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ATIVIDADE FÍSICA NA TERCEIRA IDADE

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento em um conceito simplista é o processo pelo qual o jovem se


transforma em idoso e em um conceito biológico são fenômenos que levam a redução da
capacidade de adaptação e sobrecargas funcionais, o envelhecimento é caracterizado por
modificações biológicas acontecidas com o passar dos anos.
É evidente o crescente aumento da população idosa em todo o mundo. Existem
quatro categorias para denominar os países de acordo com a idade de sua população
estabelecida em função do índice de envelhecimento. Essas categorias são jovem, adulta,
idosa e muito idosa; sendo os países jovens com um índice de envelhecimento inferior a
7%; os países adultos os que possuem índice entre 7 e 10%, os países idosos apresentam
índice maior que 10 a 14% e os muitos idosos com índices acima de 14% de população
idosa. O Brasil encontra-se na faixa dos países adultos com 8,6% da população com idade
igual ou acima de 60 anos e com expectativa de vida ao nascer de 66 anos para homens e
73 anos para mulheres.
Na era do envelhecimento global, a Organização Mundial de Saúde demonstra sua
preocupação com o aumento significativo da expectativa de vida, considerando que as
maiores adversidades da saúde associadas ao envelhecimento são a incapacidade e a
dependência.
A atividade física tem como objetivo de contribuir para as condições de vida com a
satisfação pessoal, cuja conseqüência nada mais é do que a qualidade de vida. É preciso
considerar que as condições de vida estão relacionadas ao estado de saúde, além de
constituir uma técnica preventiva, não-farmacológica, reabilitadora e de baixo custo para
prevenção e controle de inúmeros tipos de doenças que podem vir a debilitar a vida do
idoso.
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2 BENEFÍCIOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS

As mudanças que ocorrem no envelhecimento não são entidades patológicas em si


mesmas, mas produto do passar do tempo; e que o crescimento e o desenvolvimento dos
seres humanos diminuem sua vitalidade e aumentam sua vulnerabilidade.
Todos os aparelhos e sistemas mudam com o passar dos anos, sendo as alterações
em alguns mais evidentes. Essas modificações fisiológicas tendem a facilitar a insuficiência
em cada uma das estruturas orgânicas. Com a prática de atividade física, é possível deter
algumas dessas alterações ou modifica-las.

2.1 Benefícios Biológicos

2.1.1 Aspectos Esqueléticos

O processo de envelhecimento tem como conseqüências a perda de densidade óssea,


que, pode levar à osteoporose.
A atividade física aumenta a massa e diminui a perda óssea, independentemente de
idade, gênero ou nível de densidade óssea inicial. A explicação que o osso quando
ultrapassa seu limiar de estresse responde com uma hipertrofia. Esse local onde foi aplicada
a carga responde mecanicamente, enquanto o esqueleto tem uma resposta através do nível
de cálcio.
Devido ao estresse mecânico no osso gera potenciais elétricos locais que afetam o
equilíbrio da atividade osteoblástica e osteoclástica, aumentando assim a densidade óssea.

2.1.2 Aspectos Articulares e Musculares

Para manter sua independência o idoso precisa de forças musculares, resistência


muscular e flexibilidade.
As forças estáticas e dinâmicas sofrem reduções durante o envelhecimento. Porém
esse quadro pode ser revertido através da prática regular de atividade física.
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Os exercícios de força trazem benefícios gerais para a saúde do idoso, melhora a


mobilidade e impedem a atrofia muscular, revertem o quadro de hipertensão e alta
freqüência cardíaca durante a realização de atividades da vida diária, aumentam massa
óssea e evitam doenças cardíacas.
As estruturas articulares das pessoas idosas melhoram, pois os exercícios exigem
movimentos com amplitudes articulares quase máximas. Um melhor fluxo sanguíneo de
cápsulas e ligamentos, o que favorece a circulação do líquido sinovial e a função da
membrana sinovial e oferece melhor nutrição às cartilagens articulares. Há, também, o
incremento da força muscular protegendo as articulações de distensões ligamentares,
mantendo o reflexo miotático que evita o aparecimento de posturas articulares viciosas.

