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Ms.

Angélica Paula Grando Paschoal


Ms. Henry Wajnsztejn

Diagnóstico Por Imagem I

Os principais meios usados no diagnóstico


por imagem são a ultrassonografia (ondas
sonoras), ressonância magnética (íons
magéticos), raio-x e tomografia
computadorizada (radiação).

RADIOGRAFIA / RADIODIAGNÓSTICO TERMOS RADIOLÓGICOS

É um registro fotográfico produzido pela • Radiopaco / Radiopacidade: Branco,


passagem dos raios-x através dos corpos, aparece mais.
sendo registrado em uma película especial ou • Radiotransparente / Radioluscente:
mídia digital. Mais escuro, preto. Não aparece.
• Densidade Radiográfica: Mais claro, é
O exame começa pelo posicionamento do
errado falar densidade no raio-x pois
paciente (colimação), ideal que seja ao
nesse exame se vê radiopacidade, na
menos dois para que não se perca tomografia se vê densidade.
informações. A colimação é o
• Densidade Óptica: Varia entre tons
posicionamento exato da região onde são
de cinza.
realizadas as radiografias (tórax, coluna,
• Enegrecimento do Filme: Deixa a
abdome etc) para que não haja interferências
imagem bem escura.
e consiga captar detalhes importantes.
!! Quanto mais raios conseguirem passar pelo órgão
No aparelho de raio-x, temos a ampola que é ou tecido, mais escuro vai ser a imagem.
o emissor, onde reproduz raios-x para o
paciente se regulando a colimação (quadro PREPARO DO PACIENTE E SEGURANÇA
da imagem).
Considerar sempre o conforto e bem-estar
A imagem radiográfica pode ser do paciente, quanto mais se conseguir evitar
convencional (sistema écran, filmes, manual o estresse melhor. Muita paciência,
com revelação química em “quarto escuro”) especialmente com pacientes idosos,
ou digitais (sistema computadorizado ou cardiopatas, atropelados, chocados ou
digital, pode ser direto por contagem de animais que não possam ser sedados.
fótons ou indireto com cintilador, CCD e TFF).
Sempre evitar movimentos bruscos e
Formação da Imagem Radiográfica – Quanto barulho, utilizar sedação ou anestesia
maior o número atômico, mais cálcio se tem somente se necessário após avaliação se o
e logo mais vai aparecer. animal pode ou não passar pelo processo. Na
contenção manual, usar material protetor.
Elemento Número Atômico
Hidrogênio 1 O paciente deve estar limpo, sem crostas nos
Carbono 6
pelos ou pele para que não ocorra
Oxigênio 8
Fósforo 15 interferências. Retirar coleiras, guias e outros
Cálcio 20 materiais, principalmente se forem de metal.
Iodo 53 Sempre que possível, retirar bandagens, talas
Bário 56
e ataduras de gesso.
Chumbo 82

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SOLICITAÇÃO DO EXAME DE RAIO-X


CONTRASTE
Indicado em trauma, tumores, planejamento
Omnipaque 300mg/l, endovenoso. 1,5ml -
cirúrgico, invasão adjacente, estadiamento e
2ml por kg. Utilizado em exames que
outros. Solicitar a região apenas, sem os
precisam de contraste, alterações
nomes de posicionamentos, junto com a
vasculares, hemorragia, avaliação de
suspeita. Ex: Suspeita de metástase, necessário no
mínimo três projeções de três posições.
órgãos parenquimatosos, nódulos ou
massas (diferenciação de malignas e
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA benignas), trato urinário (analisar caso
por caso). Tudo que remete a
O encaminhamento deve ter a solicitação da
vascularização irá precisar de constraste.
região, suspeita de diagnósticos e breve
histórico. Todo paciente da tomografia é A porcentagem de reações adversas a
anestesiado, com excessão de pequenos contraste é < 1% e geralmente a reação é
silvestres e exóticos. O aparelho é composto de alergia cutânea. O contraste é
por mesa, estabilizador, computador, eliminado por via urinária.
console e gantry.
As fases do contraste são muito rápidas,
Os planos de reconstrução de imagem se se dividindo em arterial (realça tudo que
dividem em sagital (de lado), transversal for artéria), venosa/portal (realça tudo
(fatias), ventral e dorsal. que for venoso, principais vsos avaliados
são os portais) e tardia (todo o trajeto
ESCALA DE DENSIDADE HOUNSFIELD
final e órgãos alvos).
É utilizada para medição do coeficiente de
atenuação de um feixe de raios X ao
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
atravessar o corpo. O valor varia de acordo
com a quantidade de fótons de raios X É a melhor escolha para SNC e SNP, análises
absorvida por cada tecido. de medula, hérnia de disco e outros que irão
permitir uma visualização melhor.

