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PRÁTICAS INCLUSIVAS: Educação Física e Dança

Inclusiva

André Cristiano Parolli¹


Jaciara Raquel Bloedorn¹
Jean Otto Bloedorn¹
Paulo Eduardo dos Santos¹
Leonir Vicente Junior²

RESUMO

A educação física nasceu com intuito de auxiliar o ser humano a exercitar-se, a buscar um padrão
de vida saudável e a alcançar um bom rendimento perante qualquer forma de competição. Porém
esse modelo que estimula o ser humano a alcançar um corpo perfeito acabou resultando a exclusão
sistemática de pessoas que por diversas razões não atinjam o desempenho esperado ou não se
enquadram no perfil físico buscado pelos educadores, são os chamados deficientes físicos, que, por
muitos anos foram simplesmente excluídos das salas de aula e consequentemente das práticas
esportivas. Surge então a necessidade de criar atividades físicas específicas para auxiliar no
melhor desenvolvimento motor e social desses alunos. A educação física inclusiva é uma realidade
cada vez mais marcante no âmbito escolar, é possível observar que estamos vivendo um momento
no qual a sensibilidade individual e coletiva em relação à diversidade humana tem aberto novas
possibilidades e um maior interesse por parte dos profissionais de educação física em buscar tais
possibilidades, vencendo os paradigmas de que um aluno com necessidades especiais não devem
frequentar os mesmos espaços e nem praticar os mesmos esportes que um aluno normal. A inclusão
surgiu da necessidade de desenvolver um pensamento social e coletivo aonde se percebe que nem
todas as pessoas têm as mesmas oportunidades e os mesmos direitos, por isso não abdicam dos
mesmos benefícios e que toda a sociedade possa perceber que estas pessoas portadoras de alguma
necessidade especial também devem ter acesso aos mesmos direitos que outros cidadãos comuns,
criando o conceito de que as diferenças se fazem iguais quando essas pessoas são colocadas em um
ambiente onde todo o grupo as aceite, acrescentando valores morais e de respeito ao próximo, com
todos tendo e recebendo os mesmos direitos e as mesmas oportunidades diante da vida.

Palavras-chave: Educação física. Inclusão. Dança inclusiva.

1. INTRODUÇÃO

A educação física faz parte da grade regular de todas as escolas do Brasil, sua
fundamentação é basicamente reunir os alunos em uma quadra de jogos para a realização de
atividades físicas, é um momento em que as crianças realizam não apenas a prática de esportes,
como também desenvolvem atividades lúdicas e psicomotoras que, além de movimentar todo seu
corpo, desenvolvem relações sociais com o grupo aonde eles têm a oportunidade de trabalhar em
equipe, aprendendo a dividir, sabendo lidar com momentos de vitórias e derrotas.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Licenciatura Plena em Educação Física (LEF0152) – Prática
do Módulo V – 08/11/18
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A dificuldade acontece, quando é introduzida ao grupo uma criança com necessidades


especiais, sendo física ou mental, o despreparo de ambas as partes causa grande impacto emocional
fazendo com que a partir do momento em que se analisam as dificuldades daquele aluno cria-se
então a exclusão, o indivíduo é visto como incapaz, inferior e automaticamente é rejeitado ou se
isola dos demais, podendo ser observada a seguinte situação: o aluno com necessidades especiais
não se encaixa no grupo por isso deve ser descartado.

No momento atual ainda pode se observar que na maioria das escolas as crianças com
necessidades especiais não participam das aulas de educação física ou até mesmo nem frequentam
escola regular por falta de acessibilidade e de preparo das próprias escolas para receber esses
alunos, a falta de profissionais especializados em atividades físicas inclusivas ainda faz com que os
alunos permaneçam sem assistência necessária para um bom desenvolvimento físico e social.

Em contrapartida, existem projetos voltados para a inclusão social que já estão em atuação
em várias escolas regulares, os profissionais de educação física estão se voltando para a
problemática e buscando formação e especialização na área de atividades físicas e exercícios
adaptados, o ponto alto nesse processo é que as atividades não são planejadas apenas para alunos
com alguma deficiência, mas também para todos os alunos que frequentam as aulas, fazendo com
que a adaptação seja integral e consequentemente mudando a formação de pensamento de que o
aluno com necessidades especiais é que deve se adaptar ao ambiente, mas todos devem passar pelo
mesmo processo.

