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SÍNDROME DO IMOBILISMO

Juliana Senna
HISTORICAMENTE

• Sempre houve controvérsias a respeito do repouso prolongado


• Antigamente era parte do tratamento o paciente permanecer em repouso
• A partir da segunda metade do século XX, principalmente com as implementações que
ocorreram devido a II grande guerra, houve um avanço significativo na idéia de mobilização
precoce dos pacientes acamados.
• Hoje, sabemos que um dos papéis mais importantes do fisioterapeuta na unidade hospitalar é
o da retirada precoce do paciente do leito evitando, assim, diversas patologias associadas ao
longo decúbito como úlceras de pressão (escaras) e pneumonia.
• Algumas classificações são consideradas para este tipo de restrição. Acredita-se que de 7 a 10
dias seja um período de repouso, 12 a 15 já é considerado imobilização e a partir de 15 dias é
considerado decúbito de longa duração.
ENTENDENDO A SI

• Humano é desenhado para ser móvel, principalmente porque 40% do nosso organismo é composto
de músculos esqueléticos. 
• Somos dependentes da atividade física para que haja a manutenção deste sistema músculo-
esquelético e para a melhor função de nossos órgãos internos.
• A reabsorção óssea é feita através dos estímulos de pressão e tração que este segmento recebe ao
longo do dia onde nos locomovemos e pressionamos as estruturas.
• A falta de atividade física pode levar a insuficiência cardíaca, deterioração articular, condições
tromboembólicas, estase gastrointestinal e estase urinária.
• A patofisiologia das alterações que acontecem devido ao longo decúbito começam cedo e evolui
rapidamente.
• Muitas das desordens são reversíveis mas quanto maior o período de imobilização mais difícil será a
sua reabilitação
• O termo imobilidade é definido
como a qualidade ou estado do que
não se move.
• este conceito pode ser ampliado e
definido como restrição prescrita
IMOBILIDADE
ou inevitável de movimento em
qualquer momento da vida do
indivíduo.
• Isto é, a imobilidade pode ocorrer
em vários níveis como físico,
emocional, intelectual e social,
podendo ainda ser provocado por
doença, tratamento ou por fatores
próprios do indivíduo ou do seu
meio.
• É um conjunto de alterações que
ocorrem no indivíduo acamado por
um período de tempo prolongado
podendo levar alterações no
SÍNDROME DO sistema osteomusculares,
IMOBILISMO dificultando as atividades de vida
diária.
ocorre tanto com o envelhecimento, pelas
transformações pelas quais os sistemas
corporais passam ao adquirirem algumas
patologias crônicas ou agudas incapacitantes e
também nos pacientes acidentados que tenham
sofrido algum tipo de traumatismo ósseo,
medular ou crânio-encefálico, dentre outros
• Ocorre tanto com o
envelhecimento, pelas
transformações pelas quais os
sistemas corporais passam ao
SINDROME DO adquirirem algumas patologias
IMOBILISMO crônicas ou agudas incapacitantes e
também nos pacientes acidentados
que tenham sofrido algum tipo de
traumatismo ósseo, medular ou
crânio-encefálico, dentre outros
• Deterioração intelectual e
comportamental;
• Estados depressivos;
• Distúrbios cardiovasculares e
ALTERAÇÕES respiratórios;
• Distúrbios digestivos e
metabólicos;
• Hipotonia muscular;
• Desnutrição;
• Osteoporose.
• Cargas Fisiológicas: Como a
gravidade e atividades normais o
corpo se mantém num estado
normal.
• Sobrecarga: Na sobrecarga o corpo
ADAPTAÇÃO DO CORPO
se adapta e ganha massa e
resistência.
• Diminuição ou ausência de carga:
Perde massa muscular e todos os
tecidos sofrem.
•  Lei de Wolff afirma ainda que,
perante uma mudança de estímulos
exteriores, a remodelação óssea dá-
se segundo direções privilegiadas
associadas às direções de maior
ALTERAÇÕES tensão mecânica.
• Para ser classificado como síndrome do
imobilismo é necessário que tenha um dos
criterios maior e pelo menos doiss menores

