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SISTEMA ENDÓCRINO

A concentração da maioria dos hormônios diminui com o envelhecimento, mas a


concentração de alguns hormônios permanece no mesmo nível que o de adultos
jovens, e alguns até mesmo aumentam. Mesmo quando não ocorre uma diminuição
das concentrações hormonais, a função endócrina normalmente diminui com a
idade, porque os receptores hormonais se tornam menos sensíveis.

Declínio fisiológico do GH ​– O GH, após atingir seus níveis máximos de secreção


na puberdade, começa a sofrer declínio progressivo, de aproximadamente 14% por
década de vida; em torno dos 80 anos, metade dos indivíduos não têm qualquer
secreção significativa de GH e de IGF-1, fenômeno conhecido como somatopausa.
Seu declínio leva a sintomas clássicos do envelhecimento, como rugas, cabelos
grisalhos, diminuição nos níveis de energia e função sexual, aumento % gordura
corporal,​ ​doenças cardiovasculares, redução da massa muscular e da resistência.

Cortisol (principal alteração do eixo HHA com idade)​ – considerado o hormônio


do envelhecimento, ocorre aumento dos seus níveis com o avanço da idade,
levando à diminuição do colágeno e elastina, redução da imunidade
(imunossupressão que acentua a imunosenescência),​ ​aumento do peso, aumento
das chances de osteoporose, dificuldade na aprendizagem, baixo crescimento,
diminuição da testosterona, lapsos de memória, aumento da sede e da frequência
em urinar, diminuição do apetite sexual e menstruação irregular.

Aumento da Prolactina (Hiperprolactinemia) ​- ​resultado do aumento do tono


dopaminérgico que acompanha o envelhecimento​, já que a dopamina inibe a
secreção da prolactina pela pituitária. As manifestações clínicas da
hiperprolactinemia são sutis e, muitas vezes, passam despercebidas. São elas: o
hipogonadismo secundário com disfunção sexual, a galactorréia, a ginecomastia e a
aceleração da perda óssea associada à idade.

ADH​ - o envelhecimento normal leva a um estado relativo de excesso de ADH. Vários fatores 
predispõem pessoas idosas a apresentar​ poliúria noturna​, entre os quais as alterações, associadas à 
idade, do ritmo circadiano do ADH circulante, com perda do aumento noturno dos seus níveis e aumento 
dos níveis plasmáticos do ​hormônio natriurético atrial. 

Sistema renina-angiotensina-aldosterona​ - Os níveis de aldosterona de idosos na nona década 


declinam em torno de 30%, provavelmente associados ​à redução em torno de 50% na atividade 
plasmática de renina​. Clinicamente, este estado de hipoaldosteronismo hiporreninêmico associado ao 
envelhecimento predispõe à perda de sódio que, em combinação com a diminuição da sensação de sede 
e a ​redução da resposta renal ao ADH​, aumenta o potencial de depleção de volume e de desidratação na 
população geriátrica.  
DHEA​ (dehidroepiandrosterona) - o seu declínio durante o envelhecimento leva à
piora na disposição física e tendência a aumentar dores articulares com reflexos no
estado de ânimo e também acarretando na diminuição da massa muscular. Há
também queda na resistência do organismo contra infecções com a baixa desse

hormônio ​??????
Hormônios tireoideanos​ - Apesar de ser notável a prevalência de doenças na
tireoide em indivíduos com mais de 60 anos de idade, ainda não há comprovação
quanto à relação entre as variações hormonais das quais essas doenças decorrem
e o envelhecimento, tendo em vista que diversos fatores podem acarretar essas
variações, como estresse, reações imunológicas, predisposição hereditária, drogas,
conteúdo de iodo na dieta, entre outros.

Testosterona -​ A produção de testosterona diminui com o envelhecimento, mas


não cessa. Sua diminuição leva à Deficiência Androgênica do Envelhecimento
Masculino (DAEM). A DAEM acarreta em diversas reações, como diminuição da
massa muscular, aumento da gordura corporal, diminuição do desejo sexual,
problemas de memória​, ​o​steoporose​ e ​osteopenia​ (ossos frágeis), diminuição do
volume testicular, ​dificuldade de concentração, depressão,​ sensação de calor
excessivo, fraqueza muscular e dificuldade de ereção.

Estrogênio - ​Apesar de haver uma diminuição da concentração do estrogênio em


mulheres idosas, os níveis de FSH e LH se apresentam altos. Essa diminuição nos
níveis de estrogênio se inicia no período climatério, transição da mulher de sua fase
fértil para a infértil, e acarreta na menopausa. A baixa desse hormônio gera reações
diversas, como ondas de calor e palpitações, aumento da depressão, ansiedade,
irritabilidade, variações de humor e falta de concentração, secura ​vaginal​ e urgência
na urinação. Assim, os ciclos reprodutivos femininos cessam com a idade.

Noradrenalina - ​A quantidade e a atividade da noradrenalina no organismo pode


diminuir com o avanço da idade do indivíduo, ​ocasionando depressão, déficit de
atenção e problemas de aprendizado​, ou aumentar, ​acarretando no aumento da
frequência cardíaca,​ aumento das pupilas,​ respiração acelerada​ ​e vasoconstrição​.
Exerce importante influência sobre a secreção pituitária, e sobre os demais
hormônios nela produzidos, tais como GH, TSH e LH.

Melatonina - ​Ocorre diminuição nos níveis de melatonina, acarretando em


problemas na reparação das células do indivíduo e na desregulação do ciclo
sono-vigília, levando a distúrbios do sono e alteração do ciclo circadiano em idosos.
Paratormônio - ​há a ​baixa de hormônio paratireoidiano, especialmente em
mulheres, causando a ​diminuindo a produção da forma ativa da vitamina D​ e a ​baixa
absorção de cálcio​, aumentando o risco de osteoporose

Insulina - ​A insulina, que ajuda no controle do nível de açúcar no corpo, é menos


eficaz, e menos insulina pode ser produzida. Além disso, há alteração nos seus
receptores, que se tornam menos sensíveis, fazendo com que muitos idosos
desenvolvam intolerância à glicose e diabetes tipo 2. Assim, exercícios e dieta que
podem melhorar a ação da insulina tornam-se mais importantes com a idade.

