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INSTITUTO DE NUTRIÇÃO
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Revisão Bloco 2
Por Natália Carvalho Martins
Distúrbio metabólico caracterizado por uma hiperglicemia persistente, que pode decorrer de
uma deficiência na produção de insulina (o pâncreas não consegue produzir) ou uma
deficiência na sua ação (o pâncreas é saudável e produz insulina, porém os tecidos são
resistentes à sua ação).
DM2: resistência à insulina. Perda progressiva da secreção insulínica. Pode ser ocasionada
por questões ambientais ou genéticas. As ilhotas pancreáticas possuem as células beta
produzindo insulina, mas o hormônio não consegue funcionar, ou seja, há uma resistência
dos tecidos periféricos à sua ação,podendo evoluir com o tempo para DM1.
5. O que é a pré-diabetes?
Ela ocorre quando os valores glicêmicos estão acima dos valores de referência, mas ainda
abaixo dos valores de diagnóstico de DM. A glicemia em jejum encontra-se alterada e também
já existe uma intolerância à glicose. A resistência à insulina já está presente, e se não for
tratada pode evoluir para diabetes. Não é um exame comum em humanos, muito usado para
estudos experimentais. O estágio de pré- diabetes é reversível.
6. Quais são os critérios de diagnóstico para a DM e quais as metas glicêmicas ótimas
propostas pela ISPAD?
Para uma pessoa ser diagnosticada, basta um desses parâmetros ser positivo:
Para uma pessoa diabética, é aceitável que seus níveis fiquem entre 130-180 mg/dL.
*Idosos frágeis podem ter a sua HbA1c <8,5% para evitar hipoglicemias.
Quando existe uma hiperglicemia crônica, o aumento de glicose faz ligações com as
moléculas (glicosilação) em células de diversos tecidos. Esse efeito é tóxico, pois essa glicose
se liga à hemoglobina, e quanto maior a glicemia, maior a porcentagem de hemoglobina
glicada. A hemoglobina glicada mostra a glicose durante os últimos 3 meses, pois a hemácia
dura 120 dias no organismo.
São hormônios liberados quando ocorre um incremento de glicose na fase inicial da digestão.
São liberados pelo intestino e sinalizam o pâncreas a produzir insulina. Fazem parte das
incretinas os hormônios GIP e GLP-1. Nas células alfa-pancreáticas, somente o GLP-1 atua,
pois funciona como peptídeo semelhante ao glucagon, reduzindo a secreção de glucagon.
Nas células beta-pancreáticas, temos a ação do GLP-1 e do GIP. Quando esses hormônios
são liberados, são degradados pela enzima DPP-4, que limita a atividade deles. O hormônio
GLP-1 diminui a secreção de glucagon quando a glicose está presente, e atua junto com a
GIP para aumentar a secreção de insulina.
Pela manhã, temos uma secreção de insulina basal, pois durante todo o tempo o pâncreas
produz insulina independente dos estímulos. Conforme vamos nos alimentando, após cada
refeição, a insulina vai subir junto com a glicose que está sendo ingerida para reduzir a
glicemia. Depois de 2 horas, em pessoas saudáveis, ela reduz e os níveis de glicose ficam
normais.
Outra forma de eliminar insulina, através das incretinas: As incretinas que são liberadas no
intestino possuem receptores nas células beta-pancreáticas, e a elevação de ATP pode ser
feita também dessa forma, sinalizando os canais de potássio sensíveis a ATP e gerando todo
o processo que já foi explicado.
O fígado, músculo e tecido adiposo possuem receptores de glicose GLUT4, que desencadeia
uma série de cascata de segundos mensageiros que levam à fosforilação de proteínas. Uma
pessoa com diabetes pode ter um comprometimento nessas características, e mesmo que
tenha insulina, vai possuir resistência à ação dela, e a glicose não vai entrar nesses tecidos
periféricos e vai permanecer na corrente sanguínea, gerando a hiperglicemia.
A maior parte das demandas energéticas durante o jejum é suprida pela oxidação de ácidos
graxos, para que a glicose seja preservada para o SNC. São supridas principalmente pelo
fígado e pelo tecido adiposo (AG). Conforme o jejum prossegue, os níveis de catecolaminas
e glicocorticoides aumentam e isso promove a liberação de AG do tecido adiposo,
degradação de proteínas e aminoácidos no músculo.
