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Não Farmacológica em
GERIATRIA E
GERONTOLOGIA
Manual de Terapêutica
Não Farmacológica em
GERIATRIA E
GERONTOLOGIA
Editores
Wilson Jacob Filho
Fábio Padoan Medeiros da Silva
Luciana Louzada Farias
Rafaela Branco Miranda
Sumika Mori Lin
Thiago Junqueira Avelino da Silva
EDITORA ATHENEU
São Paulo — Rua Jesuíno Pascoal, 30
Tel.: (11) 2858-8750
Fax: (11) 2858-8766
E-mail: atheneu@atheneu.com.br
ISBN 978-85-388-0509-0
1. Geriatria 2. Terapêutica
14-0181 CDD-619.2
Filho. W. J.: Silva. F. P M.; Farias. L. L.; Miranda, R. B.: Lin. S. M.; Silva, T J. A.
Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
© Direitos reservados à Editora Atheneu - São Paulo. Rio de Janeiro. Belo Horizonte. 2014.
Editores
Eduardo Dias
Médico-Residente do SG-HC-FMUSP de 2011 a 2013. Título de Especialista em Geriatria pela
SBGG/AMB.
Erika Satomi
Título de Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB. Título de Especialista em Medicina do
Sono pela Associação Brasileira do Sono (ABS).
Flávia Campora
Médica-Assistente do SG-HC-FMUSP. Título de Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB.
Marcei Hiratsuka
Médico-Assistente do SG-HC-FMUSP. Título de Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB.
Marcelo Altona
Médico-Assistente do SG-HC-FMUSP. Título de Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB.
Ornar Jaluul
Doutor em Ciências Médicas pela FMUSP. Médico-Assistente do SG-HC-FMUSP. Título de
Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB.
Sami Liberman
Doutor em Ciências Médicas pela FMUSP. Médico-Assistente do SG-HC-FMUSP. Título de
Especialista em Geriatria pela SBGG/AMB.
Os Editores
APRESENTAÇÃO
A ideia de elaborar este Manual surgiu da maneira mais simples, mas também mais adequada
para que algo seja feito: da necessidade aliada à oportunidade.
Fábio Padoan, Residente de 1º ano do PRM em Geriatria do Hospital das Clínicas da Facul
dade de Medicina da Universidade de São Paulo, atendeu no ambulatório breve em 2011 um
homem com 76 anos, cuja queixa principal era não conseguir manter-se em pé devido a tontu
ras e turvação visual. A confirmação do diagnóstico de hipotensão ortostática foi imediata,
visto que sua pressão arterial de 150 × 100 mmHg deitado reduzia-se para 70 × 40 mmHg
sentado, sendo impossível que ficasse em pé para a avaliação.
Por não terem sido detectadas quaisquer causas predisponentes ou complicadoras dessa con
dição, foram-lhe indicadas, mediante um roteiro de orientações, as medidas não farmacológicas,
com as quais apresentou melhora da hipotensão e dos sintomas, voltando a deambular com a
ajuda de um andador, o que lhe conferiu mais independência e autonomia.
Ao conhecer a evolução do caso clínico, perguntei ao jovem Residente se tinha ideia de
quão poucas pessoas saberiam o que fazer antes de propor algum tratamento medicamentoso
àquele cliente.
Depois de um pouco mais de reflexão, lembrei-me de quantas são as orientações capazes de
tratar doenças e/ou minimizar sintomas que devem preceder às prescrições medicamentosas,
cada vez mais extensas e mais complexas.
Em geral, raramente são utilizadas na prática clínica, por vários motivos, facilmente refutáveis:
“não funcionam” ‒ há evidências suficientes para justificar sua recomendação;
“os clientes não aderem” ‒ não há fundamento que apoie essa opinião;
“os clientes preferem medicamentos ” ‒ serão os clientes ou os profissionais que têm essa
preferência?;
“eu não as conheço bem” ‒ é chegada a hora de conhecê-las.
Surgiu aí a proposta de fazer daquele simples roteiro de orientações uma coletânea de infor
mações e evidências que pudessem multiplicar o emprego de medidas não farmacológicas em
geriatria e em gerontologia
A sensibilização dos Preceptores, dos Residentes e Médicos-Assistentes do Serviço de Geria
tria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo para o
grande desafio foi imediata. Todos se propuseram, rapidamente, a procurar o que de verdade
existe nas propostas não medicamentosas para as principais afecções que acometem o idoso.
Na divisão dos temas por preferências e competências, combinamos o jovem mais interessado
com o geriatra mais experiente em cada assunto.
Surgiu assim, depois de muitas discussões e consensos entre os Editores e Autores, a decisão de
que este Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia seria dirigido aos
profissionais, dotando-os de informações e evidências para a prescrição dessas medidas e, em
destaque, de uma planilha resumida com as orientações que poderiam (e deveriam) ser multipli
cadas. Estas serão disponibilizadas eletronicamente, para que possam ser reproduzidas sem ônus
e sem limitações.
Para compor ainda melhor a textura desta obra, foi escolhido um dos nossos maiores defen
sores da “boa prática médica” ‒ o Professor Dario Birolini ‒ para redigir o seu Prefácio. Por
muitas décadas de convivência, pude desfrutar do seu conhecimento como eminente cirurgião,
cuidadosamente emoldurado pela enorme experiência na busca pela melhor solução para o pro
blema, na medida justa e adequada entre a escassez e o excesso. Exercita como poucos a rara arte
de fazer o bastante. O texto com que nos brindou é um bom exemplo dessa virtude.
Como veem, há muito por se aprender a fazer e mais ainda por se fazer aprendendo. Peço
apenas que não considerem este livro finalizado. Certamente, existem muitos outros temas que
poderão ser incluídos em próximas edições. Não temam encaminhá-los, como sugestões, ao
mesmo endereço em que encontrarão as planilhas de orientações presentes no fim de cada capítulo:
<www.gerosaude.com.br>.
Usem e abusem daquilo que foi preparado com a melhor das intenções.
Ao ser convidado para escrever algumas palavras como prefácio deste livro, confesso que me
senti preocupado, ainda que muito feliz. De fato, o exercício da cirurgia durante mais de meio
século muito me ensinou a respeito do significado intrínseco e complexo da medicina.
Nossa espécie, o Homo sapiens, é fruto de um desenvolvimento fisiológico, anatômico e imu
nológico ocorrido através de centenas de milhares de anos, que lhe permitiu enfrentar e superar
situações adversas, sobrevivendo e multiplicando-se. Obviamente, ainda que conseguisse vencer
muitas das agressões sofridas, o Homo sapiens primitivo era vítima de deteriorações físicas e de
doenças para as quais não tinha defesas.
Com o passar dos séculos, graças aos progressivos avanços de nossa profissão e à melhoria
das condições de vida, foram surgindo várias “subespécies” do Homo sapiens*. Entre elas, segu
ramente a de maior impacto foi o “Homo sapiens senex”. Entretanto, muitas outras se multipli
caram. Apenas para mencionar uma com a qual todos nós convivemos nos dias atuais, lembro
o “Homo sapiens obesus”.
Mais recentemente, com o espantoso desenvolvimento dos meios de comunicação e com a
crescente acessibilidade de avalanches de informações não raramente equivocadas, o Homo
sapiens acabou dando origem ao Homo stultus, uma espécie de crescimento explosivo que, des
conhecendo seu passado e seu imenso potencial genético, passou a adotar a tecnologia de ponta
como forma de garantir sua saúde. Passou a ser vítima do “novidadeirismo ”, ou seja, da crença de
que tudo que é novo é bom. Passou a adotar hábitos de vida totalmente equivocados, na convicção
de que suas consequências poderiam ser facilmente corrigidas pelo uso de medicamentos.
O cerne de nossa profissão, que era a relação médico-paciente, deixou de existir. Nos dias
atuais, quando o paciente/impaciente tem algum sintoma ou está descontente com seu desempe
nho físico ou com seu aspecto, procura o “Dr. Google” e, uma vez feito seu próprio diagnóstico,
procura um médico de convênio ou o pronto-socorro mais próximo de casa para que lhe sejam
solicitados exames e prescritos medicamentos. Em decorrência, nasceram novas subespécies, entre
as quais o “Homo stultus perverstigatio victima” e o “Homo stultus medicamentum victima”.
Para complicar mais um pouco essa já caótica situação, as últimas décadas se caracteriza
ram por uma série de mudanças na formação do médico e no exercício da medicina, profissão
que alguém já definiu, com justa razão, como “ciência e arte de verdades transitórias”. Multi
plicam-se escolas médicas desprovidas de docentes qualificados e de hospitais-escola. Impor
tam-se médicos de formação questionável. Faltam vagas para residência. Mas, talvez, o que
mais esteja contribuindo para a deterioração do exercício da medicina é a crescente dificuldade
que o médico enfrenta para manter-se atualizado.
De fato, há incontestáveis evidências de que muitas das pesquisas publicadas na literatura
médica, mesmo em revistas conceituadas, e a grande maioria dos trabalhos divulgados pela in
ternet, são intencionalmente falsos e movidos por interesses econômicos ou de promoção pessoal.
A divulgação crescente de protocolos, de consensos, de “guidelines”, ainda que teoricamente
interessante, não raramente resulta em deterioração da assistência. De fato, limitam-se a sugerir
e aconselhar a adoção de caminhos diagnósticos e/ou terapêuticos de âmbito genérico. Ou seja,
não levam em conta que cada doente é um doente. Em outras palavras, se adotados de modo
indiscriminado, podem resultar em prejuízos significativos para o doente.
Outro tema extremamente agressivo é o assim denominado “disease mongering”, ou seja, a
comercialização de novas “doenças”. Da mesma forma, é polêmica a adoção frequente de novos e
questionáveis critérios para uma série de dados clínicos e laboratoriais. Vejam, por exemplo,
o que ocorreu nos últimos anos com os valores considerados normais ou desejáveis para as taxas
de glicemia e de colesterol ou de pressão arterial.
A consequência é que esse conjunto de fatos fragilizou o médico, induziu-o a adotar a assim
chamada “medicina defensiva”, que eu denomino “medicina ofensiva”, e resultou em uma pro
gressiva fragmentação da Medicina em inúmeras especialidades, ou subespecialidades. É comum,
nos dias atuais, que o médico, seja ele clínico ou cirurgião, se dedique ao tratamento de uma
determinada doença, quando não de algum sintoma ou mesmo de algum achado de exame. E,
para complicar mais ainda essa fragmentação, é comum a falta de comunicação entre os nume
rosos médicos envolvidos na assistência. Poder-se-ia comparar o atendimento ao desempenho de
uma orquestra na qual cada músico tocasse um instrumento, mas interpretando uma partitura
diferente. O que falta é um maestro.
Por todos esses motivos, é essencial que informações corretas sejam divulgadas, tanto aos
médicos como ao público leigo, com o intuito de resgatar o elo médico-paciente e de valorizar o
profissional tradicional, clássico, aquele que considera fundamental tirar a história da doença
atual, avaliar os antecedentes e realizar o exame clínico completo e que, ainda que solicite os
exames laboratoriais e de imagem, reserva-lhes um caráter “complementar”.
Concluo essas considerações insistindo na afirmativa de que é de extrema importância que
informações como as contidas neste livro sejam amplamente divulgadas, enfatizando a impor
tância dos “generalistas”, sejam eles pediatras, clínicos ou geriatras, evitando que sejam relegados a
um plano secundário e, ao mesmo tempo, oferecendo aos especialistas a oportunidade para que
adquiram conhecimentos básicos que lhes permitam analisar o doente de forma holística.
(*) As diferentes modalidades da espécie “Homo” (senex, obesus, stultus, pervestigatio victima,
medicamentum victima) apresentadas no texto são apenas fruto de minha imaginação.
1 Alimentação saudável....................................................................................................... 1
Flávia Campora • Raquel Volpato Bedone Lepper
2 Atividade física.................................................................................................................... ?
Alexandre Leopold Busse • Amanda Lagreca Venys de Azevedo
3 Órgãos do sentido.............................................................................................................. 11
Márlon Juliano Romero Aliberti • Marcos Daniel Saraiva
4 Tabagismo............................................................................................................................ 21
Claudia Kimie Suemoto • Jonas Gordilho Souza
5 Osteoartrose....................................................................................................................... 25
Alexandre Estevão Vamos Kokron • Cristiane Comelato • Melina Souza da Costa
6 Osteoporose........................................................................................................................ 31
Maria do Carmo Sitta • Renata Wanderley Diniz
7 Quedas................................................................................................................................... 37
Sergio Marcio Pacheco Paschoal • Bruna Mezan Algranti
8 Anticoagulação.................................................................................................................... 43
José Antonio Esper Curiati • Alexandra Gerner de Albuquerque Felizola
9 Diabetes mellitus............................................................................................................... 51
Sami Liberman • Valéria de Paula Richinho
10 Dislipidemia......................................................................................................................... 57
Marcel Hiratsuka • Fabiana Sano Kubo
12 Hipotensão ortostática.................................................................................................... ?3
Wilson Jacob Filho • Fábio Padoan Medeiros da Silva
16 Constipação intestinal...................................................................................................... 93
Antônio Carlos Pereira Barreto Filho • Jonas Gordilho Souza
17 Refluxo gastroesofágico................................................................................................... 97
Luiz Antonio Gil Junior • Vanessa Silva Morais
19 Sexualidade......................................................................................................................... 111
Venceslau Antonio Coelho • Eduardo Dias
20 Delirium.................................................................................................................................. 115
Marcelo Altona • Ana Carolina Garcia e Garcia
21 Demência: sintomas comportamentais...................................................................... 121
Lilian Schafirovits Morillo • Fábio Padoan Medeiros da Silva
22 Depressão............................................................................................................................ 129
Omar Jaluul • Fabio Campos Leonel
23 Insônia.................................................................................................................................. 135
Erika Satomi • Rafael Lyra Rodrigues Alves
Índice.................................................................................................................................................... 129
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
FLÁVIACAMPORA - RAQUELVOLPATO BEDONELEPPER
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
alimentos industrializados como sopas, líquidos, pelo menos a cada 4 horas. Nos
macarrões prontos secos ou congelados, dias frios, podem ser substituídos por chás.
pois contêm alta quantidade de sal. 9. Torne sua vida mais saudável. Pratique
8. Tome líquidos durante o dia, principalmen pelo menos 30 minutos de atividade física
te nos dias mais quentes e quando está com todos os dias e evite as bebidas alcoólicas e
sede. Se não sente sede, mesmo assim tome o fumo.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
24. Sofi F, Abbate R, Gensini GF, Casini A. Ac- 25. Bischoff-Ferrari HA, Giovannucci E, Willett
cruing evidence on benefits of adherence to WC, Dietrich T, Dawson-Hughes B. Estima-
the Mediterranean diet on health: an uptodate tion of optimal serum concentrations of 25-
systematic review and meta-analysis. Am J hydroxyvitamin D for multiple health outco-
Clin Nutri 2010. mes. Am J Clin Nutr 2006;84:18-28.
ATIVIDADE FÍSICA
ALEXANDRE LEOPOLD BUSSE - AMANDA LAGRECAVENYS DE AZEVEDO
BENEFÍCIOS AVALIAÇÃO
Indivíduos idosos que se mantêm fisicamen Um programa básico deve incluir uma ava
te ativos durante a vida apresentam inúmeros liação inicial e orientações quanto ao tipo, à
ganhos na saúde, como visto no Quadro 2.14,6-9. intensidade, à frequência e à duração dos exer
8 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
cícios11. O melhor programa é o individualiza zar as tarefas cotidianas, nas quais necessita
do, para atender às necessidades e às condições muito mais de força muscular, resistência e fle
de saúde de cada pessoa. xibilidade do que de capacidade aeróbica.
Os pacientes devem ser submetidos a uma Exercícios de flexibilidade aumentam a
avaliação que contemple anamnese e exame fí amplitude de movimento das articulações e
sico, incluindo fatores de risco cardiovascula alongam os músculos. Existem evidências de
res, avaliação cognitiva, avaliação funcional, que tanto os exercícios aeróbicos como os exer
aptidão física prévia, acuidades visual e auditi cícios resistidos trazem benefício na promoção
va e estado emocional. O teste ergométrico de saúde dos idosos13,14.
pode ser realizado nos idosos antes de inicia
rem suas atividades físicas, com o objetivo de RECOMENDAÇÕES
estratificar o risco, de avaliar a capacidade car Uma combinação de atividade aeróbica,
diorrespiratória e de auxiliar na prescrição dos treino de força e exercícios de flexibilidade,
exercícios. No teste ergométrico, as variáveis além de aumento da atividade geral diária,
consideradas para análise são consumo máxi pode reduzir a dependência de medicamentos
mo de oxigênio (VO2 máx) e frequência cardía e os custos com a saúde. No entanto, os pacien
ca (FC máx) do paciente11-13. tes, muitas vezes, não se beneficiam plenamen
te das prescrições de exercício porque recebem
TIPOS DE EXERCÍCIOS
instruções vagas ou inadequadas. Prescrições
A aptidão física é a capacidade que o indivíduo de exercícios devem incluir orientações especí
possui para desempenhar suas tarefas e tem como ficas, conforme descrito na Tabela 2.1. O mne
variáveis o condicionamento cardiovascular, a for mônico FITT-PRO15 individualiza o treina
ça e resistência muscular, a flexibilidade e equilí mento, no qual F significa frequência de 3 a 5
brio, e a composição corpórea5,13. Diversas são as vezes por semana; I de intensidade moderada
formas de melhorar a aptidão física dos idosos, segundo os critérios VO2 (entre 60 e 70% da
como estimulando a prática de exercícios aeróbi VO2 máx), frequência cardíaca (entre 50 e 80%
cos, resistidos e de flexibilidade. da FC máx) ou escala subjetiva de Borg; T de
Exercícios aeróbicos são aqueles que usam tipo de exercício; T de time ou duração de 30
grandes grupos musculares para promover mo minutos por dia, e por último PRO, que quer
vimentos repetidos, e que obtêm um aumento dizer progressão, aumento gradual da frequên
da frequência cardíaca e da temperatura corpo cia, duração e intensidade do programa. Para
ral. As atividades físicas de natureza aeróbica idosos em reabilitação cardíaca e para os se
atuam como proteção contra diversos fatores de dentários em início de treinamento, a intensi
risco para as doenças cardiovasculares. dade deve começar com FC máx próxima de
Exercícios resistidos promovem ganho de 40% e com duração de 20 a 30 minutos. O au
massa, força e resistência quando o músculo se mento do treino deve ser gradual e, após essa
movimenta contra uma resistência oferecida. fase de adaptação ao exercício, o idoso passará
O treinamento da força muscular é importante a treinar com prescrições semelhantes à de
para o idoso manter a sua capacidade de reali idosos ativos7,13-18.
