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1. Introdução...................................................................... 3
2. Fisiologia........................................................................ 4
3. Fisiopatologia e Classificação................................ 7
4. Fatores de Risco........................................................10
5. Quadro Clínico............................................................10
6. Complicações.............................................................13
7. Diagnóstico.................................................................14
8. Tratamento..................................................................16
9. Decisão Terapêutica................................................26
10. Controle Glicêmico.................................................29
11. Emergências Hiperglicêmicas...........................31
Referências Bibliográficas..........................................36
DIABETES MELLITUS 3
12 milhões no
brasil
Mais de 400
6º maior causa
milhões de
de internações
pessoas no
hospitalres
mundo
Distúrbio do
“Perda de mel DIABETES metabolismo
na urina” MELLITUS intermediário
Hiperglicemia
persistente
causada por um
ou ambos:
↓ Ação da ↓ Produção
insulina insulina
A partir disso daí, o que a insulina faz Por outro lado, a insulina também es-
é se ligar ao seu receptor nas células timula que parte desse excedente de
do corpo e induzir a translocação de glicose passe por um processo co-
vesículas contendo a proteína GLUT- nhecido como lipogênese, que con-
4 para a membrana plasmática e o siste em transformá-la em ácido gra-
que essa proteína faz é justamen- xo para que esse seja direcionado aos
te servir de canal para que a glicose adipócitos, onde serão transformados
adentre na célula. em triglicérides.
Mas, no final das contas, por que é tão
importante a glicose entrar na célu-
Contrainsulínicos e Estado
la? Por 2 motivos principais: a) é isso
de Jejum
que permite a ocorrência da glicólise
(principalmente nos hepatócitos e mi- Já os hormônios contrainsulínicos são 4:
ócitos), que é o processo através da
qual esse substrato é utilizado como
principal fonte de energia para as ati-
vidades celulares; e b) porque é atra- GLUCAGON
GLICOGENÓLISE GLICONEOGÊNESE
Quebra das reservas Síntese de glicose a
ADRENALINA hepáticas de glicogênio partir de molécular não
em glicose glicídicas
produção: medula
suprarrenal);
Beleza, mas como é que ele conse-
gue fazer isso? Basicamente através
CORTISOL de dois processos: a glicogenólise e
a gliconeogênese.
(produção: córtex
suprarrenal);
Além disso, os hormônios contrain-
sulínicos também atuam sobre os li-
pídios estimulando o processo de li-
GH pólise, que consiste em quebrar os
triglicérides para liberar ácido graxo e
esses, então, poderem ser utilizados
(produção:
adenohipófise). pelas células como fonte de energia
através da beta-oxidação.
lulas é que elas não precisam da in- nível glicêmico que estiver no sangue,
sulina para absorver a glicose (elas como a célula não está tendo subs-
o fazem de forma independente), de trato para produzir energia, o corpo
modo que tanto uma hiper quanto entende que a pessoa está em jejum
uma hipoglicemia acabam afetando o e aí aumenta a atividade dos hormô-
funcionamento dos neurônios e é jus- nios contrainsulínicos, estimulando a
tamente por isso que a gente precisa glicogenólise, a gliconeogênese e a
tentar manter nosso nível glicêmico lipólise.
constante Contudo, existem vários mecanismos
que podem levar a um quadro como
esses e é justamente em cima dessa
SE LIGA! Uma fonte alternativa de ener- diferença que a gente consegue clas-
gia para os neurônios seria o corpo ce-
tônico produzido pelo fígado a partir do sificar a diabetes em vários tipos.
excesso de ácido graxo, mas como vi-
mos, isso pode levar à cetoacidose. En-
tão garantir a disponibilidade de glicose DM tipo 1
acaba sendo a única saída.