2.1.3 Aspectos Cardiorrespiratórios

A capacidade aeróbia diminui com o envelhecimento, levando a comprometimento


cardíaco e periférico. O componente cardíaco apresenta a redução da freqüência cardíaca e
a baixa elevação do débito cardíaco, e perifericamente ocorre uma pequena utilização de
oxigênio pelas células, uma redução na capacidade oxidativa secundária e uma diminuição
na massa muscular esquelética.
Com a prática de atividade física ocorre um aumento do volume diastólico final
tendendo a ocorrer mais às expensas do aumento do volume de ejeção por batimento do que
pelo aumento da freqüência cardíaca e do volume minuto (mecanismo de Frank-Starling),
compensando a falta de receptividade -adrenérgica e a não elevação da freqüência.
Também a pressão arterial de repouso tende a diminuir em pessoas que praticam atividade
física.
No aparelho respiratório observa-se a diminuição do VO2max (captação máxima de
oxigênio) se torna mais lento, amenizando o processo de diminuição do poder aeróbico
decorrente da senescência. A fadiga e rendimento dos idosos se modificam.
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2.1.4 Aspectos no sistema nervoso

Os idosos que praticam atividade física apresentam rendimento superior aos


sedentários. Os fenômenos da neuroplasticidade e do aumento da circulação cerebral são
sugeridos como possíveis responsáveis por isso.
O trabalho físico tende a modificar a atividade mental dos idosos, podendo ser
observados diminuição de condutas agressivas, menor tendência à depressão, diminuição da
ansidade e da angústia e de fadiga intelectual, e, também, incremento da sensação de vigor.
As -endorfinas aumentam com uma atividade moderada, o que poderia implicar
diminuição da resposta imunológica, aumento do limiar da dor e ocorrência de sensações
agradáveis que favoreceriam um estado de ânimo otimista.

2.1.5 Outros aspectos

Um fato constado é a hipoglicemia produzida durante o exercício e nos momentos


posteriores ao trabalho físico, que pode dever-se à redução do nível de catecolaminas e
glucagon no sangue. A sensibilidade da célula muscular à insulina tem efeito não somente
durante o exercício físico, mas também no período de 12 a 24 horas após a realização do
trabalho físico. Os exercícios de resistência fazem os ácidos graxos serem mais consumidos
por meio do metabolismo lipídico, ocorrendo, também, menor utilização de glicogênio
muscular e, como conseqüência, menor produção de ácido láctico.
Também é necessário levar em conta a utilização do exercício físico como meio de
gasto energético, podendo-se combater, dessa forma, a tendência à obesidade geralmente
ocorrida nas primeiras etapas da aposentadoria.
Prevenção de síndromes que mais freqüentemente produzem deficiências em
indivíduos idosos, como síndrome do aparelho respiratório ( obstrução da passagem de ar,
diminuição da elasticidade do parênquima, alterações musculoesqueléticas do tórax);
síndromes do aparelho locomotor (alterações na coluna vertebral e em grandes articulações,
perda de força e potência muscular, diminuições de amplitude articular, transtornos
neurológicos com expressão locomotora); síndromes vasculares centrais e periféricas
(hipertensão, vasculites periféricas e arteriosclerose).
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2.2 Benefícios Psicológicos

O envelhecimento traz alterações psicológicas, mas estas não devem ser tratadas
como processos fechados e impossíveis de prevenir, e muitas dessas alterações são
caracteristicamente individuais e classificam os indivíduos de maneira preconceituosa.A
prática de atividade física traz benefícios e apresenta aos idosos e à sociedade uma nova
forma de ver e viver o envelhecimento.
O exercício físico causa mudanças corporais, o que altera a imagem que o idoso tem
de si mesmo, melhorando assim o autoconceito e a afetividade.
Através da prática de atividade física o idoso passa a ter uma percepção melhor
sobre sua aptidão física e seu corpo, levando a um bem-estar geral. Ele se torna mais
confiante, passa a acreditar na possibilidade de realizar coisas novas, vivenciar experiências
antes não experimentadas por falta de confiança em si e em seu corpo.

2.3 Benefícios Sociais

Os programas para a terceira idade têm como objetivo promover a sociabilidade dos
idosos e, com isso, modificar a idéia de que o envelhecimento traz como conseqüência o
afastamento social, a solidão.
A atividade física faz parte desses programas, promovendo a sociabilização entre
idosos, pois os exercícios são realizados em grupos.

