Você está na página 1de 11

20

Fitohormônios

Anna Lygia de Rezende Maciel

e-Tec Brasil – Alfabetização Digital

1
Meta
Discutir a importância e as aplicações práticas dos fitohormônios no cafeeiro.

Objetivos
Ao final desta aula, você, aluno (a) do Curso Técnico em Cafeicultura, deverá
ser capaz de:
1. Identificar os fitohormônios;
2. Analisar a importância dos fitohormônios no cafeeiro.

2
INTRODUÇÃO

Os processos metabólicos que levam ao crescimento e desenvolvimento


dos vegetais são controlados pelo balanço interno de “mensageiros químicos”.
Também conhecidos como hormônios vegetais ou fitohormônios, estes são
encontrados em concentrações muito baixas no interior das plantas e
apresentam atividade fisiológica, normalmente, longe o seu local de produção.
Os fitohormônios são classificados em: ESTIMULADORES e
INIBIDORES do crescimento.
Os hormônios afetam a resposta dos órgãos das plantas e essa resposta
depende da espécie, da parte da planta, do estágio de desenvolvimento, da
concentração do hormônio, da interação entre eles e de fatores ambientais.
No cafeeiro, o crescimento e o desenvolvimento da planta dependem
dos fitohormônios.

Vamos diferenciar hormônios vegetais ou fitohormônios e reguladores de


crescimento!
HORMÔNIOS VEGETAIS: substâncias orgânicas endógenas (presente no
interior da planta) de ocorrência natural, sintetizadas numa parte da planta e
translocadas para outra parte, onde, em concentrações muito baixas, provocam
uma resposta fisiológica.

REGULADORES DE CRESCIMENTO: substâncias sintéticas (produzidos pelo


ser humano) que produzem efeitos semelhantes aos produzidos pelos
hormônios.

Os hormônios vegetais clássicos são agrupados em;


- auxinas
- giberelinas
- citocininas
- etileno e
- ácido abscísico.

3
ATIVIDADE 1 – Atendendo o objetivo 1

Você, aluno (a) do curso técnico em cafeicultura, responda:


a) O que é fitohormônio?
b) Qual a diferença entre um fitohormônio e um regulador de crescimento?
a) Quais os grupos de fitohormônios.
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________

1. Auxinas

O termo auxina vem do grego, “auxein” que significa “crescer”.


O ácido indo acético (AIA) que é uma auxina foi o primeiro hormônio
descoberto e é o mais conhecido.
Atualmente, o ácido indol butírico (AIB), o ácido naftaleno acético (ANA)
e o 2,4 D são as auxinas sintéticas mais utilizadas na propagação de plantas.
Já o AIA, por ser facilmente degradado na presença da luz vem perdendo
espaço para as auxinas sintéticas que apresentam maior efeito fisiológico.
As auxinas têm como precursor o aminoácido triptofano, sendo esta rota
regulada pelo Zinco (se lembra deste micronutriente?)
Os principais locais de síntese das auxinas são os tecidos
meristemáticos das raízes e caules - Meristemas são tecidos das plantas que
asseguram o seu crescimento.
Podemos então concluir que a principal função da auxina é o
crescimento da planta, tanto da parte aérea quanto do sistema radicular.

4
Preste bastante atenção!
O enraizamento de estacas e favorecido, a maioria das espécies

(incluindo o Coffea arabica) com utilização de auxinas, principalmente as


sintéticas AIB, ANA e 2,4-D.

Trabalho de Pesquisa!
A reprodução vegetativa através de estacas é viável comercialmente
para várias espécies, principalmente para frutíferas e florestais. Para a
espécie Coffea canephora, a propagação por meio de estaquia é uma
realidade, tendo uma porcentagem de pegamento em torno de 95 a 100%.
Uma planta propagada vegetativamente, por meio de estaquia, tem suas
características idênticas à da planta mãe, não havendo probabilidade de
segregação, tendo também como vantagem um curto período de tempo para
a sua produção. A utilização de reguladores de crescimento (auxinas) ácido
naftaleno-acético (ANA), ácido indol-acético (AIA) e ácido indolbutírico (AIB)
para um melhor enraizamento ou nível de brotação das estacas é prática
corriqueira em diversas culturas, obtendo-se ótimos resultados.
Sendo assim, a utilização da propagação vegetativa para a produção
de mudas por meio de estacas é uma alternativa para a reprodução de
híbridos de Coffea arabica L. em escala comercial. Entretanto, a falta de
pesquisas referentes a esse assunto e a diversidade de resultados naqueles
existentes, demonstram o quanto estamos despreparados para a utilização
deste método de reprodução.

