Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Matéria:
Distúrbios circulatório
Distúrbios ventilatórios
Infecções
Neoplasia
Sistema respiratório existe para que ocorra o contato íntimo entre o sangue e o ar na
superfície dos alvéolos.
O conjunto de alvéolos nos pulmões é o que chamamos de parênquima pulmonar, onde
ocorre a troca de oxigênio e gás carbônico
Todo o sistema respiratório é construído para permitir essa troca e que possa ser feita da
maneira mais eficiente possível
Troca gasosa: coloca oxigênio do sangue e tira o gás carbônico e coloca no ar
A região onde ocorre a troca é chamada de barreira alvéolo-capilar, que é uma barreira
bem delgada (fina)
Barreira alvéolo-capilar:
O sangue passa no capilar
O endotélio do capilar funciona como uma parte da barreira alvéolo-capilar. O
endotélio com citoplasma e membrana citoplasmática, funciona como uma parte da
barreira, e também a membrana basal que circunda essa célula.
Na barreira alvéolo capilar tem pneumócitos do tipo I que são adealgaçados,
pavimentosos
O sangue tem contato com o endotélio e o ar tem contato com os pneumócitos
Ordem: pneumócito → membrana basal dupla → sangue
Caminho do sangue até chegar na barreira alvéolo-capilar: ventrículo direito → tronco
pulmonar → artéria pulmonar direita ou esquerda → hilo pulmonar → arteríola → capilar
que passa por dentro do septo alveolar (de todos os lados o ar ta passando dentro do
alvéolo e o sangue passando no meio, e faz as trocas) → vênulas → veias com calibre cada
vez maior → sai do pulmão através do hilo → veias pulmonares → átrio esquerdo
Caminho do ar para entrar: narinas → nasofaringe → faringe → laringe → traqueia →
bifurcação (carina) → hilo pulmonar → brônquios → bronquíolos → bronquíolo terminal →
bronquíolo respiratório → alvéolo
Caminho do ar para sair: alvéolo → bronquíolo respiratório → bronquíolo terminal →
bronquíolos → brônquio → traqueia → laringe → faringe → nasofaringe → narinas
Divisão do sistema respiratório:
Via aérea: até o bronquíolo terminal. Não tinha troca gasosa. Era só condução do ar
Parênquima: bronquíolo terminal para frente, que é os alvéolos. Tem troca gasosa.
Divisão do tipo de epitélio:
Até a região da laringe, o epitélio é estratificado escamoso (mucosa).
Da laringe para baixo é epitélio respiratório que é pseudoestratificado, tem cílios e
produz muco. Isso não é para troca gasosa, é para purificar o ar e evitar que na
1
barreira alvéolo-capilar cheguem partículas estranhas, desnecessárias que possam por
ventura penetrar no sangue, já que o sistema respiratório é porta de entrada, por ter
um contato íntimo do meio externo com o meio interno (sangue).
No muco ficam presas as partículas que não deve chegar na barreira e os cílios ficam
batendo no sentido superior, empurrando o muco para cima, tirando esse muco do
sistema respiratório.
O muco é produzido por célula caliciforme no epitélio e glândulas mucosas. Quanto mais
alto tiver na via mais muco tem e quanto mais baixo estiver na via, menos muco tem
porque o muco embaixo pode cair dentro do alvéolo, e isso não é bom porque dificulta a
troca gasosa.
Exemplo:
Traqueia: muita célula caliciforme, muita glândula mucosa
Bronquíolo terminal: não tem glândula mucosa, só poucas células caliciformes
Bronquíolo respiratório: não tem glândula mucosa e não tem células
caliciformes
Se alguma coisa chega na barreira alvéolo-capilar que não foi aglutinada pelo sistema
muco-ciliar, ainda tem mais uma ferramenta de defesa que é o macrófago alveolar capaz
de fazer fagocitose nas partículas (exemplo: bactéria).
Essa via aérea também tem revestimento muscular porque quando inspira, precisa de
facilitar a entrada do ar pela dilatação da via aérea. Na hora que expira, a via aérea volta
pro diâmetro normal.
É mais fácil expirar do que inspirar.
Inspiração:
Rebaixamento do diafragma
Abertura da caixa torácica
Gasto de energia (ATP)
Pneumócito tipo II:
Mais gordinho
Tem menos que o pneumócito tipo I
É uma célula de reserva
Pode ser diferenciar em pneumócito tipo I
Quando tem destruição de parênquima pulmonar, prolifera o pneumócito tipo II para
reparar o tecido
É uma célula que produz surfactante, substância importante que impede que no final
da expiração os alvéolos colabem. O surfactante diminui a necessidade energética da
inspiração por manter o alvéolo aberto.
