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RESUMO
Introdução: O Ligamento cruzado anterior é o mais atingido na pratica do dia-a-dia, a perda
do LCA, influencia os mecanismos funcionais da articulação do joelho, aumentando a
instabilidade do mesmo. Tal fato deve-se ao importante papel biomecânico que este ligamento
exerce no joelho e da grande incidência de lesões em atletas de alto nível, exigindo dos
pesquisadores estudos mais aprofundados e propostas de tratamento que sejam
eficientes.Objetivo: Esta pesquisa tem como objetivo descrever as estruturas que envolvem a
articulação do joelho, em especial o LCA.Metodologia: O estudo foi do tipo revisão
sistemática qualitativa da literatura, os trabalhos consultados foram localizados por meio de
pesquisa eletrônica nas bases de dados LILACS, MEDLINE, SCIELO. Realizou-se estudos
sobre lesão de ligamento cruzado anterior.Resultado:Diante das pesquisas realizadas
mostram fatos, que é fundamental o tratamento a ser administrado seja baseado nos
conhecimentos científicos aliados ao bom senso e ao entendimento de que não há um
protocolo absoluto, até porque cada indivíduo é um ser único, dotado de particularidades
físicas e psicológicas que, sem dúvida, influenciam no resultado e evolução de qualquer
terapia.Conclusão:Conclui que é importante uma análise específica de cada caso e, quando a
opção for por um protocolo mais agressivo, se faz necessária a confiança no sucesso da
técnica cirúrgica, além do conhecimento dos possíveis riscos de tal opção. O trabalho em
conjunto entre a equipe cirúrgica e fisioterapeutas, é, mais uma vez, de suma importância para
a qualidade da reabilitação do LCA.
1. INTRODUÇÃO
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1 – Pós-graduando em Ortopedia e Traumatologia-Turma 1.
2 – Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestranda
em Bioética e Direito em Saúde.
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preso no chão e o corpo rodar sobre o joelho. O uso de testes, como de Lachman, teste da
gaveta anterior e teste do pivot shift, é freqüente na prática clínica, sendo necessário conhecer
sua sensibilidade e especificidade no reconhecimento da lesão nas fases aguda e crônica.
O LCA é o principal ligamento estabilizador do joelho, ou ainda que este é o ligamento mais
forte do joelho e o menos complacente dessa articulação devendo ser considerado “elemento
fundamental” que controla o joelho normal.A perda do LCA influenciao mecanismo funcional
da articulação do joelho, aumentando a instabilidade do mesmo. Tal fato deve-se a
importância da biomecânicaque este ligamento exerce no joelho, pois a estabilidade articular
resulta da interação complexa dos diferentes ligamentos do joelho, e a lesão de um deles
altera toda essa relação.
Assim, como no caso das fibras musculares, as fibras do LCA não são todas solicitadas ao
mesmo tempo. Trata-se de um verdadeiro recrutamento no decorrer do movimento devido a
desigualdade no comprimento de suas fibras que variam deacordo com a posição e local de
inserção. Durante a flexão do joelho entre 90° e 120°, por exemplo, as fibras ântero-inferiores
do LCA estão afrouxadas e as póstero-superiores estão tensionadas. Na extensão completa, o
LCA como um todo está tenso, sendo, por isso, um dos "freios" da hiperextensão. Os
movimentos de rotação, também tensionam o LCA. A rotação interna provoca um contato
mútuo entre os ligamentos cruzados que se enrolam tensionando-se mutuamente. A partir dos
15°-20° de rotação externa o LCA começa a tensionar-se cada vez mais, enrolando-se sobre a
face axial do côndilo femuralextemo, quando a rotação externa prossegue. (V. C. Dionisio e
G.A. Pini1996).
medial e do menisco lateral, em alguns casos o coto do LCA pode ficar aderido à sinovial do
LCP, dando a falsa ideia de um joelho normal (Strobel e Stedtfeld 2000).
Segundo ROCKWOOD (1994) citado por Freitas (2010), as lesões do LCA ocorrem geral-
mente por mecanismos onde o estresse no ligamento é grande o suficiente para causar uma
ruptura. As lesões podem ser parciais ou totais dependendo do movimento, força e
alongamento, seu trauma pode ser direto ou indireto. Quase sempre a lesão é dada por uma
manobra de torção, e desaceleração súbita geralmente seguida de estalos e hemartroses
presente dentro de poucas horas, ou ainda abdução com rotação externa e hiperextensão.
2. REVISÃO DE LITERATURA
A rotação interna da tíbia quando o joelho é estendido pode produzir uma rotura isolada do
LCA pois tanto a porção póstero-lateral quanto a ântero-medial deste ligamento estão tensas
neste movimento (TUREK 1991, citado por V. C. Dionisio e G.A. Pini 1996).
Strobel e Stedtfeld (2000), relatam que o ligamento cruzado anterior (LCA) origina-se de uma
área elíptica, com aproximadamente 15-20 mm de comprimento na superfície póstero-medial
do côndilo femoral lateral. Passa ventral, caudal e medialmente à área intercondilar anterior
da tíbia, onde se insere entre as fixações anteriores dos meniscos.
