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DIABETES MELLITUS

Principais endocrinopatias da clínica

Diabetes mellitus

Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cushing)

Hipoadrenocorticismo (Síndrome de Addison)

Hipotireoidismo

Hipertireoidismo

Obesidade

DIABETES MELLITUS
Pancreas
Órgão anficrino (dupla função)

Secreção de enzimas digestivas (função exócrina)

Secreção de hormônios hipo e hiperglicemiantes (função endócrina)

Composição

Células A (26%): Glucagon

Células B (64%): Insulina

Células D (8%): Somatostatina

Células PP

GLUCAGON
Ação hiperglicemiante, mobiliza reserva de glicemia e joga para a circulação quando necessário

Hormonio catabólico

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É secretado pelas células A quando há baixos níveis de glicose no sangue: Jejum prolongado é o maior liberador de
glucagon

INSULINA
Único hormônio hipoglicemiante do organismo

Hormônio anabólico: Absorção e armazenamento de glicose, colocando a glicose dentro da célula

É secretada pelas células B quando ocorre aumento de glicose no sangue: Alimentação

O que não é utilizado na hora é transformado e armazenado como glicogênio

DIABETES MELLITUS CANINO 🐶


Deficiência de insulina: Ausência ou ineficácia da insulina (resistência a insulina)

Reservas de energia:

1. Lipólise: Quebra do tecido gorduroso

2. Proteólise: Quebra de tecido muscular

3. Cetogênese: Produção de corpos cetônicos, em um primeiro momento, é compensatório, mas a longo prazo
leva o paciente a um quadro de cetoacidose diabética (vômito, diarreia, coma, vasculite, convulsão)

A resistência a insulina acontece em pacientes mais idosos, obesos, em casos de


inflamação, medicamentos (corticoide). O pâncreas está produzindo insulina
normalmente, mas o organismo cria resistência, sobrecarregando o pâncreas, que pode
entrar em exaustão e ocorrer a ausência de insulina.

💡 Ex: Indivíduo saudável precisa de uma molécula de insulina para carrear x quantidade de glicose para
dentro da célula, na resistência a insulina precisa produzir mais insulina para carrear essa mesma
quantidade de glicose.

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💡 Por isso, é importante prestar atenção em pacientes que apresentam glicose no limite superior, como
120 de glicose.

ETIOLOGIA
Diabetes Mellitus Tipo I

Destruição imunomediada ou idiopática das células B pancreáticas

Diminuição da secreção de insulina

Semelhante a do cão

Mais comum em indivíduos jovens

Diabetes Mellitus Tipo II

Resistência a insulina

Semelhante a do gato: 80% dos felinos diagnosticados com diabetes ainda tem um pâncreas funcional

Mais comum em idosos, obesos, corticoide

💡 Se há células B há esperança de cura, tendo remissão da diabetes.

Causas
Genética

Imunomediada

Medicamentosa: Glicocorticoide e progesterona (tumores de mama)

Secundária a pancreatite

Secundária a sepse

Fatores de resistência insulínica


Obesidade

Diestro em cadelas (progestágenos)

Anticorpos anti-insulínicos

Hiperadrenocorticismo (glicocorticóides)

Pancreatite crônica

Sepse

Periodontite: inflamação e infecção

💡 Cadelas diabéticas é indicativo de castração para cessar a ação da progesterona!

Animais com células B funcionantes terão sua glicemia facilmente controladas com baixas doses de insulina e
podem até entrar em hipoglicemia

Predisposição
Fêmeas

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7 a 9 anos

Poodle, schnauzer, spitz, maltês, SRD

SINAIS CLÍNICOS DIABETES MELLITUS


Perda de peso: Não utiliza energia dos alimentos, mobilizando reserva

Polifagia: Aumenta o apetite para tentar aumentar a utilização da energia dos alimentos

Poliúria: Rim reabsorve glicose extracelular, até 180 o tubulo joga de volta para o sangue, depois disso, o rim
começa a excretar, eliminando mais água por osmose (açúcar puxa água)

Polidipsia: Aumento da eliminação de água aumenta a sede

QUATRO P’s

🐶 Catarata: Cegueira de evolução rápida. Acontece pela opacificação da lente, o aumento da glicose na lente
gera osmose, puxando o humor aquoso. Tratamento apenas cirúrgico.