No Brasil, diabetes tipo 1 correspon-
de a cerca de 5-10% dos casos, o
3. FISIOPATOLOGIA que representa uma média de 30.000
E CLASSIFICAÇÃO brasileiros acometidos - fazendo com
que nós sejamos o 3º país no mundo
Quando a gente entende toda essa
em prevalência de DM tipo 1.
fisiologia por trás do metabolismo in-
termediário e lembra que o problema Mas enfim… a DM tipo 1 é uma doen-
da diabetes mellitus está na ação in- ça autoimune e poligênica, na qual os
sulínica, a gente consegue concluir linfócitos T CD8+ invadem as ilhotas
que o organismo do paciente diabé- pancreáticas e atacam seletivamente
tico vai se comportar o tempo inteiro as células beta, destruindo-as. O que
como se ele estivesse no estado de leva, então, a uma produção insufi-
jejum. Calma. Vamos organizar isso ciente ou nula de insulina.
direito na nossa cabeça. A base patológica dessa doença
Lá no começo a gente definiu que parece estar em questões genéti-
a DM é decorrente de um problema cas, uma vez que cerca de 90% dos
na produção ou na ação da insulina. diabéticos tipo I apresentam altera-
Beleza, só que no final das contas ções nos genes do HLA (Antígeno
tudo vai levar a uma mesma situação: Leucocitário Humano) - o MHC do
a glicose não vai entrar na célula. homem - podendo ser o HLA-DR3
Dessa forma, independentemente do ou HLA-DR4. No entanto, vale co-
DIABETES MELLITUS 8
Invasão
linfocitca Alterações nos
das ilhotas genes do HLA Obesidade Histórico familiar
pancreáticas
Mais comum
Doença Caráter Resistência Fatores de risco
(90-95%
autoimune genético insulínica associados
dos casos)
Alteração
MODY Outros tipos Gestacional apenas durante
gravidez
Tende a Efeito do
LADA resolver após lactogênio
gestação placentário
DIABETES MELLITUS 10
DM tipo 1
OUTRAS DOENÇAS Por conta da própria fisiopatologia
HAS Ovários policísticos de ser uma doença autoimune, a DM
Doença cardiovascular HDL < 35 ou TG > 250 tipo I acaba se manifestando mais
cedo, de modo que a grande maioria
dos pacientes com essa condição são
RESISTÊNCIA INSULÍNICA
diagnosticados ainda crianças ou
Acantose nigricans Pré-diabetes
adolescentes (geralmente entre os
10-15 anos).
A acantose nigricans é uma lesão de
pele hiperpigmentada decorrente de hi-
perinsulinemia e que normalmente apa- SE LIGA! Há casos em que a DM1 evo-
rece nas regiões de dobras (axila, pes- lui de forma mais insidiosa e aí o pacien-
coço, virilha, entre outros locais). te só abre o quadro quando adulto. A es-
ses casos nós damos o nome de LADA
(Late-Onset Autoimmune Diabetes of
Adulthood).
4Ps
volve a diabetes mellitus, a gente da sede);
pode, então, aprender como é que o Polifagia (aumento
paciente vai se apresentar ao chegar da fome);
Perda ponderal.
DIABETES MELLITUS 11
Então vamos entender cada um deles. corpo como sendo um estado de je-
Pensa: se o paciente é diabético, ele jum, levando, então, ao aumento da
tem uma hiperglicemia, daí, com mais sensação de fome (polifagia). Além
glicose no sangue, mais glicose é ex- disso, esse mesmo estado de jejum
cretada através da urina. E como ela é também acaba estimulando os hor-
uma substância osmoticamente ativa, mônios contrainsulínicos que, entre
o paciente acaba perdendo mais água outras coisas, promovem a lipólise,
através do trato urinário (poliúria). A levando à perda ponderal.
partir daí, ele começa a desidratar e é É importante nos atentarmos tam-
isso que explica o aumento da sensa- bém de que por vezes o paciente DM
ção de sede (polidipsia). 1 vai ter uma destruição grande e rá-
Por outro lado, o fato de as células pida das células beta, de modo que
não estarem recebendo glicose para 1/3 deles podem iniciar o quadro já
produzir energia é interpretado pelo com cetoacidose diabética.