Podemos observar no decorrer deste trabalho os conceitos sobre a educação física inclusiva,
a dança inclusiva e os benefícios alcançados por tais práticas. Também será possível observar a
importância da integração social no âmbito escolar, o alcance de resultados tanto físicos, sociais e
emocionais como consequência da inclusão e a importância que o profissional de educação física
deve ter em buscar diversas formas de adaptar atividades, ambientes e alunos à uma mesma
realidade, tendo ainda a importante missão de buscar por recursos e especialização em todos os
tipos de deficiência que possa vir a encontrar no decorrer da sua trajetória como profissional de
educação física.

2 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA

A prática de atividades físicas regulares é recomendada para todos os tipos de pessoa e em


qualquer idade. Além de proporcionar sensação bem estar, as práticas regulares auxiliam no
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desenvolvimento motor, regula os níveis de açúcar e colesterol do corpo e prolonga a qualidade de


vida. Segundo López e Melo (2002): “as atividades físicas adaptadas para portadores de deficiência,
sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar a oportunidade de testar seus limites
e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração
social do indivíduo”.

A prática da educação física adaptada às pessoas com deficiência física promove não apenas
todos os benefícios já citados, mas também abre o caminho da inclusão social, fazendo com que tais
práticas devidamente adaptadas possam auxiliar na inserção do indivíduo com necessidades
especiais as mesmas práticas de uma pessoa comum, assim fazendo com que ambas sejam capazes
de alcançar os mesmos resultados em uma mesma ou em várias atividades.

[...] é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal do


movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos, afetos e emoções, de
manutenção e melhoria da saúde. Para tanto, deve romper com o tratamento tradicional dos
conteúdos que favorece os alunos que já têm aptidões, adotando como eixo estrutural da
ação pedagógica o princípio da inclusão, apontando para uma perspectiva metodológica de
ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da
participação social e da afirmação de valores e princípios democráticos. Nesse sentido,
deve buscar garantir a todos a possibilidade de usufruir de jogos, esportes, danças, lutas e
ginástica em benefício do exercício crítico da cidadania. (BRASIL, MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino
Fundamental, 1998, p. 62).

A educação física adaptada nasceu da necessidade de integrar o aluno com necessidades


especiais nas atividades físicas promovidas pelas escolas do sistema regular de ensino, pois é por
meio das atividades físicas que o aluno portador de necessidades especiais pode desenvolver um
novo conceito de corpo e movimento, detectando potenciais e direcionando o pensamento aos
motivos e o comportamento diante da sua condição e por sua vez a própria aceitação, evitando que
estes não sejam mais dispensados devido a sua condição e consequentemente se excluam, ou seja,
rejeitados pelo restante do grupo. Conforme afirmam Carvalho e Araújo (2015) “a inclusão das
pessoas com deficiência na rede regular de ensino é um direito legal, e as disciplinas, inclusive a
educação física, caminham buscando sua adequação segundo as diferentes realidades”.

A atividade motora adaptada é um dos meios que proporciona ao aluno com necessidades
especiais condições de aumentar o repertório de movimentos. É através das atividades
físicas que o indivíduo portador de deficiência pode estabelecer um novo conceito de corpo,
passando a detectar e desenvolver os potenciais remanescentes, direcionando o pensamento,
os motivos e o comportamento diante da sua condição. Por mais acentuada que seja sua
limitação motora, pode-se conseguir com a educação física adaptada uma parcial ou
completa adaptação à sua limitação e às solicitações do ambiente, em várias situações. Isto
se torna possível porque o indivíduo redimensiona o significado do movimento dos
membros remanescentes e, de alguma forma, elabora um vocabulário corporal próprio.
(MENEZES; SANTOS, 2001).
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Para Aguiar e Duarte (2005, p. 02) “a inclusão de alunos com necessidades especiais na escola
regular, constitui uma perspectiva e um desafio para o século XXI, cada vez mais firme, nos
diferentes sistemas e níveis educativos”. A inclusão social nas escolas regulares ainda é algo que
necessita de muitas ações efetivas, o profissional de educação física, que lida diretamente com a
prática de atividades inclusivas tem o dever de buscar tais ações incessantemente, é importante que
o mesmo adquira conhecimento nas áreas socioculturais e pedagógicas para obter sucesso nos
resultados obtidos tanto físicos como sociais, é dever também das escolas e municípios buscar
recursos e disponibilizá-los aos profissionais de educação física para que a inclusão seja aplicada de
forma integral para cada tipo de necessidade que possa ser encontrada no âmbito escolar.

