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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX - UNIFACEX

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
ENFERMAGEM NAS AÇÕES INTEGRADAS DE SAÚDE DO
ADULTO E IDOSO

Assistência de Enfermagem
ao paciente nas
complicações do Diabetes

Profa. Me. Flávia Barreto Tavares Chiavone


O QUE É DIABETES?
DIABETES
• É um grupo de doenças metabólicas
caracterizada pelo aumento de glicose
no sangue;

• Relacionada a secreção ou ação da


insulina.
Fisiopatologia: Funções da insulina

A insulina transporta A insulina estimula o


Sinaliza para o fígado
e metaboliza a armazenamento de
para interromper a
glicose para glicose no fígado e no
liberação de glicose;
produção de energia; musculo = glicogênio;

Intensifica o Inibe da degradação


Acelera o transporte
armazenamento de de glicose, proteínas
de aminoácidos para
lipídeos dietéticos no e lipídeos
dentro das células;
tecido adiposo; armazenados.
• Em situações de jejum ou durante o sono o pâncreas libera
insulina basal e glucagon;
• Devido a redução dos níveis glicêmicos do sangue;

• Isso estimula liberação de insulina pelo fígado;

• Glucagon + glicose = manutenção adequada dos níveis


glicêmicos;
Fisiopatologia
• Inicio do jejum = liberação de insulina a partir da quebra do
glicogênio;

• Jejum depois de 8 a 12 horas = fígado passa a degradar


outras substâncias como carboidratos e aminoácidos.
Epidemiologia
da Diabetes
• Em 2014, de acordo com a OMS a
estimativa mundial foi de 422
milhões de pessoas acometidas pela
diabetes.

• E, em 2040 espera-se um número de


642 milhões de pessoas.
Prevalência dos Fatores de Risco para as DCNT no
Brasil
Prevalência dos Fatores de Risco para as DCNT no
Brasil
Fatores de Risco para
diabetes
• Histórico Familiar;
• Obesidade;
• Raça/etnia (afrodescendentes, hispânicos, indígenas,
asiáticos, nativos das ilhas do pacifico);
• Idade > 45 anos
• Comprometimento da glicose em jejum ou tolerância
da glicose;
• HAS;
• Hipercolesterolemia;
• Histórico de DM gestacional.
Diabetes Melitos Tipo 1

Diabetes Melitos Tipo 2

Tipos de Diabetes Gestacional


Diabetes
Comprometimento da tolerância à
glicose (CTG)
Comprometimento da glicose em
jejum (CGJ)
Diabetes melitos Tipo 1

Conhecida como diabetes infantil ou juvenil:


• Inicia geralmente na infância;
• Principal complicação a cetoacidose diabetica.
Afeta 5% dos adultos;

Caracteriza-se pela destruição das células beta do pâncreas;


• Que gera diminuição da produção de insulina;
• Aumento da produção de glicose pelo fígado;
Pode estar associada a fatores genéticos, imunológicos e possivelmente ambientais;
• Formação de anticorpos com capacidade de degradar as ilhotas pancreáticas.
Diabetes melitos Tipo 2

• Ocorre geralmente em indivíduos com mais de 30 anos e


obesos;

• Sua fisiopatologia está relacionada ao comprometimento


da insulina:

• Resistência a insulina;

• Comprometimento da secreção da insulina.

• Relacionada a Síndrome hiperosmolar hiperglicêmica;

• A descoberta da DM 2 muitas vezes é acidental.