Por fim, temos que essas pacientes paciente. Aqui, cerca de 80% dos
costumam apresentar uma glicemia > pacientes são obesos pois, como vi-
200mg/dL com presença de autoanti- mos, a obesidade está relacionada à
corpos (ICA, IAA, Anti-GAD65, Anticor- resistência insulínica. Mas além disso,
po Antitirosina-Fosfatase IA-2 e IA-B2, como essa condição costuma ocorrer
Znt8…) e também não respondem bem de forma mais progressiva e assin-
aos antidiabéticos orais e sem insulina tomática, o diagnóstico acaba sendo
vão acabar desenvolvendo cetoacidose. tardio, por volta dos 45 anos - que
Além disso, uma última caracterís- é quando o paciente começa a apre-
tica da DM 1 é o peptídeo C < 0,1 sentar os sintomas clássicos (4 Ps)
ng/dL ou ausente. Só para a gente e também as complicações (sendo a
entender melhor isso, o peptídeo C é principal, o estado hiperosmolar não
um componente da pró-insulina que cetótico).
é liberado quando ocorre a quebra Nesses pacientes normalmente nós
dessa molécula. No entanto, como vamos encontrar uma glicemia <
aqui praticamente não há produção 200mg/dL, sem autoanticorpos,
do hormônio, os níveis de peptídeo C mas com peptídeo C (> 0,1ng/dL).
são geralmente indetectáveis. Além disso, esses pacientes ainda
costumam responder bem a anti-
diabéticos orais e dificilmente evo-
DM tipo 2 luem para uma cetoacidose.
A primeira grande diferença entre a
DM 1 e a DM 2 é o estereótipo do
Como na DM 2 o paciente ainda apresenta uma certa quantidade de insulina circulando pelo
sangue, acaba sendo mais raro ele desenvolver cetoacidose diabética como no tipo 1. No
entanto, ele costuma apresentar uma outra complicação da diabetes que é o EHHNC.
O que acontece nesses casos é o seguinte: como a glicose é uma molécula osmoticamente
ativa, a sua alta concentração no sangue acaba fazendo com que a água retida nas células
se desloque para o plasma, levando à desidratação - inclusive dos neurônios. É por isso que
pacientes nesse estado costumam se apresentar com rebaixamento do nível de consciência,
além de uma espoliação hidroeletrolítica devido ao aumento do volume urinário. Perceba, en-
tão, que a grande diferença é que aqui nós não vamos encontrar sintomas gastrointestinais
ou respiratórios e nem mesmo a hálito cetônico.
DIABETES MELLITUS 13
1
rede vascular através do estres-
MODY costuma se apresentar como
se oxidativo. O processo de for-
uma mistura entre os tipos 1 e 2. Do
ma crônica leva a alterações da
tipo 1 ela traz a ausência de autoan-
vasodilatação e lesões graves
ticorpos e o estereótipo do paciente
como trombose e leitos vascula-
jovem e magro. Já da DM 2 ela traz o
res incompetentes.
quadro de manifestações. É por isso
que é muito difícil identificar uma DM
MODY e, por vezes, o paciente acaba • Retinopatia Diabética;
recendo o diagnóstico errado.
• Nefropatia Diabética;
• Neuropatia Diabética;
6. COMPLICAÇÕES
• Pé Diabético.
As principais complicações da diabe-
tes costumam ser divididas em 2 gru-
pos: agudas ou crônicas. As agudas, Macrovasculares: O processo
como já é de se esperar, são questões macrovascular é semelhante ao
mais emergenciais, então vamos fa- microvascular, já que a diabetes
lar delas depois. Por agora, vamos só também gera inflamação endo-
conhecer as crônicas pois são as mais telial. A inflamação, juntamente
2
comumente encontradas na prática com a glicolisação de proteínas e
clínica ambulatorial e, por tanto, preci- aceleração do processo ateroes-
sam fazer parte da nossa investigação clerótico propicia o aceleramento
para todo e qualquer paciente com do processo aterotrombótico, ge-
suspeita ou diagnóstico de Diabetes. rando a longo prazo obstruções
que levam a insuficiência sanguí-
Pois bem… uma coisa que a gente pre- nea e comprometimento do leito
cisa ter em mente é que altos níveis vascular.