• CRITÉRIOS CLÍNICOS:
TODO PACIENTE
ACAMADO TERÁ SI?
• Maiores: deficit cognitivo médio a grave
• múltiplas contraturas

• Menores: úlceras de pressão


• disfagia
• dupla incontinência
• afasia
• Multissistemico
• Aumenta morbidade e a
mortalidade
• Aumenta o tempo de internação
EFEITOS DO IMOBILISMO • Contraturas articulares
• Doença osteoarticular:
sequelas de fraturas
doenças reumáticas
deformidade plantar
metástases
• Doença cardiorespiratória:
CAUSAS DO IMOBILISMO DPOC
ICC
cardiopatia isquêmica
• Doenças vasculares:
sequelas de trombose venosa
insuficiência arterial
• Doença muscular:
polimialgia
desnutrição proteíco calórico
• Doença neurológica:
 neuropatia periférica
 AVE
 doença de Parkinson
 demência
CAUSAS DO IMOBILISMO • Doença psíquica:
 depressão

• Iatrogenia medicamentosa:
 neurolépticos
 ansiolíticos
 hipnóticos
 antihipertensivos

• Deficit neurosensorial:
 cegueira / surdez

• Isolamento social e inadequação do espaço físico


• Sistema tegumentar
• Sistema esquelético
• Sistema muscular
SISTEMAS AFETADOS
• Sistema cardiovascular
• Sistema urinário
• Sistema digestivo
• Sistema respiratório
• Desidratação,
• Pouca elasticidade e diminuição da
vascularização;
• Pele friável.
 SISTEMA
• Micoses:
TEGUMENTAR
• Umidade constante
• Prevenção: Higiene, bom estado
nutricional, exposição ao sol, uso
de roupa e material poroso,
temperatura agradável e não usar
colchão ou superfície plástica.
• 2 ou 3 horas sem suprimento
sanguíneo há morte da pele
• A desnutrição e a pressão constante
nas proeminências ósseas
SISTEMA TEGUMENTAR • Exposição prolongada à umidade
• Estágio Lesões devido o contato da
pele com a urina.
• Processo degenerativo muscular acelerado
• Alteração na estrutura e função do sistema
neuromuscular
SISTEMA MUSCULAR
• Alteração na transmissão do potencial de
ação
alteração das fibras musculares e dos
elementos do tecido conectivo
• Mudança nas funções metabólicas das fibras
musculares
• ↓ síntese proteica
• ↑ degradação proteica
• ↓ respiração celular e o consumo de O2
• ↓ produção de energia e a síntese de
glicogênio
• Perda da força muscular (1-1,5%
por dia e 10% por semana)
• Perda da propriedade elástica das
fibras de colágeno
SISTEMA MUSCULAR • encurtamento de músculos e
tendões
• contraturas articulares
• atrofia
• Contraturas articulares
• Osteoporose
SISTEMA ESQUELÉTICO • A imobilidade produz intensa e rápida
perda de massa óssea.
• ↑ reabsorção óssea ↓formação óssea
• falta de atividade muscular falta de
sustentação do peso corporal do paciente
acamado
↓ ingestade cálcio
• falta de exposição solar
• Tecido articular:
• Redução na produção de líquido
sinovial
• Espessamento do líquido sinovial.
SISTEMA ESQUELETICO • Atrofia da cartilagem.
• Fibrose cápsula.
• Deposição de tecido gorduroso no
espaço articular.
• CONTRATURAS!!!!!!
• Trombose Venosa Profunda (TVP):
• 60 -70% desapercebidos
• posição supina
• contratura dos mmii (quadril e
SISTEMA joelho)
CARDIOVASCULAR
• ausência de efeito de bomba da
musculatura da panturrilha
• comorbidades

• Embolia Pulmonar (EP):