A insulina se liga aos
Ocorre quando existe a
receptores das células mas
redução da sensibilidade
não desempenha mais a
dos tecidos a insulina;
mesma função;

Resistência
à insulina
Ocorre o aumento da
Desenvolvimento da
secreção de insulina na
síndrome metabólica: HAS,
tentativa de retirar o
hipercolesterolemia,
excesso de glicose
obesidade abdominal, etc.
circulante;
Diabetes Gestacional
• Se refere a qualquer grau de intolerância
a glicose com início durante a gestação;
• Devido a secreção de hormônios
placentários que geram resistência a
insulina = hiperglicemia;
• Aumenta o risco para o desenvolvimento
de HAS;
• Fatores de risco: obesidade, histórico
pessoal de DG, glicosuria e histórico
familiar de diabetes.
Manifestações Clínicas da Diabetes
Fadiga;

Lesões cutâneas. Fraqueza;

Diurese
Osmótica

Alteração súbita
Pele seca;
da visão;

Formigamento ou
dormência em
extremidades;
Diagnóstico

Glicose pos
Glicose em jejum
Sinais e sintomas prandial (2 horas)
superior a 126
clínicos; acima de 200
mg/dl.
mg/dl
Tratamento

Hábitos de vida: dieta e


Controle glicêmico;
exercício físico;

Medicamentos
Medicamento via oral;
subcutâneos.
Tipos de Insulinas

Ação Agente Início Pico Duração Indicações


Ação Rápida Lispro, 10 a 15 min; 1h 2a4h Hiperglicemia pós
asparte, 5 a 15 min; 40 a 50 min 2a4h prandial ou
Giulisina 5 a 15 min 30 a 60 min 2h hiperglicemia
Afrezza < 15 min Cerca de 50 min 2a3h noturna
Ação curta regular 30 a 60 min 2a3h 4a6h Antes das refeições
(20 a 30 min)
Ação intermediária NPH 2a4h 4 a 12 h 16 a 20 h Depois das refeições

Humulin, Nolin, 3a4h 4 a 12 h 16 a 20 h


lletin
Ação muito longa Glargina 1h Não tem pico 24h Para manter dose
balsa
Dtermir glargina 6h 24 a 36 h
Hipoglicemia

Complicações Cetoacidose diabética


aguda da
diabetes
Síndrome hiperosmolar
hiperglicemica
• Valores glicêmicos abaixo de 70 mg/dl;

• Grave abaixo de 40 mg/dl;

• Quando há excesso de insulina ou agentes


hipoglicemiantes orais, excesso de atividade físico e baixa
HIPOGLICEMIA ingestão calórica, hemodiálise.

• SINAIS E SINTOMAS: sudorese, tremor, taquicardia,


palpitação, nervosismo, fome, confusão, lapsos de
memória, dermencia, fala arrastada, convulsão.
HIPOGLICEMIA

• TRATAMENTO:

• Reposição de carboidrato/ glicose oral ou EV;

• EV: 25 a 50 ml de SG 50%;

• Caso graves: Adm 1 mg de glucagon SC ou


IM;

• Em seguida oferecer uma fonte de


carboidrato;
CETOACIDOSE
DIABETICA (CAD)

• Ocorre devido a ausência ou déficit de insulina;

• Presente principalmente na DM 1;

• Principais características:

• Hiperglicemia;

• Desidratação e perda de eletrólitos;

• Acidose.
• FISIOPATOLOGIA:

• Redução da entrada de glicose nas células (falta de


insulina);

CETOACIDOSE • Aumento da produção de glicose pelo fígado

DIABETICA (gliconeogênese) = hiperglicemia;

• Os rins tentam excretar o excesso de glicose =


(CAD)
aumento da diurese com glicose e eletrólitos = diurese
osmótica = desidratação;

• Fígado começa a degradar os ácidos graxos livres em


corpos cetônicos e devido a falta de insulina, ficam
circulantes = acidose metabólica.
CETOACIDOSE
DIABETICA (CAD)
• MANIFESTAÇÕES CLINICAS:

• Poliúria, polidispsia, fadiga, visão turva,


bradicardia, hipotensão, anorexia, náusea,
vomito, dor abdominal, hálito cetonico,
respiração de kusmall, letargia, comatoso,
desmaio.
Tratamento

• Correção da desidratação;

• Reposição de perda de eletrólitos (K);

• Controle da acidose;

• Em seguida correção da hiperglicemia;

• Insulinoterapia via EV (regular).