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
8. Busse AL, Gil G, Santarém JM, Filho WJ. Phy tion, Physical Activity, and Metabolism. Cir-
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demy Family Physicians 2006;74:434-44.
11. Taylor AH, Cable NT, Faulkner G, Hillsdon M,
16. Chodzko-Zajko W, Proctor DN, Singh MAF,
Narici M, Van der Bij AK. Physical activity and
Minson CT, Nigg CR, Salem GJ. Exercise and
older adults: a review of health benefits and the
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ÓRGÃOS DO SENTIDO
MÁRLON JULIANO ROMERO ALIBERTI - MARCOS DANIEL SARAIVA
■ Durante a atividade física, usar tênis con A perda visual gera mudanças na marcha,
fortável, com sistema de amortecimento de no equilíbrio, com maior gasto energético, fra
impactos. queza muscular e quedas, principalmente em
■ Orientar o paciente a buscar objetos que ambientes com pouca iluminação. A visão sub
possam estar dentro do calçado, como pe normal está ainda relacionada com perda de
dras, pregos e costuras que se projetam, an funcionalidade, declínio cognitivo, compro
tes de calçá-lo. metimento psicossocial e depressão1,8.
■ Em caso de deformidades ou úlceras, orien
tar o paciente a buscar lojas especializadas Avaliação da visão
na confecção de calçados para pés com Deve-se iniciar a avaliação da acuidade vi
neuropatia periférica. sual perguntando ao paciente se ele apresenta
■ Dar orientações gerais quanto ao risco de alguma dificuldade visual. Idosos com visão
quedas. subnormal, frequentemente, negam perda vi
sual quando essa se dá de forma progressiva,
VISÃO
sendo necessários testes objetivos. O ideal é
A visão é um dos principais órgãos do sen que pacientes idosos sejam avaliados anual
tido a sofrer alterações com a idade. Na faixa mente por oftalmologista. Com o objetivo de
dos 70 aos 74 anos, 14% dos indivíduos têm di avaliar a visão funcional do idoso, pode-se uti
ficuldades visuais significativas, sendo que, lizar do Teste de Snellen9.
após os 85 anos, a perda visual está presente
em 32% dos idosos. Além disso, mais de 90% Orientações ao idoso com perda visual9-11
dos idosos necessitam de lentes corretivas em ■ Encaminhamento de todo paciente com per
algum período do dia1,6,7. da visual para avaliação oftalmológica e a pro
Observam-se, no processo de envelhecimen fissionais envolvidos na reabilitação visual.
to, as seguintes mudanças na visão:1,6 ■ Prescrição, por oftalmologista, da correção
■ Pálpebra: enfraquecimento muscular, frou óptica dos erros de refração ou ametropia
xidão palpebral com eventual exposição da (miopia, hipermetropia, astigmatismo) e de
córnea. auxílios ópticos, eletrônicos e não ópticos
■ Lágrima: menor quantidade e qualidade da necessários para baixa visão:
lágrima, gerando sensação de olho seco 1. Auxílios ópticos para baixa visão: utiliza
(Síndrome do Olho Seco). ção de lente ou sistema óptico posicionado
■ Cristalino: perde a elasticidade, se espessa e se entre o observador e o objeto a ser observa
opacifica, originando a presbiopia e a catarata. do. Podem proporcionar filtração seletiva
■ Pupila: redução do diâmetro pupilar, com do espectro visível da luz, ampliação, con
lentificação das reações pupilares à luz. densação ou reposicionamento da imagem
■ Retina: diminui a quantidade de fotopig retiniana. Exemplos:
mento e perde eficiência na remoção de ■ sistema telescópio: indicado para distâncias
metabólitos, favorecendo a degeneração intermediárias e longas;
macular. ■ lentes esferoprismáticas, esféricas ou micros
A partir dessas alterações observadas no cópicas, lupas manuais e de apoio: indicadas
processo da senescência, o idoso apresenta per para ampliação de imagem próxima;
das na acuidade visual com pouco contraste, ■ prismas: deslocam a imagem incidente no
na adaptação a ambientes escuros, na tolerân campo visual defeituoso para o campo vi
cia ao brilho, na capacidade de discriminar co sual funcional.
res e profundidade, no campo visual atencio 2. Auxílios eletrônicos: integram sistemas óp
nal e processamento rápido, na capacidade de ticos para ampliação da imagem em vídeos e
leitura e de acomodação1,6,7. recursos de informática especializados.
14 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
3. Auxílios não ópticos: modificam as caracterís contraste da linha com o fundo e facilitar a
ticas ambientais e o material a ser observado: localização e o seguimento (Figura 3.1).
■ Ampliação do tamanho real dos objetos.
■ Ampliação de letras de impressos; contraste
entre coloração da letra e papel; evitar usar
papel brilhante; aumentar espaçamento en
tre caracteres e entre linhas (30% da altura
da letra utilizada); atentar ao estilo da letra
(utilizar fontes simples, sem detalhes); utili
zar margens estreitas para maior aproveita
mento da largura do papel.
■ Ampliação de caracteres em teclados de te
lefones, relógios, jogos, materiais para cos
tura e medidas. FIGURA 3.1 Tiposcópio ‒ diminui a luz refletida,
■ Iluminação: sempre garantir iluminação aumenta o contraste e facilita a localização e o
haja uma parede ou mobília próximas onde Todos os testes de triagem para perda audi
possa se apoiar. tiva devem ser somente realizados após otosco
■ Orientar e treinar habilidades visuais e pia, pela maior prevalência de cerume em idosos.
motoras direcionadas às atividades de vida Deve-se iniciar a avaliação perguntando se
diária. o paciente apresenta qualquer dificuldade com
■ Não dirigir ou realizar atividades que de a audição. Se negativo, prosseguir a investiga
pendam da visão e que coloquem em risco ção com o Teste do Sussurro. Caso a resposta
a sua vida ou a vida de outras pessoas. seja positiva ou Teste do Sussurro positivo, en
■ Orientar o cuidador a dizer o nome ao pacien caminhar o paciente para avaliação de um
te ao entrar ou sair do cômodo em que está. otorrinolaringologista1,12.
■ Se Síndrome do Olho Seco: orientar uso de
colírios de lágrima artificial. Orientações ao idoso com perda
■ Se lagoftalmo (fechamento incompleto da auditiva1,12,16,17
pálpebra): orientar uso de colírios de lágri ■ Encaminhar o paciente com hipoacusia
ma artificial, oclusão noturna (com óculos para avaliação de Otorrinolaringologista e
16 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
para a Reabilitação Audiológica, que consis ■ Não falar comendo, mascando chicletes ou
te em: avaliação global do paciente, meticu com a boca coberta.
losa seleção do Aparelho de Amplificação
Sonora, orientações ao paciente e familiares, Orientações para o ouvinte com alteração
treinamento da percepção auditiva e visual auditiva
da fala e técnicas de comunicação em am
■ Sempre avisar o interlocutor de sua deficiên
bientes acústicos desfavoráveis.
cia auditiva ‒ não se sinta constrangido, já
■ Se indicado, orientar uso de Aparelho de
que avisá-lo previamente trará maior con
Amplificação Sonora (AAS):
sideração e cuidados ao falar.
■ o AAS deve ser prescrito pelo otorrino
■ Solicitar que o interlocutor repita a frase
laringologista, guiado pela audiometria;
novamente ou de outra maneira, caso não a
■ iniciar o mais precocemente possível
tenha compreendido.
(facilitar adaptação);
■ Olhar diretamente para o rosto de quem
■ orientar o paciente de que o ajuste e a
acomodação ao aparelho muitas vezes está falando, para suas expressões faciais e
são demorados e de que pode ocorrer lábios.
certa intolerância aos sons amplificados; ■ Estar determinado em aperfeiçoar técnicas
■ orientar que a audição não é restaurada de leitura facial e labial.
ao normal com o AAS, mas que há uma ■ Em conversas de grupo, tentar se posicio
melhora da inteligibilidade da fala, re nar em localização estratégica. Se houver
duzindo os efeitos psicológicos e sociais hipoacusia unilateral, posicionar a orelha
da perda auditiva; contralateral em direção ao interlocutor.
■ caso não ocorra a adaptação, orientar o ■ Aumentar a intensidade sonora da campai
paciente a retornar a conversar com o nha, toque de telefone e alarmes ou substi
otorrinolaringologista, já que existem tuí-los por sinais visuais (luz) ou táteis
diversos modelos e tipos que podem ser (vibração).
testados; ■ Utilizar amplificadores pessoais (fones de
■ se a perda auditiva exceder a capacida ouvido) para televisão, telefone e rádio.
de de correção dos AASs, podem ser ■ Orientar cuidados reforçados ao atravessar
indicados os implantes cocleares. ruas, já que a buzina dos carros pode não
■ Orientar a família e rede social quanto à pre ser ouvida.
sença do déficit auditivo, necessidade de ■ Cessar tabagismo, uso de álcool, manejar
compreensão e paciência. Evitar isolamento adequadamente os fatores de risco cardio
social e tentar incluir o paciente na maior
vascular e realizar atividade física.
parte das atividades que conseguir realizar.
■ Pesquisar ativamente e evitar o uso de me
dicamentos ototóxicos e solventes.
Orientações para quem fala com o idoso
■ Pacientes submetidos à exposição de ruídos
com déficit auditivo
de grande intensidade por tempo prolonga
■ Sempre alertar o ouvinte antes de iniciar a do (acima de 85 decibéis ‒ como em fábri
fala, esperar que o ouvinte esteja próximo e
cas, aeroportos, trânsito, discotecas) devem
olhando para você antes de falar.
utilizar protetores auditivos durante a ex
■ Se possível, conversar em locais mais silen
posição e diminuir tempo de exposição, se
ciosos.
possível.
■ Falar um pouco mais devagar, espaçando
■ Pacientes com cerume de repetição devem,
as palavras e acentuando suavemente as sí
como profilaxia, evitar limpeza com coto
labas importantes.
■ Falar um pouco mais alto, porém sem ne netes e a permanência de água no conduto
cessidade de gritar. auditivo.
■ Se o ouvinte não o estiver entendendo, não ■ Pacientes com deficiência auditiva igual ou
repetir a frase várias vezes, mas dizê-la de superior a 40 decibéis estão impedidos para
outra maneira, utilizando outras palavras. a direção de veículos.
Órgãos do sentido 17
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
■ Não cortar os calos ou utilizar abrasivos. ■ Usar canetas porosas e lápis 3B ou 6B.
■ Procurar um profissional especializado, ■ Usar folhas com pauta ampliada e reforçada.
em vez de ir à manicure ou pedicure. ■ Usar guias para escrita feitas com fendas
■ Manter sempre os pés protegidos ‒ evitar nos locais que devem ser preenchidos.
andar sem calçados. ■ Usar lentes bifocais e multifocais: ao andar,
■ Usar meias de algodão ou lã. Evitar meias flexionar o pescoço e olhar por cima das
com costura, de tecido sintético ou nylon. lentes para não tropeçar. Fazer isso deva
■ Utilizar sapatos confortáveis, macios, fecha gar, já que pode gerar tontura.
dos, com solado rígido e piso antiderrapante. ■ Sempre manter os locais bem ilumina
■ Se o calçado for novo, não utilizar por mais dos, principalmente o caminho da cama
de uma hora por dia até que esteja macio. ao banheiro.
■ Evitar saltos altos e bicos finos; utilizar ■ Manter o domicílio com cores vivas e con
saltos quadrados com no máximo 3 cm de trastantes.
altura. ■ Evitar mudanças de lugar na mobília ou
■ Evitar chinelos de dedo ou de tiras; evitar nos objetos pessoais. Não deixar objetos
sapatos de plástico, couro sintético, duros largados no chão.
ou apertados. ■ Ao andar, segurar no braço do acompa
■ Durante o exercício físico, usar tênis con nhante. Se não houver espaço para passar
fortável, com amortecedor. lado a lado, o acompanhante deve ir à fren
■ Antes de vestir o calçado, olhar dentro em te, segurando ainda seu braço.
busca de pedras, pregos e costuras. ■ Não ficar sozinho em pé sem uma parede
ou mobília próximas onde possa se apoiar.
Orientações ao cliente com perda visual ■ Não dirigir ou realizar atividades que de
■ Em caso de diminuição da visão, procurar pendam da visão e que coloquem em risco
sempre um oftalmologista para avaliação, a sua vida ou a vida de outras pessoas.
prescrição de óculos e outros auxílios como Aos cuidadores:
lupas e lentes. ■ Sempre dizer o nome ao paciente ao entrar
■ Buscar serviço de reabilitação visual. ou sair do cômodo em que está.
■ Utilizar auxílios eletrônicos que ampliam ■ Treinar o paciente a andar no domicílio,
imagem em vídeos e recursos de informática. bem como a reconhecer o local dos objetos.
■ Ampliar letras dos papéis impressos; usar ■ Treinar o paciente nas atividades que ainda
tinta preta em papel branco; espaçar bem consiga realizar.
as linhas; utilizar letra de forma simples; ■ Se olho seco: usar colírios de lágrima artificial.
evitar usar papel brilhante; utilizar mar ■ Se o olho não fecha totalmente ao dormir:
gens estreitas, para maior aproveitamento usar colírios de lágrima artificial, óculos de
da largura do papel. natação ao dormir e evitar ar-condiciona
■ Ampliar números e letras em teclados de do, fumaça de cigarro, vento e ambiente
telefones, relógios, jogos, materiais para poluído.
costura e medidas. ■ Buscar o serviço social para conhecer os
■ Para diminuir o reflexo da luz no papel, direitos que um paciente com deficiência
utilizar cartão preto com fenda com altura visual tem.
para duas linhas, folhas de acetato de ama
relo, viseiras, chapéus, bonés ou armações Orientações ao cliente com perda auditiva
de óculos com proteções laterais. ■ Em caso de diminuição da audição, procu
■ Usar pranchas inclinadas para apoio de rar sempre um otorrinolaringologista para
material de leitura. avaliação.
Órgãos do sentido 19
que o paciente obteve êxito em parar de fumar dades de exercícios, os que têm maior benefício
por menos de seis meses. O último deles, o es comprovado são os aeróbicos, como caminha
tágio de manutenção, é aquele em que o pa da, ciclismo, natação e corrida17.
ciente fica sem fumar por seis meses ou mais11. É crucial que indivíduos em processo de
Existem diversas estratégias com o objetivo cessação do tabagismo sejam estimulados a
de ajudar os pacientes a parar de fumar. Deve praticar atividade física, controlem o peso cor
-se sempre tentar abranger as intervenções poral e recebam orientação nutricional de um
educacionais, motivacionais e comportamen profissional capacitado7,16. Apesar de todas as
tais9. Podemos destacar os modelos de aconse intervenções, a maioria dos pacientes ainda so
lhamento, que englobam materiais de autoajuda, fre um ganho ponderal durante o processo de
aconselhamento telefônico e aconselhamento cessação. A fim de tentar minimizar esse male
direto individual ou na forma de grupos de fício, é importante que os pacientes recebam
apoio1,2,12. Para que se aumentem as chances de orientações médicas, muitas vezes acompa
sucesso, é importante que os atendimentos se nhadas de reposição artificial de nicotina, con
jam realizados na forma de sessões semanais no forme discutido adiante.
primeiro mês, quinzenais até três meses e men
sais até completar um ano7. COMBATEÀ FISSURA
finidamente. Em caso de recaída, é importante mos citar os diversos tipos de reposição de ni
toda a equipe acolher o paciente, sem críticas, cotina (adesivo, goma, chiclete, inalatória), a
dar apoio e continuar estimulando-o a realizar bupropiona, a vareniclina, a clonidina e a nor-
novas tentativas. triptilina8,11. A farmacodinâmica da nicotina
não difere nos idosos saudáveis. Nos pacientes
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO com diminuição do clearance de creatinina, a
Os pacientes que fumam mais de 10 cigar eliminação da nicotina é reduzida. O mesmo
ros por dia e têm um grau de dependência mo vale para a bupropiona, que deve ter sua dose
derado a intenso também se beneficiam do reduzida. A vareniclina é contraindicada nos
tratamento farmacológico, que ajuda a reduzir pacientes com insuficiência renal importante3.
os sintomas de abstinência. Além disso, o tra Nortriptilina e clonidina acabam sendo pouco
tamento farmacológico, na forma de reposição utilizadas nos pacientes idosos, principalmen
de nicotina, é muito importante para se evitar te os frágeis, já que trazem efeitos colaterais e
o ganho de peso excessivo. Dentre esses, pode aumentam o risco de quedas.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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OSTEOARTROSE
ALEXANDRE ESTEVÃO VAMOS KOKRON ■ CRISTIANE COMELATO -
MELINASOUZA DA COSTA
■ OA do joelho: o diagnóstico pode ser feito Os exercícios mais efetivos para a OA do joe
baseado em dados clínicos e laboratoriais, lho são os que treinam grupos musculares
clínicos e radiológicos ou apenas clínicos. utilizados para as atividades diárias dos pa
■ Dados clínicos e radiográficos: dor no joe cientes. Para reduzir dor e melhorar funcio
lho e osteófitos às radiografias, associados nalidade, ensaios clínicos demonstraram a
a pelo menos uma das seguintes caracterís eficácia de exercícios de fortalecimento iso
ticas: idade > 50 anos, rigidez < 30 minutos tônicos ou isocinéticos para extensores e fle
e crepitação ao movimento. Sensibilidade xores do joelho contra resistência18,19. Ativi
de 91% e especificidade de 86% para este dades aeróbicas de baixo impacto também
critério11. são efetivas para o controle álgico18. Caso
■ Dados clínicos: dor no joelho associada a ocorra dor durante a atividade física, esta
pelo menos três dos seguintes itens: idade > deve ser revista. Recomenda-se que a ativi
50 anos, rigidez < 30 minutos, crepitação dade seja orientada por profissional habili
durante o movimento, sensibilidade óssea, tado9; entretanto, exercícios realizados em
ausência de calor local e alargamento ós domicílio também apresentam bons resulta
seo. A sensibilidade é de 95% e a especifici dos em reduzir a dor e melhorar a funciona
dade é de 69%; porém, quando se adota lidade20,21,22. Estudo com pacientes portado
como critério a presença de quatro dos res de OA que praticavam atividade física
itens acima, a sensibilidade é de 84%, com aquática observou melhora de 70% na dor e
especificidade de 89%11. funcionalidade, versus 17% dos que não a
praticavam23. Para OA do quadril, ainda são
TERAPÊUTICA NÃO MEDICAMENTOSA
poucas as evidências17.