glicêmicos acabam comprometendo
a estrutura vascular e por isso que é
comum ouvir que “Diabetes causa • Doença Arterial Coronariana
doença de vaso!”. Mas a questão é (DAC);
que é justamente essa lesão vascu- • Doenças Cerebrovasculares;
lar crônica que acaba levando a uma
• Arteriopatia Periférica.
série de complicações, que nós pode-
mos classificar em 2 grupos:
DIABETES MELLITUS 14
Olhando pra essa lista, fica fácil de de fatores de risco, como erro alimen-
concluir que as complicações ma- tar e sedentarismo, por exemplo. Por
crovasculares são mais relevantes outro lado, se o paciente já tiver sido
do ponto de vista de mortalidade e diagnosticado, é imprescindível que
por isso a gente deve investigar na a gente o questione sobre o início da
anamnese do paciente a presença doença, episódios de hipoglicemia e
dos sintomas característicos dessas também sobre o atual tratamento que
doenças. Já com relação as complica- ele vem realizando.
ções microvasculares, a apresentação Contudo, para fechar o diagnóstico
clínica é mais discreta e aí é impor- são necessários exames laboratoriais,
tante que além das queixas, a gente são eles:
investigue mais a fundo e faça uma
avaliação também na hora do exame • Glicemia de Jejum
físico, principalmente com relação • Teste Oral de Tolerância à Glicose
aos olhos e pés. (TOTG)
OLHOS (FUNDOSCOPIA)
• Hemoglobina Glicada (HbA1c)
DM está associada a erroa de refração, catarata,
glaucoma e retinopatia diabética
Aumenta em 25x os riscos de perda visual Glicemia de Jejum
Parente (1º grau) com DM
Nesse exame, basta o paciente ficar
em jejum por 8h e depois será colhi-
PÉS da uma amostra de seu sangue para
Unhas
Infecção avaliar o nível glicêmico.
Inspeção fúngica
IDEAL PRÉ-DIABETES DIABETES
Barotrauma Calos
< 100mg/dL 100-125mg/dL ≥ 126mg/dL
Pulsos Pedioso dorsal Tibial posterior
Teste do monofilamento
+1 Teste Oral de Tolerância
Sensibilidade Vibração (com Reflexo à Glicose (TOTG)
diapasão ou (tornozelo)
biotensiômetro) Dolorosa O TOTG, também chamado de TTGO,
é um exame realizado em 3 etapas:
+ =
Glicemia
primeira opção. E aí, na segunda vez, aleatória ≥ Diagnóstico
4Ps
a gente pode repetir o mesmo exame 200mg/dL de DM
DIABETES MELLITUS 16
Com isso em mente, então, temos que Mas beleza. E qual é o efeito dessa
existem 8 principais classes de me- medicamento? O principal de todos é
dicamentos disponíveis para o trata- sobre o fígado, reduzindo a glicone-
mento da diabetes e para ficar didáti- ogênese hepática, que é a maior res-
co, vamos dividi-los em 4 grupos com ponsável pelos altos níveis glicêmicos
base na ação que exercem no corpo: no paciente diabético.
Sensibilizadores à Biguanidas Além disso, em menor escala, ela
insulina Glitazonas também retarda a absorção intes-
Secretagogos de
Biguanidas tinal de carboidratos e aumenta a
insulina independentes
da glicose
Glitazonas translocação de GLUT-4 na periferia
Secretagogos de
(especialmente em células muscula-
insulina dependentes
Inibidores de DPP-IV
res), o que diminui a resistência in-
Análogos da GLP-1
de glicose sulínica.
