompostos A Rutaceae aurantia
conferem ao Pinus pinaster ação (família dos cítricos, a exemplo da
antioxidante, anti-inflamatória, Citrus aurantium) é rica nos
capaz de reduzir a disfunção compostos bioativos diosmina e
endotelial e a permeabilidade hesperidina – ambos com
vascular, bem como capaz de potencial antioxidante e anti-
melhorar o fluxo sanguíneo da inflamatório, sendo estudada no
microcirculação. Em razão disso, contexto de doenças venosas
parece exercer efeitos benéficos crônicas. Similarmente, o
em alguns distúrbios Teucrium polium é rico em
circulatórios, como na diosmina, beta-sitosterol,
insuficiência venosa crônica. stigmasterol, flavonoides,
polifenóis, monoterpenos e
Aparentemente, esta sesquiterpenos. Deve-se ter certa
estratégia (Pinus pinaster) é cautela com o uso de Teucrium
segura a saúde, não causando polium, haja vista que em altas
alterações no hemograma e em doses ele parece ter efeito
enzimas hepáticas. Sugere-se a hepatotóxico.
oferta de 150 a 350 mg/dia do
extrato seco de Pinus pinaster A Centella asiatica é rica
padronizado em 95% de em triterpenos, os quais conferem
procianidina, por cerca de 4 a 8 a ela propriedade anti-
semanas. inflamatória, indutora da
angiogênese e estimuladora da
A Vitis vinifera, cujo nome síntese de colágeno e de
popular é uva, é rica em glicosaminoglicanos. Estudos
catequinas, epicatequina, rutina, indicam que a Centella asiatica
ácido gálico, resveratrol, melhora o refluxo venoso, a
quercetina e outros. Seus insuficiência venosa, o tônus
fitocompostos têm potencial venoso, a microcirculação, a
antioxidante, efeito vasorelaxante microangiopatia e a filtração
e reduzem a expressão e a capilar em pacientes com varizes,
atividade das metaloproteinases

25
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

edema e demais alterações atribuem a ele papel


circulatórias. hipolipidemiante e anti-
aterogênico, além de seu efeito
O Ruscus aculeatus possui clássico como antioxidante e anti-
compostos ativos, como as inflamatório. Para que tenha estes
saponinas esteroidais fins, sugere-se a oferta de 30 a 75
ruscogenina e neoruscogenina, mg/dia do extrato seco de
que agem nos receptores Polygonum cuspidatum
adrenérgicos α1 e α2 liberando padronizado em 98% ou 40% de
noradrenalina e impactando resveratrol e 15% de trans
diretamente nas células do resveratrol.
músculo liso vascular, o que pode
melhorar a circulação sanguínea e Não obstante, o Allium
sinais/sintomas em pacientes sativum é reconhecido pela
com varizes. No entanto, por ter ANVISA por seu potencial
um efeito vasoconstritor, sugere- hipolipidemiante, podendo ser
se que o Ruscus aculeatus não usado principalmente em casos de
seja utilizado para pacientes hipercolesterolemia com fins de
hipertensos. Recomenda-se a normalizar esse parâmetro.
utilização do extrato seco
padronizado em 10% de Além destes, outros
ruscogenina, entre 200 a 900 fitoterápicos parecem apresentar
mg/dia. Deve-se iniciar o potencial hipolipidemiante,
tratamento com baixas doses de podendo ser empregados como
modo a testar a tolerância do coadjuvantes no tratamento de
paciente. dislipidemias, a exemplo da
Melissa officinalis, do Hibiscus
Fitoterápicos schizopetalus e do gênero
hipolipidemiantes Passiflora (inclusive a farinha da
casca do fruto de Passiflora).
Alguns fitoterápicos Deve-se ter cautela com pacientes
parecem ter potencial hipertensos, pois evidências
hipolipidemiante, como o indicam que o gênero Passiflora
Polygonum cuspidatum, o qual é poderia aumentar a pressão
rico em stilbenos (ex.: resveratrol) arterial.
e flavonoides (ex.: rutina e
quercetina), além de cumarinas e Os estudos científicos que
quinonas. Seus fitocompostos ofertaram a farinha da casca de