Obs: Colabamento alveolar também pode ser chamado de colapso alveolar ou atelectasia
2
não ficam queimados. Os ossos é o que mais rebate o raio x, por isso fica branco, o
filme não queima (chamados de radiopaco). O pulmão tem ar, que é o que mais deixa
o raio x passar, então os pulmões no raio x ficam pretos, por deixar o filme queimar
(são chamados de radiotransparentes). Em situações que ao invés de ar dentro dos
alvéolos, eu tenho líquido (seja ele edema ou sangue), vai prevalecer a radiopacidade.
Situações de edema pulmonar, hemorragia pulmonar ou neoplasia vão levar a
radiopacissidade no pulmão.
Imagem 1:
3
Imagem 2:
Saco alveolar:
Pneumócitos I (achatado), septo
alveolar por onde tão passando os
capilares
O capilar com célula endotelial
Membrana basal que é dupla de
vermelho. É de um lado e do outro,
porque dos dois lados tem alvéolo e no
meio o sangue que está fazendo as
trocas
Macrófago alveolar
Célula gordinha representando
pneumócito tipo II (menos quantidade,
não faz troca gasosa)
De pêssego na imagem está
representando o estroma pulmonar,
que é o esqueleto do alvéolo. Tem
colágeno, fibra elástica. É esse estroma
que chama de interstício pulmonar. Vai
dar a propriedade pro parênquima pulmonar de fazer complacência (inspiração),
aceitar o ar que está vindo, e depois fazer elasticidade (expiração) para empurrar o ar
para fora.
Se tiver fibrose nesse interstício, vai ser difícil ter complacência e elasticidade,
ocorrendo um problema ventilatório.
EDEMA PULMONAR:
Todo sistema de capilar favorece a troca de coisas do sangue com os tecidos
extravasculares.
Forma edema:
Aumento de pressão hidrostática
Diminuição de pressão oncótica
Diminuição de drenagem linfática
Aumento de permeabilidade capilar
4
Se tem líquido com proteína dentro dos alvéolos, o líquido é mais denso e tende a
grudar nos alvéolos. Se o paciente deita, o líquido não escorre, fica preso. Se tirar uma
raio x com o paciente em pé ou o paciente deitado, o edema exsudato tende a ficar no
meio lugar por ser mais denso, espesso, viscoso.
Antes do líquido cair dentro do alvéolo, ele é acumulado no septo. O edema no septo é
chamado de edema septal ou edema intersticial. O edema no alvéolo é chamado de
edema alveolar.
Se usar edema pulmonar, não está especificando se o edema é no septo ou se o
edema está no alvéolo.
Se usar edema alveolar, significa que o septo passou para o alvéolo.
Se usa edema septal, significa que o edema está só no septo, porque primeiro o
edema fica no septo porque lá que estão os vasos e o líquido do edema está vindo do
sangue.
Se tem o edema só no septo, os alvéolos ficam mais espessados e a trama alveolar fica
mais fácil de ver no raio x se pegar em grandes áreas. Isso é chamado de “aspecto em
vidro fosco”, que aumenta um pouco a radiopacissidade pulmonar. Se o edema estiver
nos alvéolos, está substituindo o ar e a radiopacissidade é mais destacada ainda.
Se o edema estiver no septo vai gerar uma imagem de “vidro fosco”. Se o edema
estiver no alvéolo, vai gerar uma imagem de “condensação pulmonar”.
Se a condensação se movimenta quando muda de posição, o edema não é exsudato,
não é inflamação no pulmão.
Edema exsudato altera complacência e elasticidade pulmonar porque tem a proteína
que é a fibrina e gruda nos alvéolos, dificultando a movimentação dos alvéolos.
Pode aumentar o peso do pulmão
O edema exsudato mais grave é o chamado “dano alveolar difuso”
Dano alveolar difuso:
Aumento de permeabilidade capilar intenso, principalmente por mediadores
inflamatórios
É mais agudo
É uma situação de estresse enorme no pulmão, como choque séptico, trauma,
paciente inalou um gás tóxico
Causas: choque de qualquer natureza, inalação de gás tóxico, picada de cobra,
picada de aranha levando a um processo inflamatório, pneumonia que toma
proporções maiores, apendicite, pancreatite, ou seja, qualquer processo
infeccioso/inflamatório no organismo, evoluindo para um processo pulmonar
porque circulações de mediadores inflamatórios excitam os macrófagos alveolares
Não é restrito a pulmão direito ou esquerdo, é difuso
Edema exsudato ocupando praticamente todos os alvéolos. No raio x está tudo
tampado, condensação pulmonar difusa bilateral.
O paciente está com baixa capacidade de troca gasosa. Tem que entubar o
paciente, mas pode morrer porque dano alveolar difuso é muito grave. Chamada
na clínica de “Síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA)”.
Muita fibrina no alvéolo, gruda na parede do alvéolo e isso é chamado de
“membrana hialina”. Não confundir com a doença da membrana hialina!
Esse aumento enorme da permeabilidade capilar, pode estar associado com a
destruição da barreira alvéolo-capilar.