SÍNDROME
HIPEROSMOLAR
HIPERGLICEMICA (SHH)
• Associada a DM2;

• Ocorre o aumento de demandas da insulina,


gerando sua redução circulante;

• Ocorre principalmente em idosos sem história


de DM2;

• Gera hiperosmolaridade e hiperglicemia;

• Inicia lentamente com poliuria e polidispia.


SÍNDROME HIPEROSMOLAR HIPERGLICEMICA (SHH)

Hiperglicemia = diurese
Redução de eletrólitos;
osmótica;

Para manter o equilíbrio


osmótico = água se desloca Hiperosmolaridade dos
do espaço intra para eletrólitos no sangue.
extracelular;
Hipotensão

Desidratação profunda
SÍNDROME
HIPEROSMOLAR
Taquicardia
HIPERGLICEMICA
(SHH)
Alteração do nível de consciência

Confusão aguda
SÍNDROME HIPEROSMOLAR HIPERGLICEMICA
(SHH)

• Tratamento é semelhante ao da CAD:


• Reposição hídrica (NaCl) + K (s/n);

• Reposição eletrolítica;

• Administração de insulina.

• Alerta para possível hipoglicemia!!!


Complicações a longo prazo do diabetes
Complicações macrovasculares

Complicações microvasculares

Neuropatias diabéticas
Complicações
Macrovasculares
• São alterações dos vasos sanguíneas médios a grande;
• Gerando esclerose e oclusão dos vasos por placas;
• Principais doenças:
• Doença da artéria coronariana (DAC);
• Doença vascular cerebral;
• Doença vascular periférica.
• Risco para IAM;
• Tratamento para manutenção da diabetes, HAS, dislipidemia e
tabagismo.
Complicações
Microvasculares
• São espessamentos da membrana capilar, relacionado ao
aumento da glicemia;

• Principais locais afetados:

• Retina;

• Rins.
Retinopatia Diabética
• Ocorre tanto na DM 1 como na DM2;

• Principal causa de cegueira entre adultos de 20 e 74 anos;

• Causada pela alterações dos microvasos da retina:


• Microaneurismas;
• Hemorragias intrarretiniana;
• Exsudatos duros;
• Fechamento capilar.
Retinopatia Diabética
Retinopatia
Diabética
• Manifestações clínicas:

• Geralmente é indolor;

• Não proliferativa:

• Borramento visual;

• Sintomas gerais:

• Moscas volantes, teias no campo visual,


alteração súbita da visão e perca da visão.
Retinopatia
Diabética

• Tratamento:

• Controle da glicemia, HAS,


dislipidemia e cessar o tabagismo.

• Fotocoagulação com laser de


argônio.

• Vitrectomia (caso de perda total


da visão).
Nefropatia
• Condição comum na diabetes;
• Uma das principais causas da DRC;
• DM 1: sinais e sintomas 10 a 15 anos após
o diagnóstico;
• DM2: após 10 anos;
• A manutenção da Hb glicada em níveis
saudáveis é principal indicador protetivo.
• Tratamento:

• Dialise peritoneal;
Nefropatia
• Hemodiálise;

• Transplante renal
Neuropatia
Periférica
Neuropatia
Periférica
• Manifestações Clínicas:
• Inicialmente são assintomáticos;
• Evoluem com parestesias;
• Sensação de queimação;
• Dormência nos pés;
• Redução da propriocepção;
• Articulação de Charcot;
• Risco de lesões, infecções, sepse,
amputação.
• BRUNNER E SUDDARTH. TRATADO DE
ENFERMAGEM MÉDIO CIRURGICA. 14 ed.
Rio de Janeiro: Guanabara, 2022.
REFERÊNCIAS • NANDA. Diagnósticos de Enfermagem:
2021-2023. 12ª ed. Porto Alegre: Artmed,
2021.
OBRIGADA!

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