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Protocolo de
Avaliações de
Transtornos de
Aprendizagem
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TRANSTORNOS DE NEURODESENVOLVIMENTO:
ENTENDENDO OS TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

Um dos tipos de Transtornos de Neurodesenvolvimento mais


comuns são os Transtornos de Aprendizagem, assim, antes de qualquer
processo de avaliação torna-se muito importante entender como ele
funciona.

Os Transtornos de Aprendizagem são condições neurobiológicas


que fazem parte do neurodesenvolvimento e que acometem uma
porcentagem importante de crianças em idade precoce, sendo
identificado, principalmente, no período em que ela está na escola.

Neste material abordaremos as avaliações para medir o


desempenho das crianças, a fim de auxiliar na identificação e
diagnóstico precoces.

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COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

O diagnóstico deve ser feito por uma equipe interdisciplinar, pois a


avaliação consiste em uma parceria de várias áreas profissionais:

- Psicopedagogia: aspectos educacionais

-Psicologia e Neuropsicologia: aspectos cognitivos e


emocionais

- Fonoaudiologia: aspectos linguísticos e


auditivos

- Neurologia: aspectos do neurodesenvolvimento


(sinais menores, leves)

- Psiquiatria: aspectos emocionais


(comorbidades)

- Áreas complementares: otorrinolaringologia,


oftalmologia, etc.

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TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM

Aqui serão apresentadas 4 características importantes dos


transtornos específicos de aprendizagem:

- A primeira característica diz respeito à persistência das dificuldades


na aprendizagem. Ou seja, é aquela criança que, ao longo do seu
desenvolvimento, dá indicativos de que essa dificuldade vai se manter
por um longo tempo.

- Outra característica está relacionada às habilidades acadêmicas que


vão estar aquém do esperado para a idade da criança. Esse também é
um ponto em que se deve tomar cuidado, pois deve ser garantido que
a criança tenha condições acadêmicas e escolares suficientes para que
aprende o processo de desenvolvimento da leitura e da escrita. Caso
isso não ocorra, existem dois caminhos: verificar se é um transtorno
ou se é uma questão pedagógica específica. Durante o processo de
avaliação, as avaliações padronizadas são importantes, pois elas
serão um norteador diferencial para o que é esperado naquela faixa
etária, auxiliando o avaliador para delinear o perfil da criança.

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TRANSTORNOS ESPECÍFICOS DE APRENDIZAGEM

- Deve-se tomar muito cuidado antes de afirmar que uma criança com
dificuldades nos primeiros anos escolares apresenta dislexia, pois o
processo de alfabetização não é rápido. Essas características vão ser
identificadas ao longo da demanda educacional da criança, o que
significa que não é possível afirmarmos que o indivíduo é disléxico
antes de ele ter passado pelo processo de alfabetização, ou seja, com
idade muito precoce.

- A criança que tem deficiência intelectual, alguma alteração visual ou


auditiva ou algum outro transtorno que não tenha sido corrigido, bem
como a falta ou inadequação educacional, é excludente ao diagnóstico
da dislexia. Por isso, se a criança tem um quadro neurológico
médico específico e apresenta alguma dificuldade no processo de
desenvolvimento da leitura e escrita, é preciso ficar atento, pois os
sintomas podem não estar relacionados à dislexia.

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TRANSTORNOS OU DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM

É preciso definir se a criança está ou não dentro dos critérios do


DSM-5 para dizer que ela está inserida em um quadro de transtorno
de aprendizagem. Esses critérios são extremamente adequados e
resultantes de muitos anos de pesquisas e evidências científicas
sobre os transtornos ou distúrbios de aprendizagem. Os diagnósticos
do DSM-5 são divididos em 4 grandes critérios: A, B, C e D.

Critério A - Dificuldades de aprendizagem e do uso de habilidades


acadêmicas, conforme indicado pela presença de pelo menos um dos
6 sintomas – que serão apresentados a seguir – que tenha persistido
por pelo menos 6 meses, apesar da provisão de intervenções dirigidas
a essas dificuldades.

1. Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com esforço.


Exemplo: a criança lê palavras isoladas em voz alta, de forma incorreta,
lenta e hesitante, adivinhando palavras e com dificuldade para soletrá-
-las.

2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido. Exemplo:


a criança lê com precisão, mas não compreende o que leu e nem a
sequência da leitura.

