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O pâncreas, além de suas funções digestivas, secreta dois hormônios importantes, insulina e
glucagon, cruciais para a regulação normal do metabolismo da glicose, dos lipídios e das
proteínas. Apesar de o pâncreas secretar outros hormônios, tais como amilina, somatostatina
e polipeptídeo pancreático, suas funções não estão tão bem fundamentadas.
O pâncreas humano tem entre 1 e 2 milhões de ilhotas de Langerhans. Cada ilhota tem cerca
de 0,3 milímetro de diâmetro e se organiza em torno de pequenos capilares, nos quais suas
células secretam seus hormônios. As ilhotas contêm três tipos celulares principais, as células
alfa, beta e delta, distinguidas entre si, devido às suas características morfológicas e de
coloração.
FEEDBACK
Ação da insulina:
No caso de excesso de carboidratos, a insulina faz com que sejam armazenados sob a forma de
glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. Além disso, todo o excesso de carboidrato
que não pode ser armazenado na forma de glicogênio é convertido sob o estímulo da insulina
em gordura e armazenado no tecido adiposo.
No caso das proteínas, a insulina exerce efeito direto na promoção da captação de aminoácidos
pelas células e na sua conversão em proteína. Além disso, ela inibe o catabolismo das proteínas
que já se encontram nas células.
A insulina:
A insulina é uma proteína pequena, composa por duas cadeias conectadas por meio de ligações
dissulfeto. Quando as duas cadeias de aminoácidos se separam, a atividade funcional da
molécula de insulina desaparece.
A produção:
Começando com a tradução do mRNA da insulina por meio dos ribossomos ligados ao retículo
endoplasmático para formar uma pré-proinsulina. Essa pré-proinsulina inicial apresenta peso
molecular em torno de 11.500, sendo então clivada no retículo endoplasmático, para formar a
proinsulina, com peso molecular de aproximadamente 9.000, e consiste em três cadeias de
peptídeos, A, B e C. A maior parte da proinsulina é novamente clivada no aparelho de Golgi,
para formar insulina composta pelas cadeias A e B, conectadas por ligações dissulfeto e
peptídeo cadeia C, denominado peptídeo conector (peptídeo C).
Quando a insulina é secretada na corrente sanguínea, ela circula quase inteiramente em sua
forma livre. Uma vez que a sua meia-vida plasmática é de, aproximadamente, apenas 6
minutos, assim ela é, na sua maior parte, eliminada da circulação dentro de 10 a 15 minutos.
Com exceção da porção da insulina que se liga aos receptores nas células-alvo, o restante é
degradado pela enzima insulinase, em sua maior parte no fígado e em menor quantidade nos
rins e músculos e, menos ainda, na maioria dos outros tecidos. Essa rápida remoção do plasma
é importante, porque, às vezes, sua pronta desativação bem como sua ativação são
fundamentais para o controle das funções da insulina.
Para começar a exercer seus efeitos nas células-alvo, a insulina, em primeiro lugar, liga-se e
ativa um receptor proteico de membrana. É o receptor ativado que causa os efeitos
subsequentes.
1. A insulina inativa a fosforilase hepática, a principal enzima que leva à quebra do glicogênio
hepático em glicose. Essa inativação impede a clivagem do glicogênio armazenado nas células
hepáticas.
Segundo a International Diabetes Federation (IDF), atualmente, 9,3% dos adultos entre
20 e 79 anos de idade – 463 milhões de pessoas – vivem com diabetes (1 em cada 11
adultos).
O DM e suas complicações também implicam redução da expectativa de vida e elevada
mortalidade, resultando em 4 milhões de mortes em 2019. Isso corresponderia a uma
morte a cada 8 segundos.
Na faixa etária acima de 65 anos, 136 milhões de indivíduos teriam DM. Um em cada
dois adultos com diabetes não é diagnosticado.
Estima-se que o DM1 acometa 0,3% da população geral com idade igual ou inferior a
20 anos, e 0,5 a 1% se considerarmos todas as faixas etárias.
Brasil é o 3° em criança com DM1 – sendo metade delas já com Cetoacidose diabética.
Aretaeus da Capadócia (81-138 A. C.) descreveu pela primeira vez a “curiosa” natureza dessa
doença, a qual consistia no “derretimento da carne... na urina”, acompanhado por uma
insaciável e terrível sensação de sede. A produção copiosa de urina carregada de glicose deu a
esta doença o seu nome.
O diabetes refere-se ao fluxo de fluido por entre um sifão, e melito vem da palavra mel. Na
Idade Média, o diabetes era conhecido como “o mal de urinar”.
O tipo grave de diabetes descrito por Aretaeus é o diabetes melito tipo 1. Esta é uma condição
de deficiência de insulina em consequência da destruição das células beta do pâncreas.
O diabetes tipo 1 é mais comumente uma doença autoimune, na qual o corpo falha em
reconhecer as células beta como “próprias” e as destrói com anticorpos e leucócitos.
3) Discutir a fisiopatologia do DM 1 e da cetoacidose diabética.
O diabetes tipo 1 é mais comumente uma doença autoimune, na qual o corpo falha em
reconhecer as células beta como “próprias” e as destrói com anticorpos e leucócitos.
- Metabolismo do encéfalo: Os tecidos que não são dependentes de insulina, como a maioria
dos neurônios do encéfalo, continuam o metabolismo normalmente. Todavia, os neurônios
localizados no centro da saciedade do cérebro são sensíveis à insulina. Como consequência,
na ausência de insulina, o centro da saciedade é incapaz de captar a glicose do plasma. Esse
centro percebe a ausência de glicose intracelular como inanição e permite que o centro da
fome aumente a ingestão alimentar. O resultado é a polifagia (excesso de vontade de comer),
um clássico sintoma associado ao diabetes melito tipo 1 não tratado.
Outro teste para o diabetes é o teste de tolerância oral à glicose de 2 horas. Primeiro,
determina-se a concentração de glicose no estado de jejum (tempo 0). Então, é fornecida uma
solução contendo 75 g de glicose dissolvidas em água, e a glicose plasmática é mensurada a
cada 30 minutos pelo período total de 2 horas.
No diabetes, a concentração de glicose permanece elevada (acima de 200 mg/dL após 2 horas
de teste). Esta lenta resposta indica que as células não estão conseguindo captar e metabolizar
a glicose de forma normal. Os pacientes pré-diabéticos apresentam uma resposta
intermediária; após 2 horas da ingestão de glicose, os valores plasmáticos ficam em torno de
140 a 199 mg/dL de sangue.
- Pesquisa do peptídeo C