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CURSO DE
FITOTERAPIA NOS SISTEMAS
NERVOSO, CARDIOVASCULAR E
GENITURINÁRIO
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
FITOTERAPIA NOS SISTEMAS
NERVOSO, CARDIOVASCULAR E
GENITURINÁRIO
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dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
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1 PLANTAS QUE ATUAM NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL
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produtos a base de extratos do rizoma de kava são considerados fitoterápicos
verdadeiros.
Dentre os constituintes do rizoma de kava encontram-se: cavaína (1-2%
droga bruta), di-hidrocavaína (0,6-1%), metisticina (1,2-2%) e di-hidrometisticina
(0,5-0,8%). A planta seca deve apresentar no mínimo 3,5% de cavapironas,
calculadas por cavaína. A cavaína e di-hidrocavaína são rapidamente absorvidas
pelo trato gastrintestinal.
Estudos farmacológicos indicaram que os compostos cavaína e metisticina
agem basicamente como relaxantes musculares e anticonvulsivantes; exercem forte
efeito protetor contra envenenamento por estricnina. Esses compostos ativos
reduzem a excitabilidade do sistema límbico, exercendo efeito semelhante aos
fármacos benzodiazepínicos.
As preparações de kava são uma alternativa vegetal a agentes ansiolíticos e
tranquilizantes sintéticos, particularmente os benzodiazepínicos que estão
associados ao risco de tolerância e dependência. Em relação à eficácia das
preparações de kava, são equiparáveis aos benzodiazepínicos. As doses
recomendadas de kava estão na faixa de 60-120 mg de kavapironas diariamente. A
duração do tratamento não deve exceder três meses. Nos estudos clínicos com
preparações de kava foram observados efeitos colaterais leves e reversíveis. A
maioria consistiu em problemas gastrintestinais, dor de cabeça, tontura,
descoloração amarelada transitória da pele e anexos, reações cutâneas alérgicas
(rara), acomodação visual prejudicada, dilatação da pupila e distúrbios do equilíbrio
oculomotor.
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FIGURA 02 - Valeriana officinalis L. (valeriana)
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600 mg duas horas antes de dormir. As preparações de valeriana são
contraindicadas na gestação, lactação ou em crianças menores de três anos de
idade. Poucas reações adversas são relatadas, sendo descritas, dor de cabeça e
sonolência matinal. Os produtos de valeriana quando em conformidade com as
especificações farmacêuticas são uma alternativa de baixo risco para o tratamento
da insônia e de nervosismo, já que não há evidências de dependência. Os estudos
clínicos indicam que a raiz de valeriana atua gradualmente, não sendo eficaz para
tratamento agudo de insônia. O efeito da valeriana ajuda a promover e restaurar o
sono natural após pelo menos 2-4 semanas de uso.
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quando administrados por via oral e intraperitonial. Um extrato aquoso de Passiflora
edulis produziu efeito sedativo hipnótico em indivíduos humanos, e também
hepatotoxicidade e pancreatotoxicidade. Além da tradicional utilização do maracujá
pela sua ação sedativa e ansiolítica, também possui atividade antiespasmódica.
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FIGURA 05 - Melissa officinalis L. (melissa, erva-cidreira, salva-do-brasil)
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(eucalipto) e 12% de taninos. O óleo volátil é obtido por destilação por arraste a
vapor.
Os estudos farmacológicos do óleo de lavanda mostraram efeito sedativo e
relaxante, aumento do tempo de sono e com menos agitação durante o sono;
aumento do tempo de tomada de decisão e pouco ou nenhum efeito sobre a função
motora. A alta lipossolubilidade dos constituintes do óleo de lavanda sugere que a
lavanda possa atuar diretamente no sistema nervoso central após a administração
sistêmica.
O óleo de lavanda é recomendado 1-2 colheres de chá de droga seca por
xícara de chá para uso interno, ou 100 g de flores secas em dois litros de água para
uso externo utilizado na forma de banhos. Em altas doses provoca excitação. Deve
ser evitado em gestantes por ser um estimulante uterino.
