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DIEGO BALIEIRO DAL BELO

LUIZ HENRIQUE FERREIRA DE PAULA

EFICÁCIA DO CANABIDIOL EM TRANSTORNO DE ANSIEDADE

São Paulo
2021
DIEGO BALIEIRO DAL BELO

LUIZ HENRIQUE FERREIRA DE PAULA

EFICÁCIA DO CANABIDIOL EM TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Colégio Formosa como
parte dos requisitos para a obtenção do
grau no Ensino Médio, sob a orientação
dos professores Daniela Fiorillo, Lucimar
Pereira e Renata Martins.

São Paulo
2021
”Que todos os nossos esforços estejam
sempre focados no desafio à
impossibilidade. Todas as grandes
conquistas humanas vieram daquilo que
parecia impossível”

Charles Chaplin
RESUMO

O Canabidiol, produto químico extraído da Cannabis sativa, planta nativa das


regiões tropicais e temperadas, composta por tetrahidrocanabinol (∆-THC), que
causa efeitos psicoativos e o Canabidiol atuando como antidepressivo, analgésico e
controlador do humor. Primeiramente essa boa substância começou a ser alvo de
pesquisas nas áreas da biologia para o tratamento de doenças mentais e
psicomotoras, pelo fato da pressão dos pais que exigiam o uso da substância para
seus filhos em casos graves, e pela visão mais aberta e menos preconceituosa dos
cientistas por uma possível solução para problemas recorrentes na maioria das
pessoas. Nosso objetivo com este trabalho é explorar os recursos do Canabidiol que
podem ser utilizados para questões médicas, que mesmo sendo reais e totalmente
possíveis de se comprovar, as boas substâncias da planta estão presas a
preconceitos que se baseavam em fundamentos sem o estudo correto , por isso que
muitos projetos com o Canabidiol são limitados ou até mesmo bloqueados. O ponto
principal pode ser encontrado nos benefícios proporcionados pelo uso preciso, e
isso é fundamental para avançar significativamente no tratamento de alguns dos
maiores problemas de ansiedade, sendo esta uma das maiores enfermidades que
atinge grande parte da população. Esta pesquisa baseou-se em livros acadêmicos e
arquivos dentro deste tema para chegar a uma conclusão e construir um
desenvolvimento de cada tópico.

Palavras-chave: Canabidiol; Tratamento; Ansiedade; Pesquisas.


ABSTRACT

Cannabidiol, a chemical extracted from Cannabis sativa, a plant native to


tropical and temperate regions, composed of tetrahydrocannabinol (∆-THC), which
causes psychoactive effects and Cannabidiol acting as antidepressants, analgesics
and mood controller, starting from that good substance has begun to be the target of
research in the fields of biology for the treatment of mental and psychomotor
diseases, by the fact that pressure from parents who required the use of the
substance for their children in serious cases and the more open and less prejudiced
view of scientists for a possible solution to recurring problems in most people. Our
objective with this act is to explore the resources of the Cannabidiol that can be used
for medical issues, which even being real and tottaly possible to prove, the good
substances of the plant are stucked in prejudices that were based on fundamentals
without the correct study, reason why, many projects with the Cannabidiol are limited
or even blocked because of that. The main point can be found in the benefits
provided from the precise use, and this is crucial to advance significantly on the
treatmenf of some anxiety biggest problems, wheras this one of the most ilnesses
that affects a large part of the poppulation. This research was based on academic
books and files among this theme to reach a conclusion and build a development of
every topic.

Keywords: Cannabidiol; Treatment; Anxiety; Research.


RESUMEN

El cannabidiol, un químico extraído del Cannabis sativa, una planta originaria


de las regiones tropicales y templadas, compuesto por tetrahidrocannabinol (∆-THC),
que provoca efectos psicoactivos y Cannabidiol actuando como antidepresivo,
analgésico y controlador del estado de ánimo, esta buena sustancia comenzó a ser
el objetivo de la investigación en las áreas de biología para el tratamiento de
enfermedades mentales y psicomotoras, debido a la presión de los padres que
exigían el uso de la sustancia para sus hijos en casos graves, y la visión más abierta
y menos prejuiciada de los científicos por una posible solución para problemas
recurrentes en la mayoría de las personas. Nuestro objetivo con este trabajo es
explorar los recursos del Cannabidiol que se pueden utilizar para cuestiones
médicas, que aun siendo reales y totalmente posibles de probar, las buenas
sustancias de la planta están pegadas a prejuicios que se basaron en fundamentos
sin el estudio correcto, por eso que muchos proyectos con cannabidiol están
limitados o incluso bloqueados debido a él. El punto principal se encuentra en los
beneficios que aporta el uso preciso, y esto es fundamental para avanzar
significativamente en el tratamiento de algunos de los mayores problemas de
ansiedad, que es una de las mayores enfermedades que afecta a gran parte de la
población. Esta investigación se basó en libros y archivos académicos dentro de
este tema para llegar a una conclusión y construir un desarrollo sobre cada tema.

Palabras llave: Cannabidiol; Tratamiento; Ansiedad; Investigación.


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9
1. CANABIDIOL 10
1.1 Definição 10
1.2 Estrutura Química e composição 10
1.3 Extração 11
1.4 Comercialização no Brasil 12
1.5 Doenças Relacionadas 13
2. TRANSTORNO DE ANSIEDADE 15
2.1 Distúrbio, transtorno e síndrome 15
2.2 O que é ansiedade 16
2.3 Tipos de Ansiedade Fora a TAG 16
2.4 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 17
2.5 Crianças com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) 17
2.6 Tratamento com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) 18
3. SISTEMA NERVOSO 20
3.1 Origem da Neurociência 20
3.2 Neurociência Hoje 21
3.3 Níveis de Análise 21
3.4 Neurônio 22
3.5 O Sistema Nervoso Central (SNC) 24
3.6 O Sistema Nervoso Periférico (SNP) 28
4. SINAPSES 31
4.1 Divisões Sinápticas: 33
4.2 Sinapses Elétricas 34
4.3 Sinapses Químicas 36
4.4 Doenças Relacionadas à Sinapse 38
5. NEUROTRANSMISSORES 39
5.1 Tipos de Neurotransmissores 39
5.2 Receptores 40
6. ANSIEDADE E O SISTEMA NERVOSO 41
6.1 Substâncias Liberadas e Inibidas 41
6.2 Atuantes do Sistema Nervoso 41
7. CANABIDIOL E O SISTEMA NERVOSO 43
7.1 Diferença nos efeitos do CBD de pessoa para pessoa 43
8. TRATAMENTO 45
8.1 Tratamento Convencional 45
8.2 Tratamentos alternativos 45
8.3 Benefícios do Uso do Canabidiol no Sistema Nervoso em Relação a TAG 48
CONCLUSÃO 51
INTRODUÇÃO

A Canabidiol há muito tempo é estigmatizada, mesmo sendo uma substância


com um alto potencial para fins médicos. Devido suas propriedades, um
medicamento feito a partir dessa substância houve uma alta incidência de debates e
pesquisas por poder atuar de maneira impactante e segura no tratamento de um dos
transtornos mentais mais comuns da sociedade, que é a ansiedade.

Esse trabalho tem como objetivo apresentar a grande capacidade da


utilização e criação de fármacos compostos pela Canabidiol e como ela pode ser
utilizada, já que poderia causar um avanço significativo no tratamento da patologia,
caso feito da maneira correta, e também, mostrar como a substância atuaria dentro
do corpo humano com seus benefícios e malefícios.

Foram feitas diversas pesquisas em artigos acadêmicos e de fontes


conceituadas que, contaram com o auxílio de profissionais da área da biologia e da
química para que essa pesquisa fosse estruturada.

