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O que é estresse metabólico? Por que estudamos? Por que um nutricionista tem que conhecer a
fisiopatologia de um estresse metabólico?
Porque quando nos tivemos qualquer situação, um evento causador, como por exemplo:
acidente de carro, e cirurgias, nós temos alterações metabólicas profundas. Das quais já se
iniciam partir do momento do acidente/cirurgia e que persistem até a cura/óbito.
As principais são sepse, traumatismo craniano, cirurgias de grande porte e queimaduras, com
alterações metabólicas, hormonais, inflamatórias, que irão repercutir a longo prazo.
Em qualquer resposta metabólica ao estresse – agente estressor, sempre terá um alto catabolismo
de massa magra.
Então eu tenho um catabolismo acelerado de massa magra e com isso gero sempre um balanço
nitrogenado negativo com um grande desgaste muscular.
Balanço nitrogenado: é um termo que a gente usa muito na nutrição clínica hospitalar.
Quantifica a quantidade de proteína da dieta e divide por 6,25 e subtrai pelo nitrogênio excretado
(exame de hosp. Avaliado na urina).
Se o balanço nitrogenado estiver negativo, significa que meu catabolismo proteico está tão alto
que ele supera o que estou consumindo. (não ta dando conta de manter a proteína no corpo).
Fase de choque: inicia o estresse metabólico. Ocorre imediatamente quando ocorre a lesão.
Ocorre imediatamente alterações metabólicas no organismo, entre essas alterações podem
ocorrer hipovolemia (nível de sangue abaixo do normal), isso pode causar a níveis mais altos o
que a gente chama de choques hipovolêmicos, o que acarreta a baixa perfusão tissular (baixa
circulação de sanque nos tecidos), queda da TMB, queda do consumo de oxigênio, da pressão
sanguínea e da temperatura corporal. Se o indivíduo não for socorrido a tempo e utilizado soro
para reestabelecer o volume sanguíneo, se não ele pode entrar em colapso, porque com a perda
de sangue é comum nessa fase a redução da perfusão tissular (fluxo sanguíneo pros tecidos),
com isso diminuo O2 pros tecidos, diminui a taxa metabólica, como forma do corpo preservar,
nessa fase (mecanismos de compressão para o corpo se manter vivo), ou seja forma de poupar
energia para que seja utilizada e direcionada numa região que esteja necessitando.
Quanto a parte metabólica, há uma queda de hormônio anabólico como a insulina, um
aumento de hormônio catabólico como glucagon (hormônio catabólico) produzidos pelas
células pancreáticas, aumentando a gliconeogênese (produção de glicose pelo fígado) e
aminoácidos são os mais utilizados.
Glucagon: hormonio produzido pelas células alfa pancreáticas, homônio altamente catabólico, seu
papel no estresse metabólico é induzir gliconeogênese, retenção de amnoácidos principalmente para
produção de glicose, devido ao catabolismo proteico tem muito estímulo para produção de ureia.
Situação de lesão ou sepse: a produção de energia fica muito dependente de proteína, no caso
do estresse metabólico é desviado no lugar de usar cho, usamos muita proteína. (devido a
produção hormonal).
Perda muito rápida de massa magra pela mobilização das Proteínas de Fase Aguda, perda
urinaria de alguns eletrólitos (potássio, fósforo e magnésio). Exame de gasometria detecta esses
eletrólitos.
O paciente que não está hemodinamicamente estável, vai acontecer que os nutrientes podem
ficar paralisado no TGI, porque não está tendo fluxo sanguíneo para o processo de digestão do
metabolismo, isso pode facilitar a infecção e translocação das bactérias da microbiota, o que
chamamos de permeabilidade Seletiva, maior permeabilidade seletiva, onde vai entrar mais
bactérias.
Devido a grande produção de glicose hepática com a gliconeogênese juntamente com a grande
produção de adrenalina, ocorre sempre no pacient5e cojm estresse metabólico a Hiperglicemia.
Na figura mostra como os aminoácidos em situação de estrese metabólico, são usados, porque
eles perdem um grupo amina, pelo processo de anaplerose ou cataplerose.
Tanto os aminoácidos podem ser percurso de glicose pelo processo de gliconeogênese, alanina
é um dos mais, quanto pelo processo de anaplerose ou cataplerose, formando um alfacetoacido
correspondente, para serem usados no ciclo do ácido cítrico. Um dos aminoácidos mais usados
nesses processos são os aminoácidos de cadeia ramificada, Leucina, isoleucina e valina.