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droga na faixa de 4:1 a 7:1. A extração dos ativos deve ser realizada no escuro e,
principalmente em metanol aquoso 20-40%. Os constituintes específicos da espécie
associados à atividade antidepressiva são hipericina, pseudo-hipericina, proto-
hipericina, protopseudo-hipericina e ciclopseudo-hipericina, pertencentes ao grupo
das naftodiantronas, presentes em 0,1% na droga seca e 0,2-0,3% no extrato. As
partes reprodutivas (sementes imaturas e flores) do hipérico possuem um conteúdo
de 1 a 4% de hiperforina e adiperforina. O derivado floroglucinol de hipericina são
mais importantes para ação antidepressiva que as hipericinas. Os extratos em etanol
ou metanol comercializados apresentam aproximadamente 2 a 6% de hipericina. A
hipericina é instável e susceptível a oxidação, na planta viva esse processo é
evitado pela presença de antioxidantes, como os flavonoides presentes no hipérico
(rutina e hiperosídeo) e em formulações a fim de melhorar a estabilidade adicionam-
se antioxidantes, como o ácido acórbico. Além dos constituintes já citados, o hipérico
possui derivados de xantona, biflavonas (amentoflavona), procianidinas e óleo
volátil.
O óleo volátil do hipérico (1%) é obtido da maceração das flores frescas por
destilação por arraste a vapor; é considerado um medicamento fitoterápico
tradicional utilizado em queimaduras e feridas.
Os estudos farmacológicos indicam que o extrato de hipérico é capaz de
exercer efeito inibitório relativamente forte sobre a recaptação de
neurotransmissores como a noradrenalina, serotonina e dopamina, proporcionando
um efeito antidepressivo. Dessa forma, o extrato de hipérico é indicado na faixa de
500-900 mg/dia para o tratamento de depressão transitória, de leve a
moderadamente grave, perturbações psicossomáticas, ansiedade e/ou agitação
nervosa. Observa-se clinicamente uma melhora do paciente deprimido após várias
semanas da administração do hipérico.
O tratamento com o extrato de hipérico provoca fotossensibilização devido à
presença de hipericinas, essa reação é incomum nas doses terapêuticas
recomendadas. Tal efeito é pronunciado quando o hipérico é associado com outro
fármaco causador de fotossensibilidade. Outros efeitos raros são distúrbios
gastrintestinais, reações cutâneas alérgicas, fadiga e agitação. A falta de
experimentos em mulheres grávidas e amamentando, contraindica o uso de hipérico
na gestação e lactação.
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Algumas interações medicamentosas têm sido relatadas com o hipérico
administrado simultaneamente com fármacos anticoagulantes, como cumarinas; o
fármaco ciclosporina e o antirretroviral indinavir por sua capacidade de diminuir a
atividade de tais fármacos.
O produto fitoterápico comercializado na forma de extrato de hipérico em
comprimidos revestidos contendo 300 mg de extrato bruto padronizado para um total
de 90 mg de hipericina como princípio ativo.
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FIGURA 08 - Ginkgo biloba L. (ginkgo, ginco)
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hidroxicinurênico, ácido chiquímico, ácido protocatechuíco, ácido vanílico e ácido p-
hidroxibenzoico.
Após a administração oral da solução ou comprimido do extrato padronizado
de gingko Eb761 as lactonas terpênicas ginkgolídeo A, ginkgolídeo B e bilobalídeo
apresentaram, em humanos, uma biodisponibilidade absoluta de 98-100%, 93% e
72%, respectivamente. Acredita-se que todos os componentes do extrato contribuam
para o efeito terapêutico de alguma forma.
As ações farmacológicas do extrato de ginkgo estudadas são:
Aumento da tolerância à hipoxia, principalmente no tecido cerebral;
Inibição do edema cerebral pós-traumático ou induzido por toxina;
Redução do edema e lesões da retina;
Melhora a memória e a capacidade de aprendizado;
Auxilia na compensação de distúrbios de equilíbrio, atuando na
microcirculação;
Melhora as propriedades reológicas do sangue;
Remoção de radicais livres tóxicos derivados do oxigênio;
Inibição do fator de ativação plaquetária (PAF) exercendo efeito
neuroprotetor.
