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PROJETO MULTIDISCIPLINAR V
RIO DE JANEIRO/RJ
2023
Introdução
1.1 Descobertas do THC e Síntese de Canabinoides 2
1.2 Identificações dos Receptores CB1 e CB2 2
Conclusão
5.1 Contribuições Atuais e Futuras para a Farmacologia 8
5.2 Perspectivas para o Futuro da Pesquisa em Nutrição 8
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1.1 Descobertas do THC e Síntese de Canabinoides
A história dos canabinoides, especialmente do delta-9-tetraidrocanabinol
(THC), está intrinsecamente ligada às descobertas científicas que levaram à
identificação e compreensão dessas substâncias. O THC, o principal composto
psicoativo da planta Cannabis sativa, foi isolado e estruturalmente elucidado
pela primeira vez pelo químico Raphael Mechoulam e seus colaboradores na
década de 1960. Essa descoberta marcou o início de uma nova era na
pesquisa de compostos bioativos derivados da cannabis.
Por outro lado, os receptores CB2 foram descobertos mais tarde, na década de
1990, durante experimentos de clonagem genética. Os receptores CB2 estão
principalmente distribuídos no sistema imunológico e em órgãos periféricos.
Sua identificação destacou a presença do sistema endocanabinoide em
sistemas além do sistema nervoso central, sugerindo papéis importantes na
modulação da resposta imunológica e na homeostase periférica.
A identificação dos receptores CB1 e CB2 abriu caminho para a compreensão
mais profunda do papel do sistema endocanabinoide na regulação de várias
funções fisiológicas. Além disso, catalisou pesquisas voltadas para o
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desenvolvimento de medicamentos que visam esses receptores para tratar
uma variedade de condições médicas, desde distúrbios neuropsiquiátricos até
doenças inflamatórias e autoimunes. Essa identificação é essencial para o
avanço contínuo no campo da farmacologia canabinoide e para a exploração
do potencial terapêutico dos canabinoides e seus análogos.
Classificação:
Os receptores GPCRs são amplamente classificados em várias subfamílias
com base em suas sequências de aminoácidos e na natureza dos sinais que
transmitem. Os receptores CB1 e CB2 pertencem à subfamília A dos GPCRs.
Essa classificação é fundamental para entender as interações específicas entre
os receptores e os ligantes, facilitando a pesquisa e o desenvolvimento de
medicamentos que visam esses receptores de forma seletiva.
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Os receptores canabinoides CB1 e CB2, membros fundamentais do sistema
endocanabinoide, desempenham papéis cruciais na regulação de uma
variedade de processos fisiológicos. Sua ativação por canabinoides endógenos
ou exógenos resulta em efeitos distintos devido à sua distribuição diferencial e
funções específicas.
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inflamação e intervenções imunomoduladoras. O crescente interesse na
modulação seletiva desses receptores abre caminho para o desenvolvimento
de medicamentos mais precisos e com menos efeitos colaterais.
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O processo de síntese e degradação dos endocanabinoides, componentes-
chave do Sistema Endocanabinoide (SEC), envolve a ação de enzimas
específicas. As principais enzimas envolvidas são a FAAH (amidohidrolase de
ácidos graxos) e a MAGL (monoacilglicerol lipase), responsáveis pela
degradação dos endocanabinoides anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG),
respectivamente.
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Os endocanabinoides anandamida e 2-araquidonilglicerol (2-AG) são
essenciais para o funcionamento do Sistema Endocanabinoide (SEC). Seu
transporte e metabolismo desempenham papéis cruciais na regulação das
respostas fisiológicas. A anandamida é transportada para o interior das células
por transportadores específicos e subsequentemente metabolizada pela
enzima FAAH, resultando na produção de ácido araquidônico e etanolamina.
Quanto ao 2-AG, é sintetizado nas membranas celulares e, após sua ação nas
sinapses, é degradado pela enzima MAGL, formando ácido araquidônico e
glicerol. A regulação fina desses processos é vital para a homeostase,
destacando o potencial terapêutico da modulação dos níveis de
endocanabinoides no tratamento de diversas condições médicas.
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5.1 Contribuições Atuais e Futuras para a Farmacologia
As contribuições dos canabinoides para a farmacologia são vastas e
promissoras. Atualmente, observa-se um interesse crescente na pesquisa
sobre seus efeitos terapêuticos, incluindo propriedades analgésicas, anti-
inflamatórias e ansiolíticas. Além disso, os canabinoides têm demonstrado
potencial no tratamento de condições neurológicas, como epilepsia e doenças
neurodegenerativas. A descoberta de receptores CB1 e CB2 e a compreensão
do sistema endocanabinoide abriram novos caminhos para abordagens
terapêuticas inovadoras. O futuro da farmacologia dos canabinoides aponta
para o desenvolvimento de medicamentos mais específicos e personalizados,
visando uma variedade de condições médicas, oferecendo assim alternativas
valiosas aos tratamentos convencionais.
Referencial bibliográfico
https://www.scielo.br/j/brjp/a/HFzKKWJYcFbfBx5ZQfNbCPz/?lang=en
Mechoulam R, Gaoni Y. The absolute configuration of delta-1-
tetrahydrocannabinol, the major active constituent of hashish. Tetrahedron Lett.
1967;12:1109-11.Devane WA, Dysarz FA, Johnson MR, Melvin LS, Howlett AC.
Determination and characterization of a cannabinoid receptor in rat brain. Mol
Pharmacol. 1988;34(5):605-13.