Os principais objetivos do tratamento da 3. Perda de peso: a associação entre obesidade
OA do joelho e do quadril são um adequado e OA de joelhos é mais importante para as
controle analgésico, preservação da função das mulheres e para a doença bilateral. As alte
articulações e correção das manifestações de rações de alinhamento articular, comuns
instabilidade articular1,9. Baseada nessas me em pacientes obesos, também aumentam a
tas, existe uma série de medidas não farmaco incidência de OA nesses indivíduos24. En
lógicas que apresentam resultados favoráveis, saio clínico randomizado publicado recen
sendo elas: temente evidenciou que a perda ponderal
1. Educação dos pacientes e cuidadores: foi efetiva para o controle de dor e melhora
orientar os pacientes que sofrem de doen da funcionalidade, sobretudo quando asso
ças crônicas é parte fundamental do trata ciada a atividade física que consistia em
mento. Vários estudos demonstram que combinação de treino aeróbico e exercícios
esta medida reduz queixas álgicas e a pro de resistência25. A associação de obesidade
cura por atendimento médico, além de me a OA de quadril ainda não é bem definida;
lhorar a aceitação da doença pelo paciente, mesmo assim, o paciente deve ser encoraja
o que resulta em melhora na qualidade de do a emagrecer24.
vida. Porém, a melhora na funcionalidade 4. Acupuntura: tem efeito positivo no contro
não é observada com esta intervenção1215. le álgico, porém variável segundo os en
Em estudo com 211 pacientes portadores saios clínicos. Em estudo com 283 idosos
de OA de joelhos submetidos a medidas portadores de OA de joelhos, houve benefí
educacionais, a economia decorrente da re cio clínico discreto para os que foram sub
dução de procura por atendimento médico metidos a acupuntura26. Em outro trabalho
representou 80% dos custos utilizados com envolvendo portadores de OA de quadril e
a orientação no primeiro ano em que a me joelho, a acupuntura reduziu a dor e me
dida foi adotada16. lhorou a qualidade de vida de 30 a 50% tan
2. Atividade física: a eficácia da atividade física to no período de 3 meses de tratamento
para OA do joelho já está bem estabelecida17. quanto nos 3 meses subsequentes27.
Osteoartrose 27
5. Palmilhas e órteses: são utilizadas para di atividades diárias, o que estimula a indepen
minuir o estresse mecânico nas articulações dência desses indivíduos. Para OA unilate
acometidas pela OA e também apresentam ral, é recomendado o uso de bengalas ou
benefício para diminuir as contraturas mus muletas no lado contralateral à lesão, para
culares e aumentar a propriocepção28,29. As que toquem o solo simultaneamente ao
órteses são indicadas na OA do joelho, po membro comprometido. Para os casos de
rém não são utilizadas na OA do quadril, acometimento bilateral, os andadores são os
enquanto as palmilhas são indicadas nas dispositivos mais indicados. É importante
duas condições. As órteses tentam corrigir o que seja realizado treinamento do uso do
alinhamento articular, entretanto apresen dispositivo por médicos ou fisioterapeutas,
tam alto custo e baixa aderência entre os pa para evitar lesões em articulações dos mem
cientes. O controle da dor é mais efetivo com bros superiores. A altura da bengala deve ser
a utilização de palmilhas com velcro quan ajustada para que o cotovelo fique fletido
do comparado com as palmilhas apenas in entre 20 e 30 graus1,9,24.
seridas, porém com menor aderência dos
pacientes30-34. TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
6. Termoterapia: apesar de ser uma modali É realizada com analgésicos simples (dipiro
dade terapêutica amplamente utilizada na na e paracetamol), anti-inflamatórios não este
prática clínica, há poucas evidências que
roidais, opioides fracos (tramadol e codeína),
comprovam benefícios com esta técnica.
opioides fortes (morfina, oxicodona e metadona)
Compressas quentes promovem alívio da
e drogas modificadoras da doença (diacereína,
dor, atuando nas terminações nervosas e
glucosamina e condroitina). Antidepressivos (tri
diminuindo os espasmos musculares; en
cíclicos, venlafaxina e duloxetina) e anticonvulsi
tretanto, estudos recentes não evidencia
ram redução do edema ou melhora funcio vantes (gabapentina e pregabalina) também po
nal. A crioterapia apresenta benefícios em dem ser usados em casos selecionados com dores
relação a força de quadríceps, redução de crônicas. Medicações tópicas (capsaicina e anti
edema e funcionalidade na OA do joelho35. -inflamatórios não esteroidais) e intra-articula
7. Dispositivos auxiliares de marcha: pacientes res (corticoides e ácido hialurônico) também são
com OA do quadril e joelho relatam melho opções terapêuticas para o tratamento da OA. Na
ra no equilíbrio e na marcha com o uso de falha do tratamento clínico, está indicada a artro
dispositivos como bengala, muleta ou anda plastia do quadril ou joelho, que costuma apre
dor, além de melhor desempenho em suas sentar importante alívio sintomático.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
5. Faça compressas quentes ou frias no joelho, que toque o chão ao mesmo tempo que o
a depender de sua preferência e tolerância. joelho ou quadril afetado. Para os casos de
O ideal é que em dias frios sejam realizadas dor nos dois lados, recomendam-se os an
com temperatura morna e, em dias quen dadores. É importante que seu médico ou
tes, fria. Cuidado com a temperatura das fisioterapeuta oriente o uso correto desses
compressas, para evitar queimaduras na instrumentos, para evitar lesões em outras
pele. Coloque a compressa no joelho aco articulações, como punhos e cotovelos.
metido e retire-a após 20 minutos. Se ne 7. Não existe nenhum tratamento medica
cessário, coloque um despertador para mentoso, não medicamentoso ou cirúrgico
lembrá-lo do momento da retirada. Repita que cure a osteoartrose, mas sim um con
esse procedimento 3 vezes ao dia. junto de medidas que visa melhorar os sin
6. Caso haja instabilidade na marcha (dificul tomas e a qualidade de vida.
dade para andar, sensação de “falseio” ou 8. Na ausência de melhora da dor com o tra
quedas), utilize um dispositivo auxiliar de tamento não cirúrgico, os sintomas da os
marcha (bengala, muleta ou andador). Eles teoartrose podem melhorar muito com a
melhoram o equilíbrio, a marcha e o de artroplastia (cirurgia de substituição da
sempenho de suas atividades diárias. É re articulação por uma prótese). O mais im
comendado o uso de bengala ou muleta no portante será manter acompanhamento
lado contrário ao que você sente dor, para para que o seu médico possa orientá-lo.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
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OSTEOPOROSE
MARIA DO CARMO SITTA - RENATA WANDERLEY DINIZ
QUADRO 6.1 FRAX (FRACTURE RISK ASSESSMENT) - FATORES VALIDADOS DE RISCO DE FRATURA
■ Idade ‒ aceita as idades entre 40 e 90 anos. Para idades abaixo ou acima, o cálculo é corrigido para 40 ou 90
anos, respectivamente.
■ Sexo.
■ Peso em kg.
■ Altura em cm.
■ Fratura prévia por baixo trauma ‒ é o fator que mais pontua no risco. É uma fratura que um indivíduo saudável
não apresentaria para o mesmo padrão de queda. Consideram-se também as fraturas de vértebras, mesmo
quando são achados radiológicos e assintomáticas.
■ Tabagismo atual. Interferem a quantidade e o tempo de exposição, mas o algoritmo não contempla estes itens.
■ Corticoterapia ‒ uso de corticoide por mais de 3 meses com uma dose equivalente a 5 mg de prednisona ou
maior. Via inalatória não é considerada.
■ Etilismo ‒ considera-se alto risco o uso regular de 3 ou mais doses de álcool por dia (equivalente a 3 doses de 8
ou 10 gao dia). Considera-se uma dose: 350 mL de cerveja ou 150 mL de vinho ou 40 mL de destilado.
como padrão o colo do fêmur ou a média dos para a saúde óssea: exercícios de impacto como
valores, que é chamada de Fêmur Total. corrida, caminhada rápida, subida de escadas;
exercícios resistidos com pesos e treino de
TERAPIA NÃO MEDICAMENTOSA equilíbrio, como Tai Chi ou dança10,11,12.
1. Biotipo 3. Cessação do Tabagismo
O índice de massa corpórea baixo (< 20) é Recomendação: estimular cessação de ta
um fator de risco forte e independente para os bagismo em toda consulta8.
teoporose e fratura5. 4. Restrição de Álcool
Recomendação: atingir ou manter um peso Recomendação: limitar ingestão alcoólica a
corpóreo saudável, com IMC entre 20 e 25. não mais que duas doses ao dia. Esse limite
Manter dieta balanceada, incluindo laticínios e também reduz risco de queda8.
suporte nutricional adequado6,7. 5. Cálcio
2. Exercícios A nutrição tem importante papel na saúde
Exercícios com carga e de fortalecimento óssea, sendo dois os nutrientes essenciais para
muscular têm se mostrado parte integrante a saúde óssea: cálcio e vitamina D13. O consu
para prevenção e tratamento da osteoporose8. mo adequado de cálcio em todas as idades é
Os de alto impacto e musculação estimulam o um dos fatores destacados na prevenção e tra
aumento do conteúdo mineral ósseo do esque tamento da osteoporose.
leto, além de melhorar força e equilíbrio9. Es Fontes de cálcio: leite e derivados, peixe e
tudos randomizados mostram que o exercício verduras como espinafre, brócolis e folhas es
pode reduzir o risco de quedas em até 25%. curas. Na Tabela 6.1, são apresentados alguns
Recomendação: praticar regularmente ativi alimentos fontes de cálcio na sua medida casei
dade física na frequência mínima de 3 x/semana ra, que pode ser utilizada para consumo, com a
e com duração de 30 minutos. São necessários respectiva quantidade de cálcio.
Fonte: Pinheiro ABV e col. Tabela para Avaliação de Consumo Alimentarem Medidas Caseiras. 4. ed. Rio de Janeiro: Atheneu. 2000.
Recomendação: a dose dietética diária de como acelga e beterraba, ácido fítico pre
cálcio para a população idosa (> 65 anos) é de sente na casca externa de grãos de cereais,
700 a 800 md/dia14. Para pacientes com diagnós como aveia, níveis elevados de fósforo na
tico estabelecido de osteoporose, em terapia com dieta, quantidade diminuída de gorduras
glicocorticoide, recomenda-se 1.500 mg/dia8,15. e consumo exagerado de cafeína.
b. Melhora absorção: a ingestão, idealmente,
ATENÇÃO! junto das refeições (carbonato de cálcio ne
cessita da presença do ácido gástrico para
a. Prejudicam a absorção de cálcio pelo intes sua dissolução) e em doses de 500 mg8,16.
tino: excesso de fibras alimentares na dieta, c. Pacientes com nefrolitíase: optar pelo ci
presença do ácido oxálico em hortaliças trato de cálcio.
34 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
Battery. Eles devem ser usados em conjunto É preciso avaliar e identificar a necessidade
com a avaliação clínica, pois não conseguem de dispositivos de auxílio de marcha e de ade
avaliar todos os fatores de risco17-25. quação e treino de seu uso.
Devem ser feitos avaliação e tratamento de
TRATAMENTO hipotensão postural, com medidas como hidra
Farmacológico tação adequada, uso de meias elásticas de média
Deve-se rever medicações em uso, com aten compressão e estratégias compensatórias (ele
ção aos psicotrópicos e à polifarmácia, e, se neces var cabeceira da cama, levantar-se devagar).
sário, readequar doses, substituir ou eliminar26,27. Programas de exercícios devem ser indica
Deve haver suplementação com 800 Ui de dos com o objetivo de atuar no fortalecimento
vitamina D por dia para pacientes com insufi da musculatura de membros inferiores e nos
ciência diagnosticada ou suspeita e para pa distúrbios do equilíbrio:
cientes com alto risco de quedas. 1. Exercícios de fortalecimento muscular de
membros inferiores: programa de fortale
Não farmacológico cimento muscular de quadríceps e dorsi
Recomendam-se intervenções multidimen flexores de tornozelo. Exercícios excêntri
sionais. A intervenção isolada tem pouco impacto cos são recomendados. A eficácia é maior
sobre a diminuição no risco relativo de quedas. se realizados para grupos de idosos de alto
Não há comprovação de que exercícios, ade risco e se forem supervisionados por fisio
quação de medicação, ou adaptação ambiental, terapeuta. O uso de protetor de quadril em
isoladamente, diminuam o risco de quedas28. pacientes com quedas recorrentes pode
Programas multidimensionais bem-sucedidos reduzir 60% de fraturas.
incluem avaliação e aconselhamento médico e 2. Treino de equilíbrio: treino de equilíbrio
ambiental, mudança na prescrição medica em relação à integração das informações
mentosa, exercícios individualizados, treino sensoriais, ao controle dos limites de esta
de transferências posturais e de marcha, e en bilidade, ao controle da rotação de tronco e
caminhamento a especialistas de acordo com a na eficácia das estratégias motoras. Reco
necessidade29. menda-se a prática de Tai Chi.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
■ Use roupas de tamanhos adequados, evite ■ Atenção: pode ser necessário o uso de dis
calçados com saltos ou com solado liso, positivos de auxílio de marcha, como ben
prefira sapatos com solado antiderrapante gala e andadores. Pergunte ao seu médico.
e nunca ande somente de meias. ■ Podem ser indicados exercícios para pre
■ Cuidado com situações nas quais a pressão venção de quedas. Pergunte ao seu médico
arterial pode cair. Sempre se levante da ca qual treinamento é mais indicado para
deira e da cama devagar. Mantenha sua você.
pressão arterial controlada, com acompa
nhamento médico regular.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
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ANTICOAGULAÇÃO
JOSÉ ANTONIO ESPER CURIATI - ALEXANDRA GERNER DE ALBUQUERQUE FELIZOLA
PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES PARA O gulante deve ser continuada até que o risco
USO DAANTICOAGULAÇÃO ORAL1-3,18,27 de trombose e embolia seja eliminado.
■ Dose perdida: o efeito anticoagulante persiste
■ Sangramento ativo (quando o risco é maior por mais de 24 horas. Se o paciente esquecer
que o benefício). de tomar a dose prescrita no horário marca
■ Dificuldade de controlar a razão normali do, a dose deve ser tomada, assim que possível,
zada internacional (RNI) por dificuldades no mesmo dia. No dia seguinte, a dose esque
socioeconômicas. cida não deve ser adicionalmente ingerida, e
■ HAS descontrolada (> 180 x 100 mmHg). o tratamento deve ser seguido normalmente3.
■ Úlcera péptica ativa.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
■ Trombocitopenia < 50.000/mm3 ou disfun
ção plaquetária. COM A WARFARINA
■ AVC hemorrágico recente. Muitas medicações interagem com a war
■ Demência ou grave déficit cognitivo (sem farina, portanto se deve ter cuidado com o uso
responsável capaz de realizar o acompa concomitante de qualquer medicamento em
nhamento). pacientes que estejam recebendo anticoagu
■ Alcoolismo. lantes orais (Tabela 8.1)3,8,19.
■ Doença hepática ou renal grave.
■ Quedas frequentes (> 3 ao ano). TABELA 8.1 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
■ Uso crônico de anti-inflamatórios não es COM A WARFARINA
teroides (AINH). POTENCIALIZAM O EFEITO DA INIBEM O EFEITO DA
WARFARINA WARFARINA
POSOLOGIA Antimicrobianos
Ranitidina
■ Pacientes idosos: têm maior sensibilidade
Anti-inflamatórios
ao uso da warfarina, necessitando, por
AINH em geral tanto, de doses menores para atingir o
Acetaminofeno nível terapêutico de anticoagulação18,27.
Piroxicam ■ Disfunção renal: o clearance renal é con
siderado um fator determinante secun
Celecoxib
dário da resposta anticoagulante à warfa
Corticoesteroides
rina. Não é necessário ajuste de dose para
Naproxeno os pacientes com insuficiência renal28.
Diclofenaco ■ Disfunção hepática: pode potencializar a
Ibuprofeno resposta à warfarina por meio do compro
Miscelânea
metimento da síntese dos fatores de coa
gulação e da redução do metabolismo da
AAS Vitamina C
warfarina3,9.
Clopidogrel Vitamina K
PRESENÇA DE
RNI RECOMENDAÇÃO
SANGRAMENTO
* Nos casos com aumento do risco para sangramentos (ex.: história prévia de sangramento, acidente vascular ence
fálico, insuficiência renal, anemia, hipertensão).
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
■ Antes de realizar qualquer procedimento, mentar ou vitamina, dieta para perder peso),
seja dentário, uma biópsia ou uma cirurgia, consulte seu médico.
conversar previamente com o seu médico. 4. Álcool: evite ingerir bebida alcoólica dia
■ Cair pode aumentar significativamente riamente. Seu uso deve ser limitado a uma
o risco de hemorragia; as seguintes me ou duas doses, ocasionalmente. A ingestão
didas ajudam a evitar quedas e são reco excessiva pode aumentar o risco de aciden
mendadas: tes e, portanto, de sangramento.