Na ressonância não é utilizado radiação, seu


mecanismo de ação consiste nos
movimentos (spins) dos íons hidrogênio
(átomo em maior abundância do corpo)
através de pulsos magnéticos. Usa-se
hipercaptante para estruturas brancas e
hipocaptante para estruturas pretas.

• Hiperatenciante / Hiperdensa: Para a solicitação, deve ser pedido da região,


Tonalidade branca, ossos e suspeita de diagnóstico e breve histórico.
contraste.
• Hipoatenciante / Hipotensa:
VENOGRAFIA
Tonalidade preta e cinza escuro, ar,
água e gordura. Descrição de vasos na imagem, muito usada
• Isatenciante: Tonalidades em cavalos com laminite (uma das causas
semelhantes, ex: um nódulo no fígado pode ser a falta de efusão sanguínea).
da mesma densidade do fígado vai
aparecer com cores iguais.

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RADIOGRAFIA Se relacionam com a formação da imagem a


quilovoltagem (kV ou Kw), miliamperagem
O Que Precisa? – Necessita-se do emissor,
(mA), tempo de exposição (s), distância foco-
aparelho de raio-x, placas, chassis e ecráns,
filme (DFF) e distância filme objeto (DFO).
reveladora (automática, digital ou manual
com químicos), equipamento de segurança • Quilovoltagem: Quanto maior o valor,
por chumbo (colete, protetor de tireóide, maior a penetração dos raios-x.
óculos e luvas de chumbo por exemplo) ou • Miliamperagem: Controla a formação da
barita (salas baritadas, com bário na tinta das “nuvem de elétrons” no filamento do
cátodo. Quando a mA é aumentada,
paredes para a radiação não invadir a sala).
amplia os elétrons produzidos, gerando
Tempo de Exposição – Em alguns casos, com um maior número de radiação X.
muitos órgãos e tecidos para ultrapassar o • Tempo de Exposição: Deve ser o menor
tempo de exposição precisa ser maior. As possível, utilizando vestes de segurança.
variáveis são por mA (miliamperagem0) e kV • DFF: Distância entre a fonte primária de
radiação e a estrutura a ser radiografada.
(kilovoltagem). A radiação primária tem uma
Mantida de 60 a 120cm.
diminuição de 50% em 2 metros de distância.
• DFO: Distância entre estrutura a ser
A radiação secundária é proporcionalmente
radiografada e o filme radiográfico. Deve
mais fraca, mas é advinda de reflexos que se ser a menor possível para minimizar
acumulam e causam danos aos expostos. distorções de imagens.
Tipos de Aparelho – Podem ser fixos (presos Placa ou Plate – Camada de emulsão
em uma base, são os mais potentes), móvel contendo sais de prata que quando expostos
(“carrinhos” de potência intermediária, a energia radiante (rx) os cristais de prata
consegue movê-lo para dentro e fora dos (brometo de prata) tornam-se mais
centros cirúrgicos) ou portátil susceptíveis a transformações químicas. No
(miliamperagem mais fraca, pode ser usado computador, mudanças químicas se tornam
em campo pois membros de cavalos exigem pixels, imagem digital. A transmissão da
pouquíssima amperagem. Em pequenos placa para tela é por fio ou sem.
animais pode ser utilizado até certo ponto).
Contraste – Definido como a diferença de
densidade entre as áreas adjacentes na
PROPRIEDADES DO RAIO-X imagem radiográfica (mais tons de cinza).
• Propagam-se a mesma velocidade da luz; Dispersão de Radiação – Menor dispersão,
• Não são desviados por campos melhor detalhe e menos risco. São utilizados
eletromagnéticos;
como restrição de radiação o diafragma, cone
• Propagam-se em linha reta;
e colimador.
• Produzem ionização por onde passam;
• Atravessam corpos espessos; !! Utilizam-se focadoras para restringir a ação dos
• Impressionam os filmes radiográficos; raios secundários que prejudicam a imagem.
• Produzem modificações biológicas, Quanto mais espessura, mais radiação secundária.
somáticas e genéticas.
Aonde houver maior sensibilidade pelos
raios, a imagem aparece mais enegrecida
FORMAÇÃO DE IMAGEM (radiotransparente). Onde houver menos
sensibilização radiográfica, a imagem
A radiografia é a composição de sombras de
aparece mais branca (radiopaca).
estruturas e objetos da trajetória de um raio-
!! Resumindo, passou o raio é radiotransparente,
x que ficam gravados no filme (chassis).
não passou é radiopaco.

