Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Itabira
2023
Gustavo Gomes Rocha
Itabira
2023
Banca Examinadora
Marcelo Motta
Rafael Paiva
Agradecimentos
Agradeço a minha família em especial a minha mãe Valéria e ao meu pai Everton por sempre
acreditarem no meu potencial de concluir esta etapa tão importante na minha vida, aos meus
irmãos pelo apoio fundamental nesta jornada.
Também quero dizer minha gratidão à minha Orientadora e Professora Semíramis pelo tempo
disponibilizado para execução desse trabalho e pelas aulas durante o curso que foram
engrandecedoras e a toda Coordenação do curso de Farmácia e seu corpo docente.
Aos meus amigos pela amizade sincera e a minha namorada Larissa pela parceria e lealdade.
ABSTRACT
The phytocannabinoids present in the Cannabis Sativa L plant, the main ones being Δ9
-tetrahydrocannabinol (THC) and cannabidiol (CBD), have been researched for decades.
Currently, its usefulness in the health area, mainly in the pharmaceutical field, has been
highlighted, both compounds have great therapeutic potential and clinical relevance. CBD is
devoid of psychomimetic effects unlike THC, the main psychoactive ingredient. The
phytocannabinoids present in Cannabis Sativa L interact with the endocannabinoid system
through the activation of cannabinoid receptors, mainly CB1 and CB2 receptors. This
interaction between phytocannabinoids and receptors results in a variety of physiological
effects such as pain relief, modulation of cognitive function, mood regulation, reduction of
inflammation and neuronal protection. This work aims to carry out a bibliographic review on
the mechanism of action of phytocannabinoids, seeking to contribute to the expansion of
information on the subject. Search sites such as the National Library of Medicine and
National Institute of Health - USA (PubMed) and Scientific Electronic Library Online
(Scielo), Latin American Literature in Health Sciences (LILACS), platform of the Virtual
Magazine of Chemistry were used. of the keywords: abstracts, linguistic structure, congresses,
scientific articles. It is therefore concluded that despite the extensive history of the use of the
plant Cannabis Sativa L., there are few studies on it and its action on neural systems, a field
with great growth potential.
1 Figura 1- Tricomas.………..……………………………………………………………….11
2 Figura 2-Estrutura do THC….……..……………………………………………………….12
3 Figura 3-Áreas que atuam o THC no cérebro………………………………………………12
4 Figura 4-Estruturas do CBD ………………………...………………………..……...…….13
5 Figura 5 Representação simplificada do sistema endocanabinoide………………………..16
Listas de abreviaturas
CB1-Receptor canabinoide
CB2-Receptor canabinoide
CBD- Canabidiol
THC- Tetrahidrocanabinol
SNC- Sistema Nervoso Central
Sumário
1.Introdução................................................................................................................................9
2. Metodologia..........................................................................................................................10
3. Canabinóides………………………………….……,,,……….……………………………10
4.Sistema endocanabinóide…………………………………………………………………...14
5.Mecanismo de ação dos fitocanabinoides…………………………………………..………16
6.Conclusão…………………………………………………………………………………...17
7.Bibliografia…………………………………………………………………………………17
9
1. Introdução
Segundo Lopes e Ribeiro (2007, p.13, apud FIGUEREDO 2019, p.12), em uma vila
chamada Pan-p’o, localizada na Ásia, foram encontrados peças de cerâmica que datam mais
de seis mil anos ( idade da pedra), nelas continham indícios (tramas feitas de fibras) de que a
Cannabis L. era utilizada para tecelagem rudimentar, rede de pesca e confecção de cordas.
Raymundo e Souza (2007, p.24) relatam que no caso do Brasil, pelo fato de possuir
um clima tropical, a subespécie que se adaptou melhor foi a Cannabis Sativa L. Em 1926, Pio
Corrêa descreve no “Dicionário de Plantas Úteis do Brasil e das Exóticas Cultivadas”, as
propriedades medicinais da Cannabis sativa L. Já em 1929, Rodolfo Albino destaca que a
parte da planta que deve ser utilizada para preparar seus extratos são as flores (apud
CARVALHO et al, 2022, p.23).