As concentrações de muitos hormônios e substratos metabólicos estão inalteradas


em indivíduos idosos normais; a glicemia de jejum, por exemplo, é pouco modificada
pelo envelhecimento; porém, os níveis glicêmicos, após um teste de t​olerância à
glicose, mostram-se muito mais altos em idosos​ saudáveis do que em adultos
jovens.

Em contrapartida, em algumas circunstâncias, a função endócrina de um organismo


envelhecido é mantida pela secreção compensatória de outros hormônios, de tal
sorte que, através de mecanismos de retro alimentação, mantém-se a função em
questão dentro de parâmetros organicamente aceitáveis. É o caso dos níveis de
testosterona em muitos homens idosos, que são mantidos dentro da faixa de
normalidade graças ao aumento compensatório da secreção de hormônio
luteinizante.

SISTEMA CARDIOVASCULAR
O coração tende a aumentar um pouco e desenvolver paredes mais espessas e câmaras
discretamente maiores. O crescimento do coração se deve principalmente a um aumento no
tamanho das células musculares individuais do coração.

Em repouso, o coração mais velho funciona quase do mesmo modo que um coração mais novo,
mas a frequência cardíaca (número de vezes que o coração bate em um minuto) é
discretamente mais baixa. Além disso, durante os exercícios, a frequência cardíaca de idosos
não aumenta tanto quanto em pessoas mais jovens.

As paredes das artérias e das arteríolas tornam-se mais espessas e o espaço dentro das
artérias se expande discretamente. O tecido elástico existente dentro das paredes das artérias e
arteríolas é perdido. Em conjunto, essas alterações fazem com que os vasos se tornem mais
rígidos e menos elásticos.

Como as artérias e as arteríolas se tornam menos elásticas à medida que a pessoa envelhece,
elas não conseguem relaxar tão rapidamente durante o bombeamento rítmico do coração. Por
conseguinte, ​a pressão arterial aumenta mais quando o coração se contrai (durante a sístole) –
por vezes, acima dos valores normais – do que em pessoas mais novas. Em idosos, é comum
que haja pressão arterial anormalmente elevada durante a sístole e pressão arterial normal
durante a diástole. Essa doença denomina-se ​hipertensão sistólica isolada. (pq a hipertensão
pode causar um​ avc e demência​, de acorco com o artigo do link abaixo)

Muitos dos efeitos do envelhecimento sobre o coração e os vasos sanguíneos podem ser
reduzidos pela prática regular de ​exercícios​. A prática de exercícios ajuda a manter a
capacidade cardiovascular e a forma física conforme as pessoas envelhecem. Além disso, a
prática de exercícios é benéfica, independentemente da idade em que é iniciada.

Este artigo: ​http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2002001500011

Função Cardíaca

O processo de envelhecimento determina diversas alterações no sistema


cardiovascular.

No pericárdio e endocárdio há aumento do colágeno. No miocárdio há degeneração


de fibras musculares com atrofia, hipertrofia das remanescentes, aumento dos
sistemas colágeno e elástico, depósito de gordura e de substância amiloide,
acúmulo de pigmento lipofuscínico. Nas valvas, espessamento e calcificação
ocorrem principalmente na mitral e aórtica. O sistema de produção e condução do
estímulo apresenta redução do número de células específicas, fibrose, infiltração
gordurosa e de substância amiloide. Essas alterações anatômicas acompanham-se
de modificações bioquímicas. Assim, observam-se limitação do ATP disponível,
diminuição da atividade da ATPase, da capacidade de oxidação e de ​mobilização do
cálcio​.

Nas grandes artérias há aumento do componente colágeno e perda do componente


elástico, ocasionando maior rigidez da parede. Nas arteríolas observam-se aumento
da espessura da parede e redução de sua luz. ​No sistema nervoso autônomo há
diminuição do teor adrenérgico e menor resposta cardiovascular aos estímulos
simpáticos e parassimpáticos​.

Em consequência dessas alterações ocorre aumento da fase de ejeção


(2mseg/década), aumento da fase de relaxamento com redução da diástole,
diminuição da complacência e aumento da impedância à ejeção do ventrículo
esquerdo. Essas modificações resultam em redução da função sistólica do
ventrículo esquerdo em condições de estresse e exercício. Quanto à função
diastólica, observa-se enchimento passivo menos eficiente e enchimento ativo
(sístole atrial) mais importante. ​Há diminuição do consumo máximo de oxigênio VO​2
máx, que é calculado multiplicando-se o débito cardíaco máximo pela máxima
diferença arteriovenosa sistêmica de oxigênio​.

Clinicamente, observa-se que, em condições basais, a função cardíaca é suficiente


para as necessidades orgânicas. No entanto, em condições de sobrecarga como
esforços excessivos, ​emoções​, febre, ​anemia​, infecções, ​hipertireoidismo​, a
reduzida capacidade de reserva pode ser responsável pela descompensação.

O sistema cardiovascular sofre significativa redução de sua capacidade funcional


com o envelhecimento. Em repouso, contudo, o idoso não apresenta redução
importante do débito cardíaco, mas em situações de maior demanda, tanto
fisiológicas (esforço físico) como patológicas (doença arterial coronariana), os
mecanismos para a sua manutenção podem falhar, resultando em processos
isquêmicos.

Alterações estruturais no coração no idoso

Pericárdio: ​espessamento fibroso – hialinização; aumento da taxa de gordura


(subpericárdica).