5
2. Citocininas

A primeira citocinina ou hormônio da cicatrização, identificada foi a


cinetina, descoberta em 1950. Hoje em dia existem mais de 25 substâncias de
crescimento, estruturalmente relacionadas a cinetina.
As citocininas abrangem uma classe de reguladores de crescimento que
estimulam a síntese protéica, principalmente na divisão celular.
As citocininas têm efeitos fisiológicos na quebra de dormência de
algumas espécies, no retardamento da senescência e em pequenas
concentrações podem estimular o enraizamento de estacas.

3. Giberelinas

As giberelinas atuam por todo o ciclo de vida das plantas, incluindo a


germinação de sementes, alongação da haste, indução de florescimento,
desenvolvimento de anteras e sementes em desenvolvimento, em regiões
apicais de meristemas e raízes.
São conhecidas inúmeras giberelinas, das quais a mais comum é o
ácido giberélico, ou GA3.
As giberelinas quebram a dormência das sementes, promovendo o
crescimento do embrião e a emergência da plântula. Especificamente, as
giberelinas estimulam o alongamento celular, fazendo com que a radícula
rompa o tegumento da semente.
É o grupo de substâncias reguladoras do crescimento e
desenvolvimento vegetal, encontradas em sementes em germinação e frutos
jovens. Estimulam a divisão celular; retardam a senescência (envelhecimento)
foliar e auxiliam no desenvolvimento de frutos e na germinação de sementes.

6
Saiba mais!
Embora não possua uma dormência propriamente dita, a semente do
cafeeiro germina de maneira muito lenta. Rena (1986) cita que a lenta
germinação de sementes de café está relacionada a baixos teores de
substâncias semelhantes ao ácido giberélico.
Dessa forma o uso de fito-hormônio (GA3) tem como objetivo diminuir o
período germinação de sementes de cafeeiro, antecipando o período de
produção das mudas.
Esta antecipação é muito importante para o cafeicultor, pois as mudas
podem atingir o padrão para o plantio no início do período chuvoso.
Imagino que muitos de vocês já tiveram problemas com o atraso na
entrega das mudas de cafeeiro!

4. Etileno
O etileno é um gás simples e insaturado produzido por tecidos de
plantas vivas que regulam o seu crescimento. Este gás esta envolvido no
amadurecimento, senescência (queda) de frutos e na abscisão de folhas
(queda de folhas), além de outras funções.

Atenção!
Um aspecto relacionado à fisiologia do cafeeiro está ligado ao

processo de queda dos frutos. A queda natural dos frutos está associada à
abscisão (o fruto se solta da planta) dos mesmos, conforme estejam
fisiologicamente maduros.
O processo de desprendimento de um fruto normalmente está
relacionado com os fatores relacionados ao amadurecimento, onde devido ao
aumento da concentração de etileno, as paredes celulares de uma região
específica (camada de abscisão) sofrem mudanças, provocando o
rompimento celular e a liberação do fruto para a dispersão do mesmo.

7
5. Ácido Abscísico

O ácido abscísico é um hormônio vegetal que possui denominação


referente ao seu pequeno efeito na abscisão, sendo sintetizado a partir do
ácido mevalônico. O hormônio recebeu essa denominação porque, de início, se
pensou que ele fosse o principal responsável pela abscisão foliar, fenômeno de
queda das folhas de certas árvores, fato que ocorre no outono. Hoje, embora
se saiba que o ácido abscísico não é o único responsável por esse fenômeno,
seu nome permaneceu.
Esse hormônio é produzido nas folhas, na coifa e no caule, sendo
transportado através do tecido condutor floema. Sua concentração nas
sementes e nos frutos é elevada, porém ainda não está claro se ele é
produzido ou apenas transportado para esses órgãos.
Ao contrário de outros hormônios vegetais, como a auxina, o ácido
abscísico é um inibidor do crescimento das plantas. Essa inibição ocorre no
sentido de proteger a planta. Nos períodos desfavoráveis, a planta produz o
hormônio, que é responsável pela dormência das gemas do caule e pela queda
das folhas. O ácido abscísico é o principal responsável pelo bloqueio do
crescimento das plantas no inverno e pelo fato das sementes não germinarem
imediatamente após serem produzidas, fenômeno conhecido como dormência.
Além disso, o ácido abscísico provoca o fechamento dos estômatos,
favorecimento da síntese de reserva em sementes e do transporte de
fotossintetizados das folhas para as sementes em desenvolvimento.
O ácido abscísico é encontrado nas folhas maduras, já que elas não se
dividem e não crescem rapidamente como as folhas jovens, porém o hormônio
também pode ser sintetizado em sementes.

