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DIABETES MELITO

EXERCÍCIOS FÍSICOS
Cecília M. A. Andréo
DEFINIÇÃO
Diabetes Melito ou Mellitus
 é uma doença de etiologia múltipla, decorrente da falta de
insulina e/ou da incapacidade da insulina exercer
adequadamente seus efeitos.Caracteriza-se por
hiperglicemia crônica com distúrbio do metabolismo dos
carboidratos, lipídeos e proteínas.
PÂNCREAS
O pâncreas é uma glândula mista que possui duas porções:

 Exócrina- responsável pela síntese do suco pancreático, contendo


enzimas que atuam na digestão de carboidratos (amilase
pancreática), lipídeos (lípase pancreática) e proteínas (tripsina,
quimiotripsina e carboxipeptidase).

 Endócrina é formada pelas ilhotas de Langerhans, que


compreende dois tipos de células: as betas que produz a insulina, e
a alfa que produz o glucagon.Ambos possuem efeitos antagônicos
(contrário) no controle de glicose no sangue.
INSULINA

 A insulina é um hormônio produzido pelas (células β)


reponsável pela regulagem do nível de glicemia no sangue e
pelo aproveitamento e metabolização da glicose pelas células
do nosso organismo, com finalidade de gerar energia.

www.unimeds.com.br
CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES
 Tipo I – É conhecida como diabetes infanto-juvenil,
instável ou insulino-dependente. Ocorre mais em
crianças e jovens. De origem auto-imune, com
destruição da célula β, levando a deficiência de insulina.
Nela, o corpo produz pouca ou nenhuma in
 eTipo II – também chamado diabetes do adulto ou da
maturidade, não insulino-dependente. Ocorre
principalmente em adultos e particularmente nos obesos.
As células β continuam produzindo insulina só que em
níveis mais elevados do que o normal, o organismo
deselvonve resistência aos seus efeitos e o resultado é
um defícit relativo de insulina.
CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES
Gestacional:
 Ocorre durante a gravidez é ocasionada pelo aumento da produção
de hormônios, principalmente o hormônio lactogênio placentário,
que pode prejudicar ou até mesmo bloquear a ação da insulina
materna.

 Ela é temporária e completamente tratável mas, se não pode causar


problemas com a gravidez e o feto, incluindo macrosomia (peso
elevado do bebê ao nascer), malformações fetais e doença cardíaca
congênita.
ETIOLOGIA

 Falta de insulina - a glicose não entra nas células,


permanecendo na circulação sanguínea em grandes
quantidades

Mal funcionamento ou diminuição dos receptores


das células - a insulina não consegue promover a
entrada de glicose necessária para dentro das células,
aumentando também as concentrações da glicose na
corrente sanguínea

Arq Bras Endocrinol Metab vol.44 no.6 São Paulo Dec. 2000. Consenso Brasileiro sobre Diabetes, SBD, 2002.
FISIOPATOLOGIA
 O pâncreas é responsável pela produção de insulina, que
regula a glicemia. As células possuem receptores de
insulina, que, quando acionados, liberam a entrada de
glicose e realização da respiração aeróbica.

 Uma falha na produção da insulina ou uma falha na


sensibilidade dos receptores faz com que os receptores
não liberem a entrada de glicose na célula, acumulando-a
no sangue.
SINTOMAS

http://nutricionistaritacherutti.blogspot.com/2010_09_01_archive.html
DIAGNÓSTICO
O Diabetes pode ser diagnosticada através de um exame
de sangue.

 A glicemia pode ser medida em jejum (quando o sangue é coletado


8 a 10 horas após a última refeição),aleatória (em qualquer
momento do dia), pós-prandial (após uma refeição).

 TOTG- teste oral de tolerância à glicose:


- Várias coletas de sangue

- 1º em jejum

- 30,60,90 minutos após a ingestão de 75g de glicose anidra-


Dextrosol diluída em água
- Aguardar 02 horas para realizar a colheta de sangue.
DIAGNÓSTICO

 Hemoglobina Glicada (A1C)

 É um teste que permite a medição da quantidade de glicose que se


combinou com a hemoglobina. Este exame permite uma medida
aproximada do controle do Diabetes nos últimos 2 ou 3 meses

 Os valores normais de hemoglobina glicosilada, para pessoas sem


diabetes, ficam entre 4% e 6%. Um diabetes bem controlado é
aquele que apresenta valores abaixo de 7%. Níveis acima de 7%
estão associados a um maior risco de complicações como doenças
cardiovasculares, renais, dos nervos periféricos e dos olho.

http://www.mdsaude.com/2010/06/glicemia-hemoglobina-glicosilada.html#ixzz14AgY5Otg
DIAGNÓSTICO
A diabetes pode ser diagnosticada através de um exame de sangue, ao se
demonstrar qualquer um dos itens seguintes:
Nível plasmático de glicose em jejum maior ou igual a 126 mg/dL (7,0
mmol/l)em duas ocasiões.

Diretrizes da Sociedade Brasileira Diabetes(SBD) 2006


CRÍTERIOS DE DIANÓSTICO
 Tríade da Diabetes: Poliuria, polidipsia, emagrecimento
e glicemia casual acima de 200mg/dl.

 Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl em caso de pequenas


elevações da glicemia, o diagnóstico deve ser
confirmado pela repetição do teste em outro dia.

