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O que é a dieta "low carb" e como o organismo responde às condições estabelecidas

por ela? (Comente sobre as fontes de energia utilizadas ao longo do tempo e sobre a
variação no nível de determinados substratos).

A dieta low carb propõe reduzir a quantidade de carboidratos ingeridos. A


orientação em uma alimentação convencional é que 50 a 55% do que é ingerido no dia
seja carboidrato. Já nos métodos low carb, o macronutriente pode compor entre 45%
a 5% do que é consumido em um dia. É importante ressaltar que a redução extrema de
carboidratos, algo abaixo de 40%, até proporciona o emagrecimento, porém ele não
será saudável e pode ter uma série de consequências graves para a saúde.
Ao ser ingerido, esse carboidrato simples ativa respostas hormonais no corpo. A
principal resposta é o estímulo à liberação de insulina. Este hormônio se comunica com
as células musculares e adiposas ativando o receptor de glicose GLUT-4, afim de
diminuir a concentração sanguínea da mesma. Isso acarreta em uma utilização da
glicose e armazenamento no músculo (síntese proteica e glicogênese) e conversão da
glicose a triglicerídeos no tecido adiposo para armazenamento.
Quando os níveis de glicose estão baixos há uma inversão hormonal, com os
níveis de insulina descendo e os de glucagon subindo. Isso acontece em estados de
jejum ou privação de glicose derivada da dieta. O glucagon ativa o catabolismo no
corpo e aumenta os níveis de glicemia. Ele é produzido pelas células alfa na parte
endócrina do pâncreas. Nas células do tecido hepático ele promove a conversão de
ATP em AMP-cíclico, composto importante para iniciar a glicogenólise, assim ativa a
produção (gliconeogênese) e liberação de glicose para o sangue pelo fígado. No tecido
muscular promove o catabolismo de proteínas (o que aumenta a uréia), assim os
aminoácidos gluconeogênicos também no fígado, serão utilizados para a geração de
glicose (um dos exemplos de aminoácidos utilizados para a gliconeogênise é transporte
de piruvato e amônia por meio da formação de alanina do músculo para o fígado pelo
ciclo da ureia).
No tecido adiposo o glucagon ativa a lipólise, que é a degradação de
triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol principalmente na matriz mitocondrial. Os
ácidos graxos são liberados para corrente sanguínea aumentando a concentração dos
mesmos e serão usados por tecidos que não são glicose dependentes. Os gliceróis
serão utilizados no fígado para produção de glicose. Os ácidos graxos no fígado serão
metabolizados a Acetil-CoA e logo depois para corpos cetônicos (cetogênese) na matriz
mitocondrial. São utilizados nas células do coração, musculares e do cérebro. Sendo
que nesse último são essências durante o estado de jejum, sendo a maior fonte de
energia quando os níveis de glicose estão baixos. Um grande aumento desses corpos
faz com que o organismo entre em cetose, um estado anormal (mas não
necessariamente perigoso) que ocorre após alguns dias em estado de jejum. Quando
há um aumento ainda maior ocorre a cetoacidade, onde o nível de pH sanguíneo fica
baixo. (Normal para pessoas com diabetes mellitus não tratadas).
Em uma dieta restrita de carboidratos, grande parte do dia o corpo simula um
estado de jejum, pois não há grande liberação de insulina sem o consumo de
carboidratos, mantendo os níveis glucagon > insulina. Podemos assim assimilar o
estado de jejum do corpo com o que ocorre durante uma dieta com baixa ingestão de
carboidratos. Mas há alguns fatos a serem considerados. Durante o jejum não há
consumo de outros macronutrientes, já em uma low carb, o consumo de proteínas e
gorduras está presente durante o dia. Pode não haver a liberação de insulina, mas os
níveis de glicemia não caem tão drasticamente, pois dependendo da quantidade
ingerida, parte das proteínas e gorduras serão metabolizadas em glicose, assim
mantendo os níveis de glicose sanguínea maiores do que em pleno jejum, podendo
então, evitar um estado de cetose.

REFERÊNCIAS
http://pt.wikipedia.org/wiki/Corpos_cet%C3%B4nicos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Glucagon
http://en.wikipedia.org/wiki/Low-carbohydrate_diet
http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br
http://www.fat-new-world.com/2011/02/porque-muitos-falham-entrar-em-
cetose.html

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