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POSICIONAMENTO RADIOGRÁFICO Requisição – Nome, raça, idade, membro


O nome da posição na radiografia será (direito, esquerdo? Torácico, pélvico?),
conforme o local onde o raio estará entrando região (se tem um osso ou articulação
seguido do local que está saindo. Por específica, por exemplo), suspeita.
exemplo, se a imagem que queremos é indo
de frente do animal para trás, será projeção
RADIOLOGIA DO SISTEMA ÓSSEO
craniocaudal. Se for da lateral, falamos
conforme o lado que está encostado na Afecções ósseas, traumáticas,
mesa, por exemplo: Laterolateral direita. metabólicas, inflamatórias, infecciosas e
!! Sempre lembrar do animal em estação, para
neoplásicas.
referência da posição.
Distúrbios metabólicos podem causar
alterações ósseas. Para ser evidenciada
radiograficamente, deve haver uma
perda de aproximadamente 50% do cálcio
armazenado nos ossos. A regulação do
metabolismo mineral e atividade das
células ósseas são feitas pelo
paratormônio, calcitonina, vitamina D e
seus metabólitos.
As principais doenças ósseas metabólicas
são o hiperparatireoidismo nutricional,
hiperparatireoidismo renal, raquitismo e
hipervitaminose A.
Hiperparatireoidismo
Nutricional Secundário:
Também conhecido como osteodistrofia
juvenil ou osteoporose nutricional.
Acomete cães e gatos jovens, causado
por dietas pobres em cálcio e/ou ricas em
SOLICITANDO O EXAME fósforo, como naqueles animais que são
Deve-se sempre ser feito o exame físico alimentados basicamente com carne
completo do animal e bem detalhado, (levando a uma hipocalcemia,
para que na solicitação do exame seja estimulação da paratireóide e liberação
especificado a região do membro a ser de PTH). Ocorre sensibildade óssea e
visualizado – não é possível realizar a relutância ao exercicio.
radiografia de um membro inteiro, perde-se
detalhes e estruturas. Qual a região com
Principais Aspectos Radiológicos –
objetivo de visualização? Qual a estrutura
Diminuição generalizada da
que deve ser observada?
radiopacidade óssea (osteopenia),
adelgaçamento das corticais ósseas,

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fraturas patológicas (em tecidos moles e tumefação difusa do


galho verde), angústia tecido mole devido a substituição do
pélvica, desvios de eixo osso por tecido fibroso.
em coluna, região
Raquitismo:
metafisária ressaltada e
homogênea. Hipovitaminose D, sol (deficiência de
cálcio e fósforo). Raro em cães e gatos,
relacionado a falha na mineralização da
matriz cartilagínea dos discos epifisários.