Endocárdio mural: espessamento fibroelástico; fragmentação, esclerose e


acelularidade da camada elástica; infiltração gordurosa; substituição de tecido
muscular por tecido conjuntivo.

Miocárdio: acúmulo de gordura; fibrose intersticial; depósito de lipofuscina; atrofia


fosca; degeneração basofílica; hipertrofia concêntrica; calcificação; amiloidose.

Valvas: mitral – ​calcificação do anel valvar; degeneração mixomatosa (cúspide


posterior); ​aórtica – ​excrescências de Lambi (áreas fibróticas nas bordas);
calcificação; amiloidose.

Tecido específico: ​acúmulo de gordura – infiltração gordurosa; redução da


musculatura específica e aumento de tecido colágeno; fibrose; atrofia celular;
calcificação propagada; processos esclerodegenerativos.

Artérias coronárias: alterações de parede – perda de fibras elásticas e aumento do


colágeno, depósito de lipídeos, calcificação, amiloidose; alterações do trajeto =
tortuosidade; alterações do calibre = dilatação.

Alterações estruturais da aorta senil

Aumento do calibre, do volume e da extensão;

Maior espessura e rigidez da parede;

Alterações da túnica elástica: desorganização e perda de fibras;


Hiperplasia subendotelial: redução e modificações químicas da elastina.

Função cardiovascular: O envelhecimento diminui a distensibilidade das artérias.


A diminuição da complacência aumenta a pressão arterial, diminui discretamente a
pressão diastólica e, portanto, aumenta a pressão de pulso. No pós-carga, a
resistência à ejeção do sangue pelo ventrículo esquerdo aumenta com a idade
avançada, principalmente devido à redução da complacência arterial. A pós-carga
aumentada causa espessamento da parede do ventrículo esquerdo, que envolve um
aumento no tamanho, mas no número de miócitos.

A pré-carga, o volume diastólico de sangue no ventrículo esquerdo, não se altera


com a idade em indivíduos em repouso. Ainda que o preenchimento diastólico inicial
diminua, um aumento compensatório na contração do átrio esquerdo aumenta o
preenchimento diastólico tardio. Muitos idosos apresentam hipotensão postural
devido ao desajuste do ​reflexo barorrecepto​r arterial associado à idade.

***​p.a e o reflexo têm relação com sist renal, nervoso e endócrino tb​ mas não dava
pra grifar em cima pq fica péssimo
(​https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/controle-da-pressao-a
rterial-pelos-barorreceptores-fisiologia-e-fisiopatologia/17176​)
SISTEMA RENAL
Insuficiência renal​ comum na velhice -> aceleração por doenças que se acumulam
em pessoas idosas (​diabetes​, câncer, ​hipertensão​, aterosclerose, etc), doenças
degenerativas relacionadas a exposição ambiental.
A insuficiência renal é classificada em aguda (IRA) ou crônica (IRC). A
primeira ocorre de maneira súbita e é, na maioria das vezes, reversível. Nesse
sentido, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia-SBN (2010), a IRA ocorre em
pessoas com doenças graves pré-existentes, e podem levar, de maneira rápida e
temporária, à parada da função renal. É rápida, pois ocorre dentro de algumas horas
e, temporária, pois os rins voltam a funcionar após um período de tratamento
dialítico. A IRC se manifesta de forma lenta e normalmente é irreversível a sua
condição normal. Pode ocasionar perda total da função renal, e provocar lesão
renal, o que, leva a adoção de um método de tratamento dialítico. O fato de a IRC
ocorrer de forma lenta desencadeia um processo de adaptação da pessoa, faz com
que ela não apresente sintomas da doença até que tenha atingido 50% de dano da
função renal. Desta forma, enquanto a função renal estiver entre 10 a 12% normal,
pode-se reverter a doença, no entanto, quando está abaixo destes percentuais é
primordial a adoção de um método dialítico como forma de tratamento da IRC.

O rim envelhece de maneira que prejudica aspectos funcionais: taxa de filtração


glomerular, permoseletividade de grandes solutos, excreção e conservação de
água, homeostase de Na e Cl, equilíbrio ácido base, ​atividade hormonal​ e​ controle
da pressão sanguínea.
TGFtotal = no de néfrons funcionais*TGF média de cada néfron individualmente.
Perde-se néfrons a medida que envelhece. O no de néfrons funcionais (NNF) é
dado pelo NNF ao nascer menos a taxa perdida após o nascimento.
glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF) -> processo de cicatrização de
glomérulos não funcionais.
Envelhecimento saudável -> declínio no número total de glomérulos (cerca de 35%)
e um declínio ainda maior no número de glomérulos funcionais (48%) ao longo de
50 anos. Essa diminuição é mais expressiva na região cortical.
As mudanças glomerulares aparecem gradualmente com alterações na
membrana basal glomerular (MBG), seguidas por depósitos hialinos e eventual
esclerose deste compartimento. Já no compartimento intersticial ainda podem ser
observados o aumento da síntese e/ou a redução da degradação de fibras
colágenas do tipo I, II e II, integrantes da matriz gelatinosa, também composta por
proteoglicanos, glicoproteínas (fibronectina e laminina) e líquido intersticial, o que
favorecerá o acúmulo de colágeno e conseqüente processo de fibrose intersticial.

A diminuição de néfrons e glomérulos não é acompanhada por um aumento


compensatório do TFG dos já existentes. Além disso, é acompanhada por fibrose
intersticial proporcional a GESF e hipertrofia tubular (atenua perda do volume
cortical). Associação com hipertensão.
Albominúria por alterações na permeabilidade glomerular.
O envelhecimento também parece estar associado com o aumento de células
mesangiais do capilar glomerular, acompanhadas por uma maior expressão de
tecido mesangial, que aumenta de 8% do volume total glomerular, aos 45 anos,
para aproximadamente 12%, aos 70 anos.
-> Consequências do envelhecimento renal normal por no diagnóstico da doença
renal crônica (DRC)> TGF<60ml/min. Maior risco de mortalidade com TGF baixa
acompanhada de proteinúria.
Rins de indivíduos idosos normais, com declínio na taxa de filtração
glomerular, apresentam também uma redução em outros mecanismos
homeostáticos renais, que parecem estar bastante ligados a um grande número de
nefrites intersticiais crônicas.