26
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

maracujá para humanos Como apresentado em


utilizaram cerca de 30 g/dia do materiais anteriores, alguns
produto e observaram redução do fitoterápicos podem ter ação
colesterol total, LDL, triglicérides, hipoglicemiante (ex.:
glicemia, hemoglobina glicada e Cinnamomum spp, Gymnema
aumento de HDL, conforme sylvestre, Trigonella foenum-
demonstrado na revisão de graecum, Bauhinia forficata,
literatura escrita por Coqueiro et Momordica charantia, Garcinia
al. (2016). Um dos mecanismos de Camboja e Silybum marianum) e
ação que poderia explicar estes anti-obesogênica (ex.: Camellia
achados é o significativo teor de sinensis, Ilex paraguariensis,
pectina presente na farinha da Paullinia cupana, Zingiber
casca do maracujá, o que cria uma officinale, Citrus spp e Capsicum
camada gelatinosa no trato spp).
gastrointestinal e, por
consequência, reduz ou retarda a Como pontuado
absorção de lipídios e anteriormente, a hiperglicemia, a
carboidratos. resistência à insulina, o diabetes
mellitus e a obesidade são fatores
Finalmente, a beringela, de risco para doenças
cujo nome científico é Solanum cardiovasculares, logo, atenuar
melongena, parece ter efeito estes fenômenos pode ser uma
hipolipidemiante, especialmente interessante forma de mitigar o
no que tange à redução do risco de desenvolvimento de
colesterol total em casos de doenças cardiovasculares.
hipercolesterolemia. As principais
formas de utilização são sucos, Para ter acesso ao
“chás”, pastas e extrato seco. A mecanismo de ação e à posologia
posologia da beringela e dos destes fitoterápicos reveja as
demais fitoterápicos apostilas anteriores (Fitoterapia
mencionados neste material é Aplicada à Obesidade e
apresentada no Quadro 1. Fitoterapia Aplicada à Estética).

Fitoterápicos Considerações finais


hipoglicemiantes e anti-
obesogênicos Ressalta-se que os
fitoterápicos devem ser prescritos
na forma de “rodízio”, isto é, um

27
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

mesmo fitoterápico não deve ser


ofertado por períodos
prolongados (ex.: mais de 3
meses, porém depende de cada
caso). Por esse motivo,
apresentaram-se diversas opções
de fitoterápicos em cada tópico, os
quais podem ser substituídos uns
pelos outros.

Apesar de apresentarem
menos efeitos colaterais quando
em comparação com
medicamentos, os fitoterápicos
também podem apresentar efeitos
adversos, exigindo cautela no seu
uso. Sugere-se iniciar o
tratamento com doses mais baixas
dos fitoterápicos, de modo a testar
a tolerância do paciente e mitigar
o risco de efeitos adversos e
complicações.

Finalmente, os
fitoterápicos podem apresentar
contraindicações e interações com
fármacos, devendo-se ter cuidado
para que a fitoterapia não seja um
fator a contribuir negativamente
com o quadro, ao invés de
favorecer o tratamento.

28
29
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

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Vitis vinifera inhibit
oxidative stress-induced
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Albuquerque, J.G.F. et al.


Antioxidant and
vasorelaxant activities
induced by northeastern

32
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

ANEXO

Quadro 1. Formas de administração e posologia dos fitoterápicos com ação no sistema cardiovascular.

NOME NOME PARTE PADRONIZAÇÃO


DOSES
POPULAR CIENTÍFICO USADA DO ESP
Alho cru: 2 – 5 g/dia
Pó seco: 0,5 - 1,5 g/dia
Alho Allium sativum Bulbo Óleo de alho: 2 – 5 mg/dia -
Extrato seco: 300 – 1.200 mg/dia
Tintura: 2 – 4 ml, até 3x/dia
Bulbo e Extrato seco: 500 – 1.000 mg/dia
Cebola Allium cepa -
casca Tintura: 2 – 4 ml, 3x/dia
Infusão: 3 g da droga vegetal (1 colher
Camellia de sopa) em 150 mL de água (2 a 5
Chá verde Folhas 50% de polifenóis
sinensis xícaras/dia)
ESP: 120 a 400 mg/dia
ESP: 500 mg/dia, 2 x/dia
Pó: até 3 g/dia
Melissa Partes 5% de ácido
Melissa Infusão: 2 a 4 g (1 a 2 col. sobremesa)
officinalis aéreas rosmarínico
em 150 ml de água – 2 a 3 x ao dia
Tintura: 2 a 6 ml, 3 x/dia
Crataegus, Flores e ESP: 600 a 1.500 mg
Crataegus 18,75% de
espino albar e sumidades Tintura: 1 a 2 ml, 3 x ao dia
oxyacantha procianidina
pirliteiro florais Infusão a 5%, 2 a 3 xícaras por dia