Nesse momento, temos a ação do glucagon, que vai atuar no fígado e proporcionar
gliconeogênese, quebrando glicogênio e oferecendo glicose para o sangue.
14. Quais são os sintomas de DM1 e DM2 e qual a sua base de tratamento
farmacológico?
A base de tratamento para DM1 é a reposição com insulina exógena, uma vez que o indivíduo
produz pouca ou nenhuma insulina endógena. E para o DM2 é o uso de medicamentos anti-
hiperglicemiantes, disponíveis por via oral, os quais atuam ao retardar a velocidade de
absorção da glicose no intestino, ou ao aumentar a secreção de insulina pelas células β do
pâncreas ou ainda ao aumentar a sensibilidade à insulina nos tecidos-alvo. Os pacientes com
DM II que perderam uma grande quantidade de função das células β podem progredir
clinicamente para o DM I, exigindo uma reposição parcial ou integral de insulina.
• Insulina de ação curta: rápida e ultrarrápida. Regular, Asparte, Glulisina, Lispro, Fast
aspartate, Inalada. Fazem um pico e voltam a concentração à normal rapidamente.
Servem para os momentos após as refeições.
• Insulina de ação intermediária: NPH, Detemir. Tem ação prolongada, porém mais curta,
e o seu pico não dura 24 horas, precisando ser injetada mais de 1 vez ao dia.
No esquema intensivo, a pessoa aplica a insulina de ação prolongada ultralonga, que vai
durar o dia todo, diferente da NPH. Esse tratamento é mais caro, porém oferece mais conforto
ao paciente. Ela será usada junto com a insulina regular ou outras de ação curta, aplicada em
momentos pós-prandiais.
A hipoglicemia pode ser causada por um atraso na refeição, pelo consumo inadequado de
carboidratos, esforço físico e dose de insulina acima do requerido pelo organismo. O
organismo tende a liberar hormônios contrarreguladores para aumentar a glicemia, porém às
vezes é necessário fazer o tratamento.
Os sintomas iniciais são taquicardia, palpitações, sudorese, tremor e fome. Sintomas mais
graves englobam confusão mental, sonolência, turvação visual, tontura, perda deconsciência.
Caso a pessoa esteja inconsciente, deve-se fazer a infusão de 25% de glicose intravenosa,
ou injeção de glucagon por via subcutânea ou intramuscular. Calculamos essa quantidade de
acordo com o peso do paciente, se ele tiver menos de 30 kg, aplicamos 90,5 mg de IM, e se
tiver mais de 30 kg, aplicamos 1 mg de IM.
Tratamento Farmacológico do DM2
HbA1c <7,5%: monoterapia com o uso de Metformina. Se, após 3 meses, a HbA1c estiver
acima de 7%, encaminhar para a terapia dupla.
HbA1c 7,5-9%: terapia dupla com uso de Metformina + AD. Se, após 3 meses, a HbA1c
estiver acima da meta, encaminhar para a terapia tripla (Metformina + AD + AD). Se, após 3
meses, a HbA1c estiver acima da meta, encaminhar para a terapia quádrupla (Metformina +
AD + AD + AD).
HbA1c >9% assintomático: terapia dupla com o uso de Metformina + AD ou terapia baseada
em insulina. Se, após 3 meses, a HbA1c estiver acima da meta, encaminhar para a terapia
tripla (Metformina + AD + AD). Se, após 3 meses, a HbA1c estiver acima da meta, encaminhar
para a terapia quádrupla (Metformina + AD + AD + AD).
HbA1c >9% sintomático: terapia baseada em insulina (com ou sem Metformina). Quando
estabilizar, entra em terapia dupla.
Elas estimulam a secreção de insulina basal e pós-prandial, por meio da ligação no receptor
SUR-1, aumentando o influxo de cálcio nas células beta-pancreáticas e a liberação de
insulina. O medicamento atua bloqueando os canais de potássio do mecanismo de liberação
de insulina, por meio da ligação ao SUR-1, que gera a despolarização da membrana
(potencial de ação para o influxo de cálcio).
Este medicamento não depende de glicose para bloquear o canal, ou seja, a secreção de
insulina vai ocorrer independentemente do jejum. Eles são chamados de hipoglicemiantes
orais.