A dose diária do extrato de ginkgo é de 120-240 mg de extrato seco,
administrado em 2 ou 3 doses separadas, é indicado para o tratamento sintomático
de deficit decorrentes de doenças cerebrais orgânicas (falha de memória,
dificuldades de concentração, depressão, vertigem, zumbido e dor de cabeça),
síndromes de demência, doença arterial oclusiva e na vertigem ou zumbido de
origem vascular ou complexa. O extrato de ginkgo não se mostra tóxico nas doses
terapêuticas. Os efeitos colaterais são bastante raros e consiste de desarranjo
gástrico leve, dor de cabeça ou reações alérgicas cutâneas. Não há relatos de
interações medicamentosas.
A terapêutica com o ginkgo é uma alternativa para o tratamento da demência
que se faz atualmente com fármacos sintéticos com inúmeros efeitos indesejáveis,
como a tacrina, piracetam e mesilatos ergoloides, fato que não ocorre com o extrato
de ginkgo, de baixa incidência de efeitos colaterais.
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FIGURA 09 - Panax ginseng C.A. Mey (ginseng)
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do uso de extrato de ginseng não foi considerado por não apresentar as
conformidades dos padrões científicos atuais. Entretanto, as preparações a base de
ginseng são utilizadas na medicina como tônico contra fadiga e fraqueza, na
dificuldade de concentração e como apoio na convalescência. A dose diária
recomendada é de 1-2 g da droga vegetal ou 200-600 mg/dia do extrato. É limitada a
duração da terapia até três meses, devido à possibilidade do aparecimento de
efeitos semelhantes aos dos hormônios, como mastalgia, hemorragia vaginal e ação
estrogênica. Dentre os efeitos adversos incluem efeitos no sistema cardiovascular,
como edema e hipertensão; no sistema nervoso central, como insônia, agitação,
nervosismo e redução da concentração; diarreia matinal e erupção cutânea.
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favorece a cicatrização de feridas. Tais estudos não justificaram o efeito adaptógeno
dessa planta. As preparações estão disponíveis em comprimidos e cápsulas para
uso interno e cremes e pomadas para aplicação tópica. A dose habitual de centela é
de 600 mg três vezes ao dia.
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Antioxidantes Vegetais – Semente de Uva, Chá-verde e Casca de Pinheiro
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3 PLANTAS ESTIMULANTES IMUNOLÓGICOS
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estudos clínicos apontaram que as preparações de equinácea encurtaram a duração
de resfriado comum de dez dias para sete.
Os extratos alcoólicos da raiz de equinácea branca e o suco extraído das
partes aéreas de equinácea púrpura são indicados para o tratamento de suporte de
infecções recorrentes do trato respiratório superior e trato urinário inferior.
Recomenda-se que sua utilização não ultrapasse de mais de oito semanas. A dose
recomendada de extrato de raiz (1:5 de tintura com 50% de etanol) é de 900 mg de
dose vegetal diariamente; e para o suco a dose recomendada é de 6-9 mg/dia. A
equinácea é contraindicada em indivíduos com doenças sistêmicas, como
tuberculose, leucose, esclerose múltipla, distúrbios do colágeno e outras doenças
autoimunes, por apresentar um potencial de estímulo de processos autoimunes.
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4 PLANTAS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR
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qualidade dos extratos os princípios ativos são calculados a partir do flavonoide
hiperosídio (1% na droga vegetal) e da protocianidina epicatequina (1-3%).
O extrato de cratego estabiliza o ritmo cardíaco sendo indicado para o
desempenho cardíaco decaído com insuficiência cardíaca. A dose diária
recomendada é de 160-900 mg do extrato bruto de cratego com 4-20 mg de
flavonoides e 30-160 mg de protocianidinas. As preparações de cratego são
administradas oralmente e sua utilização por mais de seis semanas. Ainda não são
conhecidas as contraindicações, riscos ou interações medicamentosas. Os efeitos
adversos do tratamento com o extrato de cratego incluem problemas gastrintestinais,
palpitações, vertigem, dor de cabeça e rubor.