2.1 PRÁTICAS E BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA INCLUSIVA

A prática regular de atividades físicas para portadores de deficiência física e/ou mental
devem respeitar as limitações de cada indivíduo, sendo estas devidamente adequadas elas podem
não somente ressaltar as suas potencialidades, mas ainda pode englobar objetivo como:

• Melhoria e desenvolvimento de autoestima, autovalorização e autoimagem;


• Estímulo à independência e autonomia;
• Socialização com outros grupos sendo portadores de deficiências ou não;
• Experiência com suas possibilidades, potencialidades e limitações;
• Vivência e superação de situações de frustração;
• Melhoria das condições organo-funcionais do corpo (aparelhos circulatório,
respiratório, digestivo, reprodutor e excretor);
• Melhoria na força e resistência muscular;
• Aprimoramento da coordenação motora, do ritmo e equilíbrio do corpo;
• Acesso à prática do esporte como lazer, reabilitação e competição;
• Prevenção de deficiências secundárias;
• Manutenção e promoção da saúde e condição física;
• Desenvolvimento de habilidades motoras e funcionais para melhor realização das
atividades diárias.

Carvalho e Araújo (2015) afirmam que “o esporte deve ser trabalho de forma a permitir a
vivência de todos os alunos das diversas modalidades e possibilidades, permitindo que todos não
apenas vivenciem, mas também transformem e recriem atividades de acordo com seus interesses e
forma de compreensão”. As atividades adaptadas têm gerado várias possibilidades de atividades
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praticadas no âmbito escolar, tais atividades além de ser uma forma de possibilitar a inclusão,
causam interesse e curiosidade por parte dos alunos com ou sem deficiência física ou mental.

A ACSM (American College Of Sports Medicine, 1997) relata que “um programa de
atividades físicas para os portadores de deficiência física devem observar a princípio se a adaptação
dos esportes ou atividades estão mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade e dos
esportes convencionais”, ou seja, a mesma deve proporcionar resistência cardiorrespiratória, força e
resistência muscular, aumento da flexibilidade, entre outros. Após, é recomendado observar se esta
atividade possui um caráter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de reabilitação dos
alunos com necessidades especiais.

É importante levantar ainda alguns pontos antes de promover qualquer atividade física para
os alunos com necessidades especiais, segue abaixo alguns pontos fundamentais para a realização
da prática:

• A utilização de equipamentos e materiais na realização de atividades físicas para os


portadores de necessidades educativas sejam adaptados de acordo com as necessidades encontradas,
bem como a adaptação do local onde esta atividade será realizada;
• A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade a ser realizada para
melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como reduzir ou
aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de manter os
objetivos iniciais atingíveis;
• A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que
respeitar todas as normas de segurança, evitando a ocorrência de acidentes, deve-se estar atento a
todos os tipos de movimentos a serem realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e
estimular o desenvolvimento da sua potencialidade.

As atividades físicas adaptadas podem contribuir ainda no desenvolvimento desse processo


inclusivo, por meio da vivência dos esportes adaptados aos esportes convencionais, segundo as
necessidades do momento e do grupo de alunos, de forma a permitir uma participação ativa de
todos. As possibilidades são muitas, dependendo apenas da criatividade e consciência do professor
para atuar de forma adequada com esse conteúdo.
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3 CONCEITO DE DANÇA

“Dança é a arte de movimentar expressivamente o corpo seguindo movimentos ritmados, em


geral ao som de música” (SIGNIFICADOS, 2016). O conceito de dança vai além da expressão
artística, é uma forma de atuação do movimento do corpo humano que dá forma a vários tipos de
sons. Uma das principais funções da dança é a de expressar emoções e auxiliar no desenvolvimento
da coordenação motora, a dança também está relacionada à promoção da integração social
auxiliando assim, numa boa saúde física e mental de qualquer indivíduo.

O ritmo, que acompanha o gesto, é uma descarga emocional servindo para

regular e medir todas as forças vitais; é ele que estabelece a harmonia e

equilíbrio dos movimentos, preside à ordem das coisas e dá aos gestos do

homem e às suas reações a força e a expressão. O ritmo é o primeiro

movimento da vida que incide sobre os músculos do corpo humano.