Como vantagem, pode reduzir os eventos cardiovasculares, prevenir a progressão para DM2
(no caso de pacientes pré-diabéticos) e melhorar o perfil lipídico. Porém, apresenta como
efeitos colaterais sintomas gastrointestinais, deficiência de vitamina B12 e acidose lática. Não
exerce efeito sobre o peso.
11. Quais as vantagens e os efeitos colaterais provocados pelo uso dos Inibidores da alfa-
glicosidase?
Mimetizam ou prolongam a ação das incretinas (GIP e GLP-1), que são hormõnios produzidos
no intestino e aumentam a secreção de insulina de forma dependente de glicose e promovem
a supressão de glucagon. Durante a DM2, a liberação de GLP-1 está reduzida no período
pós-prandial, levando a uma supressão inadequada de glucagon e produção excessiva de
glicose. Os fármacos Inibidores de DPP-4 e Agonistas de GLP-1 irão atuar nasincretinas.
Aumenta os níveis de GLP-1, que vai levar à redução do glucagon e aumento da síntese e
secreção de insulina. Também ocorre a redução da produção hepática de glicose, retardo do
esvaziamento gástrico (com o aumento da secreção ácida e redução da motilidade do TGI) e
aumento da saciedade, com redução do apetite e diminuição do pico de glicemia pós-prandial.
Eles funcionam como análogos do GLP-1, intensificando a sua ação no organismo.
14. Quais as vantagens e os efeitos colaterais provocados pelo uso dos Agonistas de
GLP-1?
Como vantagem, pode reduzir o peso corporal, a pressão arterial e a variabilidade da glicose
pós-prandial, reduzindo também eventos cardiovasculares e protegendo os rins. Porém,
apresenta como efeitos colaterais náuseas, vômitos, diarreia, hipoglicemia, aumento da
frequência cardíaca e pancreatite aguda.
Como a DPP-4 é a enzima que cliva as incretinas, o uso de fármacos inibidores provoca um
aumento do nível de GLP-1 no organismo, aumentando a síntese e secreção de insulina e
redução de glucagon.
16. Quais as vantagens e os efeitos colaterais provocados pelo uso dos Inibidores da
DPP-4?
Como vantagem, pode aumentar a massa de células beta nos modelos animais, aumentar a
segurança e a tolerabilidade e raramente causar hipoglicemia. Porém, apresenta como efeitos
colaterais angioedema e urticárias, pancreatite aguda e aumento de internações por IC. Não
provoca efeitos sobre o peso corporal.
O SGLT2 é um cotransportador de sódio e glicose nos túbulos proximais dos rins, em que
absorve a glicose à medida que o sangue é filtrado. A inibição do SGLT2 vai aumentar a
excreção de glicose na urina, reduzindo os níveis de glicose no sangue. Esses medicamentos
impedem a absorção de glicose no túbulo proximal por meio da inibição do receptor SGLT2,
levando à glicosúria.
18. Quais as vantagens e os efeitos colaterais provocados pelo uso dos Inibidores de
SGLT2?
Como vantagem, pode reduzir eventos cardiovasculares, internação por IC, redução de
desfechos renais, redução de peso e da pressão arterial. Porém, apresenta como efeitos
colaterais a propensão à infecção do TGI, com baixo risco de cetoacidose euglicêmica.
Contagem de Carboidratos (Para DM)
Os carboidratos levam cerca de 15 minutos a 2 horas para ser 100% transformado em glicose.
As proteínas levam 3-4 horas para se transformar de 30-60% em glicose. E as gorduras levam
5 horas e somente 10% é transformado em glicose.
Regra de correção glicêmica: ex.: “regra 1800” na qual, dividimos 1800 pela dose total de
insulina utilizada no dia (DTID) para definir a sensibilidade insulínica do paciente, ou seja,
quanto uma unidade de insulina rápida ou ultrarrápida baixa, em pontos, a glicemia.
Cálculo:
4º passo: calcular o bolus alimentar (definido pela equipe). Exemplo: considerando 1 unidade
de insulina a cada 15 gramas. No desjejum, 23,5 g de carboidratos ÷ 15 = 1,56 (2 unidades
de insulina). No almoço e no jantar, 56 g de carboidratos em cada ÷ 15 = 3,7 (4 unidades de
insulina). As refeições que possuírem menos de 15 gramas de carboidratos, não aplicamos
a insulina. No exemplo, não aplicamos na colação e nem na ceia.