😸 Neuropatia periférica diabética: Acumulo de açúcar perineural, causando osmose nessa região e gerando
neuropatia periférica. Acontece também nos humanos, gerando formigamento. Como identificar: postura
plantigrada (apoiar totalmente o tarso no solo) ou postura palmigrada (apoiar totalmente o carpo no chão).
Essa condição é reversível com o controle da glicemia.

DIAGNÓSTICO
🐶 Glicemia e urinálise: Anamnese (4 P’s), hiperglicemia em jejum >200mg/dL + glicosúria (limiar de reabsorção
tubular renal até 180mg/dL em cães) = Diabetes

😸 Hiperglicemia em jejum + glicosúria (limiar de reabsorção tubular renal até 290mg/dL + frutosamina
(hiperglicemia por estresse até 300200mg/dL) = Diabetes

💡 Por que não realizar apenas glicemia ou glicosúria? Glicosúria pode acontecer por lesões tubulares

Frutosamina: glicose + albumina: dá uma noção da glicose nas últimas duas semanas, diferencia uma
hiperglicemia momentânea por estresse.

Frutosamina obrigatória pro gato por conta da hiperglicemia por estresse

ASPECTOS LABORATORIAIS

📌 Avaliação geral: pesquisar causas primárias e concomitantes da diabetes

Detectar afecções primárias: HAC, pancreatite, tumor de mama

Detectar afecções concomitantes: ITU, pancreatite, piometra, peritonite.

Avaliar

Função Renal

Função hepática: ALT, FA, GGT e albumina

Triglicérides

Colesterol

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Exame de urina: Urocultura + ATBiograma

Ultrassom abdominal: fígado, pancreas, piometra, rins.

TRATAMENTO
Insulinoterapia em CÃES

NPH

Recombinante humana

Ação intermediária

Pico de ação: 6 horas

Dose: 0,25 UI/KG BID (12 em 12 horas)

U-100: concentração (1ml tem 100 unidades de insulina), NPH’s são sempre U-100

Caninsulin: insulina veterinária

Origem suína

Ação intermediária
Insulina U-40 + diluída

2,5 X + diluída que a NPH

Dose: 0,25 a 0,5UI/KG BID

Indicação: cães pequenos

Prescrever seringa de caninsulin

💡 Se é diabético não há controle glicêmico perfeito, não existe a possibilidade de mimetizar os efeitos
fisiológicos do pâncreas. Podem existir variações muito grandes.

💡 Pacientes bem controlados: melhora ou normalização dos sinais clínicos.

📌 Meta de glicemia: 150 a 250mg/dL

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💡 Sinais de hipoglicemia: fraqueza, andar cambaleante (ataxia), convulsões.

Insulinoterapia em GATOS

Lantus ou Glargina (U-100)

Dose: 1 a 3 UI/gato BID

Evitar NPH e caninsulin

Remissão: glicemia vai ficando mais baixa, com a diminuição da dose a glicemia vai continuar baixa

Ação longa (basal): não tem pico

DIETA CÃES

Carboidratos complexos: liberação lenta

Constância na quantidade: duas porções grandes de manhã e a noite, no horário das aplicações

Rica em fibra: estabilidade glicêmica

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DIETA GATOS

Dieta úmida: SACHÊ

💡 OSH EM CADELAS DIABÉTICAS É OBRIGATÓRIO

Atividade física

RECOMENDAÇÕES PARA O TUTOR

Homogenizar a insulina

Manter a insulina na geladeira, não na porta

30 dias de refrigerado, depois disso jogar fora

Aplicação subcutânea no gradil costal

💡 Seringas de 0,3ml ou 0,5ml são mais fáceis para o tutor aplicar, principalmente para valores menores de UI

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