Muitas vezes a própria glutamina pode doar o seu grupo amina para um piruvato, pra liberar em
forma de alanina, ciclo glicose alanina. Para liberar a amônia.
A glutamina é muito usada pra produção de células do sistema imune, para produção de
linfócitos, principais alimentos dos enterócitos do intestino.
O estresse metabólico muda as rotas de bioenergéticas:
Exemplos: temos o processo de inanição (jejum prolongado de dias), o nosso corpo baixo a
Taxa metabólica basal, como formar de poupar energia, ativando a leptina hormônio.
SEPSE
Inflamação disseminada que pode ocorrer durante infecção, pancreatite, isquemia (falta de
fluxo de O²), traumatismo, choque hemorrágico, lesão de órgão imunologicamente mediada,
queimaduras.
O que é a sepse? É quando eu tenho uma inflamação distinta no local primário da lesão.
Nesse processo temos: alguns parâmetros pra identificar, precisar ter pelo menos 2 desses.
Se você não conseguir reverter, o paciente entra na famosa síndrome de disfunção múltiplos
órgão ou falência de órgão.
“ESSA síndrome pode ser primaria, diretamente resultante da lesão do órgão pelo
traumatismo, não está relacionada a primaria da sepse não, ela é resultado da lesão do órgão
pelo traumatismo”.
Quando há uma falecia múltipla causada pela sepse é uma falência secundaria, há presença de
inflamação em órgãos longe do local da lesão. Ordem: falência respiratória, falta de oxigênio vai
atingir o fígado, TGI e rins. A ordem pode variar.
Nesses casos os mecanismos não são tão bem conhecidos, o que se sabe que esses
pacientes são clinicamente hipermetabólico, alto debito cardíaco, baixo consumo de oxigênio
e uma alta saturação venosa. Com o excesso de CO² pode causar uma acidose, edema
maciço, perca de proteínas plasmáticas.
O que se sabe é que tanto na sepse quanto na falência, temos excessivas produção de citocinas
pró-inflamatórias, fora do normal, maior que a resposta aguda.
Hipótese do Desencadeamento Intestinal: Uma das hipóteses mais aceita pra a sepse é o
desencadeamento intestinal, ou seja, qualquer tipo de lesão ou gordura, que podemos ter no
intestino, atrofiando a permeabilidade, as bactérias irão penetrar, principalmente se ocorrer
pelos linfonodos, e com isso as bactérias afetam outros tecidos e com isso a famosa sepse.
Avaliação nutricional
Paciente que está em estado de Uti, ou paciente que passou por cirurgias de grande porte.
Cuidados:
- Transferrina cai devido ao decréscimo da sintese hepática e não ao estado nutricional. (não é um
bom parametro para avaliar EN).
Fatores depois de uma cirurgia (pós-operatório)
Estado nutricional anterior ao evento, tipo de trauma, extensão do trauma da queimadura, achados
cirúrgicos, função gastrointestinal, opções de acesso enteral.
O foco da avaliação:
Parâmetro que pode agregar para avaliar o EN é à partir da exceção de nitrogênio urinário,
onde temos:
Metas da Dietoterapia:
Minimizar a inanição, quanto mais tempo em jejum o paciente passa, mais risco de atrofia
de mucosidade intestinal e com isso mais risco de translocação bacteriana e
consequentemente quadro de sepsisemia.
Prevenção e correção de deficiencia de nutrientes
Proporcionar calorisa adequada
Reestabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico
DIETOTERAPIA
Energia recomendações:
Porque nem posso da menos, se não vou limitar a reocupação do paciente, mas também
não posso exagerar, porque o excesso de energia pode agravar hiperglicemia e seu
descontrole pode levar ao coma hiperosmolar não cetotico e maior riscos de infecções
graves, esteatose hepática com acumulo de triglicerídeos no fígado, produção excessiva
de CO² que pode exarcerbar a insuficiencia respiratória ou prolongar a dependência da
ventilação mecânica.
Calorimetria indireta (seria o ideal): “Calorimetria é um padrão ouro, mas como não se tem em
todo hospital, formula de Harris, ou peso estimado.”
Consegue de forma mais direta quantificar as necessidades, quanto o indivíduo esta gastando
por dia em estado de repouso, sendo determinado pelo consumo de oxigênio e a produção de
gás carbônico. Exceto: grande necessidade de O², presença de tubo torácico, acidose e uso de
suplemento de O².