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1. CANABIDIOL

1.1 Definição

O Canabidiol (CBD) é um composto abundante na Cannabis sativa,


constituindo cerca de 40% das substâncias ativas da planta. Sendo que a Cannabis
é um nome botânico de uma planta que pertence ao gênero Cannabacae e à ordem
Rosales.
Esta também é um arbusto da família Moraceae, que é encontrado em
diversos lugares pelo mundo, mas principalmente em regiões tropicais e
temperadas, por conta desses locais terem características como climas quentes e
úmidos, disponibilidade de água e fertilização do solo da região.
Outra característica da planta é o fato dela ser um ser dioico, já que se possui
espécimes femininas e masculinas, onde no seu processo reprodutivo, o macho
morre após polinizar a fêmea.
O caule dessa planta possui posição ereta com ramificações nas bases em
que se encontram fibras que se denominam “cânhamo” , que são de relevância
significativa para a indústria, devido as suas diversas utilidades, das quais se
destacam as produções têxtis, de óleos e alimentos.
Já as folhas possuem caráter peciolado e apresentam segmentos
lanceolados e com pelos granulosos, nas quais as fêmeas produzem uma rezina
entorpecente. Seu ciclo vegetativo tem uma média de duração entre 3 a 4 meses
caso suas condições sejam normalmente favoráveis, condições essas que
influenciam também nas produções da rezina.

1.2 Estrutura Química e composição

Entre as substâncias da Cannabis sativa, é encontrado o ∆⁹-THC, nomeado


como Tetrahidrocanabinol (figura 1), que possui efeitos psicoativos e causadores do
vício, representado pela fórmula química, ∆⁹-THC= C ₂₁H₃₀O₂.
Já o Canabidiol (figura 2) seguido pela mesma fórmula do

10
Tetrahidrocanabinol, Canabidiol = C₂₁H₃₀O₂, porém com a adição de um anel
aromático, e um hidrogênio ramificado.
Figura 1 – representação de Tetrahidrocanabinol - THC

Fonte: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n2a24.pdf

Figura 2 - Canabidiol - CBD

Fonte: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n2a24.pdf

1.3 Extração

Para que se ocorra a extração da resina da Canabidiol, que é o seu principal


elemento para utilização ocorre um processo de separação de misturas, que é a
destilação na qual os óleos da substância são vaporizados e para que o excesso de
álcool seja retirado, sendo os principais solventes da extração da substância dessa

11
planta, o éter de petróleo, devido a solubilidade em substâncias lipídicas, por ter
características lipofílicas.
Então, o produto final, por ser ácido, passa por um processo de neutralização
do seu pH com uma substância aquosa alcalina, que tem a capacidade de
neutralização de ácidos fortes, para que a resina final se torne insolúvel em água,
porém, solúvel em álcool.

1.4 Comercialização no Brasil

A autorização do uso medicinal de quaisquer derivados da Cannabis sativa,


ainda é um grande problema, mesmo com a ação terapêutica comprovada, como
por exemplo o uso do Canabidiol para o tratamento de epilepsia, câncer,
esquizofrenia, entre outros.
E apesar da resistência de muitas organizações médicas tradicionais, muitos
países já legalizaram, seja para fins recreativos, ou até mesmo medicinais. Como
parâmetro o Uruguai e a Argentina, na América do Sul, e até mesmo os Estados
Unidos, que antigamente lideravam campanhas para a proibição da planta.
No Brasil já era previsto o plantio da Cannabis sativa para usos medicinais e
científicos desde 2006, pela lei 11.343, chamada Lei de Drogas, que foi aprovada
pelo governo. Porém não houve grande avanço em sua regulamentação até a
década passada.
E com a pressão de pais e mães de crianças com o distúrbio cerebral
conhecido como epilepsia, pedindo a autorização do uso de derivados da Cannabis
entre eles o CBD, que diminuiria a incidência de espasmos, e melhoraria na
qualidade de vida das crianças.
Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), liberou a
importação do Canabidiol, porém com o preço elevado da importação acabou se
tornando inviável para a maior parte da população.
A liberação da ANVISA se baseava em casos específicos, assim exige a
prescrição, laudos médicos e um termo de responsabilidade. Sendo importando e
encontrado em tubos contendo a forma concentrada do óleo cânhamo (figura 3)

12
Figura 3 - Óleo de Cânhamo: composto rico em CBD1

Fonte: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n2a24.pdf

1.5 Doenças Relacionadas

Epilepsia: É um distúrbio neurológico que perturba o funcionamento das


células cerebrais. E é um dos principais estudos do uso terapêutico da Canabidiol,
vem do seu uso como anticonvulsionantes em doses administradas, pois o
tratamento das crises é essencial para que a doença não piore no paciente.
Câncer: É a doença na qual há uma reprodução descontrolada das células,
das quais destroem os tecidos do corpo. Pode se ter o uso da Canabidiol para que
possa diminuir as náuseas a vômitos, e também para estimular o apetite em alguns
pacientes. Há também estudos que mostram que pode haver um efeito antitumoral,
por provocar metástases nas células cancerígenas, então elas morreriam fazendo
com que o tumor fosse diminuído.
Patologias Gastrointestinais: São as doenças que acometem o sistema
digestivo. Apesar de não apresentar muitos dados que comprovassem a sua eficácia
no tratamento com a Canabidiol, por conta dos seus efeitos contra náuseas e
vômitos e analgésicos, pode acabar sendo útil.
Esclerose Múltipla: Doença na qual o sistema imunológico destrói a capa
protetora dos nervos, afetando a comunicação entre o cérebro e o corpo. Dados
comprovam que Canabidiol pode ser útil na prevenção e no tratamento da doença,

13
prevenindo a degeneração neuronal e por conseguinte amenizar os efeitos da
espasticidade e das dores.
Alzheimer: Diagnosticado quando as conexões celulares do cérebro se
rompem ocasionando a morte dessas células. Dentre seus benefícios do tratamento
com a CBD (Canabidiol), está a prevenção do apoptose precoce das células
neuronais.
Síndrome de Parkinson: Quando as células cerebrais são afetadas e
diminuem o nível de dopamina pelo corpo, causando tremores rigidez e perda de
movimento. A suplementação da CBD no tratamento da doença pode diminuir o
estado de psicose, melhorando o humor e o sono do paciente.
Depressão: É um distúrbio mental caracterizado pela mudança de humor e
transtorno bipolares. A Canabidiol pode ser inserida no seu tratamento por conta de
atuar na mudança de humor, afetando seu sono e fazendo com que se recupere o
interesse e ânimo.

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2. TRANSTORNO DE ANSIEDADE

2.1 Distúrbio, transtorno e síndrome

É comum que síndromes, distúrbios e transtornos sejam tratados como


sinônimos e empregados erroneamente. Apesar de algumas semelhanças, cada um
destes problemas tem um conceito com características diferentes. Saiba mais sobre
a definição de cada.

● Síndrome: É denominada síndrome, a condição clínica caracterizada pela


reunião de sintomas ou sinais ligados a mais de uma causa. As síndromes
podem ter origens diversas, e por isso, pode ser difícil fechar um diagnóstico
sobre as causas desse quadro vulnerável, como por exemplo, a síndrome do
pânico.
● Distúrbio: O distúrbio é uma alteração nas condições físicas ou mentais do
indivíduo que afeta o funcionamento de algo em sua rotina, e geralmente tem
origem de fácil identificação. Essa perturbação pode interromper ou afetar o
desenvolvimento neurológico, o hábito alimentar, a interação social e
anormalidades físicas. Os distúrbios que causam problemas ou atrasam a
maturação as funções do Sistema Nervoso Central (SNC), geralmente são
identificados na infância e persistem na vida adulta comprometendo a
habilidade intelectual. Outros podem surgir posteriormente e causar
“perturbação” na capacidade de condução das atividades do dia a dia do
indivíduo.
● Transtorno: A definição de transtorno parte do significado do verbo de origem,
“transtornar”, que refere se a inversão da ordem regular ou natural das coisas.
Tratando de maneira mais específica, com relação a saúde psiquiátrica, o
transtorno pode ser conceituado como a perturbação da ordem mental devido
a falha na estimulação da parte frontal do cérebro. Os transtornos afetam as
relações interpessoais do indivíduo causando como sofrimento, confusão de
personalidade e sentimento de incapacidade.