3. Dificuldades para escrever ortograficamente. Exemplo: pode


adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes nas palavras.

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TRANSTORNOS OU DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM

4. Dificuldades com a expressão escrita. Exemplo: comete múltiplos


erros de gramática ou pontuação nas frases; emprega organização
inadequada de parágrafos; expressão escrita das ideias sem clareza.

5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou


cálculos. Exemplo: entende números, sua magnitude e relações de
forma insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de
um dígito em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas;
perde-se no meio dos cálculos aritméticos e pode trocar as operações.

6. Dificuldades no raciocínio. Exemplo: tem grave dificuldade em


aplicar conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar
problemas quantitativos.

Critério B - As habilidades acadêmicas afetadas estão substancial


e quantitativamente abaixo do esperado para a idade cronológica do
indivíduo. Isso causa interferência significativa no seu desempenho
acadêmico, profissional e nas atividades cotidianas. Essa interferência
negativa pode ser confirmada por testes e instrumentos padronizados
e por avaliação clínica de profissionais médicos ou não médicos
especializados.

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TRANSTORNOS OU DISTÚRBIOS
DE APRENDIZAGEM

Critério C - As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os


anos escolares, mas podem não se manifestar completamente até
que as exigências pelas habilidades acadêmicas afetadas excedam as
capacidades limitadas do indivíduo. Ou seja, com o passar do tempo
a criança vai ficando mais velha e expondo cada vez mais lacunas de
dificuldade enquanto as exigências escolares aumentam e o indivíduo
não consegue acompanhar.

Critério D - As dificuldades de aprendizagem são significativas mas


não podem ser explicadas por:

- Deficiência intelectual

- Problemas de acuidade visual ou auditiva

- Outros transtornos mentais ou neurológicos

- Adversidade psicossociais

- Falta de proficiência na língua de instrução acadêmica

- Instrução educacional inadequada.

Se a criança apresentar qualquer um desses problemas, ela não


pode ser incluída em um quadro de transtorno de aprendizagem.
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AVALIAÇÃO INTERDISCIPLINAR

A avaliação interdisciplinar é fundamental para fechar o


diagnóstico, pois fornece uma demonstração das habilidades
que estão mais deficitárias em um indivíduo. Além disso, envolve
basicamente três grandes áreas, que são a neuropsicologia,
fonoaudiologia e psicopedagogia.

A c

b
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AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Na avaliação psicológica, o que geralmente se observa são


problemas de coordenação motora fina, déficit de memória
operacional e problemas de lateralidade. O WISC-IV mostra o nível
intelectual médio-superior ou superior a 52% dos casos e os sub-
escores que atingem menores resultados são os de aritmética, códigos,
informações e dígitos.

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

As avaliações fonoaudiológicas demonstram um déficit


significativo em memória e síntese auditiva, problemas de
processamento auditivo e, durante as tarefas que exigem atividades
de segmentação fonêmica, é evidente um déficit desproporcional da
consciência fonológica.

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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Nesse tipo de avaliação, a leitura de palavras tem piores resultados


em palavras de baixa frequência, irregulares, pseudopalavras e
percebe-se erros visuais e sonoros frequentes. Na leitura de textos,
é observado que o indivíduo o faz de uma maneira silabada, e
são cometidos erros por substituição visosonora, além de erros
compatíveis com série escolar mais baixa. No ditado, acontecem
trocas fonéticas, e o indivíduo apresenta dificuldades com o uso de
números e suas relações.