5º passo: somar o bolus de correção (se a glicemia antes da refeição estiver acima da meta).
Exemplo: Sensibilidade insulínica= 51; glicemia antes do almoço de 300 mg/dL e a meta era
estar 120 mg/dL. BC (300 - 120) /51 = 3,5. O total de insulina ultrarrápida a ser injetada antes
do almoço será de 4 + 3,5 = 7,5 unidades de insulina.
8. Quais são as orientações importantes que devem ser passadas para o paciente?
Medir as glicemias antes e duas horas após as refeições (após primeira garfada). Estimular
a fazer o diário alimentar e/ou tirar fotos dos pratos. Ter balança: de cozinha ou de bolso.
Estimular o uso do manual de contagem de carboidratos. Ensinar a interpretar os rótulos das
embalagens. Ensinar sobre medidas caseiras utilizadas no dia a dia, além do tamanho e
peso da porção de cada alimento.
Glicocorticoides
1. Onde os glicocorticoides atuam e o que eles fazem no nosso organismo?
Quando esse eixo é submetido a um agente estressor, a resposta aguda dele é liberar uma
série de hormônios que permitam que o indivíduo reaja com uma resposta fisiológica
apropriada. Quando um estresse agudo ocorre, o hipotálamo libera o fator de liberação
corticotrofina (CRF) na hipófise anterior (glândula pituitária), isso faz com que ela libere
corticotrofina (ACTH), que atua nas glândulas suprarrenais (adrenais), onde ocorre a
liberação de cortisol, que por sua vez atua nos receptores glicocorticoides para suprimir a
atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Dessa forma, o eixo é autorregulado por um
circuito de feedback negativo.
3. Estresse: uma queimadura, um exercício físico, uma infecção ou uma hipoglicemia são
exemplos de estresses orgânicos. Irão estimular o hipotálamo a liberar um fator liberador de
corticotropina. O cortisol promove ações que visam atender a demanda de estresse
(aumentando a gliconeogênese, mobilizando proteínas e lipídeos, e estabilizando
lisossomos), e quando for solucionado, ele é reduzido e o estresse para de estimular o eixo.
O cortisol, quando liberado no sangue, se liga à albumina ou CBG, e quando cheganos tecidos,
por ser lipossolúvel, se difunde pela membrana e encontra seu receptor. O receptor está no citosol
na forma inativa ligado a uma proteína, que é liberada quando o cortisol se liga ao receptor, e o
receptor de esteróide junto com o cortisol irá se dimerizar, conseguindo entrar no núcleo. Ao
entrar, irá para a região de genes e se liga a uma parte específica do DNA, aumentando ou
reprimindoa transcrição dependendo do tecido.
Cerca de 90% do cortisol está ligado à CBG, enquanto de 10-15% está ligado à albumina.
Sua meia-vida é de 60-90 minutos.
A indução envolve a formação de RNAm específicos para a síntese de ptns específicas. Além das
enzimas envolvidas na sua ação metabólica, os glicocorticoides induzem a formação de anexina-1. A
anexina-1 possui ações anti-inflamatórias ao inibir a fosfolipase A2 e impedir a liberação de ácido
araquidônico e, consequentemente, a formação de eicosanoides pró-inflamatórios (prostaglandinas,
tromboxanos e leucotrienos)
Conforme esperado, por envolver transcrição gênica, o efeito anti-inflamatório dos glicocorticoides
leva várias horas para se tornar evidente, visto que a formação de anexina-1 e de outras proteínas
ativas é relativamente lenta. Entretanto, os glicocorticoides podem produzir efeitos dentro de um
espaço de tempo muito curto. Estes efeitos não envolvem a interação com genes, mas são mediados
por uma interação com receptores específicos de membrana, produzindo alterações no interior da
célula, por exemplo, sobre o Ca2+ intracelular. A importância dos efeitos rápidos dos glicocorticóides
permanece desconhecida, podendo ser relevantes para seus efeitos metabólicos.
7. O que o organismo faz para amenizar a ligação dos glicocorticoides aos receptores
de aldosterona nos mineralocorticóides?