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2.2 O que é ansiedade

De acordo com o Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço que fundou a psicologia
analítica e que estudou a fundo a ansiedade, o transtorno é na verdade um
agrupamento de vários sintomas decorrentes de outras manifestações patológicas
como a histeria, a neurose e a esquizofrenia. Sendo caracterizada então, uma
enfermidade que afeta uma grande quantidade de pessoas ao redor de todo o
mundo e que ainda se tem muito para analisar e compreender.
Pode se apresentar desde quando criança na fase de desenvolvimento,
quando a parte emocional começa a fluir e influenciar em ações de maneira
evidente, mas também na fase adulta, na qual a difusão da maturidade já atinge um
nível explícito e em ambos os casos, para se diferenciar de um estado ansioso, é
identificado um processo contínuo no qual se torna uma patogenia crônica
manifestada em transtornos.

2.3 Tipos de Ansiedade Fora a TAG

Síndrome do Pânico: É aquela na qual crises de pânico são apresentadas de


maneira recorrente durante toda a vida da pessoa e necessitando de cuidados
farmacológicos e psiquiátricos.
Transtornos Obsessivos Compulsivos: Conhecido popularmente como “TOC”
é aquele no qual, o indivíduo admite pensamentos e comportamentos vindos de
preocupações e medos irracionais de forma contínua.
Fobia Social: É um transtorno mental crônico que afeta diretamente na
capacidade cognitiva comunicativa, fazendo com que a pessoa tenha dificuldade ou
até mesmo algum bloqueio em interações cotidianas com a sociedade. Pode vir de
diversas fontes, como o alcoolismo, depressão e outras, e pode causar ansiedade,
medo e constrangimento irracional.
Transtorno do Estresse Pós-Traumático: É caracterizado por vir de algum
evento traumatizante para o indivíduo, no qual ele testemunha ou presencia algo no
qual passa muito tempo, ou a vida toda para se recuperar, já que o evento é

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relembrado continuamente de alguma forma à pessoa, trazendo os sentimentos
passados à tona novamente.
Transtornos Fóbicos: Constituintes das diversas fobias existentes, que
consistem em ser medos persistentes, intensos ou não, relacionados à algum ser,
situação ou objeto específico.

2.4 Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é um transtorno mental


caracterizado pela preocupação extrema. Conforme o DSM-5 (Manual Diagnóstico e
Estatístico de Transtornos Mentais mais recente) para uma pessoa ser
diagnosticada com TAG, essa abundante preocupação deve durar no mínimo seis
meses e ser seguido de ao menos três dos seguintes sintomas: inquietação,
irritabilidade, fatigabilidade, perturbação do sono, tensão muscular e dificuldade de
concentração.
O TAG é um dos transtornos mentais mais encontrados nas clínicas mesmo
no começo sendo tratado como um transtorno leve, hoje em dia é caracterizado
como uma doença crônica, relacionada à comorbidades altas como a depressão,
segundo pesquisa de Lôbo e Neto em 2015, uma taxa de 53,7% à depressão
maior(depressão persistente ou perda de interesse em atividades).

2.5 Crianças com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

As crianças que possuem TAG mostram um gigantesco medo, preocupação


ou sentimentos de pânico em excesso e irracionais referente a inúmeras situações.
Elas estão tensas a todo o momento fazendo qualquer situação pode ser
provocadora de ansiedade, normalmente crianças que são extremamente
preocupadas com o julgamento de terceiros conforme suas ações, pensamentos e
desempenho.
Elas primeiramente necessitam que algo renove sua confiança, que de algum
modo as tranquilizem, pois apresentam uma alta dificuldade para relaxar e quadros
de hiperatividade autonômica(palidez, tensão muscular e vigilância intensificada)
além de tenderem a ser crianças autoritárias quando alguém tenta acalmá-las.

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Um exemplo de uma criança com TAG é de uma menina de 7 anos que
sempre pergunta aos pais se eles dizem a verdade, se nega de tentar ou fazer
atividades novas que seja fora da sua bolha social e pede sempre para a sua mãe
olhar suas lições de casa para saber se estão certas ou erradas.
Tudo isso se dá pela falta da alta desconfiança da jovem menina, e estado de
alerta a todo momento com todas as pessoas, até mesmo seus pais, havendo uma
grande dificuldade em ter confiança nas pessoas e insegurança de errar e ser
julgada pelas outras pessoas ou se constranger em uma experiência nova.
E isso é algo preocupativo, ainda mais pelo fato de não serem pensamentos
raros e sim repetitivos, constantes preocupações que geram a ansiedade.
Acabam se tornando crianças difíceis para um contato social, mantendo
sempre o ambiente tenso e deixando pessoas receosas a qual seria a ação certa a
se tomar, porque é extremamente difícil tranquiliza-las e possuir experiências novas,
em que se torna um ciclo maçante de repetições.
O início desse transtorno possui ter o hábito de ser traiçoeiro, pois muitas das
vezes os pais têm a dificuldade em saber diagnosticar como um transtorno de
ansiedade geral, e não apenas o famoso e comum frio na barriga que nos impede de
fazer uma coisa ou outra, assim acaba se agravando até se tornar completamente
intolerável e dificuldade na comunicação, época em que os pais procuram o
atendimento.

2.6 Tratamento com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

Um dos modos de tratamento para o TAG, é a Terapia Cognitivo-


Comportamental (TCC) denominada por muitas pessoas como a principal conduta
cognitiva atual, fazendo a junção de técnicas e conceitos cognitivo-comportamentais
se diferenciando das demais pelo fato de não ser específica em apenas um recurso.

E inúmeras pesquisas, como O National Institute for Health and Clinical


Excellence (NICE), do Reino Unido, já tem indicado o uso de TCC computadorizada
para Depressão e alguns transtornos de ansiedade, a prática em clínicas do TCC é
funcional e vem reduzindo sintomas e taxas do aparecimento do transtorno, usando
ou não medicamentos e aberta para uma ampla variedade de transtornos
psiquiátricos.
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Esse estudo é um sistema de psicoterapia que tem em sua base a teoria de
que as experiências vividas pelos indivíduos acaba se refletindo no seu modo de
pensar como seus sentimentos e no modo de se comportar perante a si próprio e a
outras pessoas.

Desse modo a teoria se comporta de uma forma simples, parte de que os


sentimentos das pessoas não são determinados especificamente pelas situações
vividas, mas sim pelo modo que as pessoas interpretam e processam as situações.
Dessa forma, os transtornos psicológicos partem de um modo distorcido e irreal de
perceber as vivências, afetando e influenciando de modo direto o comportamento e
as relações sociais.

Assim o tratamento tem seu foco no aumento da consciência do paciente e de


seus pensamentos automáticos que gerem medo e insegurança, em seguida
trabalhar nas crenças nucleares, ou seja, pensamentos e comportamentos
solidificados desde a infância que se fortalecem ao longo da vida.

O tratamento inicial da TCC é focado no aumento da consciência por parte do


paciente de seus pensamentos automáticos, e um trabalho posterior terá como foco
as crenças nucleares e subjacentes (Knapp & Beck, 2008). O tratamento pode
começar identificando e questionando pensamentos automáticos, o que pode ser
feito através da orientação do terapeuta para que o paciente avalie tais
pensamentos, principalmente quando há uma excitação emocional durante a
sessão.

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3. SISTEMA NERVOSO

O sistema nervoso, um sistema extremamente especializado é dividido nos


dias atuais em duas partes, o Sistema Nervoso Central (SNC), em que está presente
o Encéfalo, ou seja, o cérebro, ligado ao pensamento, o cerebelo possuindo a
função do equilíbrio, o Tronco Encefálico que conecta as estruturas subcorticais com
a medula espinhal ligado também ao controle respiratório e por fim, a medula
espinal que tem o trabalho de conduzir os impulsos nervosos.
Já a outra parte é o Sistema Nervoso Periférico (SNP), constituído pelos
gânglios que atuam na interligação entre neurônios e estruturas do organismo onde
ocorre as sinapses. Outra estrutura que está presente também no SNP são os
nervos, classificados como cranianos (doze pares de nervos ligados ao encéfalo) e
espinais (31 pares ligados à medula), ambos sendo constituintes de um neurônio
que possuem a função da comunicação do corpo, os motores (eferentes), que vão
diretamente para o corpo e os sensitivos(aferente), que vão do corpo para o sistema
nervoso.