■ Retirar de casa tapetes soltos, fios elé 5. Interações medicamentosas: muitos medi
tricos ou quaisquer outros itens soltos camentos e vitaminas interferem com a ação
que possam levar a tropeços, escorre da warfarina, aumentando ou diminuindo
gões e quedas. seu efeito anticoagulante, o que propicia a
■ Certificar-se de que há iluminação ade ocorrência de sangramentos ou a formação
quada em todas as áreas dentro e ao redor de coágulos, respectivamente. Alguns desses
da casa, incluindo escadas e entradas. medicamentos são: antibióticos (fluconazol,
■ Evitar andar sobre superfícies poten amoxicilina, metronidazol, levofloxacino,
cialmente escorregadias, como gelo e sulfametoxazol/trimetropin); drogas car
chão molhado ou polido. diovasculares (amiodarona, propranolol,
■ Evitar andar em áreas desconhecidas. propafenona); drogas que atuam no sistema
3. Alimentação: alguns alimentos e suplemen nervoso central (antidepressivos, anticon
tos podem interferir com a eficácia da war vulsivantes); drogas de efeito gastrointesti
farina, inativando o efeito do medicamento nal (omeprazol) e anti-inflamatórios (ácido
(reduzindo a RNI e, portanto, aumentando acetil salicílico, diclofenaco, acetaminofeno,
o risco de formação de coágulos sanguíneos). nimesulide, piroxicam), entre outros. Por
É recomendada ingesta constante de ali tanto, antes de iniciar o uso de qualquer me
mentos com alto teor de vitamina K (como dicação (incluindo vitaminas, medicações
folhas verde-escuras, verduras e legumes fitoterápicas, fórmulas manipuladas ou qual
(de coloração verde-escura), óleos vegetais, quer outro produto), consulte seu médico.
chá verde e fígado de frango e de boi). Não é 6. Identificação: use uma identificação que
necessário retirá-los da dieta, porém eles contenha seus principais problemas de saú
devem ser consumidos moderadamente. de, o uso do anticoagulante, o motivo do
Antes de fazer grandes mudanças na dieta uso do anticoagulante e o seu nome, telefo
(por exemplo, iniciar uso de suplemento ali ne e endereço.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
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DIABETES MELLITUS
SAMI LIBERMAN - VALÉRIA DE PAULA RICHINHO
Medicamentoso
O tratamento do DM envolve a utilização Quando não se atingir o objetivo do trata
de medicações de uso oral (Tabela 9.3) na for mento, pode-se empregar a insulina5,6. Um al
ma de monoterapia ou em associação, já que goritmo de tratamento pode ser visualizado na
apresentam diferentes mecanismos de ação. Tabela 9.4.
■ Ganho de peso
Tiazolidinedionas (Glitazo
Pioglitazona ■ Edema
nas)
■ Diminuição da densidade óssea (risco de fratura)
■ Intolerância gastrintestinal
Inibidor da alfaglicosidase Acarbose
■ Modesta atividade em idosos
* No Brasil.
Diabetes mellitus 53
↓ ↓ ↓ ↓
Iniciar terapia
Modificar estilo vida Modificar estilo vida Insulinoterapia de acordo com o
controle pós-alta
4-6 semanas +
Adicionar 2ª droga
Hemoglobina ■ Comorbidades
< 8% idosos com menor
Glicosilada ■ Funcionalidade comprometida
perspectiva de sobrevida
■ Complicações micro e macrovasculares instaladas
■ Risco de hipoglicemia
Glicemia
<100 mg/dL
Jejum
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
DIABETES MELLITUS
Como controlar melhor o seu diabetes ■ Ao cortar as unhas, usar material apropria
■ Faça acompanhamento médico regular. do, e cortá-las quando os pés estiverem lim
pos. O corte deve ser quadrado nas laterais e
■ Controle seu peso. Se estiver acima do
não se deve retirar as cutículas. Sempre pro
peso, peça orientação ao seu médico para,
curar profissionais de confiança. Não cortar
juntos, decidirem qual a perda de peso ideal.
ou passar produtos abrasivos nos calos.
Seu índice de massa corpórea (IMC) ideal
■ É melhor que os pés estejam sempre prote
mente, deve estar em torno de 25.
gidos, inclusive na praia e na piscina. Os
■ Nas alimentações, dê preferência a alimen
calçados ideais são os fechados, macios,
tos com poucas calorias, grãos, massas e
confortáveis e com solados rígidos, que ofe
pães integrais, alimentos pouco gorduro
reçam firmeza. Antes de adquiri-los, é im
sos, principalmente com pouca gordura
portante olhar com atenção para ver se há
saturada. Use adoçantes, e leia atentamente
deformação. As mulheres devem dar prefe
as indicações de alimentos diet e light, que
rência a saltos quadrados, que tenham, no
podem ser boas opções para o controle do
máximo, 3 cm de altura. Evitar sapatos
diabetes. apertados, duros, de plástico, de couro sin
■ Pratique atividade física aeróbia moderada tético, com ponta fina, saltos muito altos e
por 50 minutos, 3 vezes por semana, e, se sandálias que deixam os pés desprotegidos.
possível, faça exercícios resistidos, como ■ Não utilizar calçados novos por mais de
musculação, por 30 minutos, 3 vezes por uma hora por dia, até que estejam macios.
semana. Se tiver dificuldade para fazê-lo
nessa intensidade, faça o que conseguir. Como conservar bem a insulina
■ Nunca exponha a insulina ao sol e evite o
Cuidados especiais com os pés do diabético
calor excessivo.
■ Os principais sintomas são perda de sensi ■ Não agite violentamente o frasco da insulina.
bilidade, dores, queimação, formigamento, ■ Mantenha-a em geladeira de uso domésti
agulhadas, dormência, fraqueza. Podem co, acima das gavetas dos vegetais, numa
ser piores à noite. temperatura entre 2 e 8°C.
■ A melhor maneira de prevenir problemas Evite colocar a insulina na porta, onde há
nos pés é manter o diabetes bem controla uma maior variação de temperatura. Não con
do, além de diariamente examinar seus gele a insulina e nunca a guarde ou a transpor
pés, e, se notar alguma alteração, avisar seu te junto com gelo seco.
médico. ■ Após a abertura do frasco ou refil, poderá
■ Verificar diariamente a presença de friei permanecer fora da geladeira em tempera
ras, cortes, calos, rachaduras, feridas ou tura ambiente, de preferência dentro da sua
alteração de cor. própria caixa.
■ Manter os pés limpos com água morna, ■ Nunca utilize insulina com data de valida
usar toalha macia sem esfregar. Se os pés de vencida ou que apresente alteração na
estiverem ressecados, mantenha a pele hi cor ou aspecto turvo.
dratada, mas não passe hidratante entre os ■ Caso a insulina esteja na geladeira, retire-a
dedos ou ao redor das unhas. de 10 a 15 minutos antes de iniciar sua
■ Usar meias sem costura, de algodão. utilização.
■ Atividade física: leva à melhora do perfil ■ Animal fat (gordura animal, como
lipídico, com diminuição dos níveis de tri carne, principalmente os cortes gor
glicérides e aumento dos níveis de HDL5-10. durosos, salame, salsicha, alimentos
A recomendação geral para indivíduos fritos).
saudáveis é de 30 a 60 minutos de atividade ■ Got it awayfrom home (refeições gordu
física moderada a vigorosa na maioria dos rosas fora de casa).
dias, preferencialmente todos os dias7,11. O
■ Eat extra high-fat comercial foods (ali
aconselhamento médico, explicando todos
mentos comerciais altamente gorduro
os benefícios associados às atividades físi
sos, como doces, biscoitos e bolachas,
cas, ajuda a motivar os indivíduos e au
tortas).
menta o grau de adesão12.
As recomendações dietéticas propostas
■ Dieta: é a principal medida não farmacoló
pelo National Cholesterol Education Program
gica estudada no controle da dislipidemias.
Uma intervenção nutricional consegue re estão descritas nas Tabelas 10.2 e 10.311. É im
duzir, em média, em 11% os níveis séricos portante que as preferências individuais sejam
de colesterol, e, consequentemente, em 24% respeitadas, e que o indivíduo seja orientado
a incidência de DCV e em 21% a mortalida sobre a quantidade de alimento a ser consumi
de por DCV11,35. da, o modo de preparo e possíveis substitui
Para avaliar o consumo de alimentos ricos ções3. Pode ser indicado um nutricionista para
em gorduras saturadas e colesterol, podemos efetivar uma avaliação dietética individualiza
utilizar o Questionário CAGE: da e prestar um melhor aconselhamento. A rea
■ Cheese (queijo, leite/iogurte integral, valiação do resultado da intervenção dietética
margarina, sorvetes e cremes). deve se dar após 6 semanas11.
■ Gorduras saturadas: o conteúdo alimentar comparados a dieta com ácidos graxos in
de gorduras saturadas influencia direta saturados. As maiores fontes de gorduras
mente os níveis lipídicos plasmáticos11. A trans são produtos assados como biscoitos
ingesta também tende a aumentar os níveis tipo cream crackers, cookies e pães, além de
de HDL-c17. frituras como batatas fritas11.
Os indivíduos com hipercolesterolemia de ■ Gorduras monoinsaturadas: estudos suge
vem reduzir a ingesta de colesterol e gordura rem que o aumento do consumo de gordu
saturada11,15,16. A redução de 1% na quantidade ras monoinsaturadas leve à melhora do
de gorduras saturadas resulta em uma redução perfil lipídico, com redução do LDL, ma
de 2% do colesterol total11. nutenção ou pequeno aumento da dosagem
As principais fontes de ácidos graxos satu de HDL-c e sem elevação de TG. Mas não
rados são laticínios (leite integral, manteiga, há estudos clínicos controlados que com
sorvetes, cremes), carnes vermelhas, óleo de provem o benefício cardiovascular11,13,17,18.
coco e produtos fritos. O seu consumo deve ser O principal ácido graxo monoinsaturado é
menor que 7% do total de energia11. o ácido oleico, encontrado em óleos vegetais,
■ Colesterol: a dieta rica em colesterol está asso como o azeite, e em nozes e castanhas.
ciada ao aumento de níveis lipídicos, porém o ■ Gorduras poli-insaturadas: estão associa
grau de aumento varia de pessoa a pessoa. das à redução dos níveis de LDL-c e discre
Também está associada à elevação de HDL37. ta queda dos níveis de HDL e TG7, 11, 15. Al
As principais fontes de colesterol são ovos gumas metanálises de estudos controlados
(gema), laticínios e carnes vermelhas. Recomen revelam que a substituição de ácidos graxos
da-se uma ingestão menor que 200 mg/dia. saturados por gorduras poli-insaturadas
■ Gordura trans: deve-se evitar o consumo promoveu uma redução do risco cardiovas
de ácidos graxos trans, que aumentam os cular. As gorduras poli-insaturadas são en
níveis de LDL-c e TG, e reduzem os de contradas nos óleos vegetais líquidos e se
HDL-c. As gorduras hidrogenadas são en milíquidos. Recomenda-se uma ingestão
contradas nos óleos vegetais hidrogenados de até 10% do gasto energético total11.
e gordura animal11. Estudos randomizados A Tabela 10.4 mostra a proporção de gor
demonstram que a ingestão de gorduras duras totais, colesterol e ácidos graxos em al
trans aumenta os níveis de LDL quando guns alimentos25.
Dislipidemia 61
ÁCIDOS GRAXOS
Castanha-de-caju torrada
46,3 NA 7,7 26,5 8,1
salgada
Frutas (1 média)
Fonte: Adaptado de National Cholesterol Education Program; Third Report of the National Cholesterol Education Program
(NCEP) Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults (Adult Treatment Panel
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Dislipidemia 63
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
CAROLINA BARBOSATRINDADE - SILENO DE QUEIROZ FORTES FILHO
É geralmente clínico, por meio da verifica Tem por definição avaliar o risco do indi
ção de no mínimo duas medidas com níveis víduo para doença cardiovascular e auxiliar
pressóricos citados anteriormente1,2. Para ca na definição de metas terapêuticas. É baseado
sos duvidosos, há a opção de realizar a Medida nos fatores de risco cardiovascular tradicio
Residencial de Pressão Arterial (MRPA) ou a nais e adicionais, lesões de órgão-alvo e con
Medida Ambulatorial de Pressão Arterial dições clínicas associadas, conforme visto na
(MAPA). A MRPA pode ser realizada com Tabela 11.11,2,8,9.
duas medidas pela manhã, antes do desjejum, e Os fatores de risco tradicionais são os se
duas medidas à noite, antes do jantar, por 4 ou guintes: idade (homem > 55 anos e mulheres >
6 dias. Os valores considerados anormais de 65 anos); tabagismo; dislipidemia (triglicéri
MRPA são pressão arterial sistólica (PAS) mé des > 150 mg/dL, LDL colesterol > 100 mg/dL,
dia acima de 130 mmHg e pressão arterial HDL < 40 mg/dL); diabetes melito e história
diastólica (PAD) média acima de 85 mmHg. A familiar de doença cardiovascular prematura
MAPA é realizada com medidas de PA a cada (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos). Já os
30 minutos durante os períodos de vigília e fatores de risco adicionais são: glicemia de
sono por 24 horas. Os valores anormais mé jejum entre 100 e 125 mg/dL; circunferência
dios de PA em 24 horas são ≥ 130 x 80 mmHg, abdominal aumentada (homens > 102 cm e mu
PA em vigília ≥ 140 x 85 mmHg e PA no sono ≥ lheres > 88 cm); pressão de pulso > 65 mmHg;
120x70 mmHg10. história de pré-eclâmpsia na gestação e histó
A história clínica e o exame físico, além de ria familiar de HAS1.
confirmarem o diagnóstico, são fundamentais As lesões de órgão-alvo podem ser represen
para identificar fatores de risco cardiovascular, tadas por: hipertrofia ventricular ao eletrocar
avaliar lesões de órgão-alvo, pesquisar outras diograma ou ecocardiograma; espessura médio
doenças associadas, estratificar o risco car -intimal de carótida > 0,9 mm ou presença de
diovascular e detectar indícios de hipertensão placa de ateroma; índice tornozelo-braquial <
secundária1,2,8,9. 0,9; clearance de creatinina < 60 mL/min; pre
A avaliação básica com exames comple sença de microalbuminúria de 30-300 mg/24h
mentares inclui dosagem de glicemia de jejum, ou relação albumina/creatinina > 30 mg/g e ve
perfil lipídico (colesterol total, HDL e triglicé locidade de onda de pulso > 12 m/s1.
rides plasmáticos), creatinina plasmática, po As condições clínicas associadas incluem: doen
tássio plasmático, ácido úrico plasmático, aná ça cerebrovascular; doença cardíaca coronariana;
lise de urina e realização de eletrocardiograma insuficiência renal ou nefropatia diabética; retino
convencional1,2,8,9. patia avançada e doença arterial periférica1.
NORMOTENSÃO HIPERTENSÃO
ÓTIMO NORMAL LIMÍTROFE ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3
CLASSIFICAÇÃO
PRESSÓRICA PAS: < 120 PAS: 120-129 PAS: 130-139 PAS: 140-159 PAS: 160-179 PAS: ≥180
e/ou e/ou e/ou e/ou e/ou e/ou
PAD: < 80 PAD: 80-84 PAD: 85-89 PAD: 90-99 PAD: 100-109 PAD: ≥110
Moderado
*
Nenhum FR Basal Basal Basal Baixo risco Alto
risco
1 a2FR Baixo Baixo Baixo Moderado Moderado Muito alto
**
≥3 FR, LOA ou DM Moderado Moderado Alto Alto Alto Muito alto
***
CCA Muito alto Muito alto Muito alto Muito alto Muito alto Muito alto
* FR: fatores de risco, que são idade (homem > 55 anos e mulheres > 65 anos); tabagismo; dislipidemia (triglicérides > 150
mg/dL, LDL colesterol > 100 mg/dL, HDL < 40 mg/dL); diabetes melito e história familiar de doença cardiovascular prema
tura (homens < 55 anos e mulheres < 65 anos). Já os fatores de risco adicionais são: glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL;
circunferência abdominal aumentada (homens > 102 cm e mulheres > 88 cm); pressão de pulso > 65 mmHg; história de pré
-eclâmpsia na gestação e história familiar de HAS.
** LOA: lesão de órgão-alvo; DM: diabetes melito.
*** CCA: Condições Clínicas Associadas, que são doença cerebrovascular; doença cardíaca coronariana; insuficiência renal
ou nefropatia diabética; retinopatia avançada e doença arterial periférica.
Hipertensão arterial sistêmica 69
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
WILSON JACOB FILHO ■ FÁBIO PADOAN MEDEIROS DA SILVA
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
(antes de sentar-se na cama) e retiradas 10. Tomar___ xícaras de café após as refeições.
apenas à noite, quando já estiver deitado na 11. Realizar atividades físicas leves,___ minu
cama. Também deverão ser retiradas se for tos/sessão e___ vezes na semana, mas evi
deitar um pouco durante o dia, e colocadas tar fazê-lo nas primeiras duas horas após as
quando for sair da cama. refeições.
6. Elevar a cabeceira da cama em___ centí
12. Quando ocorre tontura após alimentar-se,
metros com blocos de madeira ou tijolos.
procurar não ficar em pé nos 60 a 90 minu
7. Evitar lugares quentes, banhos quentes ou
tos após a refeição.
saunas.
8. Evitar comer refeições muito volumosas. 13. Se sentir tontura ou outros sintomas rela
Coma pelo menos 5 a 6 vezes ao dia, em re cionados à queda de pressão, procurar cru
feições de menor volume. zar as pernas, agachar-se ou deitar, pois
9. Evitar bebidas alcoólicas. isso pode aliviar essas manifestações.
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INSUFICIÊNCIA VENOSA PERIFÉRICA
ELINA LIKA KIKUCHI ■ MARIANA FURUGEN CESAR DE ANDRADE
CONCEITO C3 Edema
A insuficiência venosa periférica é deter Alterações tróficas de pele (pigmentação e/
C4
minada por hipertensão no sistema venoso dos ou eczema, lipodermatoesclerose)
membros inferiores. É uma das principais cau C5 Úlcera venosa cicatrizada
sas de úlceras em membros inferiores1. C6 Úlcera venosa ativa
Po Obstrução
TABELA 13.1 CLASSIFICAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA
Pr,o Refluxo e obstrução
VENOSA CRÔNICA PELO SISTEMA CEAP
Pn Patofisiologia não identificada
(CLÍNICA, ETIOLÓGICA, ANATÔMICA E
PATOLÓGICA)1
pressão maior deve ser no tornozelo, 2. Drogas venoativas melhoram o tônus ve
diminuindo gradativamente. As de mé noso e diminuem a permeabilidade capi
dia compressão (20 a 30 mmHg) são lar, reduzindo o edema e a sensação de
suficientes para controlar edema, e as pernas cansadas. São mais utilizadas em
de alta compressão (30-40 mmHg ou > pacientes impossibilitados de usar terapia
40 mmHg) são recomendadas para compressiva7.
controle de dermatite venosa ou úlce a. Castanha da índia (Escina) 300 mg, 2
ras. As de suave compressão são utiliza vezes ao dia.
das para profilaxia de trombose venosa b. Diosmina + Hesperidina (Daflon®) 500
profunda e promovem apenas de 15 a mg, 2 vezes ao dia.