Inibidores de DPP-IV
Outros
Análogos da GLP-1
No entanto, é importante a gente se
atentar de que seu uso é contraindi-
cado quando o paciente apresenta:
1. Sensibilizadores à Insulina
• Alguma insuficiência (re-
Compondo esse grupo estão 2 clas- nal, cardíaca…)
ses de drogas que atuam promoven-
• Acidose Grave
do a diminuição da resistência insulí-
nica (dentre outras coisas). • Gravidez
TRATAMENTO
Ação
Ação prolongada/ Mudança estilo
Ultrarrápida intermediária Metformina Poliglitazona
lenta de vida
(NPH)
Não
Rápida (regular) Prandial Insulinoterapia Biguanidas Glitazonas
farmacológico
Inibidores de Sensibilizadores
Acarbose
a-glicosidases
Outros Tratamento à Insulina
Tobutamida Gliclazida
Secretagogos Secretagogos
Inibidores de
Dapaglifozina dependentes independentes Sulfoniureias Glibenclamida
SGLT-2
da glicose da glicose
Análogos da Inibiores de
Liraglutida Glinidas Glimepirida
GLP-1 DDP-IV
TRATAMENTO
DIABETES MELLITUS 22
Só para a gente entender melhor aos níveis basais. Então nesse caso, o
isso, pensa o seguinte: se a insulina paciente precisa fazer uso dessas insu-
basal fizesse um pico, a gente não linas antes de cada refeição principal.
teria como saber o horário exato em
que isso aconteceria e aí, caso nesse
momento o paciente não estivesse se Ação ultrarrápida
alimentando, o que tivesse de glicose
no sangue seria colocado para dentro Lispro
da célula e aí ele entraria em hipogli-
Aspart
cemia.
Glulisina
Obs. a Degludeca tem efeito durante
mais de 24h e o maior benefício disso é
que se cria um intervalo de proteção em Ação rápida
relação ao horário da tomada do medi-
camento, de modo que o paciente pode
se atrasar um pouco e ainda assim terá Regular
seu nível de insulina basal garantido.
dial que está disponível pelo SUS e, xima do que é considerado fisioló-
portanto, acaba sendo a mais utiliza- gico. Em cima disso, o melhor seria
da no cenário brasileiro. associar uma insulina basal de ação
Só para a gente terminar de orga- prolongada (como a glargina) com
nizar as coisas na nossa cabeça: o uma insulina prandial ultrarrápida.
tratamento ideal através da insulino- Perceba que nessa terapia, o gráfico
terapia é aquele que melhor se apro- de insulina formado seria bem seme-
lhante ao fisiológico que já vimos:
DURAÇÃO DO EFEITO
INSULINA INÍCIO DE AÇÃO PICO DE AÇÃO
TERAPÊUTICO
Longa Duração
Glargina 100 UI/ml
2-4 h Não apresenta 20-24h
(Lantus®, Basaglar®)
detemir (Levemir®) 1-3 h 6-8 h 18-22 h
Ação ultralonga
glargina 300 UI/ml
6h Não apresenta 36 h
(Toujeo®)
degludeca (Tresiba®) 21-41 min Não apresenta 42h
Ação intermediária
insulina NPH 2-4 h 4-10 h 10-18 h
Ação rápida
insulina regular 0,5-1 h 2-3 h 5-8 h
Ação ultrarrápida
asparte (Novorapid®) 5-15 min 0,5-2 h 3-5 h
lispro (Humalog®) 5-15 min 0,5-2 h 3-5 h
gluisilina (Apidara®) 5-15 min 0,5-2 h 3-5 h
Manifestações
leves
Manifestações Insulinoterapia no DM2
moderadas
Glicemia < 200mg/dL Glicemia 200-300mg/dL
Uma vez tendo definido que nosso
paciente precisa ser insulinizado, o
Metformina ou
Metformina ou ideal é que a gente vá introduzindo
poliglitazona +
poliglitazona
Secretagogo essa terapia de forma gradual e aí o
preconizado nas diretrizes é que isso
Manifestações graves
seja feito em 4 etapas.