3 PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS

Para desenvolver um programa estruturado, é fundamental serem considerados dois


grandes tópicos: avaliação, indicação e acompanhamento; e técnicas fisioterapêuticas para
revitalização geriátrica.
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4 AVALIAÇÃO, INDICAÇÃO E ACOMPANHAMENTO

O objetivo deste primeiro tópico é conhecer o estado de saúde dos idosos que
desejam participar do programa. Dados e informações obtidos fundamentarão tanto a
indicação da quantidade de atividade como o acompanhamento preciso dos efeitos das
atividades, para controlar as alterações produzidas. (Ver anexo).
A avaliação deve ser realizada por meio de anamnese, na qual são recolhidos dados
como filiação, data de nascimento, motivo do interesse por esse tipo de atividade, se já tem
praticado exercícios físicos durante a vida, patologias presentes, intervenções sofridas,
medicações utilizadas. É realizada a exploração física para verificar qualquer tipo de dor ou
doença no aparelho locomotor ou no sistema nervoso. Também são recolhidos dados de
pressão arterial e freqüência cardíaca, ambas em repouso e após a atividade.
Com essas informações, avalia-se o estado de saúde, sendo possível verificar se
existem contra-indicações absolutas, relativas ou limitações para o desempenho das
atividades físicas.

4.1 Indicadores de contra-indicações absolutas para a participação no programa

- Infecções e inflamações agudas;


- Insuficiência grave: hepática, cardíaca, respiratória, renal;
- Estenose coronária grave;
- Angina de peito a esforços mínimos;
- Infarto do miocárdio recente;
- Bloqueio auriculoventricular grave;
- Aneurisma ventricular aórtico;
- Embolia pulmonar ou sistêmica recente;
- Hipertensão arterial não controlada;
- Enfermidades infecciosas crônicas;
- Enfermidades que perturbem o equilíbrio;
- Enfermidades metabólicas não controladas;
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- Processos tumorais malignos;


- Cor pulmonale crônico;
- Síndrome de Wolf-Parkinson-Whait (fibrilação atrial anômala).

4.2 Indicadores de contra-indicações relativas para participação no programa

- Enfermidades vasculares compensadas;


- Extra-sístole ventricular;
- Bloqueio de ramo esquerdo;
- Marca-passo cardíaco;
- Varizes graves com história de tromboflebite;
- Ingestão de medicamentos -bloqueadores;
- Alterações neuromusculares;
- Artrite, artrose deformante;
- Isquemia cerebral transitória recente;
- Antecedentes de traumatismo cranioencefálico;
- Cirurgia na cabeça ou coluna vertebral;
- Obesidade mórbida;
- Osteoporose.

4.3 Indicações de fatores limitantes para a participação no programa

- Doenças psicofísicas;
- Cardiopatias sem insuficiências cardíacas;
- Pacientes com cirurgia cardíaca;
- Limitações graves de visão e audição;
- Hérnia de hiato ou abdominal;
- Alterações musculoesqueléticas que dificultem a atividade motora.
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5 TESTES REALIZADOS NA AVALIAÇÃO

5.1 Teste de equilíbrio


Com os olhos abertos e fechados, em cadeia cinética fechada e semi-fechada. As
oscilações são registradas durante um minuto, por meio de uma caneta esferográfica fixada
na haste de um colete lombar e posicionada sobre uma folha de papel em branco. Dessa
forma, medindo a distância das maiores oscilações antero-posteriores e látero-laterais, é
possível calcular a área de oscilação do indivíduo.

5.2 Flexibilidade do tronco


Pode ser utilizado o teste sentar e alcançar. O idoso deverá sentar-se no chão, com as
extremidades inferiores estendidas e apoiando as plantas dos pés sobre a face anterior da
caixa. A partir da posição de flexão coxofemoral em 90°, os dedos de ambas as mãos são
estendidos até fazer contato com a régua, e é solicitada a maior flexão possível do tronco,
deslocando a régua sobre a caixa.

5.3 Composição corporal


Pode ser feita por meio do índice de massa corporal, utilizando-se dados de peso e
altura do idoso ( IMC= peso/altura2).