20 mmHg de pressão no tornozelo. 3. AAS para cicatrização de úlceras.
Para a maioria dos casos, as meias 3/4 4. Pentoxifilina (anti-inflamatório e antia
(até o joelho) são eficientes e mais bem gregante plaquetário); o uso combinado
toleradas, mas não devem comprimir a com a terapia compressiva, na dose de
fossa poplítea, para evitar obstrução ve 1.200 mg ao dia, mostrou melhora em úl
nosa. Podem apresentar abertura para ceras venosas.
os dedos, indicadas aos pacientes que 5. Antibióticos, apenas se houver sinais de in
apresentam deformidades nos pés (dia fecção associada.
betes, artrite reumatoide, osteoartrite).
6. Corticoide tópico para melhorar o aspecto
Em presença de úlcera ativa, as meias
da pele com dermatite ocre.
elásticas podem cobrir o curativo.
b. Bandagem compressiva é indicada em TRATAMENTO CIRÚRGICO
sintomas graves e consiste na colocação
de faixas por profissional experiente, as Trata-se de opção para pacientes cujos sin
quais devem ser trocadas 1 ou 2 vezes tomas são refratários às medidas clínicas e
por semana e permanecer secas. consiste na destruição das veias superficiais
c. Compressão pneumática intermitente é com disfunção valvar.
indicada em pacientes que não toleram 1. Escleroterapia: substância química é apli
as meias elásticas. Consiste em bolsas cada na veia e provoca colapso desta3.
de ar que inflam periodicamente (em 2. Ablação por radiofrequência ou laser: ins
geral, 4 horas por dia) do pé ao joelho. trumento de alta energia é colocado em con
tato com a veia e provoca sua destruição 3.
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA7,8
3. Ligação venosa: remoção das veias por pe
1. Diurético está contraindicado. quenas incisões cirúrgicas5. Requer anestesia.
ORIENTAÇÃO AO PACIENTE
de vesti-las. Existem vários modelos e dife por absorver a hidratação desta; assim, cre
rentes valores de compressão. Devem ser la mes e hidratantes devem ser aplicados.
vadas antes do uso, para reduzir a dificulda Recomendações quanto à compressão a ser
de em vesti-las. Costumam ressecar a pele, usada (Tabela 13.2):
TABELA 13.2 COMPRESSÃO DAS MEIAS ELÁSTICAS E INDICAÇÃO DE SEU USO
PRESSÃO INDICAÇÃO
15-20 mmHg (compressão suave) Varizes pequenas, sensação de perna cansada e inchaços leves.
20-30 mmHg (compressão moderada) Varizes médias, inchaço moderado e após escleroterapia.
Não há estudos específicos para a população com doppler de membros inferiores (MMII)
idosa em relação ao risco de TEV em viagens para TVP e angiotomografia de tórax e MMII
prolongadas. Não há, portanto, evidências de ou até arteriografia para os casos duvidosos de
que ocorra maior incidência de trombose rela EP. Em pacientes com disfunção renal impor
cionada ao processo intrínseco de senescência. tante, a cintilografia ventilação-perfusão é
uma alternativa para o diagnóstico de EP que
FATORES DE RISCO PARA deve ser lembrada.
TROMBOEMBOLISMO ESPECÍFICO
PARA VIAGENS TRATAMENTO
■ altura < 1,65 m ou > 1,85 m Em vigência de TEV, faz-se o tratamento
■ voo com duração maior que 8 horas habitual com anticoagulação em dose plena.
■ múltiplos voos com mais de 4 horas de du Caso haja suspeita clínica importante, princi
ração (o risco persiste até oito semanas palmente para pacientes que viajam para loca
após a viagem)9 lidades sem métodos diagnósticos adequados,
■ voos com curto intervalo de tempo é necessário iniciar o tratamento empírico
Passageiros com mais de 1,85 m de altura com anticoagulantes até o esclarecimento do
têm maior dificuldade de acomodação no as quadro clínico apresentado.
sento e, consequentemente, maior imobilidade
durante a viagem; já os passageiros com esta PREVENÇÃO DO TEV EM VIAGENS
tura menor que 1,65 m têm maior pressão so PROLONGADAS
bre a veia poplítea pelo assento (quando os pés
■ Exercícios e meias elásticas: estão indica
não tocam o solo).
dos para todos os viajantes, mas, para os
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS que apresentam pelo menos um dos fatores
de risco a seguir (Quadro 14.1), os exercí
Não há diferenças entre as manifestações cios e as meias elásticas são fortemente
clínicas do TEV associado à viagem e as do recomendados:
TEV clássico. Na maioria das vezes, os episó
dios são assintomáticos (99,7% dos casos)8. QUADRO 14.1 FATORES DE RISCO PARA TEV COM
Quando os sintomas são relacionados à TVP INDICAÇÃO DE MEIAS ELÁSTICAS E
de membros inferiores, em geral, ocorre edema EXERCÍCIOS
assimétrico e dor em região de panturrilhas, e,
■ Uso de Terapia Hormonal
quando relacionados à EP, apresentam disp
■ Doenças autoimunes (LES, Artrite Reumatoide, etc.)
neia e dor torácica. Em um estudo descritivo, o
risco de EP fatal foi de 0,5 por milhão para ■ Insuficiência Cardíaca, Pneumonia ou DPOC
voos com mais de 3 horas de duração e de 1,3 ■ Obesidade (IMC > 30 kg/m2)
por milhão pra voos com mais de 8 horas12.
■ Altura > 1,85 m ou < 1,65 m
3. sentado, levar um joelho por vez até o tórax ■ Cirurgia de grande porte de joelho e quadril nas
e segurar por 15 segundos (cinco vezes); últimas 12 semanas
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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CAVIDADE ORAL DO IDOSO
NAIRA HOSSEPIAN SALLES DE LIMA HOJAIJ - GISELE SAYURI SUZUKI
A deglutição é pouco afetada pela senes síndrome metabólica, manifestada pelo au
cência, e a disfagia pode sinalizar desde xe mento dos níveis de pressão arterial, glice
rostomia e oclusão instável, esta última po mia e perfil lipídico.
tencialmente reversível com tratamento 5. Cárie: a cárie é um problema preocupante
restaurador (ex.: pontes e próteses dentá nessa população, sobretudo a radicular,
rias), a doenças graves, como câncer de esô bastante comum em idosos. Dentre os fato
fago e doenças neurodegenerativas7. res de risco, destacam-se a má higiene oral,
3. Produção salivar: idosos são mais susceptí a xerostomia, os fatores socioeconômicos
veis à diminuição de produção salivar por: (renda, escolaridade e raça), a frequência de
terapia oncológica local; alterações psicoló
ingesta de açúcar e a perda de funcionali
gicas; doenças autoimunes como a Síndro
dade, seja por doenças crônico-degenerati
me de Sjögren; uso de medicamentos como
vas ou depressão, com incapacidade de
os antidepressivos, os anti-hipertensivos e
manter higiene oral adequada3. Sem trata
os diuréticos; bloqueio dos ductos salivares
mento, resulta em extração dentária, com
por cálculos; infecção aguda ou crônica das
todas as suas implicações para a saúde bu
glândulas salivares. O sintoma decorrente
da diminuição de produção salivar é a xe cal e sistêmica e para a qualidade de vida.
rostomia. A alteração da película salivar faz 6. Edentulismo e próteses: indivíduos com
dos tecidos moles os mais suscetíveis à des próteses mal adaptadas, que apresentam
camação; facilita a colonização por parte da dor ao usá-las, ou que necessitam de próte
microbiota oportunista; favorece a inflama se, mas não a utilizam, estão sob risco de
ção da mucosa, bem como a presença de ul desnutrição. Referem menor consumo de
cerações dolorosas, infecções locais, sensibi frutas, vegetais e carnes, dando preferência
lidade, queilite angular, ardor na mucosa e a alimentos macios, ricos em gordura satu
língua, aumento na sensibilidade para os rada e colesterol12. É importante ressaltar
sabores fortes como sal, ácidos, etc. Sobre os que a dificuldade mastigatória está entre as
tecidos duros, a diminuição do fluxo salivar principais causas de perda de peso não in
favorece o aumento no índice de cáries40. tencional no idoso33. Além disso, proble
4. Paladar: a diminuição do paladar pode estar mas com a prótese podem levar ao isola
de fato relacionada ao processo natural de mento social, na tentativa de evitar
envelhecimento, seja pela perda de papilas situações constrangedoras como o desloca
gustativas, seja pelas alterações funcionais mento da prótese, a dor e o desconforto du
de canais e receptores de membranas dessas rante as refeições7.
células. Entretanto, muitos casos de queixa Mesmo próteses parciais bem adaptadas
de hipogeusia são, na realidade, alterações podem levar a doenças orais, caso não haja
primárias do olfato. Além da disfunção olfa
cuidado adequado. Usuários de próteses
tiva, outras causas comuns de diminuição
parciais removíveis têm maior probabilida
do paladar são: infecções do trato respiratório
de de cárie radicular, se comparados àque
superior; traumatismo crânio-encefálico;
les sem prótese parcial, possivelmente pela
uso de medicações; além das causas idiopá
formação de biofilme devido à higieniza
ticas18. Problemas de mastigação associados
ao edentulismo e próteses também podem ção infrequente ou inadequada13. Também
interferir na sensibilidade gustativa, junta é observada nesses pacientes uma maior
mente com a redução de produção salivar. prevalência de outras complicações orais,
Candidíase orofaríngea também pode estar como estomatite, periodontite, candidíase
presente nesses casos. oral e halitose14,34-36.
A perda do paladar pode resultar em extre Estudos sobre placas bacterianas em próte
mos: de um lado, a desnutrição e a perda de ses mostram que o escore de placa na super
peso não intencional, e, de outro, a obesi fície mucosa da prótese é significativamente
dade, pelo uso excessivo de sal e açúcar, maior que aquele na superfície oral dela23-25.
com a possível instalação e agravamento de A placa da prótese pode ser removida por
Cavidade oral do idoso 87
diferentes métodos, que incluem: escovação 9. Câncer de boca: o câncer de boca inclui os
com dentifrício; imersão em produtos quí cânceres de lábio e de cavidade oral (muco
micos; e uso de dispositivos especiais (forno sa bucal, gengivas, palato duro, língua oral
micro-ondas ou dispositivos de vibração ul e assoalho da boca). Apesar de sua localiza
trassônica). ção mais acessível e visível, seria de se espe
A escovação com dentifrício tem a vanta rar que os tumores da cavidade oral fossem
gem de ser um método simples e relativa diagnosticados em fases iniciais, o que in
mente barato. Entretanto, se utilizado com felizmente não ocorre em nosso país, fa
uma técnica de escovação imprópria, o den zendo com que seu prognóstico seja bas
tifrício pode danificar o material da prótese, tante limitado, na maioria dos casos. Dessa
devido ao seu potencial abrasivo37. Métodos forma, a maneira mais efetiva para melho
químicos são classificados de acordo com
rar a sobrevida dos pacientes, minimizan
sua composição e mecanismo de ação (ex.:
do tratamentos mutilantes ou muito inva
hipocloritos, peróxidos, enzimas, ácidos e
sivos, é o diagnóstico precoce, se possível
enxaguatórios para próteses). São fáceis de
por meio de procura ativa de lesões suspei
usar, mas têm a desvantagem de maior custo
tas ou pré-cancerosas (leucoplasias, eritro
e corrosão de metal, assim como o branquea
plasias e líquen plano)38,39.
mento da resina acrílica, resultando em
São considerados fatores de risco para cân
dano da base da prótese37. Revisão de litera
cer oral: idade superior a 40 anos; sexo
tura recente encontrou fraca evidência a fa
vor de imersão em pastilhas efervescentes masculino; tabagismo crônico (cigarros,
ou soluções enzimáticas, e que a escovação charutos e cachimbos) e/ou etilismo crôni
com pasta pode remover a placa e eliminar co; infecções virais; desnutrição; imunos
bactérias de maneira mais eficaz, se compa supressão; má higiene oral; e irritação trau
rada a tratamento inativo. Entretanto, ainda mática crônica da mucosa bucal.
não está claro qual o método mais efetivo27.
7. Reabsorção do osso alveolar: após a extra DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA DA
COLUNA E IMPORTÂNCIA DO
ção dos dentes, o osso alveolar é gradual
mente absorvido, predominantemente na POSICIONAMENTO ADEQUADO DO IDOSO
mandíbula em relação à maxila7. A princi DURANTE CUIDADOS ODONTOLÓGICOS
pal consequência clínica é a dificuldade de A espondilose cervical afeta virtualmente
confecção e funcionamento de próteses todas as pessoas com mais de 50 anos. Os si
completas, com má adaptação da prótese nais e sintomas da doença podem ser atribuí
inferior. dos ao envolvimento articular propriamente
Alguns fatores como sexo feminino, tempo dito, envolvimento de vias nervosas, mielopa
de edentulismo, pressão causada pelo uso tia, artéria vertebral e acometimento esofági
da prótese e osteoporose parecem estar re
co28. Pode cursar principalmente com dor, rigi
lacionados a esse processo. Pode ser preve
dez e parestesia, podendo levar também à
nido com a preservação dos dentes natu
síndrome de insuficiência vertebrobasilar. Nes
rais, ou mesmo de raízes, e com a confecção
sa síndrome, ocorre compressão funcional de
de aparelhos protéticos apropriados (ex.:
artérias vertebrais por osteófitos, durante ex
“overdenture”) e implantes dentários17.
tensão ou rotação cervical, causando quadro
8. Infecções orais: as infecções bacterianas que
afetam a cavidade bucal são de origem poli
abrupto de tontura, náuseas, quedas, cefaleia e
diplopia.
microbiana e, na maioria dos casos, apre
sentam um predomínio de microrganismos Acredita-se que o ângulo cifótico aumenta
anaeróbios obrigatórios. Outras infecções com o envelhecimento, particularmente em
frequentes em idosos, principalmente em idosas. Pode ocorrer por compressão vertebral
situações de comprometimento da integri secundária a fratura osteoporótica, degenera
dade do sistema imunológico, são lesões ção assimétrica de disco intervertebral, fra
herpéticas e candidíase oral. queza de musculatura paravertebral, hipermo
88 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
dentifrícios com fluoretos; uso de fio den 16. Cuidados com o posicionamento do pa
tal e enxaguatórios bucais; manejo dos te ciente na cadeira odontológica devem ser
cidos moles, como o uso de protetores la instituídos, evitando a obstrução de vias
biais à base de lanolina; alimentação aéreas e de artérias vertebrais, e a hiperex
balanceada com a ingestão adicional de vi tensão ou rotação excessiva da região cervi
taminas B e C; ingesta hídrica adequada cal. Desse modo, reduz-se o risco de dor e
(pelo menos dois litros de água por dia); e desconforto, ou mesmo de fraturas, por
suspensão de alguns medicamentos sabi espondilose cervical e coluna hipercifótica,
damente causadores. O uso de saliva artifi além do risco de quedas pelo quadro de in
cial ou de umidificantes orais é uma solu suficiência vertebrobasilar28,31.
ção que deve sempre ser utilizada40.
13. Nos casos de estomatites e lesões infeccio CUIDADOS ESPECIAIS EM PACIENTES
sas de mucosa oral, incluindo as não bacte INSTITUCIONALIZADOS32
rianas, a higiene oral deverá ser fortemente
1. Cuidados com a cavidade oral pelo menos
implementada (escovação ampla de toda a
uma vez ao dia, a fim de minimizar o risco
cavidade oral, incluindo língua); próteses
de infecções, como pneumonia.
dentárias deverão ser retiradas por um pe
2. O uso de escovas dentais elétricas pode
ríodo (cerca de 6 horas durante o dia ou à
noite) e mergulhadas em solução de limpe contribuir substancialmente para os cuida
za (clorexidine); nos casos de candidíase, a dos com a saúde oral.
terapêutica inicial será tópica, em geral 3. Providenciar ao menos um exame oral pro
com bons resultados, ou sistêmica nos ca fissional a cada 6 meses para idosos denta
sos de falha terapêutica41. dos em instituições de longa permanência.
14. Na prevenção do aparecimento de câncer 4. Providenciar ao menos um exame oral pro
oral, pessoas com mais de 40 anos de idade, fissional anual para idosos edêntulos e/ou
com dentes fraturados, fumantes e porta em uso de prótese em instituições de longa
dores de próteses mal ajustadas devem evi permanência.
tar o fumo e o álcool, promover a higiene 5. Caso o idoso apresente um aumento súbito
bucal, ter os dentes tratados e fazer uma na incidência de cáries, deve-se consultar
consulta odontológica de controle a cada um dentista e solicitar prescrição de enxa
ano. Outra recomendação é a manutenção guatório bucal diário com flúor de 0,025 a
de uma dieta saudável, rica em vegetais e 0,01% ou semanal com flúor a 0,1%.
frutas (ricos principalmente em vitamina 6. Caso haja impossibilidade de cuidados
A e seus derivados retinoides)39. orais diários, devido a alterações físicas e/
15. Para prevenir o câncer de lábio, deve-se ou comportamentais, deve-se aplicar clore
evitar a exposição ao sol sem proteção (fil xidine gel 1% uma vez ao dia ou clorexidine
tro solar e chapéu de aba longa). O combate gel 0,5% duas vezes ao dia para prevenção
ao tabagismo é igualmente importante na de doença periodontal, prescrito por den
prevenção desse tipo de câncer. tista ou geriatra.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
3. Limpar diariamente a dentadura, seja com rexidine); nos casos de “sapinho”, consultar
escovação e pasta de dente, seja com imersão o seu médico.
em produtos químicos específicos. Ainda 11. Para prevenir o câncer oral, pessoas com
não está claro qual o método mais efetivo. mais de 40 anos de idade, dentes fratura
4. Ao realizar limpeza manual diária, prestar dos, fumantes e portadores de próteses mal
atenção à higiene do lado interno da denta ajustadas devem evitar o fumo e o álcool,
dura (aquele que fica em contato com o céu promover a higiene bucal, ter os dentes tra
da boca e a gengiva): é o local onde mais se tados e fazer uma consulta de controle ao
acumula a placa bacteriana. dentista a cada ano. Outra recomendação é
5. Remover a dentadura de 6 a 8 horas por dia manter uma dieta saudável, rica em vege
para se evitar estomatite (inflamação da boca). tais e frutas (ricos principalmente em vita
6. Acompanhar a saúde bucal regularmente mina A e seus derivados retinoides).
no dentista para a preservação dos dentes 12. Para prevenir o câncer de lábio: evitar a ex
naturais, ou mesmo das raízes dos dentes. posição ao sol sem proteção (usar filtro so
lar e chapéu de aba longa). O combate ao
Próteses e implantes dentários, quando ne
cessários, podem evitar, mais tarde, a ab tabagismo é igualmente importante na pre
venção desse tipo de câncer.
sorção dos ossos da boca e a dificuldade de
13. Atenção ao deitar-se na cadeira do dentista,
funcionamento de próteses completas.
evitando a hiperextensão ou rotação exces
7. Procurar o dentista e o médico em caso de
siva do pescoço, diminuindo o risco de dor
dificuldade na deglutição e/ou engasgos
e desconforto, ou mesmo de fraturas na co
frequentes. Pode ser um problema reversí
luna, além do risco de quedas.
vel com a confecção de pontes e próteses
adequadas, mas pode também representar
Cuidados especiais em pacientes
um problema sério de saúde, como o cân
institucionalizados
cer de esôfago ou doenças neurológicas.