Tria (2002), diz que o ligamento é intra-articular, porém extra-sinovial. A sinóvia do joelho
reveste os dois ligamentos cruzados, isolando-os do líquido sinovial. Uma simples ruptura do
revestimento sinovial pode levar à destruição da integridade do ligamento pela exposição ao
ambiente líquido e, também, por comprometer o aporte vascular, o qual parece estender-se
desde o revestimento até a parte interna do ligamento.
Radiografias em AP ortostático, perfil e túnel mostram alterações que são sugestivas das
lesões do ligamento cruzado anterior Assim, na fase aguda, podemos observar fratura com
impactação do côndilo lateral do fêmur , onde afundamentos maiores de 1,5 mm são sinal
patognomônico de lesão do ligamento cruzado anterior e devemos estar atentos para fratura –
arrancamento da cortical do terço médio da borda externa do planalto tibial lateral (fratura de
Segond) esta também patognomônica de lesão deste ligamento (STUMP, 2000).
2.3 Cirurgia
O objetivo da reconstrução do LCA é permitir ao doente ter uma articulação funcional, estável
e indolor. Devido ao aumento da esperança média de vida e da qualidade de vida da
população mundial, com maior atividade física por parte das pessoas com mais idade, a idade
deixou de ser um critério major para a exclusão da opção cirúrgica, sendo essa abordagem
cada vez mais comum em doentes com idade superior a 40 anos. A idade fisiológica e o nível
de atividade têm uma maior importância do que a idade real, como fatores decisivos para a
reconstrução cirúrgica. Quando os doentes apresentam marcadas anomalias na marcha, a
correr ousubir escadas e se queixam de instabilidade recorrente do joelho em atividades
básicas do dia a dia, são, àpartida, candidatos à reconstrução cirúrgica. Outra das indicações
para o tratamento cirúrgico é avontade de voltar à prática desportiva. Os indivíduos motivados
podem obter considerável recuperação dafunção e estabilidade após a cirurgia, com um
aumento do retorno a atividades físicas que envolvam rotação dojoelho. Não devem ser
intervencionadas articulações com sinais evidentes de osteoartrite. É de crucialimportância
que os profissionais de saúde apresentem todas as alternativas de tratamento, quer cirúrgicas,
quernão cirúrgicas, bem como as vantagens e desvantagens de cada intervenção, de modo a
obter um consentimentoinformado por parte do doente e a capacitá-lo para uma recuperação
mais eficaz (Mendes, 2012).
2.4 Tratamento:
A reconstrução do Ligamento cruzado anterior é um dos tratamentos mais utilizados que tem
o objetivo de substituir o LCA lesado por uma estrutura que possua características
biomecânicas superiores ou semelhantes a do ligamento original tentando assim promover
uma fixação anatômica. (S. JÚNIOR, COSTA, GONÇALVES E PAIZANTE, 2009 citado
por COSTA, 2012).
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Fase Aguda:
O tratamento nesta fase inicia-se logo após o trauma e visa principalmente diminuir dor e
inflamação, restaurar amplitude de movimentos e restabelecer o controle muscular e proteção
contra novas agressões. Tais objetivos podem ser alcançados adotando-se o método (PRICE
sugerido por Camanhocitado por Nunes 2006)
1-Uso de compressão e gelo associados ou não a analgésicos e\ou AINH (Anti Inflamatórios
não Hormonais)
3- Uso de muletas para descarga parcial do peso, até que se restabeleça completamente a
ADM e cesse o processo inflamatório.
Fase Crônica:
Esta etapa do tratamento inicia-se logo depois de atingidas as metas anteriores (3 semanas), e
tem por base 3 parâmetros :
Trabalho Muscular
O inicio de um trabalho muscular mais intenso após a fase aguda, visa aumentar a resistência
e força dos grupos musculares que cruzam o joelho.Ênfase maior deve ser dada àqueles que
posteriorizam a tíbia (isquiotibiais e gastroc), devendo-se transformar o joelho lesado em um
“isquiotibial dominante” (Palmitier 1991).
Treino de Propriocepção
Órteses
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O uso de “órteses” protetoras pode ser útil na volta do paciente ao esporte Teoricamente tais
órteses bloqueiam a anteriorização da tíbia apenas quando são submetidas a pequenos
esforços e não o fazem quando submetidas a esforços funcionais ou acima deles. A possível
ação da órtese seria aumentar e melhorar a propriocepção do joelho através da estimulação de
mecanoreceptores cutâneos, situados nas suas áreas de apoio. Os pacientes em sua maioria,
relatam melhora funcional com o uso das órteses , que consciente ou inconscientemente
aumentam a atenção do paciente para com seu joelho, diminuindo assim as oportunidades de
novos falseios. Nunes, (2006).
Hidroterapia
Mobilização passiva e activa do joelho.
Treino de marcha.
Exercícios proprioceptivos em apoio bipodal.
Fortalecimento de quadricípete, isquiotibiais e gêmeos (utilização de Aquafins e step).
