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Farmacognosia

Profa. Ludmilla de Mesquita


Categorias terapêuticas de fitomedicamentos na Europa
Fatores de Expansão do Mercado de Fitoterápicos
Vantagens

Tradicional Baixa
Ausência de
(boa incidência de
Baixo Custo Fácil acesso tolerância e
aceitabilidad reações
dependência
e) adversas
Desvantagens

• Limitado número de estudos controlados;

• Poucos relatos de efeitos colaterais - farmacovigilância reduzida;

• Muitos possuem impurezas;

• Poucas interações medicamentosas conhecidas;

• Muitos pacientes não comunicam a utilização de produtos naturais.


Legislação
• Portaria nº 971, de 3 de maio de 2006.
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.

•Decreto nº 5.813, de 22 de junho de 2006.


Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

• Portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008.


Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos .
Portaria Interministerial nº 2.960,
09 dezembro 2008
Aprova o Programa Nacional de
Plantas Medicinais e Fitoterápicos
e cria o Comitê Nacional de Plantas
Medicinais e Fitoterápicos
• Relação Nacional de Plantas Medicinais – 71
espécies de interesse para o SUS - DAF/SCTIE/MS
– RENISUS - fev/2009
Relação Nacional de Plantas Medicinais de
Interesse para o SUS
Critérios para plantas medicinais

• Interesse em saúde pública (Atenção básica);


• nativas/exóticas adaptadas e que possuam sistema de
produção e manejo;
• maior volume de informações científicas (segurança e
eficácia);
• não ameaçada de extinção.
Definições

RDC N°26, DE 13 DE MAIO DE 2014


Definições

Droga vegetal

É a planta medicinal, ou suas partes, que


contenham as substâncias, ou classes de
substâncias, que causam a ação terapêutica,
após processos de coleta, estabilização,
quando aplicável, e secagem, podendo estar
na forma íntegra, rasurada, triturada ou
pulverizada. RDC N°26, DE 13 DE MAIO DE 2014
Definições

DERIVADO DE DROGA VEGETAL: produto da


extração da planta medicinal in natura ou da droga
vegetal, podendo ocorrer na forma de extrato, tintura,
alcoolatura, óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros.
Taxonomia, nomenclatura e
farmacopeia
Unidade 1 | Introdução à farmacognosia
Aula de laboratório de farmacognosia

• Boas práticas de laboratório

• Local em que todos trabalham


com atenção e respeito
• Um local de trabalho que pode
trazer contribuições muito
significativas para o aprendizado
dos alunos e para a pesquisa com
plantas medicinais.
Cultivo e armazenagem de plantas

• Qual a importância de
conhecer e aplicar formas
adequadas de cultivo?

Garantir a qualidade dos


ativos vegetais
Cultivo e armazenagem de plantas
• Ideal: plantas resistentes a mudanças climáticas e a pragas.

• Garantir que as espécies sejam cultivadas de maneira mais adequada,


conferindo qualidade ao ativo e condições de padronização da
matéria-prima vegetal é um fator primordial para a produção de
ativos vegetais.
Propagação de plantas

• Propagação sexuada: uso das sementes


• Vantagem: maior variabilidade genética
• Desvantagem: a variabilidade genética pode conferir variação da
concentração dos ativos vegetais de interesse.
• Propagação assexuada: a partir de partes vegetativas da planta. Ela é
utilizada para plantas que não produzem sementes e pode ser realizada
com parte do caule, de folhas ou de raízes.
• Vantagem: mantem as características da planta original, já que as plantas
novas serão geneticamente iguais à planta mãe, dando origem a pequenos
clones, com maior homogeneização de fenótipo. Há a diminuição da
variabilidade genética,
Pilocarpus microphyllus Stapf ex Wardlew.

• Árvore nativa - 2 a 3 metros altura (Marques; Costa, 1994)


• Distribuição Geográfica
• Norte (Pará)
• Nordeste (Maranhão, Piauí)

• Domínios Fitogeográficos
• Amazônia, Caatinga

• Nomes vernáculos
• Jaborandi; Jaborandi do Maranhão

Rutaceae in Flora do Brasil 2020 em construção.


<http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB882>.

Fonte: Revista Globo Rural Fonte: Vegeflora


Pilocarpina

• Alcaloide imidazólico

• Obtido das folhas de Pilocarpus microphyllus (Rutaceae)

• Espécie do gênero que acumula a maior quantidade de pilocarpina nas folhas


(0,5 -1%)
• Tratamento de glaucoma e xerostomia e para estimular glândulas salivares e
lacrimais
Jaborandi - Pilocarpina

• Planta extensivamente explorada para extração de pilocarpina


• Consequência: esgotamento das populações naturais e inclusão na lista de Espécies
da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção - IBAMA
• Domesticação da espécie: cultivo Fazenda Chapada (Merck), Barra do Corda, região
da Pré-Amazônia Maranhense.
• Extração e purificação de recurso natural, e síntese – alto custo

Fonte: Revista Globo Rural


Jaborandi - Pilocarpina

• Alguns trabalhos realizados com o objetivo de aumentar a


concentração de pilocarpina nas folhas da jaborandi:
• Indução da produção de pilocarpina em folhas de jaborandi por ácido
salicílico e metiljasmonato (Avancine et al., 2003)