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TESTES E AVALIAÇÕES
Avaliações Neuropsicológicas
Os objetivos da avaliação neuropsicológica infantil são
identificar padrões cognitivos passíveis de intervenções, possibilitar
comparações ao longo do desenvolvimento, auxiliar no planejamento
do tratamento, orientar a equipe multidisciplinar e auxiliar no
diagnóstico diferencial.
O diagnóstico diferencial determina se a função está ou não
prejudicada. As funções que devem ser avaliadas são: habilidades
motoras, processos atencionais e executivos, formação de conceitos,
raciocínios abstratos, julgamento, linguagem, memória verbal e não
verbal, entre outras.
Para a avaliação neuropsicológica, é necessário ter dimensão
do comportamento, para se observar o principal objeto de análise: a
cognição. A cognição é a forma como o cérebro processa as informações,
ou seja, é a operação mental necessária para executar determinadas
tarefas, como atenção, memória, processamento visoespacial e
construtivo, linguagem oral e escrita e funções executivas.
Os testes são delineados a partir de uma hipótese com base
nas queixas e na história de vida da criança. A hipótese vai sendo
confirmada ou descartada à medida que ocorre a testagem, variando
os instrumentos de acordo com os resultados apresentados pela
criança.
A avaliação de escala de inteligência é feita por meio de provas
verbais e de execução; de escala de memória avalia memória verbal
e visual, retenção e evocação imediata e tardia, memória operacional
verbal e/ou auditiva e memória operacional visoespacial; e nas provas
de aprendizagem são avaliadas a atenção, curva de aprendizagem,
fixação da informação, estratégias empregadas para memorização e
resistência à interferência.
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ASPECTOS PRÁTICOS: TESTES

É primordial que a avaliação neuropsicológica comece pela


anamnese. Nessa parte, serão avaliados vários aspectos, desde
como foi o encaminhamento para a avaliação e as principais queixas
dos pais e professores até a obtenção do maior número possível de
informações sobre o comportamento da criança e sua história de
vida, inclusive informações antecedentes ao seu nascimento.

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FUNÇÕES COGNITIVAS INVESTIGADAS NA


AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA:
WISC III E WISC IV
Avaliam escala verbal, escala de execução, escala total, índice
de compreensão verbal, índice de organização perceptual, índice de
velocidade de processamento, índice de resistência à distração e memória
operacional.

O WISC III é um teste de inteligência que avalia crianças entre 6


e 16 anos, que dá a estimativa de QI verbal, de execução e total. Os
subtestes aritmética, código, informação, dígitos e completar figuras
avaliam a atenção – perfil ACID. Já no WISC IV, foram acrescentados
conceito figurativos, sequência de números e letras, raciocínio matricial e
cancelamento.

O pré-WISC (WPPSI-III), para crianças pré-escolares, apresenta duas


baterias: de 2 a 3 anos e de 4 a 7 anos. Esse teste avalia o QI total, verbal,
de execução, processamento de informação e linguagem verbal. O mais
moderno é o WISC-V, que existe na forma digital e na forma impressa,
porém, só foram feitas traduções dele para o espanhol.

O SON-R é um teste muito importante, que avalia questões não


verbais, podendo avaliar crianças com autismo, síndrome de Down e
surdez. Há ainda outros testes que podem ser utilizados para avaliar as
mesmas questões, como o R2, Matrizes Progressivas Coloridas, Columbia,
Stanford-Binet.

Existem testes para avaliação de comando, compreensão e atenção,


como o TTFC-2; testes de memória, como o RAVLT e Testes ABC para
crianças menores; testes de atenção, como TAVIS 3R, que avalia tempo
de reação, atenção seletiva, alternada e sustentada, entre outros testes
que são igualmente importantes.
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BATERIAS NEUROPSICOLÓGICAS PARA DA E TA

Os testes que embasam a avaliação dividem-se em baterias,


as quais subdividem-se em:

Fixas – Avaliam determinadas funções, como as baterias de


memória, inteligência ou as que abrangem determinadas funções
neuropsicológicas.

Flexíveis – Testes que se adaptem aos problemas e necessidades


específicas de cada caso, selecionados pelo neuropsicólogo.

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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

A avaliação é um corte, é uma visão momentânea de um estado de


conhecimento que o indivíduo apresenta. Por isso, não se faz apenas
uma avaliação, mas sim várias avaliações, buscando os melhores
resultados. É muito importante a busca por um diagnóstico durante a
avaliação e, para isso, é necessário que o profissional esteja atento a
todas as esferas da aprendizagem.

Quando o responsável pela criança marca a primeira consulta é


que se inicia a avaliação, pois é nesse momento que o profissional
tem as primeiras impressões e conhece as principais queixas dos
responsáveis. É nesse momento também que é preciso atenção aos
detalhes: como esse responsável marcou a consulta e que é ele, o
modo com que ele se refere à criança em questão etc.

Seguindo um tipo de linha de avaliação, primeiramente é feita


a anamnese com os pais e depois são feitas provas, testes, jogos,
atividades e conversas com a criança. Após isso, acontece a devolutiva
para os pais sobre o resultado dos testes e acerca do desenvolvimento
da criança, inclusive indicando se precisará de encaminhamento para
outro profissional. Posteriormente, é feito um contato com a escola,de
forma a dar orientações.