Segundo Silva et al. (2022), a Cannabis sativa L. contém uma ampla variedade de
substâncias, incluindo compostos conhecidos como canabinóides, terpenos (compostos
aromáticos), flavonóides e outras substâncias químicas. Atualmente, são conhecidos mais de
90 compostos originados da Cannabis sativa L., sendo que aproximadamente 60 deles
correspondem aos canabinóides. Ao longo dos anos, a equipe do Dr. Mechoulam (apud
RAYMUNDO, SOUZA 2007.p.24), foi responsável pela determinação da estrutura e das
características estereoquímicas dos principais canabinóides presentes na planta, além da sua
interação com o sistema endocanabinoide do ser humano.
De acordo com Borille (2016, p.38-39):
Um enorme interesse em realizar pesquisas com a canábis surgiu novamente no
início de 1990 por consequência de estudos neurológicas que estavam sendo
realizadas, os quais resultaram na descrição e clonagem de um novo tipo de receptor
no cérebro. Em virtude de serem receptores específicos para canabinoides foram
nomeados receptores CB1, sendo através destes receptores, por exemplo, que o Δ9 -
THC exerce seus efeitos psicoativos (Zuardi, 2006; Pertwee et al., 2010; Mecholaum
et al., 2014). Em sequência, novas descobertas ocorreram nos anos seguintes: em
1992 a molécula N-araquidonil-etanolamina foi isolada e classificada como um
canabinoide endógeno, a qual foi nomeada anandamida (AEA) (Devane et al., 1992;
Mecholaum et al., 2014). No ano seguinte, 1993, identificou-se um segundo tipo de
39 receptores de canabinoides, localizados em regiões periféricas, sendo estes
10
nomeados receptores CB2 (Pertwee et al., 2010; Mecholaum et al., 2014; Pain,
2015). Com as mesmas técnicas que foram utilizadas para isolar e elucidar a
estrutura da AEA, em 1995 foi possível isolar e elucidar a estrutura de outro
canabinoide endógeno, o éster do ácido araquidônico, denominado
2-araquidonil-glicerol (2-AG) (Mecholaum et al., 1995; Mecholaum et al., 2014).
2.Metodologia
3.Canabinóides
Figura 1- Tricomas
De acordo com Crippa et al. (2008, p.515-23), Mechoulam et al. (2007, p.1678-92),
Zuardi et al. (1982. p.245-50), Resstel et al. (2006, p.294-8), Resstel et al. (2009, p.181-8),
1
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado a Escola de Ciências Médicas e da Vida da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás como requisito parcial para obtenção do título bacharel em Farmácia das autoras
BAIÃO, Maria Karulyna Vieira. SOUSA, Larissa Monteiro de. ALVES, Suzana Ferreira.2021,p.13.
2
Matos R.L.A, Spinola L.A,Barboza L.L, Garcia D.R,França T.C.C,Affonso R.S.O Uso do Canabidiol no
Tratamento da Epilepsia. Rev. Virtual Quím. 2017;9: 786-814.
13
Petitet et al. (1998, p.1-6), Thomas et al. (1998. p.285-92), Russo et al. (2005, p.1037-40) e
Campos et al. (2008, p.223-30):
O canabidiol (CBD) é outro composto abundante na Cannabis sativa, constituindo
cerca de 40% das substâncias ativas da planta. Os efeitos farmacológicos do CBD
são diferentes e muitas vezes opostos aos do Δ9-THC. O número de publicações
sobre o CDB aumentou consideravelmente nos últimos anos e sustenta a ideia de
que o CBD possui uma gama de possíveis efeitos terapêuticos; entre essas
possibilidades, as propriedades ansiolíticas e antipsicóticas se destacam. Os efeitos
ansiolíticos do CBD são, aparentemente, semelhantes àqueles dos medicamentos
aprovados para tratar a ansiedade, embora suas doses efetivas não tenham sido
claramente estabelecidas e os mecanismos subjacentes a esses efeitos não sejam
totalmente compreendidos. A baixa afinidade do CBD para neurorreceptores
canabinoides e suas propriedades agonistas nos receptores 5-HT1A foram
demonstradas repetidamente (apud SCHIER et al,2012, p.112)
3
Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado a Escola de Ciências Médicas e da Vida da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás como requisito parcial para obtenção do título bacharel em Farmácia das autoras
BAIÃO, Maria Karulyna Vieira. SOUSA, Larissa Monteiro de. ALVES, Suzana Ferreira.2021,p.13.