SISTEMA RESPIRATÓRIO
Deve-se salientar que a tendência de aumento da propensão a doenças
respiratórias ao longo dos anos não se deve apenas ao envelhecimento, mas
também aos efeitos cumulativos das exposições inalatórias durante a nossa vida
(poluição, tabaco e agentes infecciosos).

Durante o envelhecimento, as vias aéreas apresentam rigidez, associada à redução


da elasticidade das paredes dos bronquíolos. A caixa torácica torna-se enrijecida
devido a diminuição da movimentação esternal e costovertebral, o que reduz sua
complacência e a capacidade vital, restringindo assim, o fluxo de ar corrente. Ocorre
perda de elasticidade dos alvéolos, ou mesmo uma redução do número de alvéolos,
devido à ruptura dos septos alveolares e fusão alveolar com consequente redução
da superfície respiratória. A musculatura respiratória do idoso apresenta fraqueza,
decorrente da redução das proteínas contráteis e aumento do tecido conjuntivo,
além da alteração de posição e da eficiência do diafragma (esse enfraquecimento
gera respiração curta, consequentemente menor pico de fluxo de ar e troca gasosa).
Na presença destas alterações estruturais nas vias aéreas, pulmões, músculos
respiratórios e caixa torácica, os volumes e as capacidades pulmonares sofrem
mudanças. Alguns autores relataram que o volume residual (VR), a capacidade
residual funcional (CRF) encontram-se aumentados no idoso. Além disso, a
capacidade vital (CV) sofre uma redução de 25 a 40% e a capacidade pulmonar
total (CPT) pode estar diminuída ou inalterada na idade avançada.

Outra alteração em relação ao volume de ar que entra e sai dos pulmões, é que não
só os músculos que auxiliam na entrada de ar estão fracos, mas também a saída de
ar no repouso já não acontece tão bem sozinha, há um aumento do volume residual
(volume de ar que ainda permanece no pulmão após uma expiração), logo,
observa-se a diminuição da quantidade máxima de ar que pode ser expirada após
uma inspiração máxima (capacidade vital). ​Ocorre redução do consumo máximo de
oxigênio (VO2), que está associado a diminuição do debito cardíaco máximo
(volume de sangue bombeado por minuto).

Os mecanismos de defesa do sistema respiratório entram em declínio, o reflexo da


tosse já não é tão eficiente, o sistema imunológico torna-se mais suscetível a
doenças e os cílios da traqueia podem não existir mais principalmente em indivíduos
fumantes. Diante desse quadro é de grande importância a prevenção do surgimento
de doenças pulmonares e o tratamento adequado as enfermidades como:
pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica e asma por exemplo.

A redução do consumo máximo de oxigênio (VO2 max) ocorre pelo ​apoucamento da


massa ventricular decorrente do envelhecimento. A diminuição do VO2 max
associado à idade decorre de fatores como ​redução arteriovenosa de oxigênio e
diminuição do débito cardíaco máximo​. As alterações fisiológicas na senescência no
pulmão do idoso podem ser ocasionadas pela combinações entre alterações
anatômicas e a reorientações das fibras elásticas. Essas alterações fisiológicas são
definidas pela diminuição da elasticidade pulmonar, redução da capacidade da
difusão do oxigênio, redução dos fluxos expiratórios e redução da complacência
pulmonar.

O ​peso corporal e a estatura ​sofrem alterações que acompanham o envelhecimento


e que condicionam a performance respiratória do idoso: a diminuição da altura, a
substituição do músculo por tecido adiposo, sobretudo à volta do perímetro
abdominal.
Essas mudanças podem ser ligadas ao envelhecimento, que, por sua vez, engloba
alterações fisiológicas que revelam ​diminuição da massa muscular (sarcopenia) e
fibras musculares, principalmente do tipo II.

Resumo das alterações principais:

● ​Caixa torácica enrijecida


● Diminuição da elasticidade, diminui da complacência pulmonar. A diminuição
da elasticidade pode levar a perda de alvéolos e bronquíolos, o que explica a
redução da área de superfície de troca de ar.
● A perda de muitos alvéolos também pode levar a uma menor quantidade de
surfactante pulmonar. O pulmão dos idosos é muito semelhante a condição
de enfisema, por isso é usado o termo “enfisema senil”
● Diminui força muscular (inclusive nos músculos respiratórios). Devido a isso a
pressão inspiratória máxima em idosos é menor. A pressão expiratória
também decresce, mas pelo enfraquecimento dos músculos abdominais e
intercostais.
● Com o débito cardíaco diminuído, a concentração de O2 que chegam nos
pulmões reduz significantemente. Mas o PCO2 continua normal.
● Imunossenescência: maior probabilidade de infecções em geral, somado a
isso idosos em geral tem uma depressão no reflexo de tosse.
● Perda de sensibilidade a hipóxia e hipercapnia (Respectivamente diminuição
da PaO2 e aumento da PaCO2)
● Aumenta espaço morto respiratório (regiões que recebem gases, mas não
realizam troca)
● Capacidade residual funcional aumenta
● Capacidade vital forçada diminui
● O clearance mucociliar diminui, contribui também para susceptibilidade a
infecções.
● A capacidade total pulmonar não sofre alteração em repouso. Todavia em
situações de exercício físico idosos tem uma resposta ventilatória maior,
devido a alterações na mecânica respiratória, que reduzem sua capacidade
aeróbica.

