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Síntese de glicogênio (fígado) → síntese de lipídeos → inibe oxidação de ácidos graxos (efeito anticetogênico)
→aumenta a síntese de proteínas
Efeito da insulina sobre o metabolismo dos carboidratos
A insulina promove a captação e o metabolismo da glicose nos músculos. Um importante efeito da insulina no músculo é
que ela facilita a difusão da glicose para dentro das células ao aumentar o transportador de glicose 4 (GLUT4) na
membrana celular. Os transportadores de glicose são translocados de um reservatório citoplasmático de vesículas para a
membrana celular. A quantidade aumentada de glicose transportada para as células musculares sofre glicólise e oxidação,
com armazenamento na forma de glicogênio. Como a entrada de glicose nas células musculares geralmente depende de
modo acentuado da insulina, a captação de glicose por essas células fica restrita ao período pós-prandial, quando a
insulina é secretada, ou durante o exercício, quando o aumento da translocação de GLUT4 para a membrana celular e a
captação aumentada de glicose no músculo esquelético não dependem da insulina.
No fígado, a insulina promove a captação e o armazenamento da glicose e inibe a produção de glicose. A insulina também
tem as seguintes ações no fígado:
•A insulina aumenta o fluxo de glicose para dentro das células. O aumento do influxo é obtido pela indução da
glicoquinase, que aumenta a fosforilação da glicose em glicose-6-fosfato
•A insulina aumenta a síntese de glicogênio pela ativação da glicogênio sintetase (e pelo aumento da captação de glicose)
•A insulina direciona o fluxo de glicose para a glicólise, aumentando a atividade das enzimas glicolíticas essenciais (p. ex.,
fosfofrutoquinase e piruvato quinase).
•A insulina diminui a produção hepática de glicose de várias maneiras. Em primeiro lugar, ela dificulta a glicogenólise ao
inibir a glicogênio fosforilase. Em segundo lugar, a insulina diminui a saída de glicose do fígado ao inibir a
glicose‑6‑fosfatase. Em terceiro lugar, ela inibe a gliconeogênese ao reduzir a captação de aminoácidos pelo fígado (ver
discussão sobre os efeitos no metabolismo das proteínas) e ao diminuir a atividade ou os níveis das principais enzimas
gliconeogênicas (p. ex., piruvato carboxilase e frutose-1,6-difosfatase)
•A insulina aumenta a síntese de ácidos graxos de duas maneiras. Em primeiro lugar, ela aumenta o fluxo de glicose para
o piruvato (glicólise) e a conversão subsequente em acetil coenzima A (acetil‑CoA). Em segundo lugar, a insulina
estimula a acetil‑CoA carboxilase, que converte a acetil-CoA em malonil-CoA e constitui a etapa limitante de velocidade
na síntese de ácidos graxos.
No tecido adiposo, a insulina facilita a entrada de glicose nas células. Essa facilitação é obtida, em grande parte, da
mesma forma que a insulina promove a captação de glicose nas células musculares: pelo aumento dos transportadores de
glicose na membrana celular. Subsequentemente, o metabolismo da glicose a α‑glicerol fosfato nos adipócitos fornece o
glicerol necessário para a esterificação dos ácidos graxos para armazenamento na forma de triglicerídios.
A insulina exerce pouco efeito sobre a captação e a utilização da glicose pelo cérebro. No cérebro, a insulina tem pouco
efeito sobre o transporte da glicose para dentro das células. Como as células cerebrais são muito permeáveis à glicose e
altamente dependentes desse substrato para a obtenção de energia, é fundamental que o nível de glicemia seja mantido
dentro de valores normais. Se o nível de glicemia cair excessivamente, ocorrem sintomas de choque hipoglicêmico,
incluindo desmaio, convulsões e até mesmo coma.