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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Anamnese
É fundamental, pois é o momento em que se torna possível um
melhor contato com os pais e é quando são adquiridas informações
que vão corresponder à quase todo o processo, de diagnóstico. Nesse
processo é feita uma entrevista com os pais ou responsáveis pela
criança, e todas as informações dadas são sigilosas.
É importante anotar tudo, pois todos os detalhes fazem a
diferença e, a partir disso, é possível selecionar atividades. Também
é necessário avaliar a postura corporal dos pais, o tom da fala e a
dinâmica familiar. O psicopedagogo deve sempre manter uma postura
neutra frente à fala dos informantes, não demonstrando emoções
durante a avaliação. Além disso, será explicado todo o processo de
avaliação, os custos, horários e o contrato de atendimento.

Queixa
É importante estar atento às queixas que os responsáveis fazem,
como são feitas e o que recebe mais destaque nessas falas. São
exemplos:
- “Ele é cabeça dura que nem eu, lá em casa ninguém sabe nada.
Acho que não adianta.”– Indica dificuldade de absorver conhecimentos,
sugere baixo autoconceito.
- “Eu acho que está tudo bem, não sei por que a professora
pediu para eu trazê-lo aqui.” – Indica oposição dos responsáveis em
relação ao encaminhamento da escola ou dificuldade em lidar com a
realidade.

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AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA

Após a anamnese, no primeiro encontro com a criança é muito


importante a clareza e honestidade. Ou seja, deve-se deixar claro o
motivo pelo qual ele está sendo avaliado, como está sendo o processo
e o que está sendo escrito a respeito dele. Esse vínculo criado pelo
psicopedagogo e pelo sujeito é o primeiro passo para a sua evolução.

Uma dica para começar com a avaliação é nunca utilizar uma
atividade acadêmica como primeiro teste, mas sim iniciá-lo por
alguma área de que a criança goste – sobre o que o profissional terá
conhecimento a partir da anamnese.

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TESTES E PROVAS

As avaliações devem ser feitas qualitativamente, levando em


conta todos os dados e a realidade do cliente, tomando muito cuidado
com os motivos pelo qual o indivíduo está tomando determinada
atitude. Existem também as avaliações quantitativas, que são mais
utilizadas num processo formal de avaliação clínica. Essas análises
estão distribuídas em inúmeros testes.

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AVALIAÇÃO DO MATERIAL ESCOLAR

É muito importante a análise do material escolar da criança,


principalmente antes das provas acadêmicas, para que se possa
verificar se está adequado ao nível escolar da criança. Sempre que
possível, deverão ser aplicadas algumas provas adaptadas para
a idade escolar da criança, principalmente observando raciocínio.
Além disso, haverá atividade de leitura, ditado, produção de texto,
consciência fonológica, rima, aliteração e problemas matemáticos de
numerais, sucesso, antecessor etc.

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JOGOS
Dentro da avaliação também é possível trabalhar com jogos,
que serão escolhidos de forma a estarem adaptados para a idade da
criança. Ao propor o jogo, é necessário ter claro o motivo por que se
quer aplicá-lo e o que será avaliado durante a execução, sempre de
acordo com a queixa.

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ASPECTOS PSICOMOTORES
Na avaliação psicopedagógica, é de igual importância que sejam
avaliados aspectos psicomotores das áreas básicas. Por isso, são
aplicados testes de equilíbrio, coordenação global e fina, esquema e
imagem corporal, dominância e lateralidade.

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DESENHOS
Durante a execução dos desenhos, devem ser analisados aspectos
de coordenação motora, distribuição espacial , além de realizada uma
análise geral do desenho, observando se há componentes psicológicos
presentes.