SISTEMA DIGESTÓRIO

Introdução
O envelhecimento está associado à: alterações associadas ao envelhecimento da
musculatura lisa, do plexo mio-entérico e da produção de enzimas e outras secreções
seriam responsáveis por alterações pouco expressivas da motilidade e da função do trato
digestório. além dessas alterações mais evidentes, o envelhecimento do trato
gastrointestinal é vinculado ao surgimento de sintomas em outras esferas, como a anorexia
do envelhecimento, a hipotensão pós-prandial, o desenvolvimento de hipovitaminose B e
outras condições.

Boca
- Há redução do olfato e do paladar - em especial para doce, salgado e unami (quinto
gosto básico do paladar humano) - com redução das papilas gustativas (em especial
em algumas regiões da boca, como a epiglote).
- Cerca de 50% da população acima de 65 anos de idade e 75% das pessoas acima
de 80 anos de idade têm olfato prejudicado.
- Redução da secreção salivar, que pode também interferir no processo do paladar e
da digestão dos alimentos.
- O mecanismo da deglutição também é alterado, em proporções variáveis, com o
envelhecimento e com isso, a aspiração de alimentos é mais frequente.

Esôfago
Sua estrutura é composta por musculatura estriada em seu terço proximal e lisa em seus
dois terços distais, sendo que os ​movimentos de contrações peristálticas que promovem
seu esvaziamento são coordenados por inervações intrínsecas e extrínsecas, vias neurais e
núcleos do sistema nervoso central​.
- Alterações da musculatura e da sua inervação
- ocorrência mais frequente de contrações não peristálticas, relaxamento incompleto
do esfíncter inferior do esôfago e contrações terciárias, que compreenderam as
alterações denominadas como presbiesôfago.
- alterações importantes da motilidade e do esvaziamento esofágico em idosos
saudáveis e assintomáticos.
- Além disso alimentos refluídos para o esôfago permanecem por tempo mais longo
neste órgão. Isso implica em que materiais refluídos, incluindo medicamentos e
ácido, permanecem por tempo mais prolongado em contato com a mucosa
esofágica, aumentando o risco de lesões e de aspiração.
- Observa-se também a diminuição da pressão de repouso e alterações da sincronia e
magnitude do relaxamento do esfíncter superior do esôfago, aumento da
incidência de contrações não peristálticas e manutenção da pressão de repouso do
esfíncter inferior do esôfago.

Estômago
- moderada elevação do tempo de esvaziamento gástrico (principalmente para
líquidos), porém este fenômeno ainda é controverso, podendo prejudicar a absorção
de medicamentos dependentes da exposição prolongada ao meio ácido.
- Em relação à secreção ácida, estudos mais recentes consideram que a sua redução,
quando intensa, decorre de uma manifestação inicial de gastrite atrófica, e que a
mesma não ocorre em idosos saudáveis. Reduções de leves a moderadas, no
entanto, podem ocorrer, associadas ao envelhecimento. Como resultado, podem
suceder duas conseqüências: sobrecrescimento bacteriano no trato proximal do
intestino e má absorção gastrointestinal.
- A absorção do ferro pode estar parcialmente reduzida pela hipocloridria, o que
poderia contribuir para o desenvolvimento de anemia ferropriva, mas não para
causá-la.
- diminuição da pepsina (independente de infecção pelo H. pylori, gastrite atrófica ou
tabagismo) e de fator intrínseco (necessário para a absorção de vitamina B12). Esta
alteração não é capaz de ocasionar anemia megaloblástica.
- diminuição significativa de neurônios do plexo mioentérico no trato gastrointestinal.
- A colonização da mucosa gástrica pelo Helicobacter pylori aumenta com o avançar
da idade podendo atingir até 75% dos idosos em faixas etárias avançadas. a
gastrite atrófica quanto a metaplasia intestinal foram fortemente associados com
infecção pelo H. pylori, e não com o envelhecimento em si.
- O muco protetor da mucosa gástrica também apresenta alteração, com queda dos
níveis de bicarbonato, sódio e da secreção não-parietal, além da diminuição de
prostaglandinas.
- Estes fatores podem favorecer o aumento da prevalência de doenças pépticas e
diminuição da sensibilidade a fatores agressores, como anti- -inflamatórios não
esteroidais. A inflamação crônica na mucosa gástrica também pode afetar a
expressão de peptídeos da saciedade gástrica, tais como a leptina ou grelina, que
podem desempenhar um papel na regulação da ingestão de alimentos.
- a cura da infecção por H. pylori promoveu o aumento plasmático da grelina, que por
sua vez pode levar ao aumento do apetite e ganho de peso.

Pâncreas
- o pâncreas apresenta redução de peso, alterações histológicas (dilatação do ducto
principal, proliferação de epitélio ductal, formação de cistos, fibrose e lipoatrofia
focal).
- Ocorre declínio na produção de tripsina e lipase, porém com efeito mínimo sobre a
absorção intestinal.
- As alterações estruturais promovem alterações funcionais consideráveis, porém
devido à elevada reserva pancreática, o significado clínico desta alterações são
questionáveis.

Fígado
É o órgão com mais estudos sobre o seu envelhecimento fisiológico, em razão de pesquisas
sobre a metabolização hepática de medicamentos.
- Alterações estruturais:​ a arquitetura hepática denota pouca alteração. Ocorre um
depósito significativo de lipofuscina, que fornece uma coloração acastanhada ao
fígado. O ​fluxo​ e o peso do fígado ​reduzem-se de 30 a 40%.
- Funções secretoras:​ observa-se, neste caso, redução na secreção de albumina
(até 20%), colesterol e quantidade total de ácidos biliares, além do aumento da
secreção de alfa-ácido glicoproteínas. Estas alterações podem interferir na
farmacocinética de medicações (ex: hipertensão, arritmia)
- Metabolização de medicamentos:​ as reações intra-hepáticas classificam-se em
duas fases distintas. A Fase I (ação de enzima mono-oxigenasemicrossomais, como
o sistema citocromo P-450) promove a oxidação, redução ou hidrólise da medicação
ingerida, convertendo-a em metabólitos mais polares, que podem ser mais ou menos
ativos do que a droga original. A Fase II (reações sintéticas ou de conjugação)
promove o acoplamento da medicação ou seus metabólitos a metabólitos
endógenos (ex: ácidos glicurônicos, sulfúrico, acético), facilitando sua excreção na
bile ou na urina.