3.1 Origem da Neurociência

O cérebro, órgão mais complexos do corpo humano, vem sendo estudado a


milhares de anos e por causa da sua alta complexidade ainda não se sabe tudo
sobre ele e diversas pesquisas ainda são feitas constantemente para entender um
pouco mais sobre esse órgão tão peculiar.
Há cerca de 7 mil anos atrás, temos evidências que as pessoas perfuravam
os crânios dos outros, sem a intenção de matar, mas sim de curar (cirurgia chamada
de trepanação) pois esses crânios mostram sinais de cicatrização depois da
operação (figura 4), indicando que o processo ocorreu em indivíduos vivos e não em
possíveis rituais pós-morte.
Algumas das pessoas sobreviviam até mesmo a mais de uma cirurgia, porém
algo que não é claro é a motivação e o objetivo desses cirurgiões da época, embora
haja muitas especulações como por exemplo, para o tratamento de cefaleias,
transtornos mentais e até mesmo para que maus espíritos saiam.

20
Figura 4 - Evidência de cirurgia datando de mais de 7 mil anos atrás

Fonte: livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso)

E essa busca de entender cada vez mais do encéfalo continuou com grandes
civilizações, como o Império Romano e até mesmo a Grécia Antiga, que segundo os
eruditos gregos do século IV a.C. como o Hipócrates, pai da medicina ocidental, o
encéfalo estava relacionado com as sensações humanas e também a inteligência.
Porém essa visão não era aceita por todos, e o famoso filósofo Aristóteles
(384-322 a.C.) afirmava que o coração era o centro de toda a nossa inteligência, já o
encéfalo tinha a uma função de resfriar o sangue que superaquecia o coração que
trabalhava muito e esquentava.

3.2 Neurociência Hoje

A história e a exploração da neurociência ainda está sendo escrita, porém


atualmente está ligada a razão de que é muito importante para a sociedade num
total, tanto para o tratamento de doenças e para entendermos cada vez mais de nós
mesmos

3.3 Níveis de Análise

Atualmente um método para diminuir a complexidade do encéfalo, foi a


divisão dos neurocientistas dos métodos em pedaços menores para a realização de
pesquisas específicas e experimentais, as chamando de níveis de análise e
organizando-as em ordem crescente de dificuldade, em que os níveis são:
molecular, celular, de sistemas, comportamental e cognitivo.
21
3.4 Neurônio

De uma forma simples o neurônio é uma célula nervosa, a estrutura básica do


sistema nervoso que está presente na maioria dos vertebrados. Essa estrutura
transmite e processam a informação por sinais eletroquímicos, em que uma das
suas características é gerarem impulsos nervosos através das suas membranas
plasmáticas.
Os neurônios possuem o corpo celular e dois tipos de prolongamentos
citoplasmáticos, os axônios e as dendrites.
● Corpo celular: Possui o núcleo e a maiores partes das organelas(estruturas
que ficam dentro das células) e é o local onde acontece a síntese de
proteínas.
● Dendrites: prolongamentos finos que são geralmente ramificados com a
função de receber e conduzir estímulos vindo de outros neurônios ou de
células sensoriais.
● Axônio: Normalmente é o prolongamento mais longo que transmite os
impulsos nervosos vindos do corpo celular. O tamanho do axônio varia entre
os diferentes tipos de neurônios, por exemplo, nos vertebrados e em alguns
invertebrados os axônios são revestidos pela bainha isolante de mielina, que
tem a função de proteger o axônio e isolar os impulsos nervosos, tomando a
indicação de fibra nervosa.
● Terminações do axônio: Onde está localizada as sinapses, em que são
libertadas substâncias químicas, neurotransmissores e formam a
comunicação com as dendrites ou o corpo celular de outros neurônios.

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Figura 9 - Esquema representativo de um neurónio típico.
a. Dendrite b. Soma c. Núcleo d. Axónio e. Bainha de mielina f. Célula de Schwann g. Nódulo de
Ranvier h. Axónio terminal

Fonte: https://rce.casadasciencias.org/rceapp/art/2013/008/

No momento que a terminação do axônio de um neurônio estabelece ligações


com as dendrites as membranas se moldam e formam uma sinapse que possibilita
um impulso nervoso ser direcionado de um neurônio para outro.
E quando esse impulso nervoso chega à terminação do axônio forma uma
sinapse que libera o neurotransmissor por uma membrana pré-sináptica que
atravessa a fenda sináptica e se estabelece ao receptor da membrana pós-sináptica
do neurônio na sequência.
Porém os neurônios não são as únicas células do sistema nervoso, existe
também a célula de glia que funciona como um suporte para os neurônios, os
protegendo, nutrindo e ajudando as ligações durante o processo de desenvolvimento
embrionário.
Existem diversos tipos de células de Glia, por exemplo, a célula de Schwann
no SNP e os oligodendrócitos no SNC. Várias das células gliais fornecem nutrientes
aos neurônios já outras consomem algumas partículas estranhas e os resíduos
celulares.
Possuem a função de realizar a manutenção dos níveis iônicos à volta dos
neurônios e mesmo que não haja axônios e sem a transmissão por impulsos

23
nervosos, essas células se comunicam entre si eletricamente pelo “gap junction”
devido ao fluxo iônico entre as células gliais.
A velocidade da transmissão dos impulsos nervosos varia entre os neurônios
e as diferentes espécies, mas por exemplo, em alguns mamíferos a velocidade
chega a 120 m/s.

Essa diferença na velocidade de transmissão é associada com a estrutura do


axônio:

● Diâmetro: diâmetros pequenos são mais resistentes e o impulso nervoso é


transmitido mais lentamente.
● Bainha de mielina: acelera a velocidade do impulso nervoso, auxiliando os
vertebrados que possuem axônios com diâmetros menores comparados aos
invertebrados.

3.5 O Sistema Nervoso Central (SNC)

O sistema nervoso central consiste em partes do Sistema Nervoso que são


envolvidas e protegidas pelo crânio e as vértebras: o encéfalo e a medula espinal. O
encéfalo é localizado dentro do Crânio e em nós, mamíferos, o encéfalo é
constituído por três partes: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico

O Cérebro

A maior porção do encéfalo é o cérebro (figura 5), observando é perceptível a


divisão ao meio em dois hemisférios cerebrais que são separados pela profunda
fissura sagital. O hemisfério cerebral direito recebe as sensações e controla todo o
movimento do lado esquerdo do corpo, já o hemisfério cerebral esquerdo recebe as
sensações e controla os movimentos do lado direito do corpo. Nele está presente
também as funções cerebrais mais desenvolvidas, como o raciocínio, as memorias,
os sentimentos são controlados pelos hemisférios e os lobos que compõem o córtex.

24
Figura 5 – Encéfalos dos mamíferos

Fonte: livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso

O Cerebelo
Do latim “cérebro pequeno”, o cerebelo mesmo sendo menor que o cérebro
possui a mesma quantidade de neurônios quanto os dois lados cerebrais juntos. De
modo geral, o cerebelo é um centro para controlar os movimentos (equilíbrio e
coordenação) também possuindo extensas conexões com o cérebro e a medula
espinal, porém ao contrário do cérebro o lado esquerdo do cerebelo controla os
movimentos do lado esquerdo e o direito respectivamente o direito.

