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FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PACIENTES COM CARDIOPATIAS E

DOENÇAS PULMONARES
Sabemos que os efeitos da água aquecida sobre todos os sistemas do
nosso corpo são diversos, em relação ao SISTEMA CARDIOVASCULAR estes
efeitos ocorrem principalmente pela pressão hidrostática associado à
temperatura da água.
Ao entrar na piscina sabemos que o indivíduo sofrerá uma vasoconstrição
momentânea, que resultará em um aumento da resistência vascular periférica e
pressão arterial, mas ao entrar em uma água aquecida ocorrerá o aumento da
circulação sanguínea favorecendo o fluxo sanguíneo devido à vasodilatação
periférica, o que aumentará o suprimento sanguíneo na musculatura e
consequentemente ajudando no retorno venoso.
Ao realizar uma imersão à nível do pescoço, o volume sanguíneo aumenta
em até 60% e o volume cardíaco em até 30%, o que resultará em um
deslocamento de 200ml de sangue para o coração e o restante dos 700ml para
os grandes vasos do sistema pulmonar.
Com o aumento do débito cardíaco de 30% para 32%, a FC reduzirá em
torno de 10BPM, fator este que é explicado pela redução da pressão hidrostática
em relação à superfície, que promoverá um deslocamento do sangue para a
cavidade abdominal e coração, que aumentará o fluxo sanguíneo pulmonar e
favorecendo uma maior troca gasosa. Mas com o aumento do trabalho cardíaco
pelo aumento do débito SANGUINEO, também ocorrerá um aumento da força
de contração do miocárdio, que resultará em um maior gasto energético.
Resumindo...

Compressão
IMERSÃO ATÉ O Aumento da linfática e venosa
PESCOÇO pressão hidrostática
Aumento do
volume
sanguineo
central

Elevação da
Pressão atrial + aumento
do volume cardíaco
Este mecanismo resulta em um aumento de aproximadamente
35% do volume sistólico e de 30% no débito cardíaco. A variabilidade da
FC estará relacionada à temperatura da água.

As alterações ocorridas no sistema circulatório estão relacionadas em


parte aos afeitos sobre o SISTEMA RESPIRATÓRIO.
Como consequência do deslocamento do sangue venoso periférico para
a cavidade torácica + efeito da pressão hidrostática que exercerá maior pressão
na expansibilidade do tórax, o trabalho respiratório sofrerá um aumento
importante quando ocorre a imersão até o pescoço. O volume de reserva
expiratório diminuirá pela metade e a capacidade vital diminuirá em torno de 6 a
12%, sendo esta combinação resultante do aumento de aproximadamente 60%
do trabalho da respiração.
A maior carga de trabalho ventilatório poderá auxiliar na eficiência e força
do sistema respiratório. Alguns indivíduos com redução da CV, podem
apresentar dificuldades na respiração e NÃO devem permanecer em imersão
com nível acima do processo xifoide, pois a pressão hidrostática fornecerá maior
resistência à expansão dos pulmões.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PNEUMOLOGIA
As patologias pulmonares mais comuns tratadas pela Fisioterapia
Aquática são as DPOC’s, mas estudos demonstram que há também eficácia nos
tratamentos de bronquiectasia e asma, devido à elevação da pressão do trato
respiratório, que é causado pelo ato de respirar fora da água durante a imersão
subtotal, que irá interferir no comprimento e na atividade muscular prevenindo
colapsos aéreos e melhorando a troca gasosa.
Quando há imersão na altura do tórax, a pressão hidrostática aumentará
o trabalho respiratório em até 65%, então o diafragma é deslocado cranialmente,
o volume e a capacidade pulmonares são diminuídos a partir dai, ocorrendo
também diminuição do VRE e da CV.
Com a imersão ao nível do pescoço, ocorrerá uma diminuição da
circunferência torácica e a pressão hidrostática irá exercer maior resistência à
inspiração, o que facilitará a expiração e consequentemente elevando a
saturação de oxigênio, que é importante para o tratamento das DPOC’s.
FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM CARDIOLOGIA
O principal objetivo da F.A nestes pacientes é o retorno ao seu estilo de
vida completo com uma melhora na qualidade de vida.
Com os efeitos fisiológicos promovidos pela imersão, como a diminuição
da FC e aumento do volume sanguíneo central e DC, é possível estabelecer os
objetivos do tratamento, sempre em segurança.
Mas há necessidade de alguns cuidados, dentre estes cuidados está a
introdução d reabilitação aquática somente após quatro semanas do ocorrido,
estar sempre monitorando PA para que não ultrapasse a diminuição de 10 a 20
BPM.
Insuficiência cardíaca congestiva, angina instável, problemas em válvulas
mitrais ou aórticas e miocardiopatias são contraindicações para a reabilitação
nesta modalidade.