Glicemia > 300mg/dL
ser aumentar a sua dose para fazer go ou alguma droga para diminuir re-
com que ela cubra o dia inteiro antes sistência. O jeito então é seguir pela
de associar a prandial. No entanto, o insulinoterapia em esquema pleno
paciente precisa cooperar com a MEV - no caso, insulina basal-bolus.
e ter uma alimentação sem muito car-
boidrato para evitar picos glicêmicos,
já que ele não estará coberto para tal. 10. CONTROLE GLICÊMICO
Uma vez tendo escolhida a terapia
apropriada para o paciente, aí a gente
Etapa 3: Insulina Basal-Plus
só precisa monitorar a glicemia para
ampliada
ver se ela vai ficar controlada ou não.
Caso não compense, a gente só vai Nesse cenário entram em cenas duas
manter tudo que já estava sendo feito ferramentas bem importantes: o gli-
na 2ª etapa e só adicionar mais uma cosímetro e o exame HbA1c (nova-
dose de insulina prandial à terapia mente).
do paciente.
O auto monitoramento da Glicemia
Capilar (AMGC) através do glicosí-
Etapa 4: Insulina Basal-Bolus metro está indicado para todos os
portadores de DM, uma vez que pos-
Por fim, se depois disso tudo o pa-
sibilita que o paciente acompanhe os
ciente ainda continuar descompen-
seus níveis glicêmicos ao longo do
sado, o jeito é partir para uma insuli-
dia e, com isso, consiga prevenir com
nização plena, que é quando a gente
mais eficiência os episódios de hipo
tenta simular todo o gráfico da insuli-
ou hiperglicemia. Já a HbA1c, por sua
na através da manutenção da insulina
vez, ainda continua sendo o método
basal ao longo de todo o dia e ainda
padrão--ouro para acompanhar os
associa 3 ou 4 doses de alguma insu-
pacientes diabéticos e por isso que
lina prandial.
ele deve ser repetido a cada 3 me-
ses até que o paciente esteja com-
DM tipo 1 pensado e, a partir daí, o acom-
panhamento passa a ser apenas
E no caso dos pacientes com DM 1?
semestralmente!
O que vamos fazer? Aí é bem mais fá-
cil. Lembra que nesse tipo da doença, Nesse contexto, o que nos norteia
o problema todo é que a insulina não com relação ao manejo dos pacien-
vai ser produzida por conta da des- tes são as metas glicêmicas preco-
truição das células beta. Ou seja: não nizadas pela Sociedade Brasileira de
vai adiantar nada dar um secretago- Diabetes (SBD) ou pela American
Diabetes Association (ADA). impor-
DIABETES MELLITUS 30
Rastreio de Insulinoterapia:
complicações crônicas Quadro grave e difícil
Complicações agudas • Retinopatia controle (HbA1c > 9%)
• Hipoglicemia • Nefropatia
• Cetoacidose • Neuropatia
diabética periférica Complicação
• Lipohipertrofia • DAC e aguda: Estado
cerebrovascular hiperosmolar não
cetótico
DIABETES MELLITUS 31
CAD
EHH
Leve Moderada Grave
Uma vez tendo definido qual é a con- Feito isso, ao final dessa primeira hora
dição em que o paciente se encontra, a gente vai reajustar a velocidade de
também é importante tentar identifi- infusão para 4-14mL/kg/h e dosar
car qual foi o fator desencadeante da o sódio sérico, pois é esse valor que
complicação. Em boa parte das vezes vai definir nosso próximo passo:
(30-50%) isso se deve a processos A partir daí, quando a glicemia do pa-
infecciosos como pneumonia, ITU, ciente atingir 250mg/dL, a gente deve
DIABETES MELLITUS 34
Defeitos ação/
Sind. Metabólica
secreção insulina
Autoimune Arteriopatia
Retinopatia Nefropatia
e LADA periférica
Glicemia de 2h
após TOTG-75g Diagnóstico Complicações Crônicas Cerebrovascular
≥ 200mg/dL
Glicemia de jejum
Laboratoriais Agudas Hipoglicemia DAC Nefropatia
≥ 126mg/dL
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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-interpretacao-da-hemoglobina-glicada-hba1c
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