O Tronco Encefálico
A última parte do encéfalo é o tronco encefálico, observado de melhor forma
na visão mediana(figura) formando um pedúnculo, em que os hemisférios cerebrais
e o cerebelo aparecem. O tronco encefálico é constituído por uma complexidade de
neurônios e fibras que servem para transmitir informação do cérebro para medula
espinal e ao cerebelo ou vice-versa.
É uma região que regula funções vitais, como a respiração, a consciência e a
temperatura do corpo e mesmo sendo considerada o pedaço mais primitivo do
encéfalo dos mamíferos, é a mais importante para a manutenção da vida, pois ainda

25
é possível sobreviver a lesões no cérebro ou no cerebelo, mas lesões no tronco
encefálico são fatais.

Figura 6 - O encéfalo de rato (a) Visão lateral. (b) Visão dorsal. (c) Visão mediana

Fonte: Livro Neurociências (Desvendando o Sistema Nervoso)

A Medula Espinhal

A medula espinhal é protegida pela coluna vertebral óssea e é diretamente


ligada ao tronco encefálico, ela é o maior transmissora de informações da pele,
articulações e dos músculos para o cérebro, e vice-versa.
Se acontecer uma transecção da medula espinhal resultará e uma anestesia,
uma falta de sensibilidade da pele e paralisia dos músculos da região. Essa paralisia
não significa que os músculos não podem funcionar, e sim que não podem ser
controlador pelo encéfalo.
A comunicação da medula espinal com o corpo acontece através dos nervos
espinhais que originam parte do sistema nervoso periférico (SNP). Os nervos
espinhais partem da medula espinal pelos espaços existentes entre cada vértebra
da nossa coluna vertebral e cada nervo espinhal se relaciona com medula espinal
por meio da raiz dorsal e da raiz ventral (figura).
Segundo François Magendie, a raiz dorsal possui axônios que levam a
informação até a medula espinal, por exemplo, quando se pisa em uma tachinha e o
ato reflexo faz a pessoa tirar o pé rapidamente, essa informação não precisando
chegar ao cérebro (figura).
26
E outro estudioso, Charles Bell explicou que a raiz ventral possui axônios que
noticiam a informação que sai da própria medula espinal, como no caso da tachinha.

Figura 7 - A medula espinal

Fonte: livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso

Figura 8 - Reflexo simples

Fonte: livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso

27
3.6 O Sistema Nervoso Periférico (SNP)

Tudo do sistema nervosa que não está presente no encéfalo e na medula


espinal faz parte do sistema nervoso periférico (SNP), sendo dividido em duas
partes: O SNP somático e visceral.

O Sistema Nervoso Periférico Somático.

Os nervos que estão presentes na pele, articulações e nos músculos que são
voluntários são parte do SNP somático, como os axônios motores somáticos, que
controlam a contração muscular, se originando de neurônios motores da medula
espinal ventral. Mesmo os corpos celulares estarem situados dentro do Sistema
Nervoso Central, os seus axônios estão, em sua maioria, no Sistema Nervoso
Periférico.

Os axônios somatossensoriais que levam e coletam as informações da pele,


articulações e dos músculos se associam na medula espinal pelas raízes dorsais.
Os gânglios da raiz dorsal, corpos celulares desses neurônios, estão em regiões fora
da medula espinal e existe um para cada nervo espinhal.

O Sistema Nervoso Periférico Visceral (SNV)

O SNV é nomeado de involuntário, autônomo ou sistema nervoso


simpático/parassimpático e é constituído de neurônios que englobam os órgãos
internos, vasos sanguíneos e glândulas. Os axônios sensoriais viscerais levam a
informação sobre as funções viscerais até o Sistema Nervoso Central, como por
exemplo a pressão e o oxigênio do sangue arterial.
Para a contração e o relaxamento dos músculos que originam a parede do
intestino e dos vasos sanguíneos, os músculos lisos, as fibras viscerais motoras
entram em ação ligadas também a contração do músculo cardíaco encontrado
somente no coração, formando o miocárdio, e a função secretora de várias
glândulas, desde modo o Sistema Nervoso Periférico Visceral controla a pressão
arterial regulando a frequência cardíaca e o diâmetro dos vasos sanguíneos.
28
Axônios Aferentes e Eferentes

Os dois termos são derivados do latim, em que aferente significa “que leva
para” e eferente “ que traz de”, ou seja, isso indica que os axônios levam a
informação para ou a partir de um específico ponto. Os aferentes (axônios
somatossensoriais ou viscerais) levam a informação para o Sistema Nervoso
Central, e os eferentes partem do sistema nervoso central para os músculos e
glândulas.

Os Nervos Cranianos

Existem 12 pares de nervos cranianos que surgem do tronco encefálico e


incitam principalmente na cabeça. Cada nervo craniano possui um nome e um
número afiliado a ele. Determinados nervos cranianos fazem parte do Sistema
Nervoso Central e outros fazem parte do Sistema Nervoso Periférico somático e do
visceral, e esses nervos são constituídos por uma mistura complexa de axônios com
funções específicas e distintas
De modo geral os nervos Cranianos possuem a função de transmitir, por meio
de suas fibras, os impulsos nervosos do Sistema Nervoso Central para a periferia,
os eferentes com nervos motores, e os aferentes com nervos sensitivos da periferia
até o SNC.

As Meninges

O Sistema Nervoso Central é encontrado dentro do crânio e da coluna


vertebral, como forma de proteção e não possui um contato direto com o osso
suprajacente que é protegido por três membranas, que de modo geral são
nomeadas meninges (do grego “cobertura”). E essas três membranas
especificamente são chamadas de dura-máter, membrana aracnoide e pia-máter
(figura).
A membrana externa é a dura-máter, que vem do latim “mãe dura”, possuindo
uma consistência semelhante ao couro. Ela forma um saco consistente e sem
extensão que rodeia o encéfalo e a medula espinal.

29
Abaixo da dura-máter está localizado o revestimento da membrana aracnoide,
do grego “aranha” pelo fato dessa camada possuir uma aparência e consistência de
uma teia de aranha. Não já espaço entre a dura-máter e a aracnoide e se os vasos
sanguíneos que passam na região se romperem, o sangue ficará retido e formar um
hematoma subdural (acúmulo de sangue entre o cérebro e seu revestimento
externo), causando uma disfunção cerebral pela compressão de partes do Sistema
Nervoso Central que só será resolvido com a realização de um orifício no crânio e a
retirada do sangue
E a última estrutura é a pia-máter, do latim “mãe piedosa”, pois está presente
na superfície do encéfalo. Ao decorrer da pia-máter estão vasos sanguíneos que
adentram no Sistema Nervoso Central subjacente. Diferentemente da dura-máter e
da membrana aracnoide, a pia-máter é separada da aracnoide por um líquido, o
líquido cerebrospinal (LCS) que tem a finalidade de proteger o SNC e fazer o
cérebro flutuar dentro da cabeça nessa fina camada de LCS.

Figura 8 - ilustração, em secção coronal, mostra as três camadas meníngeas que protegem o
encéfalo e a medula espinhal: a dura-máter, a membrana aracnoide e a pia-máter.)

Fonte: livro Neurociências: Desvendando o Sistema Nervos

30
4. SINAPSES

Os neurônios são as células que transmitem os impulsos nervosos, e


possuem a capacidade de responder a estímulos. As sinapses são as regiões de
encontro entre os neurônios, sendo por ali passado o impulso nervoso, que é por
onde as tais células se comunicam em diferentes processos. E no sistema nervoso
central humano, há uma média de 100 quatrilhões de sinapses por pessoa.
As sinapses ocorrem entre uma célula muscular, glandular ou nervosa com
um terminal axônico, que é onde se localizam os axônios do neurônio, consistindo
em canais ramificados únicos que tem a função de servir como transmissores dos
impulsos nervosos, que são classificados como alterações de potenciais elétricos
das membranas dos neurônios que passam por suas correntes.