ESSE QUADRO EMBAIXO ENCONTREI EM UM ARTIGO COMO


TITULO
EFEITO DA HIDROTERAPIA NO CONDIONAMENTO
CARDIOVASCULAR NA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTE APÓS
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

http://www.redalyc.org/html/929/92953318012/
Pensei de usarmos associando alguma outra coisa na prática do dia 14/11
ESSE QUADRO ABAIXO EU ENCONTREI EM UM ARTIGO COM O
SEGUINTE TITULO
EFEITOS DOS EXERCÍCIOS AQUATICOS NA PA EM HIPERTESNSAS
http://www.redalyc.org/pdf/929/92952141018.pdf
REABILITAÇÃO AQUATICA EM PACIENTES PÓS INFARTO
Na água aquecida o corpo imerso sofre um estímulo da circulação, ocorre
uma vasodilatação periférica e o suprimento sanguíneo se eleva, os músculos
são melhores irrigados. A frequência cardíaca aumenta proporcionalmente à
temperatura da água e a intensidade do exercício. Ocorre por um instante, um
pequeno aumento da pressão arterial, causado pela constrição dos vasos
cutâneos quando o paciente entra na água. Durante a imersão, as arteríolas
dilatam-se, reduzindo a resistência periférica, baixando a pressão arterial. A
frequência respiratória é aumentada, na proporção da solicitação do sistema
circulatório e do aumento do metabolismo. Toda esta atividade aumenta a
secreção das glândulas sudoríparas e sebáceas. Quando o paciente sai da
piscina, o mecanismo de perda de calor entra em ação e a temperatura retoma
ao normal, assim como a frequência cardíaca, respiratória, taxa metabólica e
distribuição do sangue durante o repouso também se normalizam(BATES;
HANSON, 1998).
O USO DA HIDROCINESIOTERAPIA APLICADA A PACIENTES
SUBMETIDOS A PROCEDIMENTOS DE REVASCULARIZAÇÃO DO
MIOCÁRDIO
FABRIS(1997), propôs um programa de reabilitação que foi desenvolvido
durante dois meses com aulas práticas de hidrocinesioterapia. Totalizando trinta
e duas sessões de aproximadamente quarenta minutos de duração e frequência
de três vezes por semana. --- 29 Os exercícios prescritos foram aeróbicos,
isotônicos e submáximos, "pois elevam menos a frequência cardíaca e tensão
arterial, favorecendo a irrigação dos músculos ativos em lugar de perturba-Ios,
obtendo-se um maior V02" (BATTLE, 1980). Desse modo cada paciente deve
conhecer sua frequência cardíaca máxima e exercitar-se utilizando 60 a 80%
deste pulso. Alguns exercícios de solo foram adaptados para a água, e a grande
maioria das atividades, de exercícios próprios para o meio líquido. O gasto
metabólico energético proposto para este grupo foi de 6 a 8 METS (ver anexo),
valor aconselhado para a fase 111de reabilitação cardíaca em pacientes do
grupo I da classe funcional ergométrica, ou seja, consumo equicalórico de
aproximadamente200 a 250 calorias por sessão. O programa de exercícios
consta de quatro fases: Fase I - aquecimento de dez minutos com caminhadas
lentas de curta e longa distância pela piscina, trote e corridas usando os braços
sucessivamente. Fase 11- exercícios aeróbicos e calistênicos durante dez
minutos. Fase 111-recreação durante dez minutos. Fase IV - alongamento e
relaxamento durante dez minutos. Neste estudo foi observado um significativo
benefício entre as provas realizadas no início e término do programa. Obteve-se
uma redução média de 9,95% da frequência cardíaca de repouso, significando
um menor trabalho cardíaco. Nos valores espirométricos houve o aumento
médio de 6,35% da capacidade vital forçada e do volume expirado forçado no