Intestino delgado
- não mostram qualquer mudança relacionada com a idade na arquitetura do intestino
delgado. Não ocorrem alterações nas áreas de superfície do intestino delgado, na
profundidade das criptas, na altura das vilosidades, nos enterócitos, na borda em
escova e nas glândulas de Brunner
- O tempo de trânsito intestinal, por sua vez, não indica alterações significativas, o que
não permite excluir alterações da motilidade, que, por sua vez, podem ter importante
significado clínico, como a hiperproliferação bacteriana e a decorrente perda de peso
em idosos.
- A função absortiva aparentemente é objeto de poucas modificações para açúcares e
proteínas. A absorção de lípides, por sua vez, envolve vários passos e pode
apresentar discreta redução, especialmente em situações de sobrecarga, porém não
havendo correlação clínica. A absorção de vitamina D, ácido fólico, vitamina B12,
cálcio, cobre, zinco, ácidos graxos e colesterol pode ser reduzida com o
envelhecimento, enquanto que a de vitamina A e glicose pode estar aumentada.
- A microbiota intestinal é afetada pelo envelhecimento, tanto em termos de
composição quanto de funcionalidade. A sua composição pode permanecer
semelhante à dos adultos jovens em idosos na faixa etária dos 70 anos mas,
segundo alguns estudos, pode se tornar desbalanceada em termos de bactérias
potencialmente patogênicas. A microbiota intestinal alterada pode, segundo alguns
autores, estar relacionada ao surgimento de diversas alterações patológicas no
envelhecimento, em especial a imunossenescência e a inflamação relacionada à
idade.

Cólon
Geralmente, supõe-se que alguns fenômenos são consequências do envelhecimento: (1) o
aumento da prevalência de constipação; (2) o aumento da incidência de neoplasias e (3) o
aumento da prevalência de doença diverticular.
- Constipação:​ fatores extrínsecos (sedentarismo, redução na ingestão de fibras e
líquidos, ​alterações hormonais​), redução dos neurônios do plexo submucoso e
mioentérico, histerectomia,​ diminuição da síntese de óxido nítrico neurona​l​ e
alteração do trânsito colônico podem ser fatores desencadeantes relacionados ao
envelhecimento.
- Neoplasias:​ diversas teorias, porém nenhuma isoladamente, se propõem a explicar
o aumento de sua prevalência com o envelhecimento. Causas como a exposição da
mucosa colônica por longo prazo a agentes carcinogênicos, alterações do
metabolismo carcinogêncio, hiperproliferação das células crípticas e o aumento da
susceptibilidade da mucosa colônica à transformação maligna, são causas
consideráveis e associadas ao crescimento de neoplasias com a idade.
- Doença diverticular:​ esta doença pode decorrer de alterações morfológicas e
biomecânicas do cólon, como o comprometimento da resistência da parede colônica
a pressões intraluminais elevadas, menor distensibilidade e menor resistência em
razão de colágeno e elastina submucosos e alterações no plexo mioentérico.

Reto e Ânus
- A incidência de incontinência fecal aumenta consideravelmente, fato que pode ser
atribuído a fatores extrínsecos (défice cognitivo, impactação fecal, acidentes
vasculares cerebrais, neuropatia diabética) e intrínsecos ao envelhecimento.
- Alterações estruturais do tecido colágeno, promovendo diminuição da força muscular
do esfíncter exterior, se somam à lesão crônica dos nervos pudendos, o que pode
ocasionar alteração na automaticidade muscular esquelética. Cabe lembrar que há
diferenças significativas entre idosos e idosas nos parâmetros manométricos
anorretais utilizados para estas observações.