8
RESOLUÇÃO – ATIVIDADES PRÁTICAS

Atividade 1
Fitohormônios são substâncias orgânicas endógenas (presente no
interior da planta) de ocorrência natural, sintetizadas numa parte da planta e
translocadas para outra parte, onde, em concentrações muito baixas,
provocam uma resposta fisiológica.
Reguladores de Crescimento são substâncias sintéticas (produzidos
pelo ser humano) que produzem efeitos semelhantes aos produzidos pelos
hormônios.
Os hormônios vegetais clássicos são agrupados em;
- auxinas
- giberelinas
- citocininas
- etileno e
- ácido abscísico.

CONCLUSÃO
Na nossa última aula da disciplina Morfologia e Fisiologia do Cafeeiro
tivemos a oportunidade de estudar a aplicação dos fitohormônios na cultura
cafeeira.
Gostaria de comunicar que alunos do Instituto Federal Sul de Minas –
Campus Muzambinho realizam diversos trabalhos com fitohormônios aqui no
Campus. Venha nos visitar, tenho certeza que você vai aprender bastante!

9
RESUMINDO...

Os processos metabólicos que levam ao crescimento e


desenvolvimento dos vegetais são controlados pelo balanço interno de
“mensageiros químicos”. Também conhecidos como hormônios vegetais ou
fitohormônios, estes são encontrados em concentrações muito baixas no
interior das plantas e apresentam atividade fisiológica, normalmente, longe o
seu local de produção.
Os fitohormônios são classificados em: ESTIMULADORES e
INIBIDORES do crescimento.
Os hormônios afetam a resposta dos órgãos das plantas e essa
resposta depende da espécie, da parte da planta, do estágio de
desenvolvimento, da concentração do hormônio, da interação entre eles e de
fatores ambientais.
No cafeeiro, o crescimento e o desenvolvimento da planta dependem
dos fitohormônios
Fitohormônios são substâncias orgânicas endógenas (presente no
interior da planta) de ocorrência natural, sintetizadas numa parte da planta e
translocadas para outra parte, onde, em concentrações muito baixas,
provocam uma resposta fisiológica.
Reguladores de Crescimento são substâncias sintéticas (produzidos
pelo ser humano) que produzem efeitos semelhantes aos produzidos pelos
hormônios.
Os hormônios vegetais clássicos são agrupados em;
- auxinas
- giberelinas
- citocininas
- etileno e
- ácido abscísico.

10
PRÓXIMA AULA
Caro (a) aluno (a) chegamos ao final da disciplina Morfologia e
Fisiologia do Cafeeiro. Espero que você tenha aprendido as aplicações da
fisiologia vegetal na cultura do cafeeiro.
Nos encontramos nas aulas on line e nas presenciais.
Até lá!

BIBLIOGRAFIA

ALVES, J.D. Morfologia do cafeeiro. . In: CARVALHO, C.H.S. Cultivares de


café: origem, características e recomendações. Brasília, DF. EMBRAPA, 2008.
334p.
ALVES, J.D.; LIVRAMENTO, D.E. Morfologia e fisiologia o cafeeiro. Lavras,
MG: Universidade Federal de Lavras, 2003. v.1, 49p.

MENDES, A.N.G.; GUIMARÃES, .J. Morfologia e Fisiologia do Cafeeiro.


Lavras, Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras, 1998. v.1, 38p.

MERCADANTE, C. et al. - BIOLOGIA, Ed. MODERNA - volume único- 2002.

PAIVA, R. Fisiologia vegetal. Lavras, MG: Universidade Federal de Lavras,


2000. v.1, 75p.

PAULINO, W. R. - Biologia Atual - Ed. ÄTICA - 3 volumes- 2003.

RENA, A.B.; MAESTRI, M. Fisiologia do cafeeiro. In: RENA, A.B et al. Cultura
do cafeeiro: fatores que afetam a produtividade. Piracicaba, SP: POTAFOS,
1986. 447p.

SOARES, J. L. - Fundamentos de Biologia. Ed. SCIPIONE - 3 volumes- 2003.

11

Você também pode gostar