O tratamento com o extrato cratego quando comparado com a digoxina, um
glicosídio cardioativo utilizado na insuficiência cardíaca, mostra uma segurança
maior por apresentar menor risco em caso de erro de dosagem; possui uma faixa
terapêutica grande; não apresenta perigo quanto à função renal como observado
com a gigoxina; e a sua utilização com diuréticos ou laxantes há uma tolerância
maior do que com a associação com a digoxina.
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Na convalária ou lírio-do-vale (Convallaria majalis) no período da floração é
possível isolar na droga vegetal 0,2-0,3% de glicosídeos cardioativos, sendo os
principais a convalotoxina e convalotoxol. Essa droga vegetal é indicada para
insuficiência cardíaca leve e problemas cardíacos relacionados à idade.
A espécie vegetal conhecida como cebola marítima ou pó de cila (Urginea
maritima) possui 0,15-2% de glicosídeos cardioativos quando coletados após
período da floração. O cilareno A e a proscilaridina são os principais glicosídeos
sendo indicados para a insuficiência cardíaca leve.
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ou broncoespasmos e reações hipotensivas. O cheiro de alho no hálito e na pele é
pouco tolerado pelos indivíduos que utilizam a preparação do alho.
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5 PLANTAS QUE ATUAM NO TRATO URINÁRIO
A uva ursi é uma planta rastejante das zonas florestais frias e temperadas do
hemisfério norte. A parte da planta utilizada como droga vegetal são as folhas secas
que apresentam sabor amargo adstringente e são inodoras.
Os constituintes principais encontrados nas folhas são os heterosídeos
fenólicos, como a arbutina (5-12%), agliconas livre de hidroquinona (0,2-0,5%),
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taninos (10-20%) e flavonoides. O alto teor de taninos nas folhas de uva ursi faz com
que a sua utilização não ultrapasse de 2-3 semanas. A arbutina exibe atividade
antimicrobiana, assim como seu produto de hidrólise, a hidroquinona. Tal espécie é
indicada nas doenças inflamatórias do trato urinário na dose de 3 g de planta seca
ou 400-800 mg de derivados hidroquinona, administrados até quatro vezes ao dia.
Recomenda-se que a uva ursi não seja utilizada por gestantes, durante a lactação e
em crianças menores de 12 anos e que sua administração não ultrapasse mais de
cinco vezes ao ano devido a falta de estudos clínicos.
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FIGURA 19 - Serenoa repens S. (saw palmetto, sabal)
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mamas, desconforto abdominal, inchaço e constipação, edema nos tornozelos, nas
regiões dos olhos e nas mãos, além de sintomas comportamentais, como alteração
de humor e sensação de inquietude. Na menopausa que acontecem por volta dos 50
anos e período em que ocorre redução da função ovariana, os principais sintomas
são fogachos (“ondas de calor”), nervosismo, irritabilidade, insônia e depressão. O
tratamento se faz primariamente por reposição hormonal, o que traz inúmeros
efeitos indesejáveis sendo necessárias terapias alternativas, como a utilização de
fitoterápicos.
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Estudos farmacológicos apontaram que mulheres utilizando o extrato de
vitex a 4 mg/dia apresentaram redução do nível de prolactina, associada com o
sintoma de mastalgia durante a TPM e outros desconfortos. Nenhum estudo foi
realizado em relação à segurança e toxicologia desse extrato. Não foram relatados
efeitos colaterais a utilização do extrato de vitex e ocorrência de tolerância.
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dor de cabeça, tontura e ganho de peso. Não são indicados durante a gestação e na
lactação. A duração do tratamento não deve ultrapassar três meses.
6.1 FITOESTRÓGENOS
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Outras espécies com indicações ginecológicas
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RE nº 91 de
16 de março de 2004. Dispõe sobre o Guia para realização de alterações,
inclusões, notificações e cancelamento pós-registro de fitoterápicos. D. O. U.
Brasília, 18 mar. 2004.
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