• Regulação da produção de pilocarpina em calos de P. microphyllus (Abreu


et al., 2005)

• Caracterização do perfil dos alcalóides imidazólicos em P. microphyllus


em diferentes estações e partes da planta (Abreu et al., 2007)

• Influência do pH do meio na produção de alcalóides imidazólicos em


culturas de células de jaborandi (Andreazza et al., 2009)
Pilocarpina
Suspensão celular

• Alternativa para produção de pilocarpina para uso comercial:


cultura de células em suspensão

• Vantagens:
• Rápida proliferação celular
• Condições controladas e fáceis de serem manipuladas
• Controle das condições do meio pela adição de compostos que estimulam a
produção de moléculas de interesse

• Uso de biorreatores: técnica promissora para produção de


metabolitos secundários de importância econômica, como a
pilocarpina (Kolewe et al., 2008; Ruffoni et al., 2010; Hussain et al., 2012)
Regulamentação

• Fitoterápico: produto obtido de matéria-prima ativa vegetal, exceto substâncias


isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa, incluindo medicamento
fitoterápico e produto tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o
ativo é proveniente de uma única espécie vegetal medicinal, ou composto, quando
o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal (RDC nº 26/2014);
• Insumo farmacêutico ativo vegetal (IFAV): matéria-prima ativa vegetal, ou seja,
droga ou derivado vegetal, utilizada no processo de fabricação de um fitoterápico
(RDC nº 26/2014);
• Matéria-prima vegetal: planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivado de
droga vegetal (RDC nº 26/2014);
A Farmacopeia Brasileira é o
Código Oficial Farmacêutico
seguido no Brasil.

Tem como função principal


estabelecer os requisitos
mínimos de qualidade de
medicamentos e outras
formas farmacêuticas para
uso em saúde.
Nomenclatura Botânica

• É a parte da Botânica (Sistemática) que se dedica a dar nomes às


plantas e grupos de plantas (táxon).
• Nomenclatura botânica é o emprego correto dos nomes das plantas,
envolvendo um conjunto de princípios, regras e recomendações
aprovados em Congressos Internacionais de Botânica e publicados num
texto oficial.
• Os primeiros nomes das plantas foram vernáculos ou nomes comuns,
mas estes têm seus inconvenientes:
• Não são universais e somente são aplicados a uma língua.
• Somente algumas plantas têm nome vernáculo.
• Frequentemente duas ou mais plantas não relacionadas possuem o
mesmo nome ou uma mesma planta possui diferentes nomes comuns.
• Se aplicam indistintamente a gêneros, espécies ou variedades.
• Com a publicação de Species Plantarum por Lineu, em 1753, o
sistema foi definitivamente estabelecido.
• Lineu descreveu e nomeou por este sistema todo o mundo vivo
conhecido até aquela data.
• O nome científico ou nome específico de um organismo vivo é uma
combinação de duas palavras em latim:
• O nome genérico ou gênero
• O epíteto específico

• O nome científico sempre está acompanhado pelo nome abreviado


do autor que o descreveu pela primeira vez de forma efetiva ou
válida.
CINB - Código Internacional de
Nomenclatura Botânica
• O sistema de nomenclatura botânica visa a padronização e
aceitação mundial.
• O nome científico é o símbolo nominal da planta ou de um grupo
de plantas e é uma maneira de indicar sua categoria taxonômica.
• O CINB está dividido em três partes:
• Princípios básicos do sistema de nomenclatura botânica;
• Regras para por em ordem a nomenclatura antiga;
• Recomendações para conseguir uniformidade e clareza na
nomenclatura atual.
Regras do CINB
 As regras são organizadas em artigos, os quais visam por em
ordem os nomes já existentes e orientar a criação de novos nomes.
 Seguem-se algumas regras importantes que aparecem no Código:

1. Os nomes científicos dos táxons devem ser escritos em latim,


quando impressos, devem ser destacados, por artifícios como o
negrito ou itálico e quando manuscritos, por grifos.

2. Os nomes científicos não devem ser abreviados, exceto o


nome da espécie. Na combinação binária, o nome do gênero por ser
substituído pela sua inicial quando o texto torna claro qual o gênero
em questão.
• gênero e infra-genéricas - o nome pode vir de qualquer fonte,
sendo escolhido arbitrariamente pelo autor. Deve ser um substantivo
ou adjetivo substantivado, latino ou latinizado e escrito com a inicial
maiúscula.
• espécie - o nome da espécie é também de escolha arbitrária,
escolhido pelo autor. Deve ser um adjetivo ou substantivo adjetivado,
latino ou latinizado, sempre formando uma combinação binária com
o gênero e sempre escrito com a inicial minúscula. Todo nome de
espécie deve ser acompanhado pelo nome do autor da mesma.
• Exemplo geral das categorias taxonômicas:
• Divisão: Magnoliophyta
• Classe: Magnoliopsida
• Sub classe: Rosidae
• Ordem: Rosales
• Sub-ordem: Rosineae
• Família: Rosaceae
• Sub-família: Rosoideae
• Tribo: Roseae
• Sub-tribo: Rosinae
• Gênero: Rosa
• Espécie: Rosa gallica L.
• Variedade: Rosa gallica var. versicolor Thory

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