1. Higienizar a cavidade oral pelo menos uma
8. Indivíduos com diminuição do paladar po
vez ao dia para diminuir o risco de infec
dem beneficiar-se de temperos e ervas, ou
ções, como pneumonia.
mesmo aromatizantes, nos alimentos.
2. Usar escovas dentais elétricas para ajudar
Consulte seu médico.
nos cuidados com a saúde bucal.
9. Para sensação de boca seca: instituir medidas
3. Providenciar avaliação do dentista pelo
preventivas de higiene bucal (escovar os den
menos a cada 6 meses para idosos com den
tes com cerdas macias; usar pasta de dente
tes em instituições de longa permanência.
com flúor; usar fio dental e enxaguatórios
4. Providenciar avaliação do dentista pelo
bucais; usar protetores labiais à base de lano menos anualmente para idosos sem dentes
lina; ter alimentação balanceada com a inges e/ou em uso de prótese em instituições de
tão de vitaminas B e C; ingerir líquidos, pelo longa permanência.
menos dois litros de água por dia; e suspender 5. Se o idoso apresentar um aumento súbito na
medicamentos sabidamente causadores, con incidência de cáries, consultar um dentista e
forme orientação médica). O uso de saliva solicitar, caso haja indicação, a prescrição de
artificial ou de umidificantes orais é uma so enxaguatório bucal diário com flúor de
lução que deve sempre ser utilizada. 0,025 a 0,01% ou semanal com flúor a 0,1%.
10. Nos casos de estomatites e infecções de 6. Se houver dificuldades para os cuidados orais
mucosa oral: reforçar a higiene oral (esco diários do idoso, devido a alterações físicas e/
vação ampla de toda a cavidade oral, in ou comportamentais, aplicar clorexidine gel
cluindo língua); retirar próteses dentárias 1% uma vez ao dia ou clorexidine gel 0,5%
por cerca de 6 horas durante o dia ou à noi duas vezes ao dia para prevenção de doença
te, e mergulhar em solução de limpeza (clo- periodontal, prescrito por dentista ou geriatra.
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CONSTIPAÇÃO INTESTINAL
ANTÔNIO CARLOS PEREIRA BARRETO FILHO - JONAS GORDILHO SOUZA
FISIOPATOLOGIA
DEFINIÇÃO
Ocorrem diversas mudanças fisiológicas
Constipação pode ser definida como um
no trato gastrointestinal dos pacientes idosos.
hábito intestinal de menos de 3 evacuações por
Dentre elas, devemos destacar: lentificação do
semana. Apesar do amplo uso desse critério
trânsito (pacientes maiores de 65 anos sofrem
diagnóstico pelos médicos, existe uma parcela
com a perda de 37% dos neurônios entéricos);
muito grande de pacientes que se consideram
diminuição da quantidade de água nas fezes;
constipados, mesmo evacuando mais de 3 ve atrofia da parede; menor suprimento sanguí
zes por semana. Sintomas como fezes endure neo; diminuição na pressão do esfíncter anal
cidas, dificuldade na passagem, dificuldade de interno e músculos pélvicos; mudanças na sen
evacuar na hora desejada, força excessiva para sibilidade retal; e, no paciente cronicamente
evacuar e sensação de evacuação incompleta enfermo, ocorre aumento no tempo do trânsito
podem ser descritas pelos pacientes como sin intestinal de 4 para 9 dias, até 3 semanas em
tomas de constipação3-6,8. ILP (normal < 3 dias)6,12,13. É preciso ressaltar
Como uma forma de identificar melhor os que a habilidade para evacuar normalmente de
pacientes com problemas de ritmo intestinal, fo pende da sensação retal e perianal. Nos pacien
ram criados os critérios de ROMA III. De acordo tes mais idosos, pode ocorrer uma diminuição
com esse critério, constipação pode ser definida dessa sensibilidade, e, então, passam a ser ne
como a presença de 2 ou mais dos seguintes cri cessárias maiores massas fecais para provocar
térios por 3 meses, nos últimos 6 meses8-11: o processo de urgência e evacuação. A lesão do
94 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
nervo pudendo, a exemplo do que ocorre du do ritmo intestinal e fezes ressecadas15-17. Evi
rante o trabalho de parto, também pode ter um tar bebidas com efeito diurético, a exemplo de
papel no processo de constipação nas mulheres café, chá e álcool, pode ajudar a evitar resseca
idosas5. mento das fezes15.
A maioria dos casos de constipação em ido A ingesta de fibras é uma medida bastante
sos é de origem multifatorial. Pode ainda ser eficaz, principalmente nos casos de constipa
exacerbada por doenças endocrinológicas ção leve. Deve-se orientar o paciente a adicioná
(diabetes, hipotireoidismo, hiperparatireoidis -las progressivamente, pelo risco de flatulência
mo), neurológicas (demência, disfunção auto e de desconforto abdominal. As fibras levam a
nômica, Parkinson, doença cerebrovascular), um aumento do bolo fecal e à melhora do trân
insuficiência cardíaca congestiva, distúrbios sito intestinal. A dose ideal é de 20 a 30 gramas
eletrolíticos, ansiedade, depressão, doenças de fibra por dia. Dentre os alimentos que são
anorretais (doença hemorroidária, fissuras, ricos em fibras, podemos citar feijão, grãos,
prolapso retal, doença diverticular, compres cereais, farelo de trigo, frutas frescas e vege
são tumoral, síndrome do cólon irritável), desi tais3,18. É preciso orientar, também, que o pa
dratação, imobilidade, iatrogenia, abuso de la ciente evite alimentos com baixo teor de fibras,
xativos, e diversas outras condições5,12,14. É a exemplo de sorvetes, queijo, carne e outros
importante, também, sempre afastar a possibi alimentos processados15.
lidade de impactação fecal, principalmente nos A prática de exercícios regulares é muito
idosos frágeis acamados5. No manejo do pa importante, pois melhora o peristaltismo do
ciente com constipação, é preciso que o médico cólon16. Alguns estudos prévios evidenciaram
fique atento a sinais de alarme como constipa que a atividade física reduz a frequência dos
ção de início recente, mudança do padrão, alte sintomas referidos como constipação em mu
ração do calibre das fezes, perda de peso e pre lheres19,20. Outro estudo pequeno evidenciou
sença de anemia, já que podem indicar uma que exercícios regulares diminuem constipa
investigação mais aprofundada. ção de acordo com os critérios de ROMA I21.
No caso de pacientes acamados que não consi
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO
gam realizar caminhadas e exercícios, é im
Apesar do amplo uso das medidas não far portante a mobilização no leito4,5,8.
macológicas no tratamento da constipação e Algumas medicações podem ser responsá
da constatação de que a deficiência de fibras, a veis por piora do quadro de constipação. Dentre
desidratação e a falta de exercícios estão asso as medicações que devem ser evitadas, podemos
ciadas com os quadros de constipação, ainda citar os sais de alumínio, anticonvulsivantes,
faltam ensaios clínicos randomizados que com antidepressivos, anti-histamínicos, antiparkin
provem a eficácia dessas estratégias3,11. sonianos, antipsicóticos, anticolinérgicos, blo
É recomendado a todos os pacientes estabele queadores dos canais de cálcio, suplementos de
cer uma rotina evacuatória. Diariamente, após Cálcio e Ferro, opioides, diuréticos, colestirami
uma grande refeição, o paciente deve se sentar no na e abuso de laxativos3,6. Pacientes que utilizam
vaso sanitário para gerar ritmos circadianos3. altas doses de laxativos, com amplo esvazia
Sempre que sentir repleção retal, é preciso evacuar, mento do cólon, podem perder o ciclo habitual e
evitando interromper o processo em determina ficar vários dias sem evacuar, perpetuando o
dos momentos. O aumento do volume das fezes processo de constipação. É importante, tam
na ampola retal pode, aos poucos, levar à perda bém, evitar automedicação com compostos que,
da eficácia do reflexo de evacuação15. muitas vezes, associam laxantes irritativos. A
Se possível, o paciente deve objetivar uma longo prazo, essas medicações parecem lesar as
ingesta líquida de 2 a 3 L por dia, aproximada células nervosas do cólon, dificultando sua fun
mente 8 copos de água (exceto em casos de ção normal de contração.4,5,8
contraindicação). O líquido é importante, Em pacientes com doenças anorretais, a
principalmente nos pacientes com lentificação exemplo de doença hemorroidária e fissuras
Constipação intestinal 95
anais, medidas como banho de assento com e sais hiperosmolares, a exemplo da lactulose,
água morna, 3 a 4 vezes por dia, aliviam sinto supositório de glicerina, polietilenogliol, ma
mas e diminuem a incidência de constipação. nitol, enema de fosfato de sódio, sulfato e hi
dróxido de magnésio. Os laxativos emolien
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO tes, a exemplo do óleo mineral, devem ser
Existem diversas classes de medicações evitados em idosos, pelo risco de pneumonite,
que podem ser utilizadas caso o paciente per diminuição da absorção de vitaminas lipos
maneça constipado apesar da implementação solúveis e perda fecal involuntária. Os laxati
das medidas não farmacológicas. Agentes for vos irritativos também podem ser utilizados.
madores de massa como o Plantago e a Poli Deve-se, no entanto, evitar o uso crônico,
carbofila são úteis, principalmente nos casos pois a longo prazo podem causar dano no ple
leves, porém devem ser evitados em casos de xo e piorar a constipação. Dentre os mais uti
suspeita de impactação fecal. Outras opções lizados, podemos citar o Bisacodil, a Cáscara
de tratamento farmacológico são os açúcares sagrada e o Sena2,22.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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REFLUXO GASTROESOFÁGICO
LUIZ ANTONIO GIL JUNIOR - VANESSA SILVA MORAIS
É a doença orgânica mais comum do tubo Os sintomas típicos da DRGE são pirose e
digestivo1,3. Nos Estados Unidos, estima-se que regurgitação ácida. Sintomas atípicos também
14 a 20% dos adultos apresentem sintomas de são relatados, como dor torácica, tosse crônica,
DRGE4. No Brasil, um estudo realizado em 22 pigarro, halitose, odinofagia, laringite, asma e
cidades e publicado em 2005 por Moraes-Filho aftas1-4. Diferentemente de algumas outras doen
et al. demonstrou que 11,3% dos 13.000 adultos ças que acometem os idosos, os sintomas mais
estudados apresentaram pirose uma ou mais frequentes de DRGE nessa faixa etária são tão
vezes por semana5. típicos quanto nos mais jovens. A maior difi
culdade nessa população, no entanto, são as
FISIOPATOLOGIA comorbidades, como doenças do coração, pul
A DRGE é decorrente da incompetência mão e aorta, que implicam o diagnóstico dife
dos mecanismos antirrefluxo na junção gas rencial dos sintomas de DRGE. A gravidade da
troesofágica. As alterações podem ocorrer iso esofagite não está relacionada diretamente a
ladamente, mas geralmente acontecem em as frequência e intensidade dos sintomas. Por ou
sociação. As alterações mais importantes são: tro lado, o tempo de duração dos sintomas está
98 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
Outros exames, como exame radiológico ba de prótons (IBP). Indivíduos sem sinais de
contrastado do esôfago, cintilografia (especial alarme ou complicações podem ser tratados
mente em crianças), manometria ou pHmetria empiricamente com dose única de IBP, asso
de 24 horas, e impedanciometria esofágica tam ciado às medidas não farmacológicas. Na fa
bém são úteis para a confirmação diagnóstica. lência do tratamento inicial, a dose do IBP
deve ser dobrada e associações com procinéti
TRATAMENTO CLÍNICO
cos podem ser realizadas. Se não houver res
O tratamento clínico tem como objetivo o posta ao tratamento empírico inicial, deve ser
alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e realizada uma investigação diagnóstica especí
a prevenção de recidivas e complicações. De fica com exames complementares, conforme o
forma didática, pode-se dividir a abordagem Fluxograma 17.134.
Refluxo gastroesofágico 99
FLUXOGRAMA 17.1 Manejo inicial dos indivíduos com sintomas da doença do refluxo gastroesofágico.
de episódios de refluxo e do tempo de ex sucos e frutas cítricas são suficientes para
posição ao conteúdo ácido dias após a ces manter a orientação23.
sação do tabagismo. Contudo, a orientação ■ Diminuir o consumo de bebidas gaseifica
é recomendada de forma rotineira15,16. das ‒ NOVOS ESTUDOS são necessários:
■ Cessar o etilismo ‒ MELHORA: o consu as bebidas gaseificadas foram associadas a
mo de álcool pode precipitar o refluxo gas sintomas de refluxo. Após análise multiva
riada, o consumo de bebidas gaseificadas
troesofágico devido ao aumento da secre
foi considerado um preditor de ocorrência
ção ácida decorrente da estimulação da
de sintomas24. Também diminuiu a pressão
gastrina, aumento do relaxamento do es
do esfíncter esofágico inferior em um pe
fíncter esofágico e lentificação da motilida
queno estudo entre indivíduos saudáveis25.
de gástrica e esofágica17. Estudos transver ■ Diminuir ingesta de café e cafeína ‒ NÃO É
sais mostraram aumento dos sintomas de REGRA: apesar do fato de que a ingesta de
refluxo entre os etilistas18. café em indivíduos com sensibilidade ácida
■ Controlar a obesidade ‒ NOVOS ESTU pode causar pirose, outros dois estudos epi
DOS são necessários: a obesidade tem sido demiológicos grandes não encontraram as
responsabilizada por sintomas da DRGE sociação entre consumo de café e DRGE23,26.
devido a múltiplos fatores como aumento Há divergências sobre como o método de
do gradiente do esfíncter gastroesofágico, preparação e ingesta do café influenciaria
alta incidência de hérnia hiatal, aumento nos sintomas de refluxo27. Um estudo obser
da pressão intra-abdominal, e acréscimo vou que os indivíduos apresentam diminui
da produção de bile e enzimas pancreáti ção do tônus do esfíncter esofágico distal
após o consumo de café, o que pode ser con
cas19,20. Estudos populacionais encontra
fundido com o fato de que muitas pessoas
ram uma relação significativa entre o au
consomem café após as refeições. Portanto,
mento do índice de massa corpórea e
a relação entre o consumo de café e os sinto
sintomas de refluxo21. A perda de peso pa
mas é incerta, não havendo evidência sufi
rece ter um efeito promissor na ocorrência ciente para a recomendação rotineira da di
de episódio de refluxo e controle dos sinto minuição do consumo de café28.
mas; contudo, estudos clínicos randomiza ■ Diminuir consumo de chocolates ‒ NÃO É
dos ainda são necessários. REGRA: há limitados estudos que observa
■ Diminuir o consumo de sucos e frutas cí ram o consumo de chocolates como fator
tricas ‒ NOVOS ESTUDOS são necessá predisponente de diminuição do pH esofá
rios: as frutas cítricas já foram citadas gico e do tônus do esfíncter esofágico infe
como fatores precipitantes de sintomas de rior. Estudo não controlado demonstrou
pirose. Em um questionário que avaliou que a ingesta de 120 mL de chocolate líqui
sintomas em indivíduos com DRGE, 72% do causa diminuição do tônus do esfíncter
deles relataram aumento da pirose após a esofágico inferior (EEI)29. Nenhum estudo
ingesta de sucos ou frutas cítricas22. Entre avaliou a abstinência de chocolates e os sin
tomas de refluxo.
tanto, outro estudo mostrou que indivíduos
■ Diminuir alimentos temperados ‒ NÃO É
que eram sensíveis ao suco cítrico manti
REGRA: poucos estudos avaliaram ali
veram a sensibilidade mesmo quando o
mentos picantes como agentes desencadea
pH do suco foi ajustado para 7, sugerindo
dores de sintomas, mudanças no ph gástri
que a acidez talvez não seja o único meca co ou diminuição do tônus do EEI. Um
nismo precipitante dos sintomas. Não fo estudo de caso-controle demonstrou que o
ram encontrados estudos clínicos que ava consumo de cebola aumentou o número de
liassem de forma randomizada a ingesta episódios de refluxo e o tempo de exposi
de sucos cítricos e os efeitos nos sintomas ção ácida do esôfago30. Indivíduos que acre
da DRGE, mas os relatos de piora com os ditam obter melhora dos sintomas com a
Refluxo gastroesofágico 101
diminuição desses alimentos devem fazê son, doença de Alzheimer, esclerose múltipla,
-lo, porém não há estudos que justifiquem sequelas de acidentes vasculares cerebrais. Nes
a recomendação rotineira. ses indivíduos, a DRGE está relacionada ao au
■ Diminuir alimentos gordurosos ‒ NOVOS mento de pneumonias aspirativas36.