Figura 10 – Representação da Cadeia Neuronal

Fonte: http://mtciencias.com.br/voce/biologia-cerebral/

A propagação de um impulso nervoso é o potencial de ação em que se


estabelece entre membranas, causando uma despolarização, onde esse efeito
causa um ciclo de despolarização e repolarização, caracterizando o impulso
nervoso.
As fases das transmissões sinápticas ocorrem na seguinte ordem: Estímulo,
alteração da polaridade da célula (potencial de membrana em repouso), ativação de
canais iônicos voltagem-dependentes, geração de potencial de ação

31
(despolarização), propagação da alteração (PA) até as terminações do neurônio
(ativação dos botões terminais).
Para entendê-las, é necessário compreender os diferentes estados de um
neurônio, que podem ser divididos em “potencial de repouso”, ou seja, de se manter
inerte, mas também podem atingir um “potencial de ação” e disparar impulsos
nervosos.
Já nas sinapses, quando ocorrem os disparos de impulsos, encontra-se o
processo “pré-sináptico” que gera a transmissão desses impulsos, e quando há a
possibilidade ou não de serem disparados mais outros impulsos, encontra-se o
processo “pós-sináptico”.
Dada sua definição, é possível compreender que a sua importância vem do
papel das transmissões sinápticas, já que o sistema nervoso abriga uma série de
funções e capacidades essenciais ao funcionamento harmônico do corpo humano, e
sua atuação de maneira correta é determinante para evitar problemas graves ou até
mesmo a morte.

4.1 Divisões Sinápticas:

É possível se estabelecer relações entre as conexões entre os neurônios, que


se dividem em 2 tipos de circuitos:

● Circuito Divergente: É o processo do qual os ramos dos axônios se ligam a


dois ou mais neurônios, que se ligam a outros neurônios formando uma rede.
● Circuito Convergente: É o processo do qual vários neurônios convergem a um
neurônio comum.

32
Figura 1 – Representação dos Circuitos Neuronais

Fonte: Mecanismos de Comunicação entre os neurônios e dos neurônios com os órgãos


efetuadores (unesp.br)

As sinapses nervosas são sempre realizadas por um terminal axônico com


outro neurônio, e podem ser divididas em 3 tipos:

● Axo-dendrítica: É o tipo de ligação sináptica que ocorre entre uma terminação


axônica e um dendrito de outro neurônio.
● Axo-somática: É o tipo de ligação sináptica que ocorre entre uma terminação
axônica e um corpo celular de outro neurônio.
● Axo-axônica: É o tipo de ligação sináptica que ocorre entre uma terminação
axônica e o próprio axônio de outro neurônio.

Figura 11 – Representação das Relações Sinápticas


(Tipo A: Axo-dendrítica / Tipo B: Axo-somática / Tipo C: Axo-axônica)

Fonte:https://cerebromente.org.br/n12/
fundamentos/neurotransmissores/neurotransmitters2_p.html

33
Já as sinapses neuromusculares são definidas por uma ligação entre um
terminal axônico de um neurônio e uma célula muscular:

● Neuroglandular: É o tipo de ligação sináptica que ocorre entre uma terminação


axônica com uma célula epitelial glandular, que são as células constituintes do
tecido epitelial glandular.

4.2 Sinapses Elétricas

A natureza da transmissão sináptica era um mistério para a humanidade no


início do século XX, sendo então, um dos tópicos muito estudados por cientistas da
época, e em torno do fim da década de 50, se foi provado a existência das sinapses
elétricas.

Elas ocorrem em sítios especializados que melhoram o funcionamento dos


neurônios chamados de “junções comunicantes”, canais conectados que são
espalhados por todo o corpo em diversos tipos celulares diferentes, que é por onde
as correntes de íons se locomovem de maneira rápida, formados por proteínas
denominadas de “conexinas”.

Figura 12 – Representação da Sinapse Elétrica

Fonte: http://mtciencias.com.br/voce/biologia-cerebral/

Dentro desses canais, é possível perceber que as correntes podem acabar


sendo bidirecionais, ou seja, ir para ambos os lados e acabar usando sua carga para
34
despolarizar de um neurônio para outro, o que acaba vinculando as definições de
qual se caracteriza como “pré-sináptico” e “pós-sináptico”.

Trazendo para o cotidiano, é possível realizar uma assimilação de sua


atuação e importância em elementos simples, como por exemplo, quando algum
animal precisa realizar uma fuga de um predador, por ser uma atividade que exige
uma reação e realização muito rápida, se encontram ali o trabalho das sinapses
elétricas que são velozes.

Porém, apesar de sua velocidade, elas contam com a desvantagem de serem


inflexíveis e não voláteis, ou seja, acabam por não terem a capacidade inibidora ou
excitatória.

4.3 Sinapses Químicas

A respeito das sinapses químicas, ao redor da década de 20, cientistas


provaram também a sua existência através de uma série de experimentos, sendo
essa a mais abundante encontrada no sistema nervoso humano. A principal
diferença notável para esse tipo, é por onde que ela se realiza, já que entre as
membranas sinápticas, em vez de canais interligados, há a existência de um espaço
pequeno denominado “fenda sináptica”.

Ao final de cada terminal axonal, antes da fenda, encontram-se diversas


pequenas esferas espalhas denominadas de “vesículas sinápticas”, que são
responsáveis por armazenar os neurotransmissores que se locomovem por ali.
Quando essas vesículas passam dos 100mm de diâmetro se tornam “grânulos
secretores”.

Quando se há o acúmulo de proteínas voltadas para parte externa da


membrana, como se houvesse pequenas pirâmides na superfície, se é classificado
como o lado “pré-sináptico”, enquanto, quando o acúmulo é voltado para dentro,
abaixo da face membranosa, é denominado de lado “pós-sináptico”, que é por onde
os sinais são convertidos de intercelulares para intracelulares.

35
Figura 13 – Representação da Sinapse Química

Fonte: Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso - Mark F. Bear (Editora Artmed)

Para essa sinapse funcionar, ao chegar os impulsos nervosos para


transmissão, são ativados canais de cálcio com voltagens independentes na
membrana, o Ca2+ que se encontra em grande concentração do lado externo,
invade a célula, permitindo com que as vesículas se fundam e liberem os
neurotransmissores. Os neurotransmissores são fundidos nas proteínas do lado pós-
sináptico, que abre ou fecha seus canais iônicos para realizar a transmissão, onde
caso o interior da célula se torne mais positivo, o processo se denomina de
“despolarização”, enquanto caso o lado interior se torne mais negativo, se denomina
de “hiperpolarização”.

Nesses processos, aos neurotransmissores se fundirem aos receptores, se


conseguem ter 2 tipos de reações, das quais, uma deixa a célula alvo mais propenso
a disparar mais impulsos, ou seja, excita a molécula e são chamadas de “Potencial
Excitatório Pós-Sináptico” ou “PEPS”. Já a outra reação, é a de deixar a célula alvo
menos propensa a disparar outros impulsos, ou seja, inibe a molécula e são
chamadas de “Potencial Inibitório Pós-Sináptico” ou “PIPS”.

36
O “PEPS” e o “PIPS” podem interagir entre si, se anulando ou somando,
sendo que, quando interagem em locais diferentes mas ao mesmo tempo, tem esse
processo chamado de “Somatório Espacial”, já quando ocorrem no mesmo lugar e
em tempos diferentes, são chamados de “Somatório Temporal”. E a sinapse química
só funciona efetivamente se esse processo ocorre sem problemas e se encerra suas
atividades.

Diferentemente das elétricas, as químicas são flexíveis e voláteis, portanto,


podem regular a intensidade das transmissões, e determinar a quantidade de
neurotransmissores liberados e o número de receptores utilizados, tendo seu
funcionamento baseado no comportamento interno ou no que vem nas
transmissões.