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TIPOS DE AVALIAÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS

Existem vários testes para uso do psicopedagogo, mas é de


extrema importância que se tenha a informação sobre quem foi o autor
do teste e que se analise como esse teste foi validado, de forma a evitar
testes que apresentem resultados duvidosos e que não condizem
com a realidade. Dentro desses testes, existem os quantitativos,
que dão uma “nota” como resultado, os testes qualitativos, que
avaliam entre “bom” e “mau”, questionários que trabalham questões
comportamentais, e os testes screening.
O segredo de uma boa avaliação psicopedagógica é entender
profundamente as dificuldades e transtornos de aprendizagem e
comportamento, para que a avaliação seja mais efetiva e otimizada.
Além disso, devem ser aplicados testes e provas específicas para
a idade e para a dificuldade que a criança apresenta. São alguns
exemplos de testes:
IAR (Manual de aplicação e avaliação);
Audibilização;
Mira Stambark;
TDE (Teste de Desempenho Escolar);
Confias (Consciência fonológica: instrumento de avaliação
sequencial);
Prolec (Provas De Avaliação Dos Processos De Leitura);
Álbum de Figuras - Avaliação de Linguagem Oral;
APET - Análise de Produção Escrita de Textos;
EAVAP-EF - Escala de avaliação das estratégias de aprendizagem
para o ensino fundamental;
BACLE (Bateria de Avaliação de Competências Iniciais de Leitura
e Escrita);
BACMAT (Bateria de Aferição de Competências Matemáticas).
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TIPOS DE AVALIAÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS

Todos esses testes vão avaliar o Input – níveis perceptuais e


de atenção –, os níveis processuais e de codificação, e os níveis de
Output – expressão e planificação. Então, quando é feita a avaliação
de uma criança, deverá se observar se ela consegue entender e prestar
atenção no que está sendo feito. Se ela tem dificuldade de atenção,
consequentemente, apresentará também dificuldades de elaboração
das atividades e planificação.

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RESULTADOS DOS TESTES

A partir do testes, serão obtidos resultados que servirão para


confirmar ou não uma hipótese que foi elaborada anteriormente. E,
com isso, será decidido se é necessário o encaminhamento para demais
profissionais e serão traçadas linhas de intervenção, desenvolvendo
atividades com a família, escola e com o paciente. Ou seja, é elaborado
um plano terapêutico de forma a atingir a resolução do problema.

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

A primeira questão é nunca esquecer que a avaliação


fonoaudiológica é um recorte de uma avaliação, ou seja, durante o
processo de avaliação é necessário que uma equipe interdisciplinar
seja soberana durante todo o processo de diagnóstico de um indivíduo.

Outra questão muito importante a ser considerada está
relacionada às habilidades que devem ser avaliadas. Para
isso, o diagnóstico diferencial é essencial, seja do transtorno de
aprendizagem, seja das dificuldades escolares. Por isso, é muito
importante permanecer atento às determinadas características que
são pertinentes em alguns quadros, pois quando observamos todas
as funções cognitivas e linguísticas do indivíduo, deve-se ter uma certa
experiência para detectar se fazem parte de quadros diferentes ou se
estamos falando de concorrência de algumas funções que repercutem
no processo de aprendizagem do paciente.

Dentro de todo esse contexto, daremos enfoque na avaliação
fonoaudiológica. Quando estamos falando de processos linguísticos,
não deve ser desconsiderado o que faz parte de todo esse tema –
processos cognitivos, psicomotores, auditivos e visuais. O que é
importante entender é que, durante a avaliação fonoaudiológica,
serão identificados sinais que podem predizer se a criança apresenta
características que são mais comuns de uma dificuldade ou de um
transtorno. O grande diferencial disso é o que se refere à persistência
do problema em determinada habilidade.

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Instrumentos para Avaliação da Leitura


Para avaliação de habilidades:
TCLPP - Teste de Competência de Leitura de Palavras e
Pseudopalavras (Seabra e Capovilla, 2010);
TDE - Teste De Desempenho Escolar (Stein, 1994).

Para a compreensão de leitura:


Avaliação da compreensão leitora de textos expositivos (Saraiva
et al., 2015);
PROLEC - Provas de avaliação dos processos de leitura (Cuetos
et al., 2014).

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Instrumentos para Avaliação da Consciência


Fonológica
Para avaliação de habilidades:

Confias (Moojen; Lamprecht; Santos; Freitas; Brodacz; Siqueira;


Costa; Guarda, 2007);
Prova de consciência fonológica por produção oral (Seabra e
Capovilla, 2012);
Avaliação da consciência fonológica (Cielo, 2001, 2003);
Perfil de habilidades fonológicas (Alvarez, Carvalho e Caetano,
1998);
RAN/RAS (Wolf; Denckla, 2005).

