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*Monossacarídeos
Ativo
A glicose é captada pela célula epitelial do intestino, via bomba de Na +/K+ (com
gasto de ATP). Transporta, preferencialmente, glicose e galactose.
Receptor de GLUT-1
É largamente distribuído por muitos tecidos e é muito numeroso nos capilares
cerebrais que formam a barreira hematoencefálica; não depende da ação de
insulina.
Recepor de GLUT-2
Age em glicemias elevadas, como no período pós-prandial. No fígado, é
importante para proporcionar a síntese de glicogênio, moléculas cuja finalidade
é estocar glicose para que, no jejum, os níveis plasmáticos de glicose possam
ser mantidos. Nas células β-pancreáticas, esse receptor serve como mediador
da liberação de insulina. No intestino, facilita a absorção de glicose da luz
intestinal para a corrente sanguínea; nos túbulos renais, promove a sua
absorção do filtrado glomerular.
Recptor de GLUT-3
Atua em baixas concentrações de glicose, como no jejum prolongado, e pode
ser encontrado no Sistema Nervoso Central, cujo aporte de glicose é
imprescindível.
Recptor de GLUT-4
Encontrado no músculo e tecido adiposo e é insulinodependente. Esses
receptores encontram-se em pool intracelular e só são recrutados para a
membrana plasmática no período pós-prandial, quando há liberação de insulina
e necessidade de armazenamento de glicose para utilização futura. Lembre-se
que a glicose é estocada no músculo e no tecido adiposo.
Glucagon
Mas atenção: os sinais – e + na figura indicam a inibição e o estímulo para o
aumento da glicemia, respectivamente.
O médico Areteu observou que existia uma doença silenciosa e intrigante que
causava muita fome, sede e poliúria. Apesar de toda oferta alimentar, o
paciente se sentia com fraqueza e, em grande parte dos casos, entrava em
coma antes de falecer. Esse quadro foi associado ao nome “diabetes”, que
significa “sifão” (o líquido ingerido era eliminado rapidamente pelos rins).
THOMAS WILLIS
Após um longo período, por volta de 1670, o médico Thomas Willis descobriu
que a urina de pacientes que apresentavam esse quadro era muito doce.
MICHEL CHEVREUL
Somente por volta de 1815, Michel Chevreul identificou que o açúcar
encontrado na urina era a glicose. Nessa época, o protocolo ainda era provar a
urina dos indivíduos com suspeita de diabetes. A doença passou a ser
chamada de diabetes mellitus, porque “adocicado”.
Por ser uma patologia que atinge o mundo todo e gera prejuízos para a
qualidade de vida das pessoas, criou-se o “Dia Mundial do Diabetes”, com o
intuito de prevenção, diagnóstico precoce e disseminação dos cuidados
necessários após o diagnóstico.
O diabetes mellitus (DM) é classificado de acordo com sua etiologia, em:
diabetes tipo 1;
diabetes tipo 2;
diabetes gestacional;
outras diabetes.
glicemia em jejum;
hemoglobina glicada;
frutosamina.
Além disso, após a coleta de sangue, a amostra precisa ser tratada de maneira
adequada. Recomenda-se a separação do soro ou plasma em 1 hora. Esse
cuidado é necessário por causa do consumo de glicose via glicólise. Estima-se
que aproximadamente 5% da glicose possa ser consumida a cada hora (a
depender das condições da amostra, como leucometria e temperatura de
armazenamento).
Essa técnica não pode ser utilizada para outros líquidos que não seja o soro e
o plasma.
Diferente dessa metodologia, o método de hexoquinase-UV apresenta menos
interferentes, podendo ser utilizado em todos os líquidos biológicos. É
facilmente adaptado à automação. Entretanto, o reagente é menos estável e
precisa de um equipamento UV para a leitura, que deve ser feita em 340nm.
Crianças
60 a 100mg/dL
Adultos
74 a 100mg/dL
Hipoglicemia
Se o resultado encontrado for abaixo do valor mínimo de referência.
Hiperglicemia
Caso o valor seja acima do valor máximo do intervalo de referência.
Uma dosagem entre ≥ 100 e < 126mg/dL significa glicose alterada, e mais duas
aferições devem ser realizadas em momentos e dias diferentes, pois o
resultado pode estar relacionado a picos de estresse, infecções etc.
No entanto, dois testes com glicemia em jejum superior a 126mg/dL verificadas
em dias diferentes confirma o diagnóstico de diabetes.
Além disso, deve-se realizar testes complementares, independentemente do
resultado da glicemia.
Características Comentários
Suspensão do teste no caso de vômitos Fatores que afetam o trânsito intestinal e absorção da
e diarreia glicose
A conversão pode ser realizada pela equação [(HbA1c (%) -2,15) × 10,929].
Frutosamina
A dosagem de frutosamina é uma opção quando, por algum motivo, o paciente
esteja impossibilitado de realizar a dosagem de hemoglobina glicada. Essa
dosagem reflete na exposição das proteínas plasmáticas à glicose, na qual a
albumina representa cerca de 50% de todas as proteínas plasmáticas.
Diferente da hemoglobina, que apresenta meia vida de ±120 dias, o tempo de
meia vida das proteínas plasmáticas é menor, a albumina tem meia vida de
aproximadamente 20 dias. Assim, a dosagem de frutosamina, reflete a
concentração de glicose nas últimas três semanas.
dosagem de autoanticorpos.
não na de peptídeo C.