(HISTÓRIA DA DANÇA, 2018).

Existem evidências arqueológicas da dança datadas de 9.000 anos de idade

através de pinturas nas Grutas de Bhimbetka, localizadas na Índia. Outra pista dos

primórdios da dança é encontrada em pinturas em tumbas egípcias, elas retratam

figuras dançando e são datadas com 3300 anos antes de Cristo (SIGNIFICADOS, 2016).

A Dança é uma das mais antigas formas de expressão da humanidade que era

representada em rituais religiosos, festas e celebrações de uma comunidade ou,

ainda, quando o aspecto estético adquire predominância, como uma manifestação

artística (MEUS RESUMOS, 2018).

3.1 DANÇA INCLUSIVA

De acordo com Amoedo (2002, p.57) é chamado dança inclusiva àqueles trabalhos que
incluem pessoas com e sem deficiência onde os focos terapêuticos e educacionais não são
desprezados, mas a ênfase encontra-se em toda a elaboração e criação artística. A dança inclusiva
surgiu da necessidade de integração social às pessoas portadoras de deficiência física, através da
arte da dança, a integração torna-se acessível pelas práticas que podem ser desenvolvidas e
adaptadas a qualquer tipo de deficiência motora proporcionando bem estar físico, mental e
emocional.
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A proposta de dança inclusiva surgiu do crescente movimento mundial que vem ocorrendo
em criar programas que valorizem a participação de todos, em especial pessoas com deficiência,
tanto em atividades sociais, pedagógicas e culturais, é o que afirma Forchetti (2010). A dança
inclusiva tem ainda o objetivo de gerar possibilidades expressivas entre pessoas de todos os tipos,
sendo com necessidades especiais ou não, proporcionando a todos os participantes igualdade de
condições para desenvolver seu potencial e criar formas para que ele se sinta integrado.

No intuito de desenvolver uma prática inclusiva através da dança, torna-se necessário uma
conscientização do que seria integração social e inclusão social, o que por muitas vezes
pode ser confundido. Sem essa consciência, os professores poderiam estar trabalhando a
dança, convictos de estarem promovendo a inclusão social dos seus alunos surdos, quando
na verdade estariam apenas dirigindo um processo de integração. Nesse sentido, retomamos
a construção inicial a cerca da exclusão social, uma vez que o entendimento da inclusão
requer uma análise dualística desses aspectos. (SILVA; ARAÚJO; DIAS; SOUZA;
SANTANA; FIDELIS; TAVARES, 2012).

A dança inclusiva possui ainda benefícios psicomotores, cognitivos, emocionais e


socioculturais, possibilitando as pessoas com necessidades especiais a vivência da inclusão social,
especialmente em espaços onde a diversidade humana é a principal característica. Segundo Sassaki
(1997a, p. 01. apud AMOEDO; HENRIQUE, 2010, p. 70) “a ideia de integração surgiu em
consequência da exclusão social a que foram submetidas às pessoas deficientes por vários séculos”.

A dança inclusiva pode se tornar uma importante ferramenta para abrir as portas da
acessividade principalmente no âmbito escolar, porém, poucas são as oportunidades regulares dessa
prática que são oferecidas à população de pessoas com necessidades especiais, assim como são
poucas as oportunidades de interação com pessoas não portadoras de deficiência física, tornando a
prática exclusiva a professores de educação física específicos ou àqueles que buscaram
aperfeiçoamento individual e inovação para as práticas de educação física inclusiva.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Para a confecção deste trabalho utilizamos a pesquisa bibliográfica como forma de


pesquisa. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir da leitura de diversos tipos de fontes:
livros, artigos, manuais, enciclopédias, anais, meios eletrônicos, etc. Com este tipo de pesquisa
busca-se ter maiores conhecimentos ou se familiarizar com determinado assunto. Portanto para fins
de busca por materiais utilizamos os principais meios encontrados a disposição do grupo, que foram
livros, meios eletrônicos, periódicos, dicionários, revistas virtuais, artigos, etc.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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A carência de estudos que discutam a percurso dos professores de educação física no