• 20% de todas as causas de morte do
paciente acamado
• Tecido ósseo:
• Diminuição da atividade
osteoblástica
• Aumento da atividade osteoclástica
SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO • Perda de massa óssea e aumento da
excreção de minerais (pico em 16
semanas);
• Pouca ingestão de cálcio e falta de
exposição solar.
• Osteoporose e Osteomalácia
• Trombose Venosa Profunda (TVP):
• Tríade de Wirchow: Estase venosa
profunda, estado de
hipercoagulabilidade e lesões das
SISTEMA paredes venosas;
CARDIOVASCULAR
• Posição supina; Contratura do MI;
• Ausência do efeito de bomba da
musculatura da panturrilha.
• Embolia pulmonar:
• Conseqüência da TVP;
• Pode ser assintomática ou
inespecífica;
SISTEMA
CARDIOVASCULAR • Pode apresentar: dor pleurítica,
dispnéia, tosse, taquicardia,
cianose, ronco espasmo,
hipotensão, sudorese, febre e etc.
• Prevenção: Infusão de heparina e
anticoagulantes orais.
• Isquemia Arterial Aguda dos MI.
• Hipotensão Postural.
• Queda da PAS > 20 mmHg e PAD
< 10 mmHg Posição supina;
SISTEMA
CARDIOVASCULAR
• Incontinência urinária (IU)
• Ocorrência em praticamente todos os casos facilita o
aparecimento de lesões dermatológicas e dificulta a
higiene do paciente e do ambiente.
• ITU
• Incidência de 40%,fatores predisponente: IU, uso de
fraudas geriátricas, obstrução uretral, pouca ingestão
SISTEMA URINÁRIO de líquidos, internação hospitalar, sondagem vesical,
hipoestrogenismo ,quadro clínico atípico tratar se tiver
manifestações sistêmicas
• Portadores de infecção urinária crônica;
• Associado a doenças de base (alzheimer, parkinson,
demência, etc.)
• Longo período confinados em cadeiras ou leito;
• Lesões dermatológicas;
• Bexigoma
• A falta de movimentação provoca alterações no
trato gastrointestinal como: alteração do apetite e
constipação.
• Desnutrição;
• Caquexia;
SISTEMA • Constipação:
GASTROINTESTINAL • atenção para diarréia paradoxal
• fecaloma: toque retal e clister glicerinado
• dieta com resíduos ou fibras, hidratação oral,
posicionamento do paciente na cadeira higiênica
ou vaso sanitário e privacidade.
• Disfagia:
• presente em praticamente todos os casos
• resultante de deficits neurológicos importantes
• risco de desnutrição e pneumonia aspirativa
• Ansiedade
SISTEMA NERVOSO • Depressão
CENTRAL
• Insônia
• Agitação
• Irritabilidade
• Vertigens
• Desmaios
• Desorientação temporoespacial
• Diminuição de concentração
• Diminuição da tolerância à dor
• Principal causa de óbito em idosos
RESPIRATÓRIO portadores de SI;
• Diminuição do reflexo da tosse (6x<);
• Diminuição da capacidade elástica do
pulmão, capilares e macrófagos
alveolares
• Alvéolos rasos e com menor superfície
• Diafragma comprime as bases do
pulmão na posição dorsal e há acúmulo
de líquido
• Fechamento das unidades respiratórias;
• Excesso de muco;
• Atelectasia
• É necessária a mobilização e
massegeamento constante com
creme anti-séptico ou hidratante
para ativar a circulação dos
pacientes acamados por longos
PREVENÇÃO períodos.
• Almofadas de alpiste, gel, ar ou
água;
• Uso de colchão do tipo caixa de
ovo;
• Posicionamento adequado no leito
• Tempo de repouso no leito diminuído
gradativamente
PREVENÇÃO • Mudanças de decúbito frequentes ideal a cada
15 min;
• Cinesioterapia duas vezes ao dia ou mais
• Aliviar pressão em proeminências ósseas;
• Higiene brônquica e expansão pulmonar;
• Estímulos para ortostatismo e deambulação;
• Ingesta de líquidos, manobras de esvaziamento
(Valsalva);
• Estímulos intelectuais.;
• Utilização de órteses;
O movimento é uma
característica fundamental de Os problemas que surgem com
toda a vida animal e meio pelo a perda de função são
ABORDAGEM qual o organismo se adapta às diferentes para cada paciente,
FISIOTERAPÊUTICA exigências exercidas sobre ele portanto, o tratamento deve ser
pelo ambiente no qual vive planejado para vir de encontro
às necessidades individuais de
cada indivíduo
Têm muito a ser estudar, ainda não se dispõe de
nenhum tratamento medicamentoso efetivo;