5.4 Força muscular


Pode ser medida por meio de um dinamômetro ou de testes de resistência muscular. A
medida feita por dinamômetro de força muscular manual é reconhecida como um bom
indicador da condição geral do sistema muscular do indivíduo idoso.

5.5 Prova para conhecer a resistência aeróbica


É o teste de Rockport, ou prova da milha, o teste consiste em determinar o VO2max.
Em indivíduos de baixa condição física. É realizado pedindo-se para o idoso caminhar na
maior velocidade possível, de acordo com sua capacidade, a distância de uma milha. Ao
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final, é medida a freqüência cardíaca logo após a atividade e registrado o tempo para a
execução da caminhada. A determinação do VO2max é feita por meio da equação:
VO2max = 132,6 – (0,17 * PC) – (0,39*Idade) + (6,31*S) – (3,27* T) – (0,156*FC).
Na qual PC = peso corporal; S = sexo ( 0: mulheres, 1: homens); T = tempo em
minutos; FC = frequência cardíaca.
É uma prova de fácil administração e bastante precisa em seus resultados. Para
avaliação dos resultados, utiliza-se a tabela do Rockport Walking Test, que dá os
indicadores de acordo com idade e classificação em muito pobre, pobre, razoável, bom,
excelente e superior para homens e mulheres.
Avaliação da classificação do VO2max de acordo com o Rockport Walking Test

Mulheres
Idade Muito pobre Pobre Razoável Bom Excelente Superior
13-19 < 25,0 25,0-30,9 31,0-34,9 35,0-38,9 39,0-41,9 >41,9
20-29 <23,6 23,6-28,9 29,0-32,9 33,0-36,9 37,0-41,0 >41,0
30-39 <22,8 22,8-26,9 27,0-31,4 31,5-35,6 35,7-40,0 >40,0
40-49 <21,0 21,0-24,4 24,5-28,9 29,0-32,8 32,9-36,9 >36,9
50-59 <20,2 20,2-22,7 22,8-26,9 27,0-31,4 31,5-35,7 >35,7
60+ <17,5 17,5-20,1 20,2-24,4 24,5-30,2 30,3-31,4 >31,4
Homens
Idade Muito pobre Pobre Razoável Bom Excelente Superior
13-19 <35,0 35,0-38,3 38,4-45,1 45,2-50,9 51,0-55,9 >55,9
20-29 <33,0 33,0-36,4 36,5-42,4 42,5-46,4 46,5-52,4 >52,4
30-39 <31,5 31,5-35,4 35,5-40,9 41,0-44,9 45,0-49,4 >49,4
40-49 <30,2 30,2-33,5 33,6-38,9 39,0-43,7 43,8-48,0 >48,0
50-59 <26,1 26,1-30,9 31,0-35,7 35,8-40,9 41,0-45,3 >45,3
60+ <20,5 20,5-26,0 26,1-32,2 32,3-36,4 36,5-44,2 >44,2

Outras formas de medição de variáveis antropométricas, como perimetria,


plicometria e diâmetros articulares, contribuem para o conhecimento mais acurado da
condição física dos idosos.
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Com todas as informações produzidas pelas provas mencionadas, obtém-se uma


visão bastante aproximada da realidade da condição física dos indivíduos idosos e,
partindo-se dela, é indicada a possibilidade de praticar atividade física ou não e a
quantidade de atividade recomendada.
Quando existe algum tipo de contra-indicação absoluta, desaconselha-se ou contra-
indica –se esse tipo de atividade, enviando o idoso para terapia individualizada ou
fisioterapia especifica. Quando existe alguma contra-indicação relativa ou limitação
associadas à condição física normal ou superior à normal ou, ainda, condição física inferior
à normal mas sem contra-indicações ou limitações, atividades físicas estão indicadas. Com
uma condição física normal ou superior à normal, é aconselhada a prática de algum esporte
adaptado ou manutenção de tal condição por meio de programas gerais de exercitação
física.

