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Centro Universitário UniBTA

Ulisses David – RA 51320

PROJETO MULTIDISCIPLINAR V

RIO DE JANEIRO/RJ
2023

O foco desse Projeto Multidisciplinar é os conhecimentos até esse momento da


prática obtidos do curso, sobretudo disciplinas os conhecimentos das de
administração de unidades de alimentação, nutrição materno infantil.
Sumário

Introdução
1.1 Descobertas do THC e Síntese de Canabinoides 2
1.2 Identificações dos Receptores CB1 e CB2 2

Receptores do Sistema Endocanabinoide


2.1 Estrutura e Classificação de Receptores GPCRs 3
2.2 Ativação e Funções dos Receptores CB1 e CB2 3

Maquinaria de Processamento do Sistema Endocanabinoide


3.1 Componentes do Sistema Endocanabinoide 5
3.2 Enzimas e Síntese de Endocanabinoides 5
3.3 Transporte e Metabolismo de Anandamida e 2-AG 6

Benefícios para a Sociedade Contemporânea


4.1 Avanços na Farmacologia e Pesquisa Clínica 7
4.2 Impactos na Saúde e Bem-Estar 7

Conclusão
5.1 Contribuições Atuais e Futuras para a Farmacologia 8
5.2 Perspectivas para o Futuro da Pesquisa em Nutrição 8

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1.1 Descobertas do THC e Síntese de Canabinoides
A história dos canabinoides, especialmente do delta-9-tetraidrocanabinol
(THC), está intrinsecamente ligada às descobertas científicas que levaram à
identificação e compreensão dessas substâncias. O THC, o principal composto
psicoativo da planta Cannabis sativa, foi isolado e estruturalmente elucidado
pela primeira vez pelo químico Raphael Mechoulam e seus colaboradores na
década de 1960. Essa descoberta marcou o início de uma nova era na
pesquisa de compostos bioativos derivados da cannabis.

A compreensão aprofundada dos receptores CB1 e CB2 pelos quais o THC


exerce seus efeitos psicoativos foi outro marco crucial. A clonagem desses
receptores na década de 1990 permitiu uma análise mais detalhada de sua
função e regulação. Essa descoberta não apenas esclareceu os mecanismos
de ação do THC, mas também lançou as bases para a compreensão do
sistema endocanabinoide (ECs), incluindo a identificação de endocanabinoides
e de seus próprios receptores.

1.2 Identificações dos Receptores CB1 e CB2


A identificação dos receptores CB1 (cannabinoid receptor 1) e CB2
(cannabinoid receptor 2) representou um marco significativo no entendimento
do sistema endocanabinoide (ECs) e dos efeitos dos canabinoides no
organismo. Essa descoberta foi crucial para elucidar os mecanismos pelos
quais compostos como o delta-9-tetraidrocanabinol (THC) exercem seus
efeitos, tanto psicoativos quanto terapêuticos.

Por outro lado, os receptores CB2 foram descobertos mais tarde, na década de
1990, durante experimentos de clonagem genética. Os receptores CB2 estão
principalmente distribuídos no sistema imunológico e em órgãos periféricos.
Sua identificação destacou a presença do sistema endocanabinoide em
sistemas além do sistema nervoso central, sugerindo papéis importantes na
modulação da resposta imunológica e na homeostase periférica.
A identificação dos receptores CB1 e CB2 abriu caminho para a compreensão
mais profunda do papel do sistema endocanabinoide na regulação de várias
funções fisiológicas. Além disso, catalisou pesquisas voltadas para o

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desenvolvimento de medicamentos que visam esses receptores para tratar
uma variedade de condições médicas, desde distúrbios neuropsiquiátricos até
doenças inflamatórias e autoimunes. Essa identificação é essencial para o
avanço contínuo no campo da farmacologia canabinoide e para a exploração
do potencial terapêutico dos canabinoides e seus análogos.

2.1 Estrutura e Classificação de Receptores GPCRs


Estrutura Geral:
Os receptores GPCRs possuem uma estrutura tridimensional que consiste em
sete segmentos transmembrana (TM) conectados por loops intracelulares e
extracelulares. A região N-terminal está localizada no lado extracelular da
membrana, enquanto a região C-terminal está localizado no lado intracelular. A
transmissão de sinais ocorre quando um ligante como um canabinoide, se liga
ao sítio de ligação na região extracelular, desencadeando uma mudança
conformacional no receptor.

Classificação:
Os receptores GPCRs são amplamente classificados em várias subfamílias
com base em suas sequências de aminoácidos e na natureza dos sinais que
transmitem. Os receptores CB1 e CB2 pertencem à subfamília A dos GPCRs.
Essa classificação é fundamental para entender as interações específicas entre
os receptores e os ligantes, facilitando a pesquisa e o desenvolvimento de
medicamentos que visam esses receptores de forma seletiva.