Para amenizar isso, existem alguns tecidos sensíveis à ação da aldosterona (excretores, rins,
intestino, glândulas), que possuem enzimas dentro do citoplasma. Quando o cortisol chega,
a enzima 11ꞵ-hidroxiesteróide desidrogenase TIPO 2 o destrói (transforma cortisol em
cortisona, que é inativo) e favorece a ação da aldosterona. Porém, quando tomamos o cortisol
exógeno, alguns não irão servir como substrato para essa enzima, e quando o cortisol chega
nos tecidos excretores, se liga ao receptor de aldosterona realizando a sua ação e levando à
hipocalemia e quadros de hipertensão.
Mesmo que a indústria melhore os efeitos adversos do cortisol exógeno, ele sempre irá ter
ação oposta à insulina e provocar o aumento da glicemia e outros problemas. Os esteróides
sintéticos estão tendo a sua ação separada dos glicocorticóides e mineralocorticóides, mas
não foi possível separar as ações anti-inflamatórias dos efeitos adversos.
São moléculas formadas a partir de ácidos graxos (ácido araquidônico), que são clivados para
produzir esta molécula. São exemplos as prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos,
leucotrienos e epoxigenases.
As fosfolipases (podem ser inibidas pelos glicocorticoides - Anexina-1) são ativadas quando
existem citocinas inflamatórias. Elas irão clivar os fosfolipídeos e liberar o ácido araquidônico.
O ácido araquidônico liberado servirá como substrato para duas vias enzimáticas distintas: a
via das ciclooxigenases (COX-1 e COX-2), que desencadeia a biossíntese das
prostaglandinas, prostaciclinas e dos tromboxanos (e podem ser inibidas pelos AINEs), e a
via das lipoxigenases (LOX), responsável pela síntese dos leucotrienos e lipoxinas.
Seguido para a via das lipoxigenases (LOX), existe a formação de 5-HPETE, de onde derivam
os leucotrienos e lipoxinas. Diferente das ciclooxigenases (amplamente distribuídas), as
lipoxigenases são encontradas nos pulmões, plaquetas e leucócitos circulantes. São
quimiotáticos para leucócitos, participando das respostas inflamatórias.
O uso de glicocorticoides irá inibir essas vias (aliviando os sintomas da inflamação). Eles
diminuem a síntese de COX-2 e citocinas, bloqueando o processo dos mediadores
inflamatórios. Para isso, eles aumentam a transcrição da proteína Anexina-1, que vai inibir a
fosfolipase e acabar com toda a cascata do metabolismo do ácido araquidônico.
Hiperadrenalismo: é causada pela quantidade elevada de cortisol. Tem como causa primária
a doença de Cushing, que resulta do excesso de produção do hormônio adrenocorticotrófico
(ACTH). A causa secundária gera a síndrome de Cushing iatrogênica que é causada pelo uso
crônico de GC e é um dos principais efeitos indesejáveis dos glicocorticoides. Os sinais e
sintomas típicos do cushing incluem face em lua e obesidade centrípeta, hematoma fácil
(fragilidade capilar), pernas e braços finos, maçãs do rosto vermelhas, fragilidade da pele,
osteoporose, hipocalemia, hiperglicemia, entre outros.
Cortisona: possui maior atividade mineralocorticóide do que o glicocorticóide. Ela precisa ser
convertida a cortisol, e isso é feito pela enzima 11ꞵ-hidroxiesteróide desidrogenase TIPO 1.
Prednisolona: possui maior atividade glicocorticoide do que o mineralocorticóide.
Metilprednisolona: possui somente ação glicocorticóide.
Dexametasona: possui somente ação glicocorticóide, e esta é maior do que a da
metilprednisolona.
9. Cite alguns efeitos adversos do uso de glicocorticoides e indique como eles podem
ser prevenidos.
10. Por que o cortisol exógeno deve ser retirado lentamente? Quais estratégias podem
ser adotadas para tal?
Porque o uso prolongado provoca uma atrofia do córtex da suprarrenal, e a retirada abrupta
pode provocar insuficiência adrenal aguda, e assim uma incapacidade de o organismo reagir
a estresse orgânico e hipoglicemia. Para suspender a terapia, deve-se começar substituindo
por um glicocorticóide de ação intermediária, ou reduzir as doses gradativamente e utilizar em
dias alternados.
Eles podem aumentar a perda de potássio (hipocalemia) e também reduzir os efeitos dos
medicamentos hipoglicemiantes. Por isso, maior atenção em pacientes diabéticos, ou em
doenças cardio-renais, e pacientes em uso de outros medicamentos que já depletam
potássio, como diuréticos, broncodilatadores.