processo de educação inclusiva com a dança permitiu a valorização do uso dos depoimentos dos
sujeitos de estudo como elementos para construção de uma possível análise da temática.
Entendemos que as atividades de dança nas aulas de educação física não devem acontecer
isoladamente do trabalho que o professor desenvolve em sala de aula e que essa parceria traz
contribuições para todas as crianças com difidência ou não, aos professores e a toda escola onde o
objetivo maior é a inclusão. Sassaki (199,p.123) defende a ideia de que “o princípio fundamental da
educação inclusiva é a valorização da diversidade” . De acordo com isto podemos concluir que é na
sala de aula que acontece a inclusão de alunos com necessidades especiais educacionais e que todas
as crianças podem aprender e fazer parte da vida escolar comunitária. Tendo em vista conhecer as
limitações de cada aluno e reconhecer não só a deficiência mas também suas habilidades para não
priva las do conhecimento oferecido onde facilitarão o convívio das crianças dentro da escola e na
sociedade

De acordo com Aguiar e Duarte (2005, p. 02) “a inclusão de alunos com necessidades
especiais na escola regular, constitui uma perspectiva e um desafio para o século XXI, cada vez
mais firme, nos diferentes sistemas e níveis educativos”. É possível ter diferentes concepções de
educação no ambiente escolar, embora saibamos que o desenvolvimento de uma proposta inclusiva
exige sintonia em todas as áreas da educação. A inclusão ainda se limita ao reconhecimento da
instituição escolar como aquela cuja responsabilidade é preparar o sujeito para a vida. No entanto,
deve-se reconhecer que a adoção deste conceito pode limitar a ação do professor, pois ele a partir
desse olhar poderá encontrar dificuldades de, solitariamente, vislumbrar metas que possam efetivar
um projeto voltado para o que se propõe a educação inclusiva.

6. CONCLUSÃO

Concluímos que a educação física inclusiva é de grande importância na grade curricular


regular, as escolas e os professores, assim também como todo o corpo docente envolvido, devem
estar devidamente habilitados e preparados para que a adaptação de alunos com necessidades
especiais seja o menos impactante possível, com uma estrutura adequada e professores corretamente
habilitados, a escola pode oferecer condições psicológicas e pedagógicas para fazer com que os
alunos com alguma deficiência os demais alunos tenham uma integração natural e sem traumas para
ambos os alunos.
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É de grande importância que a educação física inclusiva seja aplicada desde as séries
iniciais, se estendendo a campeonatos escolares e até a vida adulta do aluno portador de
necessidades especiais, possibilitando que, além de adquirir melhora na sua qualidade de vida, o
aluno possa evoluir fisicamente e socialmente possibilitando a ele autonomia de movimentos e o
sentimento de ser comparado a uma pessoa normal com os mesmos direitos e com as mesmas
dificuldades.

Apesar de todos os desafios que a inclusão ainda encontra em sua jornada é dever do
profissional de educação física buscar conhecimento e aperfeiçoamento diante dos obstáculos, a
iniciativa deve partir do professor que tem contato direto com os alunos. Além de conhecimento, o
professor deve ir à busca de incentivo da escola para praticar atividades diversificadas para os
alunos, no dia-a-dia o professor irá se deparar com diversos tipos de necessidades e cada uma delas
terá um grau de dificuldade em particular, tendo ele a necessidade de adaptar as atividades e os
equipamentos disponíveis a cada situação, cabe então à escola proporcionar apoio e incentivo
necessário, tanto financeiro como psicológico, ajudando assim o professor a desempenhar práticas
esportivas e a obter resultados positivos no desenvolvimento motor dos alunos.

Uma das atividades de grande importância para o desenvolvimento motor infantil é a dança.
A dança como inclusão pode proporcionar estímulos múltiplos de motricidade e expressividade
artística, a dança inclusiva permite ao aluno conhecer o próprio corpo, estimula a criatividade e as
relações de integração, facilitando a construção de relacionamentos entre todas as crianças que a
envolve. Assim como a educação física inclusiva a dança inclusiva também deve ser incorporada a
matriz curricular das escolas, porém, a dança também tem em seu caminho grandes desafios a
serem vencidos, sendo o mais importante deles conseguir atingir todos os alunos com necessidades
especiais para que ela possa servir como instrumento de socialização, solidariedade e respeito aos
indivíduos com necessidades especiais proporcionando a eles além de aprendizado, a capacidade de
liberar a imaginação e a criatividade como forma de comunicação.

REFERÊNCIAS

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10

<https://www.ebah.com.br/content/ABAAAhQ3gAE/as-diretrizes-acsm>. Acesso em 29 de out.


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