Ativação e Transdução de Sinais:


A ativação dos receptores GPCRs ocorre quando um ligante se encaixa no sítio
de ligação, promovendo uma mudança conformacional que leva à ativação da
proteína G associada. No caso dos receptores CB1 e CB2, a ativação das
proteínas G desencadeia uma cascata de eventos intracelulares, incluindo a
regulação da adenilato ciclase, a modulação de canais iônicos e a liberação de
neurotransmissores.

2.2 Ativação e Funções dos Receptores CB1 e CB2

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Os receptores canabinoides CB1 e CB2, membros fundamentais do sistema
endocanabinoide, desempenham papéis cruciais na regulação de uma
variedade de processos fisiológicos. Sua ativação por canabinoides endógenos
ou exógenos resulta em efeitos distintos devido à sua distribuição diferencial e
funções específicas.

CB1 - Localização e Funções:


Os receptores CB1 estão amplamente distribuídos no sistema nervoso central
(SNC), principalmente em regiões associadas à modulação da dor, memória,
humor e apetite. A ativação dos receptores CB1 no SNC leva à inibição da
liberação de neurotransmissores, como a glutamato e a noradrenalina,
resultando em efeitos como analgesia, relaxamento muscular e modulação do
apetite. Além do SNC, os receptores CB1 também estão presentes em tecidos
periféricos, como o tecido adiposo, onde desempenham um papel na regulação
do metabolismo energético.

CB2 - Localização e Funções:


Os receptores CB2, por outro lado, são predominantemente encontrados no
sistema imunológico, incluindo células do sistema imune periférico e células
microgliais no cérebro. Sua ativação está associada à modulação da resposta
imune, redução da inflamação e regulação da apoptose celular. A expressão
dos receptores CB2 também foi observada em células relacionadas à formação
óssea e à regulação do metabolismo.

Ativação e Transdução de Sinais:


Ambos os receptores CB1 e CB2 são acoplados à proteína G e, quando
ativados, desencadeiam uma cascata de eventos intracelulares. A ativação de
CB1 inibe a adenilato ciclase, reduzindo assim a produção de AMP cíclico e
modulando a liberação de neurotransmissores. CB2, por outro lado, está
envolvido na inibição da liberação de citocinas pró-inflamatórias.
Potencial Terapêutico:
A compreensão das funções específicas dos receptores CB1 e CB2 tem
implicações significativas para o desenvolvimento de terapias direcionadas. O
potencial terapêutico inclui o manejo da dor, regulação do apetite, controle da

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inflamação e intervenções imunomoduladoras. O crescente interesse na
modulação seletiva desses receptores abre caminho para o desenvolvimento
de medicamentos mais precisos e com menos efeitos colaterais.

3.1 Componentes do Sistema Endocanabinoide


São compostos lipídicos endógenos produzidos pelo organismo.
Exemplos incluem anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG).
Funcionam como agonistas dos receptores CB1 e CB2, desencadeando
respostas celulares.
Receptores Canabinoides:

CB1 e CB2 são os principais receptores canabinoides.


CB1 está predominantemente no sistema nervoso central.
CB2 está principalmente no sistema imunológico.
Enzimas Metabólicas:

Enzimas responsáveis pela síntese e degradação dos endocanabinoides.


A enzima FAAH (amidohidrolase de ácidos graxos) degrada a anandamida.
A enzima MAGL (monoacilglicerol lipase) degrada o 2-AG.
Transportadores de Endocanabinoides:

Auxiliam no transporte de endocanabinoides através das membranas celulares.


Contribuem para a regulação da sinalização canabinoide.
Locais de Produção:

Endocanabinoides são sintetizados "on-demand" em resposta a estímulos.


Produzidos localmente nas áreas afetadas para regulação específica.
Outros Ligantes e Moduladores:

Além dos endocanabinoides, o sistema pode interagir com fitocanabinoides (da


cannabis) e compostos sintéticos.

3.2 Enzimas e Síntese de Endocanabinoides

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O processo de síntese e degradação dos endocanabinoides, componentes-
chave do Sistema Endocanabinoide (SEC), envolve a ação de enzimas
específicas. As principais enzimas envolvidas são a FAAH (amidohidrolase de
ácidos graxos) e a MAGL (monoacilglicerol lipase), responsáveis pela
degradação dos endocanabinoides anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG),
respectivamente.

FAAH (Amidohidrolase de Ácidos Graxos):

Função: Degrada a anandamida, um endocanabinoide.


Processo: Catalisa a clivagem da anandamida em ácido araquidônico e
etanolamina.
Localização: Encontrada em células do sistema nervoso e outros tecidos.
MAGL (Monoacilglicerol Lipase):

Função: Degrada o 2-AG, outro endocanabinoide.