Instrumentos para Avaliação da Memória de


Trabalho fonológica
Teste de repetição de pseudopalavras (Kessler, 1997);
Provas de memória de trabalho fonológica: não palavras e dígitos
(Hage e Grivol, 2008);
Teste de repetição de palavra e pseudopalavras (Seabra, 2012).

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Instrumentos para Avaliação Escrita


Prova de ditado de palavras e pseudopalavras (Pinheiro, 1994);
TDE - Teste de desempenho Escolar (Stein,1994);
ADAPE - Avaliação de Dificuldade na Aprendizagem Escrita (Sisto,
2001).

Instrumentos para Avaliação das Habilidades


Matemáticas
TI-BAFEC - ​Tartaruga da Ilha - Bateria de Avaliação - Funções
Executivas-Crianças (Magno, 2016);
BACMAT - Bateria de aferição de competências matemáticas
(Rodrigues; Pereira, 2014);
BACLE - Bateria de Avaliação de Competências Iniciais para a
Leitura e Escrita (Rodrigues; Rocha, 2011);
Coruja (Weisntein, 2016);
TDE - Teste de Desempenho Escolar (Stein, 1994).

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Funções mentais superio-


res avaliadas - leitura Instrumentos

Seabra, Dias e Capovilla/


Relação Grafema - Leitura, Escrita e Aritmética
Fonema PROLEC
TDE

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Funções Mentais Superiores avaliadas - Leitura

Funções Executivas:

FDT- 5 Dígitos;
Flexibilidade Seabra e Dias/ Atenção e
Mental Funções Executivas -
Volume 1.

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AVALIAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO LEITORA DE


TEXTOS EXPOSITIVOS
Neste instrumento, existem vários textos com figuras. Dentro
dessa avaliação, poderá ser analisado como é o processo da leitura
da criança e se ela acompanha a leitura com o dedo ou não, se troca
as palavras ou letras parecidas, entre outros fatores. Após a leitura,
serão feitas perguntas para ver se a criança entendeu aquilo que foi
lido.

Teste de desempenho escolar - É um teste bem conhecido e


interessante, que faz avaliações quantitativas. Conta com atividades
de ditado, aritmética e de leitura para crianças do 1° ao 6° ano do
primeiro grau, com algumas reservas para o 7° e 8° ano. A aplicação
dos testes pode variar de 20 a 30 minutos e é de aplicação individual.

A seguir, são apresentadas habilidades que podem ser identificadas


por meio dos testes apresentados, divididos por áreas:

LINGUAGEM

- Atraso de fala;
- Histórico familiar de atraso na fala e dificuldade na leitura;
- Troca de sons na fala;
- Demora para aprender novas palavras;
- Dificuldade para lembrar nomes e símbolos;
- Dificuldades para aprender rimas em cantigas e parlendas.

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LEITURA

- Dificuldade para discriminar as letras do alfabeto;


- Dificuldade no aprendizado da leitura, escrita e soletração;
- Dificuldade para separar e sequenciar sons (exemplo: m- e
– n – i – n – o);
- Dificuldade para discriminar fonema-grafema (som-letra)
(ex.: p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z);
- Apresenta intervenções de sílabas ou palavras (sol-los);
- Apresenta adição/omissão de fonemas ou sílabas (maca-
-macaco);
- Apresenta leitura silabada, vagarosa e com muitos erros;
- Uso excessivo de palavras substitutas (aquela coisa, negó-
cio) para nomeação de objetos;
- Nível de leitura abaixo do esperado para a faixa etária e ní-
vel de escolaridade;
- Dificuldade para recontar uma história;
- Dificuldade para compreender os enunciados dos proble-
mas de matemática;
- Dificuldade para compreender textos.

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ESCRITA

- Letra com características disgráficas;


- Dificuldade no planejamento motor de escrita e na realiza-
ção da letra cursiva;
- Dificuldade na preensão do lápis;
- Dificuldade para copiar a lição da lousa;
- Dificuldade para expressão através da escrita, elaboração
de textos escritos/planejamento e realização de redações;
- Escrita com erros significativos: emissões, trocas, adições/
omissões fonêmicas e silábicas e aglutinações.

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Protocolo de
Avaliações de
Transtornos de
Aprendizagem

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Um abraço,
Lu Brites.

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