Na formação do dano alveolar difuso, tem que ter uma excitação inflamatória
muito grande no pulmão para que haja o aumento exacerbado da permeabilidade
5
capilar. No centro dessa resposta inflamatória exacerbada, está o macrófago
alveolar. Alguma coisa está hiperestimulando o macrófago alveolar e ele começa a
produzir muito mediador inflamatório, recrutando neutrófilo pro pulmão e isso
dispara uma resposta inflamatória completamente desproporcional. Os
mediadores inflamatórios agridem a barreira alvéolo-capilar, por exemplo, com
radical livre, que gera dano na barreira alvéolo-capilar e aumenta mais ainda a
permeabilidade, a fibrina inunda o alvéolo e gruda na parede dos alvéolos fazendo
a membrana hialina. Isso vai provocar a angústia respiratória no paciente porque a
fibrina vai tampar a troca gasosa. A fibrina vai dificultar a complacência e
elasticidade do pulmão, e como o processo é difuso, o paciente faz insuficiência
respiratória aguda. Quando pega o pulmão normal na mão e coloca na mesa, ele
esparrama porque é complacente, ele se adapta onde estivar. Se pegar um pulmão
com membrana hialina (dano alveolar difuso) e colocar em cima da mesa, ele fica
do jeito que está. É chamado de “pulmão armado”. Quando aperta, não aceita a
pressão do seu dedo porque a fibrina está dentro dos alvéolos. É “pulmão do
choque” porque é frequente de aparecer em situações que tem choque. Tem
aumento de peso, pulmão mais vinhoso pela vasodilatação por conta da
inflamação que encharca o pulmão de sangue.
Se não retira a fibrina, atrai fibroblasto e começa a produzir colágeno. Se o
paciente sobrevive ao dano alveolar difuso, frequentemente ele tem sequelas que
é fibrose pulmonar. Dependendo do grau de fibrose pulmonar pode desenvolver
insuficiência respiratória crônica.
Um paciente fez uma cirurgia complicada para tirar um câncer, demorou 12h,
perdeu sangue. Um dia depois que acabou a cirurgia no pós operatório, ele
começa a ficar com falta de ar. Pode ter acontecido o stress da cirurgia e perda do
sangue, que estimulou os macrófagos alveolares a montarem uma resposta
inflamatória no pulmão. Antes não tinha nada no pulmão, mas agora começa a
fazer edema no pulmão, e tem que pensar em dano alveolar difuso. É mais difícil
tirar esse edema que é líquido com proteína, do que do edema agudo de pulmão
que é mais líquido. Para tirar a fibrina é muito difícil.
Imagem 3:
6
Pode ser visto a fibrose, colágeno
Tem perda da arquitetura, difícil reconhecer que é pulmão
Tem que detectar o dano alveolar difuso precocemente para barrar o processo de
inflamação desenfreado que está acontecendo
Diagnóstico morfológico: fibrose pulmonar
Qualquer edema, seja ele exsudato ou transudato, pode prejudicar as trocas gasosas. O
que vai determinar o prejuízo, é a extensão do edema. Quanto mais edema tiver, maior a
chance de prejudicar a troca gasosa. Esse prejuízo é uma sintomatologia de dispneia,
falta de ar. Quanto mais grave o edema, mais grave a falta de ar.
Dispneia não é patognomônico de edema pulmonar.
O edema está dificultando a troca gasosa. O edema não dificulta o caminho do sangue ou
o caminho do ar.
Os dois tipos de edema fazem o pulmão ficar mais pesado
Quando aperta o pulmão e o líquido sai pela via aérea, é transudato porque é fluido. Se
aperta o pulmão e ele dá uma resistência, o edema é exsudato, por causa da proteína. A
proteína é fibrina. Sai o fibrinogênio, vira fibrina.
Para haver troca entre tecido e sangue, o líquido tem que sair.
Se o coração não estiver mantendo o fluxo adequado de sangue, o sangue fica retido no
sistema venoso, chamado de congestão. O líquido não consegue voltar quando está
cheio de sangue e fica acumulado no interstício, chamado de edema.
7
Imagem 4:
Imagem 5:
8
O que parece teia de aranha é fibrina
A parte com muito sangue é porque está com vasodilatação, hiperemia
Não é dano alveolar difuso porque a fibrina não está fazendo uma faixa rosa gigantesca
tampando a superfície do alvéolo
Imagem 6:
Imagem 7:
9
Normal
Hemácias uma atrás da outra
Imagem 8:
10
Isso é edema pulmonar transudato crônico. O que está causando isso é uma insuficiência
cardíaca congestiva esquerda crônica.
Paciente com dispneia, cansaço.
Se descompensa a IC, o edema vai espalhando.
A região da foto deve ser as bases pulmonares, que são os locais mais comuns de edema
transudato, até porque a pressão hidrostática lá já é maior, funcionando contra a força da
gravidade.
11