Outras alterações
- Anorexia do envelhecimento:​ relaciona-se ao declínio da ingestão calórica ao
longo da vida, caracterizada por saciedade precoce e diminuição da ingestão
adequada de calorias. Sua etiologia é multifatorial: diminuição do grau de
relaxamento receptivo antral à ingestão de alimentos, alteração da síntese de
proteínas relacionadas à saciedade, ​diminuição de neurotransmissores que regulam
o apetite, depressão​, infecção por Helicobacter pylori e cálculos biliares são
descritos como possíveis causas.
- Deglutição:​ a aspiração silenciosa de bactérias da orofaringe é um distúrbio da
deglutição frequentemente não reconhecido, e uma importante causa de ​pneumonia
de aspiração​, acometendo até 15% dos idosos na comunidade. Com o
envelhecimento, há uma diminuição na produção de saliva e alterações na dentição,
que afetam a formação do bolo alimentar e o aumento do tempo do trânsito oral.
- Hipotensão pós-prandial:​ ocorre principalmente após a ingestão de carboidratos,
mas também pode ser vista em resposta a proteína e gordura. É causada pela
liberação de peptídeos vasodilatadores, que causa vasodilatação periférica, estando
correlacionada com a velocidade de esvaziamento gástrico. Está associada com o
aumento da prevalência de quedas, síncope, acidente vascular cerebral e infarto do
miocárdio, bem como o aumento da mortalidade.
SISTEMA NERVOSO
As alterações causadas pelo envelhecimento estão relacionadas aos aspectos
funcionais e psíquicos do corpo humano. No primeiro caso, envolvem inputs
sensoriais ​e reações (​automáticas​, reflexas e voluntárias) motoras; no segundo, as
alterações envolvem as diversas funções cognitivas, mas não impedem o indivíduo
de realizar as atividades cotidianas básicas e instrumentais.
Uma das características marcantes no processo de envelhecimento é o declínio da
capacidade funcional. Força, equilíbrio, flexibilidade, agilidade e coordenação
motora constituem variáveis afetadas diretamente por alterações neurológicas e
musculares. O comprometimento no desempenho neuromuscular, evidenciado por
paresia, incoordenação motora, lentidão e fadiga muscular, constitui um aspecto
marcante neste processo.
Conforme a pessoa envelhece, os nervos periféricos podem conduzir os impulsos
mais lentamente, resultando em diminuição sensorial, reflexos mais lentos e até
certa falta de coordenação. A condução nervosa pode diminuir porque as bainhas
de mielina em torno dos nervos se degeneram. As bainhas de mielina são camadas
de tecido que isolam os nervos e a velocidade de condução de impulsos. Essa
degeneração também ocorre porque, conforme as pessoas envelhecem, o ​fluxo
sanguíneo diminui, ocorre crescimento excessivo dos ossos próximos e há maior
pressão sobre os nervos, ou ambos. Alterações relacionadas à idade na função
podem tornar-se mais perceptíveis quando os nervos são lesionados por outro
motivo (por exemplo, pelo ​diabetes​). A resposta do sistema nervoso periférico à
lesão é reduzida. Quando o axônio de um nervo periférico em pessoas jovens sofre
uma lesão, o nervo consegue se recuperar desde que o corpo celular localizado na
medula espinhal (ou próximo a ela) não tenha sido danificado. Essa
autorrecuperação é mais lenta e incompleta em pessoas mais velhas, deixando-as
mais vulneráveis a lesões e doenças.

Ainda em relação ao déficit do sistema músculo-esquelético, podem-se notar efeitos


deletérios significantes e associativos sobre a eficiência em outros sistemas, como o
respiratório,​ o sensorial e o vestibular.

Síndrome do Desequilíbrio no Idoso: síndrome geriátrica, caracterizada por


alterações multi-sensoriais sob controle neurológico, por doenças em diversos
sistemas ou por órgãos e reações adversas a medicamentos. As manifestações da
síndrome do desequilíbrio tem grande impacto para os idosos, podendo levá-los à
perda de sua autonomia, por comumente afetar a realização das atividades de vida
diária e predispor o indivíduo a quedas e fraturas.
A morbi-mortalidade gerada pelas quedas geralmente associa-se comumente
a fraturas femorais e a lesões graves de tecidos moles que requerem
imobilização e internação.
- ​Doenças cardiovasculares​, músculo-esqueléticas, ​diabetes e lesões neurológicas
focais também se manifestam como distúrbios de equilíbrio e causas da
instabilidade (maior ​consumo de medicamentos devido à ocorrência de inúmeras
doenças comuns ao idoso aumenta a possibilidade de interações potenciais e
efeitos colaterais dos fármacos). Psicóticos, sedativos, antidepressivos,
anti-hipertensivos e ​ansiolíticos são as principais drogas utilizadas e que são
associadas à vertigem, ao desequilíbrio e às quedas
- A síndrome do desequilíbrio no idoso compromete a habilidade do sistema
nervoso em realizar o processamento dos sinais vestibulares, visuais e
proprioceptivos responsáveis pela manutenção da estabilidade corporal, bem como
diminui a capacidade de modificações dos reflexos adaptativos. Esses processos
degenerativos são responsáveis pela ocorrência de presbivertigem e de presbiataxia
na população geriátrica
Sistema vestibular: sofre um processo de degeneração com o envelhecimento,
havendo importante redução no número das cristas vestibulares; o número de fibras
que inervam as células ciliadas também se encontra acentuadamente reduzido. A
degeneração do sistema vestibular ocorre principalmente no SNP. Há também uma
perda significativa de sensores das células vestibulares, um decréscimo dos
neurônios vestibulares primários, uma diminuição da densidade das células corticais
e um decréscimo das células de Purkinje do cerebelo. Todas estas alterações
resultam em déficits na transmissão de informação, perda da plasticidade,
acentuando a síndrome do desequilíbrio no idoso
Sistema visual: ​Com o avançar da idade, ocorrem alterações oculares, como
catarata e glaucoma, responsáveis por levar a um decréscimo da acuidade visual e
que acabam por contribuir, por consequência, na instabilidade estática e dinâmica
do corpo. A visão tende a “operar” lentamente e o reflexo visual não reage
adequadamente, favorecendo a queda do sujeito. O idoso, diante disso, tende a
precisar de mais contraste dos cones e bastonetes para detectar as diferenças
espaciais
Sistema Auditivo​: perda auditiva, bem como a presença de zumbido e vertigens,
encontrados comumente em idosos, são resultados da alta sensibilidade dos
sistemas auditivo e vestibular a problemas clínicos comuns aos processos de
deterioração funcional destes sistemas com o envelhecimento
Alterações posturais: O processo de envelhecimento afeta todos os componentes
do controle postural – sensorial (visual, somatossensorial e vestibular), efetor (força,
amplitude de movimento, alinhamento biomecênico, flexibilidade) e central. A
integração dos vários sistemas corporais sob o comando central é fundamental para
o controle do equilíbrio corporal
Doenças neurológicas que causam perda de memória:

​ mnésias – são situações em que há perda exclusiva e aguda da memória. A


A
causa mais comum é a Amnésia Global Transitória, uma disfunção temporária do
cérebro, na qual o paciente fica algumas horas sem armazenar novos dados.
Embora seja, em geral, um quadro benigno, precisa ser adequadamente
investigado.

Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) – condição frequente após os 50 anos,


não preenchendo critérios para uma demência, mas que também não pode ser
considerada perda normal. É um “estágio intermediário”, no qual as atividades de
vida diária estão pouco afetadas, com um grau ainda satisfatório de independência
funcional. Pessoas com CCL têm mais chance de desenvolver demências, em
particular a Doença de Alzheimer.
Demências – constituem perdas mais importantes de memória associadas a outros
comprometimentos neurológicos, em funções como a linguagem e a atenção. São
condições progressivas, vistas mais frequentemente após os 60 anos. As
demências comprometem a capacidade de realizar coisas como: controle bancário,
fazer compras, sair sozinho, leituras, entre outras. As demências estão aumentando
em virtude do envelhecimento da população. As duas causas mais comuns de
demência são a Doença de Alzheimer e a Demência Vascular:

Doença de Alzheimer – trata-se de doença degenerativa. A morte progressiva de


neurônios é causada pelo acúmulo patológico de proteínas, principalmente a
beta-amiloide. Embora não exista nenhuma forma totalmente eficaz de prevenir esta
doença, alguns fatores podem retardar o aparecimento dos sintomas, tais como: ter
uma vida saudável, evitar o uso indiscriminado de calmantes e certos remédios para
o estômago, ter uma rotina ativa, com inúmeros interesses, interações sociais,
dormir bem, ler e estudar bastante. Uma vez constatado o problema, o paciente
deve receber medicamentos que ajudam a retardar um pouco a evolução dos
sintomas.

Presença de grande número de placas senis e novelos neurofibrilares,


degenerações e perda neuronal: As placas são formadas quando pedaços da
proteína chamada beta-amilóide que se agrupam. A beta amilóide é produto
da proteína precursora amilóide. Eles também podem ativar as células do
sistema imunológico que causam inflamações e devoram células deficientes.

Demência Vascular – ​ocorre déficit de circulação ou sangramentos que lesam


neurônios. Os sintomas destas duas formas de demência são semelhantes, mas,
com uma avaliação adequada, é possível inferir a causa da demência. As
recomendações para prevenção incluem: não fumar, controlar adequadamente a
pressão, manter as taxas de colesterol e glicose dentro dos limites recomendados,
fazer exercícios físicos regulares, manter o peso nos limites normais, não consumir
abusivamente bebidas alcoólicas.

O comprometimento da regulação da homeostase do cálcio e do mecanismo de


proteção antioxidante são duas causas importantes da degeneração neuronal
observadas durante o envelhecimento normal e na neurodegeneração. Na verdade,
qualquer alteração no transporte ou no armazenamento do cálcio,
independentemente de seu grau, acarreta consequências significativas para o
envelhecimento. E seu aumento excessivo causa lipólise, proteólise, mudanças na
fosforilação proteica, perda da integridade citoesquelética e morte celular.41

Nos distúrbios neurodegenerativos progressivos, como nas doenças de Parkinson


(DP) e Alzheimer (DA), a lesão neuronal pode ser causada por pequenas alterações
da homeostase do cálcio mantidas durante longos períodos de tempo. Há alguns
anos, surgiu uma "hipótese do cálcio" para explicar o avanço do envelhecimento
cerebral, sugerindo que os mecanismos celulares responsáveis pela manutenção
dos níveis de cálcio citoplasmático têm um papel fundamental no envelhecimento.
Além disso, as alterações sustentadas da homeostase do cálcio podem fornecer
uma via comum para as alterações patológicas observadas nas doenças
neurodegenerativas.

Modificações fisiológicas normais no sistema nervoso do idoso

Com o envelhecimento, o sistema nervoso apresenta alterações com redução no


número de neurônios, redução na velocidade de condução nervosa, redução da
intensidade dos reflexos, restrição das respostas motoras, do poder de reações e da
capacidade de coordenações.

No período compreendido entre os 20 e 90 anos, o córtex cerebral experimenta


perda de 10% a 20 % de massa, podendo ocorrer em outras partes do cérebro
prejuízo de até 50%. Assim, à medida que o cérebro envelhece, a atividade
bioquímica (neurotransmissores) é afetada freqüentemente.

Os sistemas dopaminérgicos e colinérgicos apresentam ações diminuídas.

Desta maneira, com o envelhecimento normal, ocorre decréscimo no número de


células nervosas, podendo ocorrer variações com uma mínima perda celular em
uma região e prejuízos mais pronunciados em outras.

O cérebro envelhece na sua anatomia e fisiologia.

• Diminui o peso: mulheres a partir dos 60 e nos homens a partir dos 70 anos. •
Ocorre um alargamento dos sulcos.

• Atrofia mais acentuada nos lobos frontais e parietais.

• Aparecimento de placas senis

Importante:​ Essas mudanças não estão relacionadas ao desempenho cognitivo

ritmo circadiano:

● Redução na amplitude de ritmos circadianos de atividade elétrica


● Perda da precisão temporal
● Possíveis reduções na sensibilidade do SCH para a estimulação da retina
● Alterações na expressão do VIP e AVP

Perguntas fisio
1) A pressão inspiratória e expiratória máxima em idosos é menor, e isso está

diretamente relacionado com a diminuição da massa muscular e sua força. A


baixa de qual hormônio leva a esse estado?

R: GH

2) Porque a incidência de diabetes tipo II é maior em idosos, se a insulina continua


sendo produzida?

R: ela é produzida de forma menos eficaz e os receptores se tornam menos


sensíveis

3) Idosos ficam doentes mais facilmente devido a um processo que acomete o


sistema imunológico deles, o qual também afeta a microbiota. Qual é este


processo e qual o hormônio responsável?

R: imunossenescência, cortisol (aumento)

4) Com a idade, ocorre a baixa absorção de cálcio, comprometendo sua


homeostase e levando à neurodegenração durante o envelhecimento. Qual é o


hormônio que leva a esse quadro?

R: Paratormônio

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