6 TÉCNICAS FISIOTERAPÊUTICAS

É uma atividade realizada em grupos de até vinte pessoas, mas dependerá do


tamanho do local onde será desenvolvida. O ideal é uma sala arejada e clara, com piso
antiderrapante.
Cada sessão deve durar de 50 a 55 minutos e devem ser realizadas pelo menos duas
vezes por semana. No início de cada sessão, deverá ser feita uma rápida inspeção: roupa
cômoda, larga, de tecido leve ( algodão ou similar), e calçado esportivo (tênis) com sola
antiderrapante.
A sessão começa com um período curto (5 a 7 minutos) de aquecimento e
alongamento dos principais grupos musculares. Logo após, são trabalhados componentes de
mobilidade e força, dedicando-se em todas as sessões aos distintos segmentos corporais e
combinando exercícios de força e mobilidade, com duração aproximada de quinze
minutos.Posteriormente, inicia-se uma marcha lenta que, pouco a pouco, converte em
corrida (em casos de impossibilidade realiza-se marcha com realização de gestos lenta)
finalizando com retorno gradual à marcha lenta. Esse período dura três minutos, com a
corrida tendo duração de menos de um minuto. Nesse momento da sessão, descansa-se,
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procedendo à hidratação com um copo de água ou qualquer suco com componentes anti-
oxidantes. Os 15 a 20 minutos seguintes devem ser dedicados a exercícios de coordenação,
agilidade e equilíbrio, utilizando-se materiais como bolas, pequenos alteres, massas etc.,
combinados com jogos ou brincadeiras cooperativas. A sessão é finalizada com exercícios
respiratórios e de relaxamento. É conveniente, em algumas sessões, controlar a freqüência
cardíaca para que todos os exercícios sejam realizados em um patamar de 70 a 80% da
freqüência cardíaca aeróbia máxima para a idade. Também é importante lembrar que
exercícios em decúbito supino que demandem carga sobre a zona dorsal e movimentos
exagerados de tronco ou pescoço estão contra-indicados, por exemplo abdominais.

7 EFEITOS PREJUDICIAIS DO EXERCÍCIO

Para o desenvolvimento adequado da revitalização geriátrica, é fundamental que os


profissionais envolvidos conheçam os possíveis inconvenientes que as técnicas empregadas
podem produzir no organismo do idoso. Para isso, é necessário distinguir os problemas que
podem ocorrer na prática da atividade física propriamente dita daqueles que podem ter
alguma forma de repercussão à longo prazo.
Entre os possíveis de ocorrer durante a prática das atividades estão os traumáticos,
os vasculares e outros. Os traumáticos englobam todas as lesões possíveis , desde
estiramentos (entorses) ou articulares (cartilaginosas) e fraturas ósseas por quedas. Os
vasculares são conseqüência da sobrecarga cardíaca e envolvem desde crises de angina de
peito até colapsos, lipotimias e infartos verdadeiros. Os outros podem ser considerados
transtornos metabólicas, desidratação, furunculoses na pele, cólicas renais e resfriados.
Os inconvenientes a longo prazo são derivados da prática errônea ou inadequada do
trabalho físico. Dessa forma, podem aparecer problemas articulares decorrentes de uma
artrose prévia, com suas dores correspondentes e limitações de movimentos; ou problemas
de hipertonia plástica e falta de relaxamento por sobrecarga do sistema nervoso central.
Finalmente, é importante lembrar que, como essa prática profissional não está isenta
de efeitos indesejados e acidentes, é necessário cada partipante fornecer seu consentimento
para a prática da atividade por meio de um documento que ateste a voluntariedade de sua
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ação. Da mesma forma, o atestado do médico assistente, liberando a prática de atividades


físicas especiais, é uma providência necessária e deve constar no prontuário de cada
indivíduo.
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CONCLUSÃO

Todos esses fatores apresentados no trabalho supõem a possibilidade de incremento


da longevidade e esperança de vida dos indivíduos idosos por meio da utilização do
exercício físico. O exercício físico regular praticado por pessoas idosas é benéfico para
quase tudo, havendo o risco implícito de transformar-se tal pensamento em mito ou
panacéia e propagar-se sem nenhum controle, permitindo a proliferação de opiniões e
programas de treinamento com pouca base científica.
Com o envelhecimento as estruturas locomotoras são significativamente
comprometidas, sendo as deficiências mais freqüentes a dificuldade para sair de casa,
realizar tarefas domésticas e dificuldades de deslocamento em geral. E com a atividade
física é possível mudar a tendência a esse tipo de incapacidade e trazer melhores qualidade
de vida aos idosos.

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