Obesos: 22 Kcal/kg (peso atual ou ideal? Preconiza-se o peso atual, porem você tem que
avaliar o nível de hipermetabolismo, pra usar o atual)
CHO: 60 - 70%
Lipídeos: 15 - 40%
Proteínas: a sintese de proteinas nesta fase tem vários tipos de objetivos, com defesa e
recuperação, preservação da massa muscular, redução do catabolismo protéico endogeno com
objetivo de produção de glicse (glicogênese) e proteínas de fase aguda.
Fornecimento dessa proteína exógena não altera estado catabólico, porque na fase aguda
temos sempre citocinas inflamatórias e hormônios catabólicos, que torna impossível esse
catabolismo não acontecer, mas devemos amenizar.”
Recomendação ideal: 0,8g/Kg/dia para paciente sem estresse e função orgânica adequada à
2,0 g/kg/dia quando se tem estresse metabólico
Depender do estresse e demandas metabólicas pode até superar esses 2,0g.
Vitaminas do complexo B: maior necessidade, tiamina B1, niacina B3, depender do estresse.
Aumento da necessidade de potássio, magnésio ferro e zinco.
“No próprio soro pode colocar ampolas de potássio”, no exame da gasometria.
Em pacientes críticos, o suporte nutricional é inerente ao processo, sendo no mínimo
suplementado.
Síndrome da realimentação ou síndrome do roubo celular, ou seja, voltar o consumo alimentar
gradativo, porque ele estava muito tempo em jejum.
SEMPRE TEMOS A VIA ORAL COMO A DE PREFERÊNCIA, COMPARADA COM A ENTERAL
OU PARENTERAL.
Traumatismo: são muitas vezes incapazes de comer. Eles têm deficiência de deglutição, sendo a
via oral insuficiente.
Por isso eles tem muitas vezes outra via, na maioria a enteral, nesses casos, a enteral é a
preferencia no lugar da parental.
Cuidado com a aspiração.
Qualquer terapia nutricional só pode ser iniciada se o paciente estiver hemodinamicamente
estável, pois se o paciente não tiver o fluxo sanguíneo dentro do normal, se a volemia não
foi atingida, tem-se o risco de isquemia intestinal e necrose.
Suplementação: de forma isolada não há consenso, mas quando estão associados há o efeito
sinérgico com o poder muito maior de atuar por exemplo nessa área de imunomoduladora
Glutamina: fica insuficiente que a demanda, recomendação 0,5-0,7g/kg/dia na dieta enteral, mas
tem que ter cuidado com pacientes hepatopatas ou insuficientes renais pois ela é precurssora da
amônia.
Ômega 3: ele é importante porque é percursor de prostagonina que são substancias importantes
da cascata da inflamação.
Anti-inflamatório, essencial.
Arginina: aminoácido, ele é precursor de vasodilatador oxido nítrico (substancia vaso dilatadora
aumentando o diâmetro do vaso sanguíneo, aumentando tem mais fluxo), tem que ter muito
cuidado em pacientes que estão com sepse, porque ela é substrato de proliferação bacteriana.
A junção desses suplementos é chamada de imunomoduladores de efeito sinérgico.
Impact da Nestlé
“a comprovação do uso desses suplementos diminui a incidência de complicações infecciosas,
diminui os custos e o tempo de internação desses pacientes”.
Traumatismo craniano:
É um estresse metabólico considerado grave, porque é muito hipermetabólico e catabólico, quanto
mais grave, maior a liberação de catecolaminas (noradrenalina e adrenalina), além deles temos o
cortisol muito produzido, isso vai facilitar muita perda de massa magra e imunossupressão, devido
ao recrutamento grande do sistema imunológico e produção de citocinas inflamatórias.
O importante pra os nutricionistas é propiciar um ambiente de reparo neuronal.
Escala de Glasgow: é uma forma de avalição de pacientes Críticos.
A cura dos ferimentos só pode ocorrer em estado anabólico, quando passa da fase de
resposta aguda para fase de resposta de adaptação onde há a recuperação.