primeiro segundo, o que reflete uma melhora na função e capacidade pulmonar
dos pacientes submetidos ao programa proposto. Observou-se ainda a redução
média de 3,71% no consumo máximo de 02, ou seja, maior reserva de oxigênio
para um dado esforço o que significa uma melhor aptidão cardiorrespiratória. O
índice de massa corporal reduziu 3,7%, apresentou-se uma queda de 10,25%
nos valores de colesterol e 3,38% nos triglicerídeos, comprovando que o
exercício físico reduz a formação de placa aterosclerótica.
http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/03/reabilitacao-cardiaca-
aquatica.pdf
FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PACIENTES SUBMETIDOS À
CIRURGIA DE RESSECÇÃO PULMONAR – ESTUDO PILOTO
Foi realizado um estudo de intervenção de abordagem quantitativa no
período de agosto a dezembro de 2011. A população do estudo foi composta por
4 indivíduos submetidos à cirurgia de ressecção pulmonar por neoplasia que
fizeram parte do ambulatório de reabilitação pulmonar do Hospital de Messejana
Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, situado na cidade de Fortaleza-Ceará.
A intervenção foi composta de um programa de reabilitação aquática em
um período de 8 semanas, havendo uma reavaliação no último dia da
intervenção. O programa de exercícios na água utilizado no estudo foi elaborado
a partir dos dados do Houston Internacional Running Center (18). Iniciou-se o
protocolo com uma sequência de alongamentos estáticos com duração de 5
minutos envolvendo os seguintes grupos musculares: peitorais e adutores do
ombro, isquiostibiais, adutores e flexores do quadril. Imediatamente após foi
realizado durante 10 minutos um aquecimento intervalado composto por: marcha
estacionada (2 minutos e recuperação de 1 minuto), marcha para frente (2
minutos com recuperação de 1 minuto) e marcha para frente acelerada (2
minutos com recuperação 1 minuto). Em seguida foram realizados exercícios de
sustentação durante 30 minutos que englobaram marcha para frente e lateral
acelerada (4 minutos e recuperação de 1 minuto), marcha para frente acelerada
com luvas (2 repetições de 2 minutos com recuperação de 30 segundos), corrida
para frente, com luvas e obstáculos (4 minutos com recuperação de 1 min),
marcha para frente acelerada sem luvas (2 repetições de 2 minutos com
recuperação de 30 segundos) e marcha para frente acelerada sem luvas (3
repetições de 1 minuto com recuperação de 1 minuto). A fase final do protocolo
foi composta por resfriamento com marcha lenta (5 repetições de 1 minutos com
recuperação de 1 minuto), alongamentos globais e relaxamento através da
flutuação com acessórios (5 minutos). Nesta fase foi utilizada música ambiente
objetivando relaxamento e volta a calma.
O objetivo do estudo era avaliar o impacto da reabilitação aquática em
pacientes submetidos a ressecção pulmonar. Em estudo prévio com 110
pacientes submetidos à cirurgia pulmonar, foi observado que nos pacientes
submetidos à lobectomia, ocorreu uma redução média do VEF1 de 0,45 L no
primeiro mês e de 0,30 L aos seis meses. A CVF foi reduzida de 0,94 L no
primeiro mês para 0,58 L no sexto mês (8), mostrando que com o passar do
tempo, nesta população, ocorre uma redução da função pulmonar, sendo nesta
situação a fisioterapia uma opção terapêutica indispensável.
https://www.inspirar.com.br/wp-content/uploads/2012/11/aquatica-
artigo-285.pdf

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