Efeito da insulina no metabolismo da gordura
No tecido adiposo, a insulina aumenta o armazenamento e inibe a mobilização dos ácidos graxos. Esse aumento é obtido
de diversas maneiras:
•A insulina inibe a lipase hormônio‑sensível. Isso diminui a taxa de lipólise dos triglicerídios e a liberação dos ácidos
graxos armazenados na circulação
•A insulina aumenta o transporte de glicose nos adipócitos. O metabolismo subsequente da glicose a α‑glicerol fosfato
aumenta a taxa de esterificação dos ácidos graxos para armazenamento na forma de triglicerídios
•A insulina induz a lipoproteína lipase. Essa enzima está presente na parede dos capilares e cliva os triglicerídios
circulantes em ácidos graxos, o que é necessário para o seu transporte dentro dos adipócitos.
No fígado, a insulina promove a síntese e inibe a oxidação dos ácidos graxos. A insulina promove a síntese de ácidos
graxos a partir da glicose no fígado. Em virtude do aumento da disponibilidade do α-glicerol fosfato a partir da glicólise,
os ácidos graxos são esterificados para formar triglicerídios. A oxidação dos ácidos graxos está comprometida, devido à
conversão aumentada de acetil-CoA em malonil-CoA pela acetil-CoA carboxilase. A malonil-CoA inibe a carnitina
aciltransferase, responsável pelo transporte dos ácidos graxos do citoplasma para dentro das mitocôndrias para
betaoxidação e conversão em cetoácidos; a insulina é anticetogênica.
Efeito da insulina no metabolismo das proteínas e no crescimento
A insulina é um hormônio anabólico. Ela aumenta a captação de vários aminoácidos do sangue para dentro das células ao
estimular o transporte através da membrana celular, o que limita a elevação dos níveis plasmáticos de certos aminoácidos
após uma refeição proteica. Além disso, a insulina aumenta a síntese de proteínas por meio da estimulação da transcrição
gênica e da tradução do RNAm. A insulina também inibe o catabolismo das proteínas e, portanto, diminui a liberação de
aminoácidos do músculo.
A deficiência de insulina leva à diminuição da síntese de proteínas, ao aumento do catabolismo das proteínas e ao
comprometimento do crescimento. Os efeitos anabólicos da insulina e do hormônio de crescimento são sinérgicos para a
promoção de crescimento, e cada um deles desempenha funções específicas, essenciais e diferentes.
Controle da secreção de insulina
O nível de glicemia é o controlador mais importante da secreção de insulina. Embora diversos fatores possam aumentar ou
diminuir a secreção de insulina, o principal controle da secreção de insulina é exercido pelo efeito de feedback da
glicemia sobre as células beta do pâncreas. Quando o nível de glicemia fica acima dos valores de jejum, a secreção de
insulina aumenta. Em consequência dos efeitos subsequentes da insulina na estimulação da captação de glicose pelo
fígado e pelos tecidos periféricos, a glicemia retorna aos seus níveis normais, proporcionando um importante mecanismo
de feedback negativo para o controle do nível de glicemia.
Outros estímulos, além da hiperglicemia, aumentam a secreção de insulina. Os seguintes estímulos aumentam a secreção
de insulina:
• Aminoácidos, particularmente arginina, lisina, leucina e alanina. Em consequência, os aminoácidos da dieta são
removidos do sangue e utilizados pelas células para sintetizar proteínas. Os aminoácidos têm um efeito sinérgico com a
glicose na estimulação da secreção de insulina
•Hormônios gastrointestinais, particularmente o polipeptídeo inibitório gástrico (atualmente conhecido como peptídeo
insulinotrófico glicose‑dependente [GIP]) e o peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP‑1). Esses hormônios são liberados
pelo trato gastrointestinal após uma refeição e respondem pelo maior aumento da secreção de insulina quando a glicose é
administrada por via oral do que quando são administradas quantidades comparáveis por via intravenosa. Devido à sua
capacidade de aumentar a taxa de secreção de insulina em resposta à hiperglicemia, são denominados incretinas
• Outros hormônios, incluindo o cortisol e o hormônio de crescimento (GH). Esses hormônios aumentam a secreção de
insulina, em grande parte pela sua capacidade de antagonizar os efeitos da insulina sobre a captação de glicose nos tecidos
periféricos, levando ao aumento dos níveis de glicemia. Com efeito, incrementos crônicos no cortisol (na síndrome de
Cushing) e no hormônio de crescimento (na acromegalia) levam à hipertrofia e à exaustão das células beta do pâncreas,
causando diabetes melito
• O sistema nervoso autônomo, incluindo os sistemas nervosos simpático e parassimpático. A estimulação
beta-adrenérgica aumenta a secreção de insulina, ao passo que a estimulação alfa-adrenérgica a inibe. A ativação dos
nervos simpáticos para o pâncreas inibe a secreção de insulina. A estimulação parassimpática do pâncreas aumenta a
secreção de insulina.