ESTUDOS são necessários: o consumo de A via enteral pode ser utilizada como alter
alimentos gordurosos desencadeia sintomas nativa para evitar a desnutrição decorrente da
semelhantes ao consumo de ácidos31,32. Foi dificuldade de deglutição. A dieta enteral pode
avaliada a resposta do EEI à ingesta de refei ser administrada por meio de sonda nasoente
ções com alto teor de gordura ou alto teor de ral ou gastrostomia. A gastrostomia parece
proteínas, ambas com a mesma quantidade propiciar menor número e intensidade de re
calórica global, e observou-se que indivíduos fluxo, sendo uma possibilidade a ser discutida
que consumiram refeições com alto teor de em indivíduos em uso de sonda nasoenteral
gordura apresentaram diminuição do tônus com pneumonias de repetição37,38.
do EEI30. Outro estudo randomizado não Nesses indivíduos, as medidas comporta
encontrou diferença entre o consumo de re mentais devem ser ainda mais estimuladas,
feições com alto ou baixo teor de gordura no uma vez que a principal consequência da disfa
tônus do EEI, número de episódios de refluxo gia associada ao refluxo são as pneumonias
e pH esofagiano. Portanto, não há evidência aspirativas de repetição, doença que apresenta
que suporte a recomendação geral de baixa altos índices de mortalidade (17-52%)38.
ingesta gordurosa. O Consenso Americano de Nutrição em
■ Diminuir ingesta de hortelã ‒ NÃO É RE doentes críticos orienta as seguintes medidas
GRA: hortelã é um agente que relaxa o tônus para evitar o refluxo em indivíduos com dieta
do EEI, sendo então comumente recomenda enteral39:
do que os indivíduos com DRGE evitem tal ■ Manter decúbito elevado em no mínimo
alimento7. Contudo, não há estudos avalian 30 graus durante a alimentação e 1 hora
do a eficácia da cessação da ingesta de hortelã depois.
para o controle dos sintomas. ■ Administrar a dieta num período entre 20
■ Evitar medicamentos que podem piorar os minutos e 1 hora.
sintomas: alguns medicamentos alteram os ■ Realizar uma pausa noturna na alimentação.
mecanismos fisiológicos de contenção do Nos indivíduos que, mesmo com essas me
refluxo, facilitando o retorno do conteúdo didas, apresentem sinais ou sintomas de reflu
gástrico (teofilina, anticolinérgicos, beta xo, pode-se tentar modificar o tipo de dieta
bloqueadores, nitratos, bloqueadores do para uma de mais rápida absorção (dietas oli
canal de cálcio). Há também as medicações goméricas), ou mesmo associar o tratamento
que agridem diretamente a mucosa gástri medicamentoso com inibidores de bomba de
ca e esofagiana, como a quinidina e os anti prótons e procinéticos39.
-inflamatórios não hormonais40. Estes me A DRGE é bastante comum nos idosos;
dicamentos devem ser evitados, após apresenta sinais clínicos típicos, assim como
avaliação individual do caso, sempre levan nos jovens. Cabe ao geriatra avaliar minuciosa
do em consideração o risco-benefício de mente o quadro clínico para fazer o diagnóstico
cada um deles. diferencial de outras condições clínicas que
também podem afetar o paciente na faixa etária
DRGE EM INDIVÍDUOS EM USO DE DIETA
mais idosa. As medidas comportamentais são
ENTERAL
de extrema importância no controle da doença,
Diversas doenças podem cursar com a ne tanto nos indivíduos mais saudáveis quanto nos
cessidade do uso de uma via alternativa de ali mais dependentes, e devem ser o principal foco
mentação para o idoso, como doença de Parkin de atenção e orientação no tratamento.
102 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
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INCONTINÊNCIA URINÁRIA
JOSÉ RENATO DAS GRAÇAS AMARAL - PEDRO HENRIQUE MONTES
menos constrangedora para cada pessoa. Os tivo do trato urinário inferior das mulhe
poucos estudos disponíveis recomendam o res, aumentando a força de contração da
treinamento vesical como primeira linha de musculatura pélvica, diminuindo a fre
tratamento conservador para IU de esforço, quência de infecções urinárias e melho
urgência e mista. Ainda assim, não há evidên rando a função da musculatura periure
cias suficientes para determinar se o treina tral; são usados principalmente para IU
mento vesical é melhor que a terapia medica de esforço12,13,14.
mentosa para urge-incontinência14. ■ Antagonistas alfa-adrenérgicos: essas dro
2. Tratamento farmacológico gas, como a doxazosina e a tansulosina, são
O tratamento farmacológico da IU baseia indicadas para homens com sintomas atri
-se no uso de agentes com ação no sistema ner
buíveis à hiperplasia prostática. Em ho
mens, é frequente que a IU esteja associada
voso autônomo do trato urinário inferior. Em
à doença da próstata e se associe a sintomas
mulheres, os estrogênios também têm ação be
de enchimento, como na urge-incontinên
néfica. Estão entre as opções terapêuticas:
cia, ou de esvaziamento, como na IU por
■ Agentes anticolinérgicos: bloqueiam os re sobrefluxo. Os efeitos colaterais mais co
ceptores muscarínicos no músculo detrusor, muns desses agentes são hipotensão postu
diminuindo a contratilidade vesical, au ral e boca seca12,13,14.
mentando sua capacidade de armazena 3. Tratamento cirúrgico
mento, e amenizando a sensação de urgên Classicamente, a melhor indicação de tra
cia. É a classe mais utilizada para tratamento tamento cirúrgico na IU aplica-se à IU de es
da IU de urgência. A sua eficácia aumenta forço, por ser esse o tipo mais associado a um
progressivamente até a quarta semana de defeito anatômico do trato urinário inferior.
uso, portanto não deve ser suspensa preco Já na correção da urge-incontinência, os
cemente. Os principais fármacos são a oxi resultados das técnicas intervencionistas não
butinina, a tolterodina e a darifenacina. Os são tão bons, e se associam a elevada taxa de
efeitos colaterais mais frequentes são: boca morbimortalidade. Atualmente, a neuromo
seca; borramento visual; taquicardia; déficit dulação é uma opção às correções cirúrgicas,
cognitivo; e obstipação12,13,14. bem como a aplicação de toxina botulínica no
■ Agentes alfa-adrenérgicos: estimulam a músculo detrusor.
contração da musculatura uretral e, por Em portadores de disfunção prostática, a
isso, são úteis no tratamento da IU de esfor cirurgia também pode ter um papel importan
ço na mulher. As principais drogas dessa te. Logicamente, em todos os casos em que a
classe são os antidepressivos imipramina e IU não apresenta resposta satisfatória ao trata
duloxetina. Os principais efeitos colaterais mento inicial (conservador ou medicamento
são hipotensão postural e náuseas12,13,14. so), e o paciente encontra-se apto para um pro
■ Estrógenos tópicos: têm efeito trófico so cedimento mais invasivo, o caso deve ser
bre os tecidos epitelial, vascular e conec discutido com um especialista12,13,14.
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
O modelo mnemônico PLISSIT para inter ■ SS: Specific Sugestions: dar sugestões es
venção geral e aconselhamento sexual pode ser pecíficas sobre temas como uso de lu
usado para pacientes em final de vida. Trata-se brificantes e de fechadura na porta,
de quatro estágios de tratamento: para melhorar a privacidade.
■ P: Permission giving: dar “permissão” ■ IT: Intensive Therapy: tratamentos rápi
dos e específicos para as queixas do pa
para o paciente vivenciar sua sexualida
ciente, permitindo uma prática sexual
de mesmo perto do fim da vida, sem
mais adequada3.
que se sinta anormal.
A maioria dos tratamentos para disfunção
■ LI: Limited Information: dar informa
sexual também é apropriada para pacientes no
ções que se baseiam nas suas necessida
final de vida5.
des, limitando-se a elas.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
1) Início agudo
Há evidência de uma mudança aguda no estado mental de base do paciente?
2) Distúrbio da atenção
a) O paciente teve dificuldade em focalizar sua atenção, por exemplo, distraiu-se facilmente ou teve dificuldade
em acompanhar o que estava sendo dito?
b) Se presente ou anormal, esse comportamento variou durante a entrevista, isto é, tendeu a surgir e desapare
cer ou a aumentare diminuir de gravidade?
c) Se presente ou anormal, descreva o comportamento:
3) Pensamento desorganizado
O pensamento do paciente era desorganizado ou incoerente, com a conversação dispersiva ou irrelevante,
fluxo de ideias pouco claro ou ilógico, ou mudança imprevisível de assunto?
5] Desorientação
O paciente ficou desorientado durante a entrevista, por exemplo, pensando que estava em outro lugar que não
o hospital, que estava no leito errado, ou tendo noção errada da hora do dia?
?] Distúrbios de percepção
O paciente apresentou sinais de distúrbios de percepção, por exemplo, alucinações, ilusões ou interpretações
errôneas (pensando que algum objeto fixo se movimentava)?
ORIENTAÇÕES
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DEMÊNCIA: SINTOMAS COMPORTAMENTAIS
LILIAN SCHAFIROVITS MORILLO - FÁBIO PADOAN MEDEIROS DA SILVA
rado que cada SCPD costuma ser mais caracte trados. A colocação de retratos familiares
rístico do estágio de demência em que a pessoa no quarto ou na sala pode ser útil23,34.
se encontre (leve, moderada ou avançada). Po 7. O paciente com demência precisa ter um
rém, como os quadros demenciais seguem ambiente próprio. Mudanças constantes
uma evolução em continuum, muitos desses podem deixá-lo confuso e agitado23,34.
sintomas poderão aparecer em um determina 8. Deve-se evitar arrumações na casa que mu
do momento e persistir no estágio posterior. dem de local os utensílios do paciente. Ou,
Dessa forma, as medidas a serem recomenda pior, uma troca completa dos objetos com
das deverão ser individualizadas para cada in os quais ele está acostumado3.
divíduo avaliado. 9. Para controle do fenômeno do pôr do sol
(sundowning), manter a casa bem ilumina
Orientações ao cuidador da logo antes e durante o anoitecer. O
quarto deverá ficar semi-iluminado duran
1. Uma medida sempre fundamental é educar
te a noite34,39.
familiares e/ou cuidadores sobre a origem e
10. Pacientes com comportamento errante,
evolução provável da doença, além dos
que realizam caminhadas aparentemente
SCPDs que poderão surgir e de medidas
sem motivo específico, têm maior risco de
que poderão ser úteis para o seu controle18.
acidentes. Dessa forma, é importante utili
É importante que os cuidadores compreen
zar medidas contra quedas, trancar porta
dam a não intencionalidade do indivíduo
ou portão da rua e não deixar o indivíduo
que manifesta esses sintomas6. Grupos de
sozinho em locais abertos6,23,34,37.
apoio costumam ser úteis para maiores es 11. As caminhadas noturnas também repre
clarecimentos e trocas de experiências3,23,31. sentam risco de acidente dentro do domicí
2. Orientar familiares e/ou cuidadores sobre a lio. Para os pacientes que têm esse hábito,
importância de sempre procurar manter um deve-se procurar deixar o ambiente seguro
diálogo com calma, clareza e simplicidade. em relação ao risco de quedas, o quarto se
Sempre evitar conflitos, pois apenas pioram mi-iluminado e a luz do banheiro, ou mes
os sintomas do paciente5,23,32,33. É importante mo de outros cômodos, acesa34.
proporcionar sensação de proteção34. 12. O banho é um momento em que pode
3. Orientar familiares e/ou cuidadores a evitar ocorrer agitação e agressividade por parte
cobrança excessiva em relação a tarefas ou do indivíduo, geralmente já em fases de de
aprendizado para os quais o paciente apre mência moderada e avançada. Portanto,
sente habilidade ou capacidade reduzidas. É deve-se orientar o cuidador a manter a cal
importante manter tolerância e flexibilida ma e verificar se o ambiente está aquecido e
de perante as dificuldades ou mesmo ante a se a temperatura da água está adequada.
realização de atividades repetidas35. Deve-se Dependendo da resistência oferecida, po
adequar as atividades às habilidades atuais de-se lavar apenas algumas partes do cor
do indivíduo34. po, utilizar somente o chuveirinho ou mes
4. Preconizar uma rotina simples e estrutura mo não realizar o banho diariamente34.
da para o paciente, sem grandes modifica Verificar se a alteração de comportamento
ções de horário, em relação a atividades, pode estar relacionada à presença de algu
alimentação e sono3,6,18,31,34,35,36,37. ma pessoa específica que auxilia no banho,
5. O ambiente em que o paciente vive deve ser ao momento de retirar a roupa ou mesmo
calmo e bem iluminado3,38. Um local com ao observar o reflexo de sua imagem em
muitos estímulos, visuais e sonoros, poderá um espelho. Tomar banho sentado em uma
desencadear agitação e agressividade34. cadeira pode ajudar em alguns casos.
6. Procurar manter o ambiente o mais fami 13. Em caso de insônia, procurar orientar as
liar possível para o paciente, com seus obje medidas de higiene do sono1,20. Veja nesta
tos pessoais ou utensílios de uso comum obra o capítulo sobre medidas não farmaco
em locais visíveis ou fáceis de serem encon lógicas no tratamento da insônia (Cap. 23).
Demência: sintomas comportamentais 123
ORIENTAÇÕES
DEMÊNCIA: SINTOMAS COMPORTAMENTAIS objetivo é que essa pessoa tenha algo com
Medidas para controle de alterações de que consiga se distrair e sentir-se bem.
comportamento em pessoas com demência 5. Evite obrigar a pessoa a fazer tarefas de que
não goste ou mesmo que lhe causem sobre
Alterações de comportamento em pessoas
com demência podem ocorrer devido à carga excessiva.
própria evolução da doença. Atenção, pois
6. Tente manter uma rotina para essa pessoa.
também podem significar que a pessoa está
Procure manter as atividades do dia a dia,
sentindo algum desconforto que não con os mesmos horários de alimentação e de
segue expressar bem, como dor, sede, fome, dormir. Grandes alterações poderão deixá
intestino preso, calor ou frio, problemas -la confusa e agitada.
dentários, dificuldade para ouvir ou enxer 7. Tente deixar o ambiente em que essa pessoa
gar, ou mesmo estar com alguma infecção. vive calmo e bem iluminado. Um local com
Cuidado: alterações de comportamento de excesso de estímulos, visuais e/ou auditi
pessoas com demência não costumam ser vos, poderá causar agitação. Se isso ocorrer,
intencionais ou para irritar quem está por tente removê-la para um ambiente calmo.
perto. O paciente com demência pode per 8. Evite mudanças no ambiente. Evite trocar os
der a capacidade de compreender aquilo objetos com os quais está ele acostumado,
que é certo ou errado e já não mais entende pois isso poderá deixá-lo confuso e agitado.
completamente os seus próprios atos. 9. Mantenha mais familiar possível o local
1. Sempre converse devagar, com calma, seja onde vive, com seus objetos pessoais ou
claro e utilize palavras simples. É impor utensílios de uso diário em locais visíveis e
tante conversar de frente com a pessoa e fáceis de serem encontrados. Retratos fami
sem agressividade. liares no quarto ou na sala podem ser úteis.
2. Evite conflitos, pois isso apenas irá piorar o 10. O paciente com demência precisa ter um
comportamento do paciente. ambiente próprio. Mudanças constantes de
3. Tente proporcionar uma sensação de proteção. casa podem deixá-lo confuso e agitado.
4. Permita que essa pessoa realize afazeres de 11. Procure deixar a casa bem iluminada quan
que goste e que a distraiam; mesmo que não do o sol começar a se pôr. Também procure
consiga fazer corretamente ou mesmo que deixar semi-iluminado o ambiente em que
costume fazer várias vezes a mesma coisa. O a pessoa dorme.
Demência: sintomas comportamentais 125
12. Algumas pessoas com demência podem ter 19. Arteterapia (desenho e pintura, trabalho
o hábito de andar sem rumo definido. Caso com argila e produção de pequenos utensí
isso aconteça, cuide para diminuir o risco lios), individual ou em grupo, também
de acidentes: tranque a porta ou o portão pode melhorar o bem-estar e reduzir a
da rua e utilize medidas para reduzir o ris agressividade.
co de quedas. Também evite deixá-las sozi 20. A terapia com animais (pet therapy) tam
nhas em locais abertos e com multidões. bém pode ser benéfica para reduzir agressi
13. Também podem ocorrer caminhadas pela vidade e agitação. Converse antes com seu
casa durante a noite. Se isso estiver aconte médico a respeito.
cendo, procure deixar o ambiente seguro 21. Algumas pessoas em fases mais avançadas
em relação ao risco de quedas, o quarto se de demência podem melhorar a agitação ao
mi-iluminado e a luz do banheiro, ou mes passar a conviver com uma boneca. Con
mo de outros cômodos, acesa.
verse com seu médico antes.
14. O banho é um momento em que pode ocor
22. Existem grupos de apoio para cuidadores
rer agitação e agressividade. Se isso estiver
de pessoas com demência. Procure infor
acontecendo, mantenha a calma e verifique
mar-se com seu médico.
se a temperatura da água está adequada. De
*Os sintomas costumam ser diferentes de
pendendo da resistência oferecida, pode-se
lavar apenas algumas partes do corpo ou uma pessoa para outra e nem todos aqueles
mesmo não realizar o banho diariamente. descritos estarão presentes. As alterações de
15. Passeios, atividades de lazer e atividades comportamento nem sempre serão controla
físicas apropriadas podem ser úteis no con das completamente, mas as medidas descritas
trole de agitação e depressão. são fundamentais para o seu melhor controle.
16. Alterações de comportamento podem me Mantenha o médico sempre informado desses
lhorar com músicas antigas, calmas, instru sintomas.
mentais ou qualquer outra de que essa pes **Existe uma doença chamada “estresse do
soa goste. Procure utilizar música no cuidador”. Pode ocorrer com pessoas que cui
ambiente da casa ou em situações específi dam de pacientes com demência ou que necessi
cas, como refeições ou banho. Evite deixar o tam de cuidados especiais. Para que o cuidador
som muito alto, pois poderá causar irritação. não adoeça, além do controle dos sintomas do
17. Também podem ser realizadas atividades paciente, é importante evitar sobrecarga exces
individuais ou em grupo, como ouvir mú siva de trabalho. Deve-se dividir as tarefas do
sica, canto e/ou dança. cuidado com outras pessoas da família ou cui
18. Massagem, aromaterapia, cromoterapia e dadores contratados durante alguns períodos
acupuntura ou acupressão também podem do dia. O estresse pode prejudicar a saúde do
ser benéficas no controle de agitação e de cuidador e piorar o comportamento do paciente.
pressão. Converse com seu médico a respeito. Converse com o médico.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa.
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
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DEPRESSÃO
OMAR JALUUL - FÁBIO CAMPOS LEONEL
Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas presentes durante o período de duas semanas, sendo que pelo
menos um deles deveria ser humor deprimido ou perda do interesse ou prazer:
■ Humor deprimido.