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

0,3% de safranal e
ESP em 0,3% de safranal e 3,0 a 3,5% de
3,0 a 3,5% de
lepiticrosalides: 176,5 mg/dia
Açafrão Pétalas e lepiticrosalides
Crocus sativus
verdadeiro estigma OU
ESP em 1% safranal e 5,8% crocina:
1% safranal e 5,8%
30 mg/dia
crocina
Pó: 7,5 a 15 g ao dia
Fresco: 30 a 60 g/dia
Decocção: 1 a 3 g do rizoma em 150 mL
Cúrcuma ou
Curcuma longa Rizoma de água 2 a 3 vezes/dia 95% curcuminóides
açafrão
Tintura: 2,5 a 5 ml, 1 a 3 x/dia
ESP: 450 mg/dia, até 3 x/dia
Extrato seco: 1.500 a 2.000 mg/dia
ESP: 150 – 500 mg/dia
80% a 85% de
Uva Vitis vinifera Sementes Extrato seco: 50 – 300 mg, até 3x/dia
proantocianidinas
Tintura: 50 - 100 gotas, 1-3x/dia
Infusão: 10 a 30 g/L, 2 a 4 xícaras/dia
Funcho ou Foeniculum Folhas e Extrato seco solúvel: 3 a 6 g/dia (3 g
-
erva doce vulgare fruto diluído em 100 ml para crianças e 6 g
diluído em 200 ml para adultos)
Infusão: 3 g (1 colher de sopa), 2 – 4
Hibiscus 2% de ácido cítrico e
Cálice x/dia
Hibisco sabdariffa mínimo de 1% de
ESP: 100 mg, 2 – 3 x/dia
polifenóis
Tintura: 1,5mL, 3 x/dia
Equisetum Partes Infusão: 3 g (1 colher de sopa) em 150
Cavalinha -
arvense aéreas ml de água, de 2 a 4 xícaras ao dia
Phyllanthus Partes Infusão: 3 g em 150 ml de água, de 2 a 3
Quebra-pedra -
ninuri aéreas xícaras por dia

34
FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Infusão: 3 g em 150 ml de água, de 2 a 3


Sabugueiro Sambucus nigra Flor -
xícaras por dia
Castanha da Aesculus
Semente ESP: 50 a 75 mg, 2 x ao dia 18 a 22% de escina
índia hippocastanum
Pinheiro
Pinus pinaster Endoderme ESP: 150 a 350 mg/dia 95% de procianidina
marítimo
Citrus aurantium
Citrus spp
ESP 6%: 200 – 600 mg, 2x/dia Citrus aurantium:
C. sinensis,
Laranja Fruto ou ESP 30%: 100 – 200mg, 2x/dia 6% – 30% sinefrina
aurantium,
amarga casca Maceração das flores: 1 a 2 g em 150 ml Citrus sinensis: 90%
bergamia,
Citrus sinensis em bioflavonóides
paradisi
90% em bioflavonóides
Infusão: 2 g, 3 x/dia
Pó: 500 – 2.000 mg/dia
Centelha Centella asiatica Folhas -
Extrato seco: 200 – 500 mg/dia
Tintura: 50 gotas, 3 x/dia
Vassoura Ruscus Raízes e
ESP: 200 a 900 mg/dia 10% de saponina
açougueiro aculeatus rizoma
98% ou 40% de
Polygonum
Resveratrol Raiz ESP: 30 a 75 mg/dia resveratrol e 15% de
cuspidatum
trans resveratrol
Infusão: 3 g (1 colher de sopa) em 150
ml de água fervente, 3 x/dia
3% de flavonoides
Passiflora Tintura: 0,5 a 2 ml, 3 - 4 x/dia
Maracujá Folhas
incarnata ESP 3% de flavonoides: 200 – 600
2% de vitexina
mg/dose
ESP 2% de vitexina: 200 – 400 mg/dose
Solanum Extrato seco: 500 mg, 2 a 3 x/dia
Beringela Fruto -
melongena L. Pó: 750 a 2.000 mg, 3 x/dia

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FITOTERAPIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR

Tintura: 15 gotas, 3 x/dia


Legenda: ESP – extrato seco padronizado

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