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Dirigido
Bruno Pereira
1º Ciclo Internato Médico na
Atenção Primária à Saúde
REGISTRO CLÍNICO
V.O.M., 34 ANOS, CONSULTA DIA 25/04/2023
Paciente comparece para renovação de receita, queixando-se de dor de
S cabeça na região temporal, do tipo compressiva, associada a ânsia, falta de
ar, tontura, zumbido e perda auditiva. Além disso, relata um episódio de
síncope nesta madrugada. Hábitos intestinais sem alterações. Em uso
contínuo de duloxetina. Nega comorbidades e alergias. Histórico familiar
de HAS.
ANTECEDENTES: TAD e fibromialgia em uso de duloxetina 60 mg.
Paciente em BEG, hidratada, eupneica e normocorada e hidratada.
O ACV A: BNF+2T s/sopros E MV+ bilateralmente s/ra
NEUROLÓGICO: sem déficits focais ou outras alterações.
Sinais vitais: PA 120/80; FC 70, Sat 98%
CRISE VERTIGINOSA ?
A Problemas avaliados: síncope, cefaleia, distúrbio ansioso e problemas de
Síndromes Vertiginosas
DO QUE SE TRATA
Distúrbios vestibulares e do equilíbrio que podem envolver o sistema vestibular,
visual, somatossensorial e/ou cerebelar/sistema nervoso central.
1 º PASSO - Explorando a queixa de tontura e os sintomas de pré-síncope, vertigem
e desequilíbrio no consultório: trata-se de tontura na “cabeça” ou tontura nas
“pernas”?
NA CABEÇA: Clínica/sistêmica (fraqueza, mal-estar, hipotensão, enxaqueca,
outros), lipotimia (pré-síncope), vertigem (ilusão do movimento, rotatória ou
oscilatória) e situações especiais/tonturas inespecíficas (cinetose, psicogênica/fóbica);
NAS PERNAS: Desiquilíbrio associado a distúrbios musculoesqueléticos -
problemas articulares, desvios vertebrares, neuropatias periféricas, miopatias; ou
Anamnese dirigida
É essencial investigar as características da tontura, como tipo de
manifestação (constante ou em crises), duração, intensidade, fatores
desencadeantes, de melhora e piora; circunstâncias de aparecimento (início
súbito ou de caráter progressivo), sintomas associados (neurovegetativos,
auditivos, neurológicos e/ou visuais), grau de restrição na realização das
atividades diárias, aspectos psicológicos, hábitos, bem como antecedentes
pessoais e familiares.
Caracterizar muito bem a tontura que o paciente relata é o primeiro passo
para se chegar a um diagnóstico sindrômico, topográfico e etiológico
acertado para impor uma terapêutica que traga resultado.
Síndromes Vertiginosas
Síndromes Vertiginosas
Neurite Vestibular
Neurite vestibular é o principal diagnóstico para um quadro de vertigem de
origem periférica, de início agudo ou subagudo e duração prolongada.
Caracteriza-se pela sensação de vertigem, desequilíbrio, alteração no reflexo
vestíbuloocular e nistagmo típico; não há queixas auditivas, como zumbido,
hipoacusia ou surdez;
Tem uma incidência anual de 3,5 por 100.000 habitantes, é o segundo
distúrbio periférico mais comum, perdendo apenas para a VPPB;
Sugere-se que a neurite vestibular tenha etiologia viral, ocorrendo por
reativação do herpes simples tipo 1. Outras possíveis fisiopatologias são o
acometimento autoimune ou microvascular do nervo vestibular;
Neurite Vestibular
O prognóstico da neurite vestibular é bom, a sensação de vertigem melhora
em alguns dias e o equilíbrio também melhora ao longo de poucas semanas.
47% dos pacientes têm recuperação total em 2 anos, e o restante permanece
com déficits unilaterais leves; mesmo nestes casos de persistência de algum
déficit, há desaparecimento do nistagmo espontâneo, vertigem rotatória e
tendência à queda.