Necessário uma avaliação multidisciplinar ;

TR ATA ME N TO

abordagem fisioterápica efetiva, fato importante


dentro da organização de um programa fisioterápico

Ex: músculo na quadriplegia recorrente da


polineuropatia do paciente crítico ser eletricamente
inexcitável e permanecer neste estado por dias ou até
meses depois da supressão dos medicamento
IMOBILIDADE

• É um problema sério relacionado


à estadia do paciente nternado ,
que contribui para o declínio
funcional, redução da qualidade
de vida, mortalidade pós-alta
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
• Cinesioterapia ou as metas de
FISIOTERAPIA tratamento pelo exercício são:
• promover a atividade quando e onde
seja possível minimizar os efeitos da
inatividade, corrigir a ineficiência de
músculos específicos ou grupo
musculares e reconquistar a amplitude
normal do movimento da articulação
sem perturbar a obtenção do 4
movimento funcional eficiente e
encorajar o paciente a usar a habilidade
que ele reconquistou no desempenho
de atividades funcionais normais, e
assim acelerar sua reabilitação.
• Motora pode ser ativa ou passiva, sendo que a ativa se
divide em três tipos:
• ativo assistido, ativo resistido e ativo livre.
• A Cinesioterapia motora ativa conta com a participação
ativa e consciente do paciente onde ele executa
voluntariamente os movimentos.
CINESIOTERAPIA • A passiva, o fisioterapeuta realiza os movimentos sem
ajuda do paciente. Quando a atividade é impossível ou
contra indicada, são usados movimentos passivos para
conjunto de atividades físicas com finalidade manter a elasticidade dos músculos e a livre amplitude
terapêutica que demandam atividade muscular de movimento nas articulações.
do paciente ( c. ativa ) ou que provocam uma
resposta muscular do paciente à estimulação • A Cinesioterapia ativo assistido é realizada pelo
feita por meio de aparelhos específicos,
massagens etc. ( c. passiva ) paciente que recebe ajuda parcial do fisioterapeuta
• A Cinesioterapia ativo livre é realizada pelo paciente
com ou sem a ação da força da gravidade
• Cinesioterapia ativo resistido o movimento é realizado
contra a resistência manual do fisioterapeuta.
• O programa de exercícios para cada
paciente é determinado de acordo
com suas necessidades e baseia-se
na avaliação da incapacidade do
paciente.
CINESIOTERAPIA
• A modalidade, frequência e
duração do tratamento
cinesioterapêutico são
determinadas frente à história
clínica e exame físico do paciente,
sendo que este inclui a inspeção,
palpação, mensuração, avaliação
dos reflexos, testes especiais, teste
de força muscular e de amplitude
articular de movimento
• A indicação da Cinesioterapia é
bastante criteriosa, necessita de
avaliação para traçar objetivos e
estratégias, além de reavaliações
frequentes, visando à atualização
CINESIOTERAPIA junto à progressão do paciente e em
consequência da necessidade de
correções ao programa inicial até
atingir o potencial de recuperação
esperado.
NÃO POSSO MOBILIZAR O PACIENTE, O
QUE EU FAÇO ENTÃO???
POSICIONAMENTO É TUDO
COXINS
Use e abuse da criatividade para deixar seu paciente
bem no leito!!!
MEDICAL RESEARCH COUNCIL (MRC)
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA
NA UTI
SEDESTAÇÃO

fisioterapeuta Luís Antônio Nunes


FISIOTERAPI
A
CICLOERGOMETRO
USO DA TECNOLOGIA
PACIENTE EM VM DEAMBULANDO
PACIENTE ATIVO É PACIENTE
FELIZ!!
BIBLIOGRAFIA

• A SÍNDROME DO IMOBILISMO E SEUS EFEITOS SOBRE O APARELHO


LOCOMOTOR DO IDOSO

• INFLUÊNCIA DA FISIOTERAPIA NA SÍNDROME DO IMOBILISMO


• A CINESIOTERAPIA MOTORA COMO PREVENÇÃO DA SÍNDROME DA
IMOBILIDADE PROLONGADA EM PACIENTES INTERNADOS EM
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

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