4.4 Doenças Relacionadas à Sinapse

● Transtornos Neurológicos: São parte de um agrupamento de transtornos que


afetam o cérebro, a medula espinhal e os nervos, cujo sua causa pode ser de
falhas nas sinapses, e gera diversas dores, disfunções musculares e outros
sintomas que variam em intensidade e gravidade.
● Doença de Parkinson: É uma enfermidade que vem da baixa ou nenhuma
quantidade de dopamina vinda de determinado neurônio, que é um
neurotransmissor que tem a função de gerar emoções, influenciar no
aprendizado, e algumas outras, mas também no controle de movimento. Com um
mal funcionamento das sinapses, esses neurotransmissores podem acabar não
se locomovendo através do corpo, gerando tremores e dificuldade de se mover e
essa doença.
● Síndrome Miastênica de Lambert-Eaton: É uma disfunção incomum que afeta a
neurotransmissão pelo sistema nervoso, causada por um distúrbio que afeta na
liberação da acetilcolina, que é um neurotransmissor atribuído a função de
aprendizado do sono e regulação da memória.

37
5. NEUROTRANSMISSORES

As substâncias químicas transportadas nas sinapses e produzidas pelos


neurônios são chamadas de “neurotransmissores”, que a grosso modo, podem ser
classificados como os mensageiros químicos do corpo humano. Eles tem como
funções majoritárias transportar, equilibrar, estimular ou inibir os sinais transportados
nas transmissões neuronais, que podem ser encontradas mais de bilhões delas só
para manter o funcionamento estável do sistema nervoso.

Figura 14 – Representação dos Neurotransmissores nas Sinapses

Fonte: https://www.brainn.org.br/estudo-cerebro-trabalha-ativamente-para-se-esquecer/
sinapses-cerebrais/

Os neurotransmissores são liberados a partir de estímulos, que são


transmitidos nas sinapses e influenciados por algum fator, seja ele interno ou
externo. Por haver uma grande quantidade existente dessas moléculas e por serem
variadas em diversas funções, tem se que ativar somente uma “população” de
neurotransmissores é praticamente impossível, sendo assim, quando os estímulos
são enviados e as sinapses são ativadas, elas transmite uma grande quantidade
deles.

5.1 Tipos de Neurotransmissores

Os neurotransmissores são classificados a partir de suas funções e suas


composições, sendo que aproximadamente 100 substâncias podem ser

38
classificadas assim. São agrupados em diferentes classes, sendo elas as moléculas
pequenas, os neuropeptídeos, moléculas gasosas e endocanabinoides.
As moléculas pequenas são agrupadas devido ao seu tamanho, e dentre
elas, pode-se citar:

● Aminoácidos Neurotransmissores: Glicina (tem função inibitória), Glutamato e


Aspartato (tem função excitatória), Ácido Gama-Aminobutírico ou GABA (tem
função inibitória).
● Amina Biogênicas: Dopamina (controle motor, estimulante, gera prazer),
Adenosina (energia celular), Acetilcolina (memória e aprendizado do sono),
Serotonina (humor, memória, aprendizado, regulador do sono, controle da
libido), Histamina (regula funções térmicas), Melatonina (ciclo circadiano) e
Noradrenalina (excitação física e bom humor).
● Substância P: É um neuropeptídeo neuromodulador (compostos por 3 ou
mais aminoácidos) que tem a função de facilitar em processos inflamatórios.
● Endorfinas e Encefalinas: Endorfina é o neuro-hormônio que tem a função de
inibir o estresse e a irritação. A Encefalina é o hormônio regulador da dor no
corpo, da memória de do humor.

5.2 Receptores

● Canais Iônicos Ativados por Ligante: Canais iônicos proteicos de


transmembranas que se abrem com o ligante.
● Receptores Metabotrópicos: Esses receptores não são canais iônicos, e
abrem ou fecham via sinais indiretos dos neurotransmissores.

6. ANSIEDADE E O SISTEMA NERVOSO

39
É possível concluir que os transtornos relacionados com a ansiedade são
diretamente influenciados e influenciáveis pelo sistema nervoso, já que são reflexos
que agem de maneira independente do pensamento racional do ser humano de
forma autônoma, e que devido o ambiente e a ocasião do indivíduo, podem ser
acionados.

6.1 Substâncias Liberadas e Inibidas

Em relação a TAG, a mais comum e notável substância que é liberada é a


Adrenalina. O indivíduo que se encontra numa crise de ansiedade começa a sentir
os batimentos cardíacos acelerados devido a contração de vasos sanguíneos, ritmo
de respiração acelerado devido a dilatação dos brônquios, perda de apetite com a
diminuição da motilidade do intestino, dificuldade de enxergar eventualmente com a
dilatação das pupilas.
É frequentemente encontrado também a liberação do GABA, que atua no
cérebro inibindo diretamente a atividade de diversos neurotransmissores, operando
diretamente na geração de sensações de relaxamento e sono, e também, em
excesso gera efeitos amnésicos por estar diretamente ligado com as memórias
emocionais.
A Dopamina, a Serotonina e a Noradrenalina que têm suas funções
relacionadas com o humor, prazer e em questões estimulantes e excitatórias no
geral, são os 3 neurotransmissores mais perturbados e inibidos pela ansiedade. Isso
se torna clarividente quando analisada uma pessoa com crise, já que é possível
perceber uma mudança drástica de comportamento e de rotina, sendo nitidamente
visível o medo, a preocupação e a tristeza, tendo seu cotidiano totalmente afetado
por essas disfunções.

6.2 Atuantes do Sistema Nervoso

Devido ao fato de os neurotransmissores terem um importante papel para a


TAG, têm-se que os elementos do sistema nervoso que participam nesse processo
são os Neurônios, já que são as células responsáveis por produzir os
neurotransmissores, o Cérebro, já que é responsável por produzir os neurônios, e

40
os Nervos Cranianos, por ser o local por onde são transmitidos os impulsos
nervosos.

41
7. CANABIDIOL E O SISTEMA NERVOSO

Depois de ser absorvido, O CBD navega pelo sistema sanguíneo até chegar
ao cérebro, local em que acontece a interação do fitocanabinoide (Canabidiol ou
THC) com neurotransmissores compatíveis.

Os principais receptores canabinóides são os CB1 e CB2, mesmo não se


ligando diretamente a eles, aumentam a capacidade de substâncias ativas despertar
os dois receptores.

O Canabidiol atua também com os receptores da serotonina (5-HT1A) e o


receptor vanilóide (TRPV-1). Os dois receptores são responsáveis pelos sentimentos
de humor e felicidade.

Muitas pesquisas do uso dessa substância contra a ansiedade perceberam


que os efeitos ansiolíticos (contra distúrbios mentais, principalmente a ansiedade) do
CBD são frutos das próprias interações no cérebro com os receptores CB1 e da
serotonina.

E um papel que seria desses medicamentos tradicionais de reduzir os efeitos


da ansiedade, seria substituído pelo Canabidiol com a interação dos receptores
GABAA (principal neurotransmissor inibitório do SNC) do cérebro, causando um
efeito calmante nos momentos de estresse, por meio da diminuição das atividades
do cérebro, ajudando o organismo a ficar em homeostase, o equilíbrio interno das
funções.

7.1 Diferença nos efeitos do CBD de pessoa para pessoa

Como qualquer substância, cada um possui seu organismo e a forma de


processar os componentes e existem vários motivos para isso, entre eles estão:
● Fatores genéticos: A concentração de endocanabinoides pode ser menor ou
maior, influenciando no processamento da substância, consequentemente no
efeito.

42
● Gênero biológico: As mulheres são mais sensíveis ao Canabidiol, devido a
maior produção de estrogênio no organismo.
● Estilo de vida: A frequência de atividades físicas e o nível de sedentarismo
também influenciam, pois quem tem a prática maior de exercícios produz
mais endocanabinoides.
● Saúde: O uso de certos medicamentos podem causar alterações na saúde
bioquímica, influenciando na resposta aos endocanabinoides.
● Percentual de gordura corporal: Pessoas que possuem maior índice de
massa corporal precisam de doses maiores para sentir os efeitos do CBD.