14
De acordo com o trabalho realizado por Júnior (2013), o CBD e o THC podem ser
administrados por diversas vias (oral, transdérmica, intranasal, inalada), a via de
administração pode influenciar na velocidade da absorção. A via oral leva mais tempo para
ser absorvida devido ao metabolismo de primeira passagem que ocorre no fígado, através das
enzimas microssaias hepáticas humanas, CYP-450. Diferente do THC, o CBD tem grande
parte da dose excretada inalterada nas fezes.
4. Sistema endocanabinóide:
4
Saito VM, Wotjak CT, Moreira FA. Pharmacological exploitation of the endocannabinoid system: new
perspectives for the treatment of depression and anxiety disorders? Rev Bras Psiquiatr. 2010; 1: 7-14. Disponivel
em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/84556/87304 Acesso em: 01/03/2026
15
conjugados com etanolamina ou glicerol. Ambos endocanabinoides são formados por vias
dependentes de fosfolípidos (vías metabólicas que utilizam fosfolípidos como substratos para
a produção de moléculas sinalizadoras, endocanabinoides) cujas respectivas enzimas de
síntese são N-acilfosfatidiletanolamida-fosfolipase D (NAPE-PLD) e a sn-1-diacilglicerol
lipase (DAGL ou DGL). Após sua liberação, ambos endocanabinoides sofrem processo de
recaptação neuronal e são rapidamente inativadas por suas enzimas degradantes FAAH
(enzima pós-sináptica que controla os níveis de anandamida) e MGL (enzima pré-sináptica
que controla os níveis de 2-AG após sua ação nos receptores CB1) (apud LESSA et al.2016,
p.47-50).
Na Figura 5, há representação do sistema endocanabinoide de acordo com a explicação de
Carvalho et al. (2017, p.57-8)
6. Conclusões
Apesar da trajetória histórica extensa da planta que origina o cannabidiol, a Cannabis Sativa
L., ainda são poucos os estudos científicos sobre essa substância. Encontra-se no Brasil um
pioneirismo em estudos relacionados ao tema, em contrapartida o estigma cultural e social
emprega barreiras na disseminação de informações e utilização na população em geral.
Espera-se que através dos anos se desenvolva esse campo de estudos para que se obtenha mais
resultados sobre a substância e suas características medicinais, apontando seus benefícios e
malefícios.
7.Bibliografia
<https://s3.sa-east-1.amazonaws.com/static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n2a24.pdf>.
Acesso em: 2 maio 2023.
PAMPLONA, F. A. Quais são e pra que servem os medicamentos à base de Cannabis. Revista
da Biologia 2014, 13, 28.Disponível em:
https://s3.sa-east-1.amazonaws.com/static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v9n4a23.pdf.
Acesso em:07/05/2023.
POLÍCIA FEDERAL. Banco de fotos da Polícia Federal,.2014 . [S.l: s.n.]. Disponível em:
<https://repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/33547/1/%C3%82NGELA_KATIU
CIA_NUNES_DE_FIGUEREDO_DEFESA.pdf>. Acesso em: 15 maio 2023.
RAYMUNDO, Priscila Gomes; SOUZA, Paula Regina Knox De. CANNABIS SATIVA L.:
OS PRÓS E CONTRAS DO USO TERAPÊUTICO DE UMA DROGA DE ABUSO. Revista
Brasileira de Ciências da Saúde, p. 23–30, 2007. Disponível em:
https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/397/207. Acesso em: 29
maio 2023.
S., CRIPPA J. A.; ZUARDI, A. W.; C., Hallak J. E. Therapeutical use of the cannabinoids in
psychiatry. Revista Brasileira de Psiquiatria , v. 32, p. 56–66, 05/2010. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/SLJjHfPvnpyKPQX79wbnztp/?format=pdf&lang=pt>. Acesso
em: 17 maio 2023.
SILVA, Lenir Maristela; ALQUINI, Yedo; CAVALLET, Valdo José (Org.). Inter-relações
entre a anatomia vegetal e a produção vegetal. [S.l: s.n.], 2004. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/abb/a/jXtV4CmhcSQF43x6DD7Ym9N/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em: 15 maio 2023.
VIEIRA, Ana Cláudia de Macêdo; SILVA, Dayane Praxedes Da; CARVALHO, Virgínia
Martins De. CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE TRÊS VARIEDADES DE
CANNABIS PARA USO MEDICINAL. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E
COMPLEMENTARES: VISÃO HOLÍSTICA E MULTIDISCIPLINAR - VOLUME 2. [S.l:
s.n.], 2022. v. 2. p. 21–29. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.37885/211006412>. Acesso
em: 2 maio 2023.