Em relação a estudos: quanto a terapia nutricional, se o paciente esta hemodinamicamente
estável, mesmo que ele consiga deglutir com dieta oral normal, foi visto que iniciar uma dieta
enteral nas primeiras 4 ou 8 horas de pacientes que tem uma área de superfície corporal alta mais
que 20%, traz benefícios importantes, como há uma redução maior do hipercatabolismo,
diminuição da liberação de hormônios catabólicos como catecolaminas e glucagon, redução de
perca de peso e de tempo de internação, porque a dieta enteral ela propicia uma densidade alta e
manutenção da fisiologia do intestino, e com isso há uma prevenção de hemorragia
gastrointestinal, gastropatia, ulcera de Curly induzida pelo estresse metabólico.
Pacientes com menos de 20% e consciente, não traz benefícios a nutrição enteral, devendo ser
oral hipercalórica e hiperprotéica.
Fórmula de CURRERI:
Energia: 24kcal x peso (kg) “ajustado ou ideal” + 40kcal x %ASCQ
%ASCQ= é a soma da área queimada, soma-se essa área e depois coloca na formula de Curreri.
Exemplo:
Paciente do sexo masculino, peso 70kg, altura 1,70m
ASCQ = 1/3 da perna direira – ½ do braço esquerdo – ¼ do
tronco
1/3 de 18 = 6; ½ de 9 = 4,5; ¼ de 36 = 9
ASCQ = 6 + 4,5 + 9 = 19,5%
VET: 24 x 70 + 40 x 19,5
VET: 1680 + 780
VET: 2.460kcal
Fórmula de IRETON-JONES:
Gasto Energético (GE) = 1784 – 11 x Idade (anos) + 5 x Peso (kg) + 244 x Sexo + 239 x Trauma + 804 x
Queimadura
Variáveis:
Sexo Masculino = 1 / Sexo Feminino = 0
Trauma existente = 1 / Trauma ausente = 0
Queimadura existente = 1 / Queimadura ausente = 0
Exemplo: Paciente do sexo masculino, peso 70kg, altura 1,70m, idade 27 anos.
GE: 1784 – 11 x Idade (anos) + 5 x Peso (kg) + 244 x Sexo + 239 x Trauma + 804 x Queimadura
GE: 1784 – 11 x 27 + 5 x 70 + 244 x 1 + 239 x 0 + 804 x 1
GE: 1784 – 297 + 350 + 244 + 804
GE: 2.885 kcal
Recomendações:
CHO: 50 - 60%
Lipídeos: 20 - 30% (recomendação de mono 10 -15%, poli 10% (7% ômega 6, 3% ômega 3) e
saturados 8 - 10%)
1/3 de 18 = 6; ½ de 9 = 4,5; ¼ de 36 = 9
ASCQ = 6 + 4,5 + 9
ASCQ = 19,5%
Este caso está dentro do parâmetro “Ferimentos abertos 11-30% = 0,05g de N/kg/dia”
Nitrogênio excretado pelas feridas = 0,05g x 70 = 3,5g de N/kg/dia
“Paciente bem nutrido tolera melhor o estresse metabólico advindo da cirurgia de grande porte.”
Má nutrição dessas cirurgias de grande porte está ligada a alta incidência de complicações pós-
operatória, desde de infecções a fístulas até complicações circulatórias de morbidades e a própria
morte.
O nutricionista tem que está ligado nessa equipe multiprofissional, no pré e no pós-operatório.
Recomendações no Pré-operatório
Dietas liquidas antes da cirurgia com mínimos de resíduos para pacientes com risco nutricional.
Nutrição parenteral em pacientes com desnutrição grave que não estão conseguindo atingir as
necessidades energéticas por vias fisiológicas orais e enterais, mesmo pré-operatório para
amenizar o estresse metabólico.
A maioria das cirurgias se não for no TGI, há um mínimo de recomendação de 6 horas zero dieta
por via oral. A maioria recomenda hoje em 12h.
Recomendações no Pós-operatório
Suporte nutricional deve ser fornecido ao paciente que não poderá satisfazer suas necessidades
via oral por 7 – 10 dias
Suplementação de Ômega 3
Diretrizes recomendam o uso da suplementação imunomoduladora pré e pós cirurgia até 14 dias.
A maioria pode iniciar a alimentação oral em 24 – 48 hs, começando pela dieta líquida e depois
dienta sólida, com excessão das cirurgias no TGI.
Recomendações:
CHO: 60-70%
Lipídeos: 40%
PTN: 25-30%
Evolução das dietas:
Normal
Branda
Pastosa
Semilíquida (sólidos, adicionados a base liquidas, exemplo sopa)
Liquida total (pode ter leite, e suplementar com produtos industrializados que dissolvam)
Liquida de prova (sem reside-os)
Zero (jejum)