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CASO CLÍNICO DISCENTES

INFECTOLOGIA Brunnielly, Bruno, Dayane e


Gabriela Furtado
HISTÓRIA CLÍNICA
Mulher, 27 anos, foi atendida no departamento de emergência do Hospital Geral de Massachusetts (EUA)
com queixa principal de artralgia e rash cutâneo.

Paciente previamente hígida, iniciou quadro de artralgia há 5 dias, c/ dores nos dedos, nas mãos e nos
ombros, evoluindo com dor nas costas, na nuca e dor de cabeça retrorbital. Posteriormente, no mesmo dia
em que iniciaram os sintomas álgicos, relatou febre (39°C), acompanhada de calafrios, náuseas,
inapetência, dor de garganta e vermelhidão leve nos olhos. Além disso, notou uma úlcera vaginal, outra
úlcera no lado da língua, diminuição do paladar e o surgimento de caroços no pescoço e na virilha
(linfonodomegalia).

No dia seguinte ao surgimento dos primeiros sintomas, a artralgia persistiu e envolveu também as
articulações dos joelhos, cotovelos, tornozelos e dedos dos pés. Inchaço nos pulsos e dedos a levaram a
retirar pulseiras e anéis.
HISTÓRIA CLÍNICA
Paciente relata que suas gengivas sangravam facilmente quando escovava os dentes. Naquela
mesma tarde, sua febre, dor de cabeça e rash remitiram. Nos 2 dias seguintes, a artralgia
persistiu, enquanto os demais sintomas declinaram. No 5° dia da doença, um novo rash cutâneo
pruriginoso e eritematoso desenvolveu-se, começando nas palmas das mãos e espalhando-se
para os braços, tronco, abdômen, costas, pernas e até as plantas dos pés. Medicou-se com
ibuprofeno e difenidramina e depois se apresentou ao departamento de emergência do hospital
para uma avaliação médica.

Em sua história patológica pregressa, refere uma apendicectomia remota. Em uso diário apenas
de um polivitamínico. Nega alergias e vacinações em dia. Morou com o marido em uma área
suburbana da Inglaterra, trabalhou como engenheira química e pratica corrida.
HISTÓRIA CLÍNICA
3 dias antes do início dos sintomas, a paciente havia retornado de uma viagem de 7
dias para a Turquia e as Ilhas Caicos, onde ela passou o tempo na praia e recebeu
várias picadas de mosquito. Ela é monogâmica, consome álcool com moderação, não
fuma e não usa drogas ilícitas, e não teve contato com pessoas com doenças
conhecidas. Não tem histórico familiar de doenças autoimunes.
EXAME FÍSICO
 BEG, temp. 36,4°C, FC 69 bcpm, PA 135/87 mm Hg, FR 18 irpm, Sat 02 98% em ar
ambiente.

 Articulações s/ sinais flogísticos, com leve desconforto na movimentação dos pulsos e


dedos. Presença de rash macular eritematoso difuso, envolvendo abdômen, tronco, costas,
braços e pernas; maculas confluentes nas palmas das mãos, e difusas nas solas dos pés.
Restante do exame físico normal.

 Prova do laço: aplicação de torniquete no braço pro 2,5 min. s/ o surgimento de petéquias.
LABORATÓRIO
 Hemograma, função renal, eletrólitos, glicose, proteína totais, fosfatase alcalina,
bilirrubina indireta e total normais. Trombocitopenia. Testes de função hepática
levemente alterados. Testes adicionais (Tabela 1).

 Urinálise revelou urina clara, amarelada, c/ resultados negativos para sangue


oculto, leucocitose, nitrito, albumina, glicose, cetonas, bilirrubina e urobilinogênio.
BhCG negativo.
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS
DOENÇAS REUMATOLÓGICAS
 LES – febre, úlceras orais, artralgia sem inflamação das articulações.
 Febre reumática aguda – febre e artralgias.
HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS
INFECÇÕES

 Gonococo/Meningococo – tríade clássica de poliartralgia, tenossinovites e dermatites. Lesões


cutâneas e.g. pustulosas; poliartralgia assimétrica (princ. articulações médias).

 Rubéola – mulheres em idade fértil, freq. assoc. a artralgias envolvendo as pequenas articulações.
Rash e.g. inicia-se na face.

 Parvovírus B19 – artralgias acometem freq. IFP´s e MCF, envolvem os joelhos, pulsos cotovelos.

OBS: Para afastar essas hipóteses é necessário realizar testes sorológicos.


HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS
FEBRE DO VIAJANTE

 Malária/Dengue/Chikungunya – febre após viagens é o principal sintoma dentre


uma constelação de outros sintomas, como rash e manifestações
musculoesqueléticas. Uma manifestação clínica importante da Chikungunya é a
poliartralgia simétrica envolvendo pequenas e médias articulações, bem como os
padrões de rash cutâneo relatado pela paciente – úlceras orais, urticária, rush macular
pruriginoso.
DIAGNÓSTICO: INFECÇÃO
POR CHIKUNGUNYA
EXAMES LABORATORAIS

 Testes sorológicos. Dependem do tempo de início dos sintomas, do tempo de incubação da


doença e de viremia e do tempo de persistência dos anticorpos.

 Detecção de ácidos nucleicos virais já na primeira semana de infecção durante a fase


inicial de viremia.

 Anticorpos IgM presentes 5-7 dias após o início dos sintomas da doença e persistem por
vários meses; IgG presentes logo após o surgimento do IgM e persistem por toda a vida do
paciente.

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