 Glicemia de 2 horas pós-sobrecarga de 75g


de glicose acima de 200mg/dl
COMPLICAÇÕES DO DIABETES

 Retinopatias diabética

 Nefropatia Diabética

 Neuropatia Diabética

 Pé diabético
TRATAMENTO MÉDICO
A ênfase médica está necessariamente em evitar/administrar problemas
possivelmente relacionados à diabetes, a longo ou curto prazo.
TRATAMENTO MÉDICO

Medicamentos indicados:
 Hipoglicemiantes orais
 Insulina

 Monitoração dos níveis de glicose


INSULINAS SINTÉTICAS

Insulinas Início Pico Duração


Ultra-rápida 5 -15 min 1-2 horas 4-6 horas
Regular 30-60 min 2-4 horas 6-8 horas
NPH 1-2 horas 5-7 horas 13-18 horas
Lenta 1-3 horas 4-8 horas 13-20 horas
Ultra-lenta 2-4 horas 8-horas 18-30 horas

-Ultra-rápida - diminui a concentração sérica de glicose em 5 -15 minutos, atinge a atividade máxima em 1 a 2
horas e sua ação dura 4 a 6 horas.

httpwww.fm.usp.brendoresidentesroteirodiabetes_mellitus_roteiro.pdf
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

 O treinamento físico melhora a sensibilidade à insulina e


o controle glicêmico, independentemente de sexo, idade
e peso corporal.

 Indivíduos ativos apresentam diminuição dos fatores de


risco para o desenvolvimento de diabetes melito.

Saúde e Sociedade v.15, n.3, p.180-189, set-dez 2006


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
 A realização de 150 minutos de exercício por semana,
associada à dieta e controle de estresse, reduz em 53% o
desenvolvimento de diabetes melito tipo 2 em indivíduos
intolerantes à glicose.

 O treinamento possibilita diminuição da dose ou até


mesmo eliminação de hipoglicemiantes orais e
diminuição das aplicações de insulina, pois há melhora
na sensibilidade dos receptores de insulina.

Saúde e Sociedade v.15, n.3, p.180-189, set-dez 2006


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
 O tratamento preventivo objetiva impedir o
aparecimento de lesões, através de orientações:

 Orientar inspeção diária dos pés, procurando por


lesões, bolhas, sangramentos ou feridas que não
cicatrizam;

 Realizar alongamento e fortalecimento da


musculatura de membros inferiores, e da musculatura
intrínseca do pé, minimizando o risco de tropeços,
quedas e fraturas;

 Se necessário, indicação de uma bengala ou andador


como auxiliar na marcha e no equilíbrio, prevenindo
quedas e evitando o excesso de peso
EXERCÍCIOS
FÍSICOS
 Ajuda a reduzir a quantidade diária de insulina.

 Contribuem na redução do colesterol e triglicérides no


sangue.

 Melhoram a disposição geral e sensação de bem-estar.

 Aumentam o fluxo de sangue muscular e a circulação


nos membros inferiores.
 Facilitam a queima de glicose pelos músculos,
melhorando o controle diário do diabetes.

 Colaboram na redução do peso.

 Aumentam a ação da insulina e de hipoglicemiantes


orais

 Aumentam o número de receptores e sua capacidade de


ligação com a insulina em tecido gorduroso, músculo e
outros órgãos, diminuindo assim a resistência da ação da
insulina nestes tecidos.

 Colaboram na redução de fatores de risco


cardiovasculares.
EFEITOS AGUDOS DOS EXERCÍCIOS
FÍSICOS
 Aumento do consumo de oxigênio.

 transporte de glicose na célula muscular aumenta, bem


como a sensibilidade da célula à ação da insulina.

 Favorece a redução da hiperglicemia e a melhora do


controle glicêmico
EFEITOS CRÔNICOS DOS EXERCÍCIOS
FÍSICOS
 Melhora da sensibilidade à insulina.
 Redução da resistência a insulina.
 Melhora o sistema cardiovascular
 Redução da pressão arterial e da frequência cardíaca.
 Aumento do débito cardíaco , melhora do fluxo sanguíneo
renal, cardíaco e muscular.
 Melhora da glicemia em jejum
 Melhora vol oxigênio máximo.
COMO EVITAR ?
Hipoglicemia

 Programar suas atividades físicas


 Ingerir alimentos extras antes dos exercícios físicos

 Cumprir o plano alimentar: horário, quantidade e qualidade dos


alimentos
 Utilizar a medicação prescrita nas doses e horários indicados pelo
médico
Sintomas:
 Fome súbita,tremores,tontura,taquicardia, suores, pele fria, pálida e úmida,
visão turva ou dupla ,dor de cabeça, irritabilidade.
COMO EVITAR ?
Hiperglicemia
 Manter o tratamento medicamentoso adequado, alimentação
saudável e sem exageros, exercícios físicos conforme orientação
médica.

 Teste com frequência o nível de açúcar no sangue e ajuste a


insulina de acordo com orientação do seu médico.

Sintomas:
 sede intensa, desidratação, respiração acelerada, volume urinário
excessivo, face avermelhada, perda rápida de peso, dor abdominal,
fraqueza e tonturas, perda de consciência, coma hiperglicêmico
REFERÊNCIAS
 Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes 2006.

 Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano,


William D. McArdle.
 www.unimeds.com.br
 www.fmu.usp.brendoresidentesroteirodiabetes_mellitus_roteiro.pdf
 Arq Bras Endocrinol Metab vol.44 n°6 São Paulo2000. Consenso
Brasileiro Diabetes SBD 2002
 Saúde e Sociedade v.15, n.3, p.180-189, set-dez 2006

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