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Universidade Santa Úrsula - Campus Botafogo

Graduação em Psicologia

Fisiologia do Sistema Nervoso

AVII

Amor – Clarice Lispector

Ana Paula Barreto

Professor: Lauro Pontes

Rio de Janeiro, outubro de 2020.


Quando se fala em sistema endocanabinóide trata-se de um sistema biológico formado
por endocanabinóides, ou seja, neurotransmissores retrógrados endógenos, com base em
lipídios que se juntam a receptores canabinóides e proteínas que receptam canabinóides
presentes em todo o sistema nervoso central e periférico.
O sistema endocanabinóide é formado por um complexo endógeno parecido com o
tetradidrocanabinol, possui os receptores CB1 e CB2 (canabinóides) e enzimas presentes em
seu metabolismo.
O receptor ativado pelo THC e seus semelhantes, CB1 (receptor canabinóide) é
essencialmente presente e se manifesta no sistema nervoso central, e intervém em
consequências psicotrópicas dos canabinóides. Depois de caracterizada a estrutura molecular
desse receptor, descobriu-se o primeiro neurotransmissor endocanabinóide (que se liga
interiormente e é capaz estimular os receptores endocanabinóides), a Anandamida. O nome é
derivado da palavra sânscrita Ananda, com significado de "alegria, bem-aventurança, prazer"
e faz parte da natureza do grupo químico a qual pertence, amida. Após a identificação do
primeiro receptor, foi descoberto o segundo receptor canabinóide, o CB2, presente
especialmente em tecidos periféricos, órgãos. Também foram descobertos outros
endocanabinóides que possuem discrepância em aplicação e combinação com os receptores
CB1 e CB2, algumas dessas moléculas são aptas a ativar somente um desses dois receptores.
Os endocanabinóides são sintetizados por procedimento de membrana e só através de
estímulo, não fica acondicionado em vesículas como a maior parte dos neurotransmissores.
Ao serem acionados, os receptores canabinóides agem em vários campos para sinalizar
e fazer acontecer seus efeitos em diversos órgãos e tecidos. No que se refere aos neurônios, o
incitamento pré-sináptico do CB1 impede a liberação de neurotransmissores. Com relação ao
receptor CB2, em sua maioria nas células do sistema imunitário, a impressão é de fazer ponte
para efeitos imunossupressores.
Há também outros desenvolvimentos patofisiológicos onde a comunicação
canabinóide está presente, como sistema cardiovascular, reprodução, apetite, inflamação, dor
e memória. Sendo assim, o intermédio dos receptores canabinóides podem funcionar com
extrema importância numa visão terapêutica.
Pode-se considerar a partir disso, que o sistema endocanabinóide tem envolvimento
em várias áreas patológicas e fisiológicas. Assim, muitas empresas farmacêuticas mostraram
interesse na pesquisa de novas perspectivas moleculares que têm como objetivo diversos
membros que fazem parte deste sistema e articulem o sinal endocanabinóide.
Estudos mostram a eficácia da ação dos canabinóides que podem desempenhar um papel
importante em diversas patologias. Os agentes canabinóides possuem um considerável papel
terapeutico no tratamento de vários tipos de de doenças. Muitas vezes de forma positiva e
duradoura. Acredita-se que a atuação de medicamentos feitos com ativos a partir da canabis é
eficaz em doenças neurodegenerativas, ansiedade, psicoses, esquizofrenia, dor, nauseas,
esclerose múltiplas, alzheimer e parkinson.
Segundo a pesquisa do artigo publicado na Revista Uningá Review, a maconha hoje é
administrada clinicamente em paises onde a legislação é mais tolerante em tratamento de
câncer. Pois, regula o aparelho gastrintestinal, reduz náuseas e vômitos. O THC traz um efeito
anestégico após o uso oral, aliviando a dor de pacientes pós-quimioterápicos. Esses efeitos são
comparados a morfina, quando é atribuída uma dosagem pequena.
Para os laboratórios, ainda é um desafio comprovar sua eficácia separando o efeito
medicianal da droga do efeito psicoativo. Acreditamos que ainda há muito do que se pesquisar
e debater sobre a “a planta” e seus verdadeiros benefícios.
Aparentemente, as propriedades químicas que alteram a percepção do cerébro estão
ligados com os responsáveis pelo caráter curativo. Com isso, se limitou a utilizar a maconha
de forma medicinal.

Conclusão

A pesquisa apresentada possibilitou a reflexão e compreensão da descoberta do


Sistema Endocanabinóide ligada às pesquisas sobre a planta cannabis (maconha), bem como
sua composição e sua importância na fisiologia e patologia do corpo humano.
A descoberta dos canabinóides THC e CBD oriundos da Cannabis culminou na
descoberta dos receptores canabinóides CB1 e CB2 também no organismo humano, o que
levou a se pensar que se existem receptores internos para os exógenos canabinóides, também
deveria haver dentro do organismo a produção de análogos a esses canabinóides. Logo,
através de investigações descobriram-se os endocanabinóides, Anandamida e o 2-araquidonoil
glicerol (2-AG) que junto aos receptores CB1 e CB2 compõem o Sistema Endocanabinóide.
O Sistema Endocabinóide tem um papel muito importante na fisiologia do corpo, ele é
capaz de produzir a homeostase, ou seja, manter o equilíbrio e funcionamento regular do
organismo. Os endocanabinóides se ligam aos receptores CB1 e CB2, o primeiro tem maior
concentração no Sistema Nervoso Central enquanto o segundo no sistema periférico e sistema
imonológico. Os endógenos Anandamida e o 2AG são produzidos com a finalidade de manter
o equilíbrio do organismo dentro dos seus limites fisiológicos, na falta deles os canabinóides
derivados da cannabis, THC e CBD, podem ser utilizados como agonistas dos receptores CB1
e CB2.
Esse Sistema interage com todos os outros sistemas do corpo humano, por isso é tão
importante para fisiologia do organismo. Na ausência de canabinóides produzidos pelo
organismo, os derivados THC e CBD tem se mostrado uma excelente alternativa terapêutica
para o tratamento de uma vasta lista de doenças e transtornos como, por exemplo, o autismo,
epilepsia, parkson, alzheimer, esclerose e etc.

O estudo do Sistema Endocanabinóide ainda é recente e muito pouco abordado na


Acadêmia e na sociedade, seja por motivos preconceituosos ou até mesmo pela falta de
informação, no entanto, com o avanço das pesquisas científicas espera-se elucidar os estudos
relacionados aos canabinóides e endocanabinóides, bem como o papel que eles possuem na
fisiologia e patologia do corpo humano.

Luciano: Vermelho
Daniele: Verde

Referência bibliográfica
Fonseca, B. M., Costa, M. A., Almada, M., Soares, A., Correia-da-Silva, G., Teixeira, N. A. O
Sistema Endocanabinóide – uma perspectiva terapêutica. Acta Farmacêutica Portuguesa.
Portugal. 2013. Disponível em:
http://www.actafarmaceuticaportuguesa.com/index.php/afp/article/view/5. Acesso em: 16
outubro 2020

https://www.royalqueenseeds.com/content/15-shipping-information
Acesso em 21.10.2020 Revista Uningá Reviw – vol.20, n.2, pp.92-97 (out-dez 2014) – ISSN
online 2178-2571

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