DIABETES MELITO
No diabetes melito, ocorre comprometimento do metabolismo dos carboidratos, das gorduras e das proteínas. Existem
duas formas de diabetes melito:
• O diabetes melito tipo 1, também denominado diabetes melito insulinodependente (DMID), é causado pelo
comprometimento da secreção de insulina
• O diabetes melito tipo 2, também denominado diabetes melito não insulinodependente (DMNID), é produzido pela
resistência aos efeitos metabólicos da insulina nos tecidos-alvo.
O diabetes tipo 1 é causado pela secreção deficiente de insulina pelas células beta do pâncreas. Com frequência, o diabetes
tipo 1 é causado pela destruição autoimune das células beta, mas também pode surgir como resultado da perda dessas
células em consequência de infecções virais. Como o início habitual do diabetes tipo 1 ocorre durante a infância, ele é
comumente chamado de diabetes melito infantojuvenil.
As características fisiopatológicas do diabetes tipo 1 podem ser atribuídas, em sua maioria, aos seguintes efeitos principais
da deficiência de insulina:
• Hiperglicemia, em decorrência da captação reduzida de glicose nos tecidos e do aumento da produção de glicose pelo
fígado (aumento da gliconeogênese)
•Depleção de proteínas, em decorrência da redução da síntese e do aumento do catabolismo
• Depleção das reservas de gordura e aumento da cetogênese.
Como resultado desses distúrbios fundamentais, ocorrem os seguintes efeitos:
• Glicosúria, diurese osmótica, hipovolemia e hipotensão
• Hiperosmolaridade do sangue, desidratação e polidipsia
• Hiperfagia, porém com perda de peso, falta de energia
• Acidose, que pode progredir para o coma diabético; e respiração rápida e profunda
• Hipercolesterolemia e doença vascular aterosclerótica.
A resistência à insulina é uma característica fundamental do diabetes melito tipo 2. O diabetes tipo 2 é muito mais comum
do que o diabetes tipo 1. Ele responde por ≥ 90% de todos os casos de diabetes e está geralmente associado à obesidade.
Essa forma de diabetes caracteriza-se pelo comprometimento da capacidade dos tecidos-alvo de responder aos efeitos
metabólicos da insulina, o que é denominado resistência à insulina. Diferentemente do diabetes tipo 1, a morfologia das
células beta do pâncreas é normal ao longo de grande parte da doença, e ocorre uma elevada taxa de secreção de insulina.
Em geral, o diabetes tipo 2 desenvolve-se em adultos; portanto, também é chamado de diabetes do adulto. Entretanto, tem
havido um aumento constante no número de adolescentes com diabetes tipo 2, relacionado principalmente com a
crescente prevalência de obesidade em crianças.
Embora a hiperglicemia constitua um aspecto proeminente do diabetes tipo 2, a lipólise acelerada e a cetogênese
geralmente não ocorrem. Com frequência, a restrição calórica e a redução do peso melhoram a resistência à insulina nos
tecidos-alvo; todavia, nos estágios avançados da doença, quando a secreção de insulina está reduzida, a administração de
insulina torna-se necessária.
Glicemia glicada só serve para PROGNÓSTICO e não DIAGNÓSTICO.