Hiperparatireoidismo Renal:
Mais comum em cães. Ocorre Principais Aspectos
insuficiência renal crônica, retenção de Radiográficos – Ossificação
fósforo e aumento do PTH. Diminui a retardada do disco epifisário.
atividade endócrina renal, como a Aumento dos discos epifisários,
formação do 1,25-diidroxicolecalciferol. deformidades ósseas, alteração
Caracteriza-se por um distúrbio de eixos ósseos e diminuição da
osteopênico, mais evidente na mandíbula radiopacidade óssea.
e maxila, que envolve reabsorção Hipervitaminose A em Felinos
osteoclástica associada com a (Osteodistrofia Felina) – Comum em
proliferação do tecido conjuntivo fibroso. felinos, alimentação caseira constituída
predominantemente por fígado.
Aumento da atividade osteoblástica,
formação de osso periostal nas
vértebras. Anquilose das articulações
sinoviais, com região cervical sendo a
mais afetada. Extensa exostose
anquilosante principalmente na coluna
cervical e torácica.
Principais Aspectos Radiográficos –
Ossos do crânio são os primeiros a serem
afetados. Diminuição da radiopacidade
óssea dos ossos do crânio (osteopenia) e
da trabeculação normal. Aspecto de
dentes “voando” e perde de dentes,
“mandíbula de borracha”. Fraturas
patológicas, calcificação distrófica em

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Osteomielite:
Pode ser bacteriana ou micótica. Há
relato de osteomilite canina causada por
Leishmania sp.
Principais Aspectos Radiográficos –
Aumento de tecidos moles
adjacentes, proliferação Panosteíte:
periostal ao longo da diáfise, Moléstia inflamatória, auto-limitante dos
raramente envolve a ossos longos. Raças de grande porte,
articulação. Linha basset hounds e pastor alemão.
radiotransparente entre o
novo osso periostal e o córtex. Lise óssea Principais Aspectos Radiográficos –
cortical e medular. Áreas de esclerose ao Aumento da radiopacidade intramedular,
redor da lise, formação de sequestro geralmente mais evidente a nível do
ósseo. forâmen nutridor. Aspecto mosqueado,
proliferação periostal.
!! O aspecto radiográfico da osteomielite pode
mimetizar a neoplasia óssea. Portanto, a biópsia,
histopatológico e cultura devem ser realizadas para
o diagnóstico definitivo.

Neoplasias:
Osteodistrofia Hipertrófica:
Podem ser benignas (osteomas,
osteocondromas, exostoses Acomete animais jovens, cães de raças
cartilaginosas múltiplas e cistos ósseos) grandes ou gigante. Etiologia incerta,
ou malignas (osteossarcomas, super nutrição, desbalanceamento de Ca
fibrossarcomas, condrossarcomas, e P, infecção, cinomose, deficiência de
hemangiossarcomas). vitamina c e outros fatores. Aumento do
volume próximo às articulações, dor e
Osteossarcoma: febre. Deformidades ósseas, aumento de
Acomete cães adultos, raças de grande metáfises.
porte. Etiologia indefinida. A maioria Principais Aspectos Radiográficos –
origina-se nos ossos longos, na região Possui duas fases, sendo a aguda (áreas
metafisária. Não atinge ossos contínuos e de osteólise em zona metafisária) e
articulações. crônica (esclerose em zona metafisária,
Principais Aspectos Radiográficos – proliferação óssea periostal iniciando-se
Processo misto de osteólise e na região metafisária).
proliferação. Reação periostal irregular,
fraturas patológicas e aumento de
tecidos moles.

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Osteoartropatia Hipertrófica Pulmonar: animal, e se houve algum tipo de