Processo: Promove a hidrólise do 2-AG em ácido araquidônico e glicerol.
Localização: Presente em células nervosas e tecidos periféricos.
Regulação Fina:

A atividade dessas enzimas é crucial para manter níveis adequados de


endocanabinoides.
A regulação fina permite uma resposta adaptativa às demandas fisiológicas e
ambientais.
Importância Clínica:

Disfunções nessas enzimas estão associadas a vários distúrbios, incluindo


distúrbios neuropsiquiátricos e inflamatórios.
Inibidores seletivos de FAAH e MAGL são áreas de pesquisa para potenciais
tratamentos.

3.3 Transporte e Metabolismo de Anandamida e 2-AG

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Os endocanabinoides anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG) são
essenciais para o funcionamento do Sistema Endocanabinoide (SEC). Seu
transporte e metabolismo desempenham papéis cruciais na regulação das
respostas fisiológicas. A anandamida é transportada para o interior das células
por transportadores específicos e subsequentemente metabolizada pela
enzima FAAH, resultando na produção de ácido araquidônico e etanolamina.
Quanto ao 2-AG, é sintetizado nas membranas celulares e, após sua ação nas
sinapses, é degradado pela enzima MAGL, formando ácido araquidônico e
glicerol. A regulação fina desses processos é vital para a homeostase,
destacando o potencial terapêutico da modulação dos níveis de
endocanabinoides no tratamento de diversas condições médicas.

4.1 Avanços na Farmacologia e Pesquisa Clínica


Os avanços na farmacologia e pesquisa clínica de canabinoides têm revelado
potenciais terapêuticos significativos. Estudos destacam a eficácia no
tratamento de condições como dor crônica, distúrbios neuropsiquiátricos e
distúrbios do sono. Compreender os receptores CB1 e CB2, bem como a
síntese e metabolismo dos endocanabinoides, permitiu o desenvolvimento de
medicamentos mais específicos. Ensaios clínicos exploram o uso de
canabinoides em várias doenças, promovendo uma abordagem mais
personalizada e direcionada. Apesar dos desafios regulatórios, a crescente
aceitação e compreensão dos benefícios clínicos dos canabinoides abrem
caminho para futuras inovações e tratamentos mais eficazes.

4.2 Impactos na Saúde e Bem-Estar


Os canabinoides demonstraram impactos notáveis na saúde e bem-estar,
influenciando diversos sistemas do corpo humano. Seus efeitos abrangem
desde a regulação do humor e sono até o controle da dor e inflamação. A
ativação dos receptores CB1 e CB2 do sistema endocanabinoide desempenha
um papel crucial nesses efeitos benéficos. Além disso, a pesquisa destaca o
potencial terapêutico em condições como ansiedade, epilepsia e doenças
neurodegenerativas. A compreensão crescente desses impactos oferece
perspectivas promissoras para o desenvolvimento de tratamentos inovadores e
personalizados visando melhorias significativas na qualidade de vida.

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5.1 Contribuições Atuais e Futuras para a Farmacologia
As contribuições dos canabinoides para a farmacologia são vastas e
promissoras. Atualmente, observa-se um interesse crescente na pesquisa
sobre seus efeitos terapêuticos, incluindo propriedades analgésicas, anti-
inflamatórias e ansiolíticas. Além disso, os canabinoides têm demonstrado
potencial no tratamento de condições neurológicas, como epilepsia e doenças
neurodegenerativas. A descoberta de receptores CB1 e CB2 e a compreensão
do sistema endocanabinoide abriram novos caminhos para abordagens
terapêuticas inovadoras. O futuro da farmacologia dos canabinoides aponta
para o desenvolvimento de medicamentos mais específicos e personalizados,
visando uma variedade de condições médicas, oferecendo assim alternativas
valiosas aos tratamentos convencionais.

5.2 Perspectivas para o Futuro da Pesquisa em Nutrição


O futuro da pesquisa em nutrição promete avanços significativos. Com
abordagens inovadoras e tecnologias emergentes, espera-se uma
compreensão mais profunda dos impactos da dieta na saúde. A
individualização da nutrição, impulsionada pela genômica e microbioma, abrirá
caminho para estratégias personalizadas. Além disso, a integração de dados
de grande escala e a colaboração interdisciplinar contribuirá para descobertas
transformadoras, moldando as diretrizes alimentares e a prevenção de
doenças. O desenvolvimento de alimentos funcionais e a promoção de hábitos
alimentares sustentáveis são tendências que moldarão a pesquisa nutricional
futura.

Referencial bibliográfico
https://www.scielo.br/j/brjp/a/HFzKKWJYcFbfBx5ZQfNbCPz/?lang=en
Mechoulam R, Gaoni Y. The absolute configuration of delta-1-
tetrahydrocannabinol, the major active constituent of hashish. Tetrahedron Lett.
1967;12:1109-11.Devane WA, Dysarz FA, Johnson MR, Melvin LS, Howlett AC.
Determination and characterization of a cannabinoid receptor in rat brain. Mol
Pharmacol. 1988;34(5):605-13.

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