43
8. TRATAMENTO

8.1 Tratamento Convencional

Uma pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil


possui a maior taxa de transtornos de ansiedade do mundo, cerca de 9,3% da
população. O modo de vida das grandes metrópoles e situações econômicas do país
são fatores que contribuem com o crescimento dessa triste situação.
Mas isso não é o fim do mundo, há muitas saídas, mas primeiramente deve-
se consultar um médico para ter o encaminhamento certo, um diagnóstico e como
seguir após esse veredito.
Um dos modos de cura é a psicoterapia que deverá ser seguida por um
psicólogo capacitado e experiente para controlar as crises de ansiedade. Em casos
mais leves só pode haver cura e controle dessa doença, reduzindo os sintomas e os
conflitos internos, não sendo necessário a prescrição de medicamentos.
Outra tática para pessoas que possuem um grau de ansiedade mais baixo
seria a prática de exercícios físicos seguido com uma boa alimentação, há
evidências científicas que já comprovaram que a atividade física regular traz
inúmeros benefícios. Esses exercícios melhoram o sono e liberam substâncias que
permitem o bem-estar, segundo a psiquiatra Juliana Sartori da UFRGS
(Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Infelizmente nem todos os casos são resolvidos apenas com a psicoterapia e
é necessário a entrada de antidepressivos e ansiolíticos, medicamentos que tratam
vários distúrbios mentais, principalmente a ansiedade, fazendo uma reposição dos
neurotransmissores do cérebro que são responsáveis pela estabilidade do humor e
bem-estar.

8.2 Tratamentos alternativos

Podemos fugir do padrão quando se refere ao tratamento da ansiedade,


buscando a melhor solução que se adapte a nós e esteja com nossos
consentimentos e bem-estar, fisicamente e mentalmente.

Entre uma das diferentes formas do tratamento está o “Mindfulness” (atenção


plena, traduzindo para o português) que cita a ideia de estar sempre com foco e o
44
controle do presente. O principal técnica e objetivo desse tratamento é criar uma
habilidade de estar mais consciente nas situações e não se deixar levar, sempre
distinguindo se o perigo do momento é real ou imaginário, segundo o médico
Marcelo Demarzo, coordenador do programa “Mente Aberta” do núcleo de
“Mindfulness” e promoção da saúde da UNIFEST (Universidade Federal de São
Paulo). Os exercícios e as táticas são aprendidas em até oito semanas e devem ser
aplicadas todos os dias nas situações cotidianas.

Outro método é o Reiki, técnica oriental que significa energia vital universal,
ela se trata da canalização e aplicação da energia com a ajuda das mãos, induzindo
a um bem-estar do corpo por completo. Essa disciplina é indicada para ajudar a
relaxar o corpo e mente, aliviar as dores e tratar doenças físicas e mentais.

Uma das práticas é a famosa acupuntura milenar chinesa, que se baseia de


forma simples, colocar finas agulhas na pele em pontos estratégicos do corpo para
influenciar o fluxo energético. É muito usada na prevenção e para o tratamento de
diversas doenças como a ansiedade e depressão, melhorando o sono e reduzindo o
estresse.

Um modo inesperado por muitos é a fitoterapia que se trata do uso de plantas


para fins terapêuticos, como chás e xaropes caseiros ou não baseando-se no uso
específico e efeito de cada espécie.

Continuando nesse direcionamento natural, existem as ervas medicinais que


são altamente criticadas por inúmeras pessoas pelo grande preconceito e falta de
distorção dos fatos.

Algumas delas são capazes de curar inúmeras doenças, por exemplo, a


Cannabis sativa, porém sem a substância THC, que possui os efeitos alucinógenos
e a diminuição da percepção espacial e de tempo.

Isolando apenas o Canabidiol em um óleo, substância que atua como


antônimo do THC, com efeitos antidepressivos, analgésico, calmante e controlador
de humor, poderá ter um tratamento eficaz e sem nenhuma abstinência da
substância diferentemente do tratamento convencional que possui remédios

45
completamente fortes como a benzodiazepina que segundo a Universidade de
Columbia Britânica (UBC) mata mais que cocaína.

Um dos estudos que comprovam o efeito da Canabidiol realizado aqui no


Brasil aconteceu em Ribeirão Preto no Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) , em parceria com a Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), ambas da USP, provou o efeito
ansiolítico, tranquilizante ao agir no sistema nervoso central e reduzindo o estado de
alerta, sem causar dependência

Esse teste prático foi realizado com 24 pessoas, alunos de graduação e pós-
graduação, ambos com fobia social. Dois grupos foram formados, um recebeu uma
dose (600mg) do CBD e, outro um placebo, droga sem efeitos práticos. Após duas
horas os alunos apresentaram um discurso para ser lido diante de uma câmera de
vídeo.

Foi analisado que o desempenho das pessoas que receberam o Canabidiol


foi superior, se mostrando mais confiantes e um baixo nível de ansiedade
comparado ao outro grupo.

Porém o uso dessa substância ainda é muito difícil no nosso pais, mesmo
com a comprovação, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a
importação, mas com preços elevados se tornando algo inviável para grande parte
da população, além de ser liberada apenas em casos específicos com prescrição,
laudos médicos e um termo de responsabilidade.

Existem várias formas de se tratar a ansiedade e outros transtornos mentais,


devemos escolher qual caminho seguir visando sempre o nosso bem-estar, porém o
tratamento convencional atual ainda consiste em atendimento psicoterápico e
medicamentoso. Se tornando demorado e caro, podendo levar até a dependência,
por isso devemos buscar novas soluções e sempre estarmos abertos a novas
descobertas e pensamentos.

46
8.3 Benefícios do Uso do Canabidiol no Sistema Nervoso em Relação a TAG

Visto que o uso do Canabidiol é capaz de reduzir os efeitos da ansiedade,


ativando os receptores da serotonina e possuindo efeitos ansiolíticos, a substância
vem se provando cada vez mais para o mundo como um meio benéfico e até mesmo
crucial em alguns casos. Com um acompanhamento médico para possuir a
dosagem correta em um tratamento, o sistema nervoso do corpo humano com o uso
contínuo, pode ter suas disfunções causadas pela ansiedade diminuídas
cooperando para o tratamento da TAG, favorecendo pacientes cada vez mais.

Figura 15 – Número de Publicações sobre o Canabidiol entre 1990 e 2020

Fonte: Uso medicinal da Cannabis | Clínica Higashi (drhigashi.com.br)

47
Figura 16 – Tabela De Indicações do Canabidiol em Psiquiatria

Fonte: SciELO - Brasil - Uso terapêutico dos Canabinoides em Psiquiatria

48
Figura 18 – Estudos em Humanos Sobre o Efeito Ansiolítico do Canabidiol

Fonte: Adaptado de Schier et al. (2012).

Figura 19 – Comparação dos Níveis de Ansiedade Após o Uso de Placebo e Canabidiol

Fonte: Journal of Clinical Psychopharmacology 1990

49
CONCLUSÃO

Levando em conta as considerações dadas ao longo dos capítulos, torna-se


possível verificar a importância de novos métodos científicos e tecnológicos para
que medidas prejudiciais ou quaisquer problemas sejam reduzidos, possibilitando
uma saúde ainda melhor para todas as pessoas.
Com o inserimento e a disponibilização mais acessível do Canabidiol,
substâncias presentes na Cannabis sativa que possuem efeitos antidepressivos,
analgésicos, calmantes e controladores de humor, poderíamos ter um tratamento
eficaz como os demais já adotados, porém sem nenhuma abstinência das
substâncias presentes nos medicamentos tradicionais que normalmente são fortes e
viciantes, como a benzodiazepina.
E a partir de pesquisas realizadas comprovando o uso dessa substância ao
redor do mundo e até mesmo no Brasil. Como no Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), em parceria com a Faculdade
de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), ambas administradas pela
USP, falta a disseminação dessa notícia para todos de forma efetiva para que as
barreiras do preconceito do senso comum se rompam, principalmente a ideia e
associação do Canabidiol a maconha e sua outra principal substância (THC) que por
outro lado possui efeitos alucinógenos e a diminuição do tempo e espaço.

50
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