interrupção na sua carreira (lesões?
Etiologia desconhecida mas pode ser
Fraturas? Etc) assim como todo o historial
associada a distúrbios circulatórios. Está
clínico do animal.
geralmente associada a enfermidades
pulmonares como neoplasias e Um exame rigoroso dura entre uma a
tuberculose, doença pulmonar crônica, duas horas, observando qualquer
abscesso pulmonar, neoplasias na anormalidade que o cavalo possa
bexiga, próstata, ovário, fígado e apresentar ainda mais sabendo da sua
alterações metabólicas. Clinicamente, os finalidade pós compra. O animal terá que
animais afetados apresentam edema na ser observado por um cavaleiro
região distal dos membros, experiente, sendo necessário também
demonstrando dor à palpação e colocá-lo em um recinto escuro para
claudicação. Quando a lesão pulmonar é realização oftalmoscópio, além de estar
tratada com sucesso, as alterações em uma superfície firme para observação
ósseas regridem rapidamente. do andamento do mesmo. Além disto, é
Características radiográficas incluem necessário o acesso a um picadeiro ou
grande proliferação periosteal pista para desempenhar o tipo de
perpendicular à cortical, a qual trabalho no qual o animal será destinado.
permanece íntegra.
Fase 1 – Exame clínico com o cavalo em repouso.
Ausculta-se coração e sistema respiratório,
examina-se olhos com oftalmoscópio, palpam-se
todas as regiões do corpo (da face até a cauda)
com ênfase nos membros e articulações. A boca
e dentes devem ser examinados com um abre-
bocas que permita a avaliação de todos dentes. A
determinação da idade pode ser aproximada pela
avaliação da arcada dentária.
EXAME FÍSICO NO ATO DE COMPRA DE
Fase 2 – Consiste na avaliação dos aprumos e
CAVALOS
andamentos do cavalo, observando passo e
É feito de modo a determinar a aptidão trote. O animal deve ser lidado à mão em linha
reta numa superfície firme e regular, com testes
do cavalo para desempenhar a função de flexão dos membros. Em seguida, deve ser
pretendida para o futuro dono. observado à guia num círculo curto, em superfície
Considerações como cor, tipo, altura, mole e também em uma firme e regular.
temperamento e habilidade equestre Fase 3 – Observar durante exercício intenso a
devem ser determinadas pelo cliente, capacidade de desempenhar a função
não tendo qualquer ponderação no pretendida. Dá-se atenção aos sistemas
exame veterinário. respiratório, circulatório e músculo-esquelético.
Se tiver essa finalidade, observar montado por
O futuro comprador deve procurar a um cavaleiro habituado ao animal. Deve ser
ajuda de um instrutor ou treinador da sua trabalhado a passo, trote e galope até o limite de
confiança. No caso de cavalos de sua capacidade. Importante o cavalo estar cansado
ao fim dessa fase, para verificação de anomalias
competição, o comprador deve averiguar que só se manifestam quando o cavalo é
sobre a performance desportiva do submetido a esforços rigorosos e intensivos.

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Fase 4 – Período de repouso, para avaliar a ter detectado. Deve-se também questionar sobre
capacidade de recuperação do animal. Deve durar a presença de vícios tipo “engolir ar” (aerofagia),
cerca de 30 minutos, fazendo a resenha do “birra de urso”, dar coices ou circular na boxe, e
cavalo para identificação posterior. sobre o comportamento do cavalo face a
ferração, tosquia, tráfico, transporte, se entra
Fase 5 – Repetição da observação dos
bem para o camião ou atrelado, etc.
andamentos, passo e trote em superfície firme,
reta e em círculo, para confirmar a ausência de
qualquer claudicação ligeira. Ao final, aplicar a POSICIONAMENTO RADIOGRÁFICO EM
pinça de cascos para confirmar a ausência de EQUINOS
qualquer sinal de dor.
• Dorsal e Palmar/Plantar: Do membro da
Exames Complementares – Radiografias e/ou pata até jarrete.
endoscopia, prática comum para cavalos de • Cranial e Caudal: Jarrete para cima.
competição, ás vezes necessário um exame • Dorsal e Ventral: Cauda, tronco e
radiográfico extenso. No caso dos membros pescoço.
anteriores, para visualizar o osso navicular, é • Rostral e Ventral: Cabeça.
aconselhável que as ferraduras sejam removidas e
• Oblíqua: Significa em diagonal.
o casco devidamente limpo. Além dos cascos, as
• DMPLO: Dorso Medial Palmaro Lateral
regiões radiografadas mais frequentemente são
Oblíqua.
os curvilhões e os boletos; para um exame mais
• DLPMO: Dorso Lateral Palmero Medial
completo, inclui-se também as rótulas.
Oblíqua.
Raramente, a ecografia de tendões pode também
ser aconselhada. Também é comum colher uma
amostra de sangue durante o exame para análise
de presença de substâncias modificadoras de
comportamento ou anti-inflamatórios que
possam ter sido administrados ao animal para
ocultar qualquer fato. Geralmente é colhido na
fase 4, com o animal em repouso.