■ Perda do interesse ou do prazer.
■ Perda ou ganho significativo de peso ou alteração do apetite.
A ■ Insônia ou hipersonia.
■ Agitação ou retardo psicomotor.
■ Fadiga ou perda da energia.
■ Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada.
■ Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão.
■ Pensamentos de morte recorrente, ideação suicida, tentativa ou plano suicida.
Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (ex.: abuso de drogas ou
D
medicamento) ou de uma condição médica geral (ex.: hipotireoidismo).
E Os sintomas não são mais bem explicados por luto, ou seja, após a perda de um ente querido.
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
■ Evite tarefas que lhe causem sobrecarga ex ■ Massagem, aromaterapia, cromoterapia e
cessiva. acupuntura também podem ser benéficas
■ Evite situações que sejam estressantes para no controle da depressão.
você. Mantenha o ambiente em que vive ■ Sempre converse antes com seu médico a
calmo e agradável. respeito do tratamento medicamentoso e
■ Tente deixar sempre o ambiente bem ilumi outros tratamentos. Fale sobre como você
nado, com maior tempo de iluminação na está e como se sente.
tural. Evite ambientes escuros e penumbras.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
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INSÔNIA
ERIKA SATOMI - RAFAEL LYRA RODRIGUES ALVES
ORIENTAÇÕES AO PACIENTE
6. Se não conseguir dormir em 20 minutos após 10. Evite exercício físico pesado à noite, antes
deitar-se: saia da cama e vá para um lugar de dormir. Faça atividades regulares du
calmo, com baixa luminosidade. Volte so rante a manhã ou no início da tarde.
mente quando estiver com sono. Ficar na 11. Evite cochilos após as 14 horas (se inevi
cama, rolando, gera estresse e piora a insônia. táveis, que tenham duração máxima de
7. Procure dormir e acordar sempre no mes 30 minutos. Coloque um despertador, se
mo horário, mesmo nos finais de semana. necessário).
8. Evite café, álcool ou muito líquido pelo me 12. Aumente o tempo de exposição ao sol.
nos 6 horas antes de se deitar. 13. Mantenha o ambiente do quarto agradável:
9. Evite comidas pesadas antes de dormir. calmo, com luz e temperatura adequadas.
* As orientações aos pacientes estão disponíveis no site www.gerosaude.com.br/manualdeterapeuticanaomedicamentosa .
Os arquivos podem ser impressos e entregues pelo médico aos seus pacientes.
■ Memória implícita: é a chamada memória visual podem ser avaliados, por exemplo, por
inconsciente. Esse tipo de memória englo meio de identificação e descrição de figuras,
ba, além da aprendizagem por associação fisionomias, leitura.
de estímulos e do condicionamento, a me 6. Funções visuoconstrutivas
mória procedural, que corresponde à apren Referem-se à habilidade de desenhar e
dizagem de habilidades motoras que, uma construir figuras e formas em duas ou três di
vez armazenadas, tornam-se automáticas, mensões. Envolvem percepção, ideação e esco
como andar de bicicleta e dirigir. lha de estratégia, componente espacial e res
Habitualmente, a avaliação da memória é posta motora. Podem ser avaliadas por meio de
realizada por meio de testes que verificam o cópia de desenhos ou construção com blocos,
desempenho da memória episódica, tanto ver sendo necessária adequação de força e coorde
bal como visual, que é o subtipo mais afetado nação motora.
nas doenças degenerativas do SNC, particular
mente na demência da doença de Alzheimer. ENVELHECIMENTO COGNITIVO NORMAL3
Tais testes envolvem a avaliação da retenção
Há grande discussão na literatura a respei
imediata, taxa e padrão de aprendizagem e
to das alterações cognitivas consideradas nor
evocação tardia livre e com pistas, de estímu
mais no envelhecimento. Estudos de compara
los como listas de palavras, figuras, objetos ou
ção transversal demonstram piora de algumas
histórias.
funções, em comparação a jovens4,5. Alguns
3. Linguagem estudos longitudinais, no entanto, demons
Envolve fala espontânea, nomeação, repeti tram que o envelhecimento saudável pode ser
ção, compreensão, leitura e escrita. É uma ati acompanhado de preservação da memória por
vidade simbólica especificamente humana, longos períodos6,7. Deve-se levar em conta, ainda,
que constitui um instrumento de comunicação que alterações cerebrais relacionadas a doen
e de elaboração do pensamento. A avaliação da ças neurológicas degenerativas podem insta
linguagem envolve: compreensão (oral e leitu lar-se muitos anos antes das manifestações
ra), produção (oral e escrita), aspectos motores clínicas. Assim, mesmo nos estudos que acom
da fala, comunicação funcional e nomeação panham longitudinalmente idosos ditos “nor
por confronto visual e verbal. mais”, não se pode ter certeza se as alterações
4. Funções executivas cognitivas encontradas não resultam de pro
É um grupo de habilidades cognitivas que cessos patológicos incipientes.
diz respeito a manipulação, manutenção, pla Admite-se que diferentes habilidades cog
nejamento, monitoramento e regulação de ou nitivas têm trajetórias distintas ao longo da
tras habilidades cognitivas básicas como per vida, podendo ser categorizadas em 2 grandes
cepção e memória, cujo principal objetivo é grupos: o primeiro, o de habilidades “cristali
facilitar a adaptação do indivíduo a situações zadas”, envolve conhecimento acumulado e
novas e complexas que vão além das automáti experiência, e se apoia na memória de longo
cas e habituais. Envolve diversos aspectos que prazo; o segundo grupo, o de habilidades “flui
podem ser avaliados por testes e baterias espe das”, envolve resolução de problemas, manipu
cíficas, como volição, iniciativa, capacidade lação de informações, velocidade mental, iden
para estabelecer metas, desenvolvimento de tificação de relações entre estímulos. Essas
plano de ação, flexibilidade mental, inibição de habilidades se baseiam no armazenamento de
respostas automáticas, autorregulação do memória de curto prazo e processamento de
comportamento e fluência verbal. informações. As habilidades cristalizadas apri
5. Funções visuoperceptivas moram-se ao longo da vida por meio da educa
Processo ativo que envolve não só habilida ção e das experiências culturais e ocupacionais,
des visuoespaciais, como avaliação, distinção e sendo menos afetadas pelo envelhecimento e
comparação dos aspectos essenciais de objetos pelas doenças, permanecendo intactas nas fa
e formulação de hipóteses. Déficits de função ses iniciais das demências. Enquanto isso, as
Memória saudável 141
habilidades fluidas sofrem um declínio lento e exerce provável efeito protetor no desenvol
gradual ao longo da vida adulta, e de forma vimento de declínio cognitivo12,1 3,14,15. Os
mais acentuada após os 60 anos. São também maiores ensaios clínicos que avaliaram trei
mais comumente afetadas por insultos neuro namento cognitivo (e não apenas atividades
lógicos. A observação comum de que idosos relatadas) concluíram que o treinamento
têm preservação da memória de longo prazo, específico por domínios cognitivos teve efei
com memória de curto prazo ruim, reflete os to benéfico, embora modesto, para manter o
diferentes efeitos da idade nessas habilidades. desempenho do domínio treinado, após
Alterações comportamentais também po dois16 e cinco anos do treinamento17. Revisão
dem acompanhar o envelhecimento cognitivo recente da literatura encontrou poucas evi
normal. Idosos respondem de maneira mais dências disponíveis sobre efetividade do
variável à testagem cognitiva que jovens. Por treinamento de memória em indivíduos
exemplo, podem demorar mais em testes de saudáveis e naqueles com comprometimen
tempo de reação, porém com maior variabili to cognitivo leve18.
dade nos tempos em diferentes tentativas. Seu ■ Atividade física: existem evidências de
desempenho pode variar mais ao longo de que a prática de atividade física ao longo
dias ou semanas, sendo essa variação mais da vida é associada a melhor funciona
pronunciada na presença de doenças. Outra mento cognitivo19,20. Embora escassas, as
característica do envelhecimento cognitivo é a evidências apontam para um benefício na
lentificação, tanto em situações de testagem prevenção de declínio cognitivo e na redu
“laboratorial” quanto em situações cotidia ção do risco de demência21. Ensaio clínico
nas. Idosos têm ainda maior dificuldade de recente encontrou diferença significante
atenção seletiva e de inibição de estímulos ir no desempenho cognitivo de idosos sub
relevantes. Ressalta-se, também, que pode ha metidos a um programa de atividade físi
ver grande variabilidade individual na inten ca, e essa diferença persistiu por 18 meses
sidade e no padrão de declínio em diferentes de seguimento22.
habilidades cognitivas.
PREVENÇÃO DE DECLÍNIO COGNITIVO ‒
PREVENÇÃO DE DECLÍNIO COGNITIVO ‒ MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS ■ Anticolinesterásicos: alguns estudos foram
■ Dieta do mediterrâneo: caracterizada por conduzidos para avaliar redução do risco
consumo predominante de peixes, vege de conversão de comprometimento cogni
tais, legumes, frutas, cereais e ácidos gra tivo leve em demência, tendo a maioria re
xos insaturados (azeite de oliva), baixo sultados negativos. As evidências atuais são
consumo de laticínios, carne e ácidos gra insuficientes para recomendar o uso destes
xos saturados, e consumo moderado de ál medicamentos como medida para evitar
cool. Um grande estudo prospectivo recen declínio cognitivo ou demência23.
te identificou o baixo consumo de frutas e ■ Anti-hipertensivos: a presença de hiperten
vegetais como fator de risco modificável na são na vida adulta representa um fator de
incidência de demência8. Embora o nível de risco conhecido para declínio cognitivo e
evidência seja pequeno, sem ensaios clíni demência, entretanto essa associação não é
cos de grande porte, alguns estudos obser tão clara na presença de hipertensão em ida
vacionais apontam que o seu uso é um fator des mais avançadas. Os resultados não são
de proteção no desenvolvimento de com uniformes com relação ao efeito do trata
prometimento cognitivo leve e na conver mento anti-hipertensivo na redução do risco
são para demência9,10,11. de demência, em pacientes sem doença cere
■ Estímulo e treino cognitivo: embora com es brovascular. Alguns ensaios clínicos rando
tudos bastante heterogêneos, o envolvimen mizados com anti-hipertensivos demons
to em atividades de estimulação cognitiva traram redução do risco de demência24.
142 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
ORIENTAÇÕESAO PACIENTE
■ “O que ele me disse mesmo?” Peça para a pes não falte às consultas com seu médico. Ele irá
soa repetir ou falar mais devagar. Reflita e ela rever todas as medicações e verificar se há al
bore uma opinião sobre o assunto. Muita in guma que possa prejudicar sua memória.
formação ao mesmo tempo? Faça anotações. 8. Não tome suplementos vitamínicos sem
7. Cuidado com a pressão, o diabetes e o coles orientação médica. Eles não evitam a perda
terol. Tome as medicações corretamente e de memória e podem ser prejudiciais.
20. Maaike A, Geert A, Verhaar HJJ, Aleman A, Va- 28. Martin BK, Szekely C, Brandt J, Piantadosi S,
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ÍNDICE
A Apatia, 121
Abstinência, 41 Aptidão física, 8
ao tabaco, 22 Aromaterapia, 123, 125
de drogas, 117 Arteterapia, 123
Ação, estágio de, 21 Artroplastia, 27, 28
Acupuntura, 26, 123 Atenção, 116, 139
Adenocarcinoma esofágico, 98 Atividade(s)
Água, 4, 22, 89, 94 de estimulação cognitiva, 141
Álcool, 4,46, 63 de lazer, 123
abuso de, 116 física, 7-11,22,26, 52, 123
restrição de, 33 motora, 117
Alucinações, 121 Asprotadil, 112
Ametropia, 13 Audição, 15
Analgésicos, 136
controle, 23 B
simples, 27 Bandagem compressiva, 79
Andador, 27 Barorreceptores, 67, 73
Anorgasmia, 111 Bengala, 27
Ansiedade, 121 Benzodiazepínicos, 117, 137
Anticoagulação, 43-49 Biofeedback, 106, 107
oral, 43 Bisfosfonados, 34
Anticolinérgicos, 108, 116,124 Bloqueadores dos receptores H2 da histamina, 98
Anticolinesterásicos, 124,141 Bupropiona, 23, 44, 113
Antidepressivos, 27,131, 136
Antidiabéticos orais, 52 C
Anti-hipertensivos, 74, 86, 136, 141 Cafeína, 74, 100
Anti-inflamatórios, 45, 79 Cálcio, 33
não esteroidais, 27, 142 Câncer de boca, 87
Antipsicóticos, 94, 124,137 Candidíase oral, 87
Aparelho de amplificação sonora, 16, 19 Cárie, 86
146 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
de flexibilidade, 8 monoinsaturadas, 60
de Kegel, 106 poli-insaturadas, 60
de fortalecimento muscular de membros saturadas, 3, 52, 60
inferiores, 39 trans, 3, 52, 60
de relaxamento, 22, 40, 131
físicos, 106,131, 136 H
resistidos, 8, 33 Halitose, 87
respiratórios, 22, 40, 69 Hemoglobina glicada, 54
Heparina não fracionada, 83
F Hérnia hiatal, 99, 100
Fator Higiene do sono, 122,136
de proteção solar (FPS), 12 Hipersonias, 130,136
V de Leiden 82 Hipertensão arterial
Fibras, 33, 52, 59, 62 sistêmica, 67-72
Fibrilação atrial, 43 Hipertensão supina, 74
Flebografia, 78 Hipocoagulação excessiva, tratamento, 46
Flúor, 89, 90 Hipogonadismo, 31, 111
Folhas de acetato amarelo, 14 Hipotensão
Fototerapia, 137 não neurogênica, 73
FPS, ver Fator de proteção solar neurogênica, 73
Framingham, risco, 58 ortostática, 73-76
Fraturas, 31 pós-prandial, 74
FRAX, 32 postural, 69
Frequência cardíaca
compensatória, 67 I
máxima, 52 Idosos, atividade física em, 7
Fludrocortisona, 74 Incontinência urinária, 105-109
Frutas, 2 de esforço, 105,107
Funções de urgência, 107
cognitivas, 139 mista, 106
executivas, 140 por sobrefluxo, 106, 108
visuoconstrutivas, 140 Índice
visuoperceptivas, 140 de massa corporal, 1, 69
Funcionalidade, 26, 27, 32, 34, 124 T, 32
alterações de, 105 tornozelo-braquial, 58, 68
comprometida, 53 Z, 32
do idoso, 7, 38 Ingesta hídrica, 106
perda de, 11, 13, 86 Inibidores da bomba de prótons, 98
INR, ver Razão normalizada internacional
G Insônia, 122, 124, 135-138
Ginkgo biloba, 142 Instrumento para evitar lesões, 28
Glicemia de jejum, 51,68 Insuficiência venosa periférica, 77-80
Gordura(s), 3 Insulina, 51, 52, 54
animal, 59 Inventário Neuropsiquiátrico (INP), 121
148 Manual de Terapêutica Não Farmacológica em Geriatria e Gerontologia
J imediata, 139
Joelho(s) implícita, 140
dor nos, 25 saudável, 139-144
OA do, 26 semântica, 139
osteoartrodose do, 27 Midodrina, 74
Mirtazapina, 137
L Musculação, 9, 27, 33, 34, 55
Lagoftalmo, 15 Musicoterapia, 69, 123
Lágrima, 13
artificial, 15 N
Laxativos, 94 Nicotina, 22, 23, 40, 136
Legumes, 2, 46, 52, 62, 141
Leguminosas, 2, 3 O
Leite, 3, 33 Obesidade, 1, 3, 25, 26, 57, 67, 82, 87, 100
Lente(s) Olfato, 11, 17,86
bifocais, 15, 18 Ômega 3, 142
corretivas, 13 Opioides, 94
esferoprismática, 13 fortes, 27
multifocais, 15, 18 fracos, 27
Linguagem, 140
Órteses, 27
Lipoproteína
Osteopenia, 32
de alta densidade (HDL), 57
Osteoporose, 1, 32-35
de baixa densidade (LDL), 57
Ovos, 3
M
P
Manometria, 98
Paladar, 11, 17, 86
Marcha,
Palmilhas, 27
avaliação, 38
Pálpebra, 13
dispositivos auxiliares de, 27
Papilas gustativas, 17, 86
distúrbio de, 38
Parassonias, 136
Massagem, 123
Pele, 11
Meditação, 69, 131
Pensamento desorganizado, 116
Meia elástica, 74
Micção Perfil lipídico, 59, 63, 68, 86
Proteína Termoterapia, 27
C, 82 Teste
S, 82 de Snellen, 13
Prótese de tolerância à glicose, 51
dentária, 86 do sussurro, 15
peniana, 112 ergométrico, 8
Pupila, 13 Testosterona, 113
Tilt test, 74
Q Timed get up and go, 38
Quadril Tiposcópio, 14
OA de, 43 Tontura, 73
osteoartrose do, 27 Trazolona, 137
protetor de, 39 Treino cognitivo, 141
Quedas, 37-41 Triglicérides, 57
prevenção de, 34 Tromboembolismo
em viagens prolongadas, 81-84
R pulmonar, 43
Raízes, 3 Trombose venosa profunda, 43, 47, 78
Razão normalizada internacional (INR), 44 Tubérculos, 2
Refluxo gastroesofágico, 97-105
Retina, 13 U
ROMA III, critérios, 93 Úlcera venosa, 77
Ultrassonografia com doppler de membros in
S feriores, 82
Sal, 2,69, 86
Sedentarismo, 7, 38, 67, 78 V
Sexualidade, 111-114 Vardenafil, 112
Sildenafil, 112 Verduras, 2,46
Sinal de Homans, 82 Viagens aéreas, 81
Síncope, 72 Visão, 13
Síndrome Vitamina(s), 142
da apneia obstrutiva do sono, 136 B, 73
das pernas inquietas, 136 C, 45
de má absorção, 31 D, 33, 34
de Sjögren, 86 E, 45
demenciais, 135 K, 43, 45,46
do cólon irritável, 94
do olho seco, 13, 15 W
metabólica, 58 Warfarina, 43, 44,46, 47
Sono não REM, 135
Sundowning , 122 X
Xerostomia, 86
T
Tabagismo, 21-24 Z
Tadalafil, 112 Zaleplona, 137
Tato, 11 Zoplicona, 137