Alongamento da cadeia posterior (isquiotibiais e gémeos).
Corrida.
Exercícios de técnica de corrida.
Exercícios proprioceptivos em apoio unipodal.
Alongamentos (quadricípete, isquiotibiais e gémeos).
3. METODOLOGIA
Este estudo consiste em uma revisão sistemática da literatura onde foram utilizados os mais
variados recursos disponíveis como pesquisas bibliográficas selecionando artigos da internet
com bases de dados no Medline, Lilacs e Scielo, revistas especializadas, manual, livros,
Google Acadêmico publicações, bem como outros meios e prospectos que oferecem
informações que enriqueceram o conteúdo sobre Lesões de Ligamento Cruzado Posterior.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tria (2002), citado por Lima (2007), descreve que o tratamento cirúrgico da ruptura completa
do LCA deve se levar em considerações fatores relativos ao paciente, tais como idade, sexo,
estilo de vida, lesões do joelho concomitantes e expectativas para o futuro. O estilo de vida é
um fator dos mais importantes. Pacientes que praticam regularmente esportes vigorosos
correm sério risco de repetição da instabilidade. Isso inclui esportes que requeiram salto,
corrida com mudança de direção, torção e arranque rápido. As demandas desse nível de
participação forçam o joelho e, por isso, é menos provável que o atleta possa superar a perda
do LCA. Embora a idade não seja uma clara indicação ou contra-indicação para a
reconstrução, os pacientes com mais de 40 anos têm menor probabilidade de participar de
esportes altamente competitivos.
Macnicol(2002), citado por Lima (2007).Afirma que: “Em crianças, adolescentes e atletas
com menos de 30 anos, é adequada a refixação do LCA, particularmente nos casos de avulsão
da eminência intercondilar em que o fragmento não é passível de redução. Se a placa de
crescimento ainda estiver aberta, devem ser evitados orifícios broqueados através da fise, a
menos que falte, no máximo, um a dois anos para a maturidade do adolescente”.
Thomee(2008), Citado por Mendes (2012). A motivação está positivamente associada com a
presença nas sessões de reabilitação, conclusão de protocolos de tratamento prescritos e
realização de exercícios em casa. Há importantes fatores intrínsecos ao doente, como o
interesse e satisfação, que são independentes do valor essencial do exercício. Por outro lado, o
suporte por parte dos fisioterapeutas e uma motivação para a autonomia no tratamento são
preditores positivos para uma recuperação de sucesso. A autoperceção das limitações da
função do joelho antes da cirurgia tem um valor preditivo significativo para o seu regresso a
níveis aceitáveis de atividade física, sintomas e função muscular.
observação mais atenta, nota-se que esses trabalhos são deficientes em seus desenhos e
apresentam vieses, entre os quais a avaliação dos resultados feita a prazos variados, às vezes
curtos demais, a não definição dos casos excluídos e as perdas de seguimento, entre outros
vieses que invalidam as conclusões apresentadas. O artroscópio é o instrumento preferido para
execução dessas reconstruções ligamentares, na grande maioria das vezes.Método
considerado pouco invasivo e de pouca morbidade, esbarra, no entanto, nas suas próprias
limitações, entre as quais e talvez a mais importante, a de somente permitir procedimentos
intra-articulares, onde a ótica e o instrumental são manobrados em meio líquido ou
eventualmente gasoso; um procedimento extra-articular de reparação ou de reconstruçãoé
praticamente impossível de ser feito com segurança, por via artroscópica.Amatuzzi e
Colaboradores (2007)
Nunes (2006), cita que na fase crônica o início do tratamento é atingido depois das metas
anteriores, e tem por base quatro parâmetros que são:
a) Treinamento muscular, tem seu inicio de uma maneira mais intensa após a fase aguda, sua
intenção é aumentar a resistência e força dos grupos musculares que cruzam o joelho, deve ser
dado maior destaque aos grupos musculares posteriores como isquiotibiais e gastrocnêmio. Os
exercícios são realizados em cadeia aberta e fechada, visando aumentar a resistência e força
dos músculos trabalhados, os exercícios de cadeia aberta devem ser usados com muito
discernimento, pois podem provocar lesões na articulação femoropatelar, e os de cadeia
fechada não provocam a anteriorização da tíbia, sendo por isso os mais recomendados.
c) Tratamento conservador com órteses protetoras que pode ser utilizado na volta do paciente
ao esporte, visto que as mesmas impedem a anteriorização da tíbia apenas quando são
submetidas a pequenos esforços e não o fazem quando submetidas a esforços funcionais. É
relato uma melhora funcional com o uso das órteses, que consciente ou inconscientemente
aumentam a atenção do paciente para com seu joelho, diminuindo assim as oportunidades de
novos falseios.
d) Reeducação esportiva visto que todas atividades esportivas que envolvem saltos, giros,
mudanças bruscas de direção e velocidade ocasionam stress ao joelho com deficiência de
ligamento cruzado anterior, adequando com isso chances de aparecimento dos falseios de
repetição. A prática de atividades esportivas deve ser estimulada com baixo risco para o
joelho.
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5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
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