5 Essa dosagem pode ser realizada em soro sanguíneo ou urina pelos testes
Identificação de autoanticorpos
A pesquisa de autoanticorpos é muito importante em casos de diagnóstico de
diabetes tipo 1, já que sabidamente essa doença pode ocorrer devido a
presença de anticorpos anti-ilhota pancreática, anti-insulina e anti-GAD
(glutamic acid decarboxilase). Para a detecção desses anticorpos, diferentes
técnicas podem ser empregadas, como ELISA, imunoprecipitação,
fluorescência indireta etc.
Para avaliação diagnóstica recente, a melhor escolha é a detecção de
anticorpos anti-GAD, pois tem sido relatada sua identificação até oito anos
antes da instalação da doença. Ela é de suma importância para o estudo
familiar de indivíduos com parentes em primeiro grau diagnosticados para
diabetes tipo 1.
Por fim, vale destacar mais uma complicação clínica do mau controle glicêmico
associada à hipertensão e à nefropatia diabética: a retinopatia. Tal
complicação clínica é crônica, normalmente se apresenta após 20 anos de
diabetes e torna o paciente vulnerável à catarata, ao glaucoma, podendo
chegar à perda da visão. A acantose nigricans é uma mancha escura que
aparece em locais de dobrinhas, como axilas, pescoço, barriga. Normalmente,
está relacionada com alterações hormonais, podendo ser um indicativo de
resistência insulínica e, consequentemente, um quadro de pré-diabetes tipo 2.
Lipídeos
Os lipídeos constituem um heterogêneo grupo de substâncias orgânicas com
grande variedade estrutural, mas que possuem uma característica em comum:
são hidrofóbicos. Participam na composição de membranas, vitaminas (A, D, E
e K), hormônios e como sinalizadores biológicos e fonte de energia. São
frequentemente classificados de acordo com sua composição.
Triacilgliceróis (Triglicerídeos/TAG)
São moléculas orgânicas compostas de ácidos graxos associados ao glicerol.
Correspondem à principal forma de armazenamento e transporte de ácido
graxos (sua “energia” é mais eficiente do que o glicogênio, por exemplo). Além
disso, estão envolvidos com o isolamento térmico do tecido adiposo.
Os adipócitos (células do tecido adiposo) possuem em seu interior uma
vesícula repleta de triglicerídeos e, por serem péssimos condutores térmicos,
promovem um isolamento térmico essencial para o homem.
Fosfolipídeos
São componentes orgânicos constituídos de caudas apolares de ácidos graxos
e cabeças polares com fosfato. Correspondem ao principal componente da
bicamada lipídica da membrana celular.
Esfingolipídeos
São moléculas orgânicas com aminoálcool em sua composição.
Representam o segundo maior componente lipídico das membranas celulares.
Fórmula de Friedewald
[LDL]=((Colesterol Total)-HDL)-(Triglicerídeos/5)
Para determinar o valor de VLDL, utiliza-se a seguinte fórmula:
[VLDL]=triglicerídeos x 0,2
Hipercolesterolemia
Aumento apenas do colesterol.
Hipertrigliceridemia
Aumento apenas dos triglicerídeos.
Dislipidemias primárias
Hipercolesterolemia familiar
Há um defeito no receptor de LDL e, com isso, uma diminuição na depuração
da LDL. O indivíduo pode apresentar algumas características clínicas como
xantomas tendinosos, arco corneano e doenças coronarianas prematuras. Em
relação às características laboratoriais, o colesterol total fica aumentado, em
torno de 250 a 500mg/dL.
O controle do colesterol pode ser realizado por dieta, fármacos hipolipemiantes
e, em casos mais graves como os homozigotos (colesterol total >500mg/dL),
pode ser necessário o transplante de fígado. Outra dislipidemia primária que
cursa de maneira bem semelhante é a de defeito familiar de ApoB-100.
Hipercolesterolemia poligênica
É a dislipidemia primária mais comum. Não se sabe ao certo onde ocorre o
defeito genético, mas se acredita ser de origem multifatorial. Como
consequência, o indivíduo pode apresentar doenças coronarianas prematuras e
o colesterol fica em torno de 250 a 350mg/dL.
Seu controle pode ser feito por dieta e/ou utilização de fármacos
hipolipemiantes.
Hipoalfalipoproteinemia familiar
Outro subtipo relativamente comum, a hipoalfalipoproteinemia familiar tem
como causa possivelmente mutações na ApoA. Com isso, a dosagem de HDL
permanece baixa, entre 15 e 35mg/dL.
A indicação de tratamento é prática de exercícios físicos e redutores de LDL
(uma vez que terá pouco HDL para fazer o transporte reverso do colesterol
para o fígado).
Dislipidemias secundárias
As dislipidemias secundárias podem ser consequentes de doenças de base,
medicamentos e/ou fatores ambientais, como o aumento de LDL-C,
hipotireoidismo, obesidade, diabetes mellitus, síndrome nefrótica, colestase,
hepatopatia, anorexia nervosa, deficiência no hormônio do crescimento,
diminuição de HLD-C, tabagismo, sedentarismo etc.
Indiscutivelmente, a principal causa das dislipidemias secundárias é o estilo de
vida atual, que em grande parte agrega sedentarismo com ingestão excessiva
de gordura saturada, colesterol e ácidos graxos trans (encontrados em
alimentos processados).