Qualquer doença que o animal tenha sofrido no


passado, mas recuperado completamente,
poderá passar despercebida, a não ser que deixe
vestígios. De igual modo, se o cavalo sofrer de
qualquer anomalia intermitente ou sazonal, como
por exemplo alergias da pele ou do foro
respiratório, “abanar a cabeça” etc mas não se
manifestarem no momento do exame clínico, o
MV não pode ser acusado responsável por não as

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QUARTELA

CASCOS

BOLETO

METACARPO OU METATARSO
NAVICULAR

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COTOVELO

CARPO

OMBRO

JOELHO

TARSO

APARELHO IDEAL PARA EQUINOS

A movimentação deve ser fácil e silenciosa,


com a ponta do tubo podendo chegar ao
chão. Ajustes de kV e mA independentes.
Timer preciso (0,01 segundos) e suporte para
o tubo. Regulador de voltagem, com
mostrador. Colimador ajustável, feixe de luz.
Sem perigos de radiação ou choque elétrico.

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NOMENCLATURAS COMUNS DAS Alterações Congênitas – Luxações


PROJEÇÕES congênitas, luxação patela, luxação
escápulo-umeral, luxação coxofemoral e
úmero-rádio-ulnar. Mal formações.

RADIOLOGIA DO SISTEMA ARTICULAR


Neoplasias – Aumento de volume de
As cartilagens articulares, o fluído partes moles, osteólise do osso
sinovial e a cápsula articular não subcondral. Destruição da articulação
são visíveis radiograficamente. (lesão lítica) e proliferação periostal.
Interlinha radiográfica possui o Sarcoma de células sinoviais ou ósseo
espaço articular e duas fases primário (fibrossarcoma, condrossarcoma,
articulares. osteossarcoma e hemangiossarcoma).
Doenças Articulares – Congênitas, Neoplasia metastática.
desenvolvimento, traumáticas,
inflamatórias ou infecciosas,
degenerativas e neoplásicas.
Alterações Traumáticas – Fechamento
precoce do disco epifisário. Subluxação e
luxação.
Alterações Inflamatórias e Infecciosas –
Artrites, podendo ser infecciosas
(geralmente bacterianas) ou não
infecciosas (auto-imune). Na fase aguda,
ocorre aumento da interlinha
radiográfica. Na fase crônica, ocorre
destruição do osso subcondral
(osteólise), osteoartrose, diminuição da
!! A maioria dos sinais radiográficos de doenças interlinha radiográfica e anquilose.
articulares são inespecíficos. Além disso, os animais
com doença articular progressiva podem ter sinais
diferentes quando examinados durante as
diferentes fases da doença.

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bilateral e afeta as
Alterações Degenerativas
articulações escápulo-
(Osteoartroses) – Primária ou secundária.
umeral, úmero-rádio-ulnar,
Aspectos radiográficos de diminuição do
fêmoro-tíbio-patelar e tarso
espaço articular, osteófitos periarticular,
de cães jovens com
esclerose do osso subcondral,
crescimento rápido e de
deformidade articular e anquilose.
grande porte, sendo o terço
Alterações do Desenvolvimento – caudal da cabeça do úmero
Osteocondrose, osteocondrite o mais acometido. Costuma
dissecante. Displasia do cotovelo, envolver superfícies articulares que
necrose asséptica da cabeça do fêmur e carregam peso. Radiograficamente
displasia coxofemoral. observa-se área de rarefação óssea
circunscrita na região acometida.
Necrose Asséptica da Cabeça do Fêmur,
Doença de Legg-Calvé-Perthes ou Osteocondrite Dissecante – Quando há
Necrose Avascular da Cabeça Femoral – avulsão de um flap de cartilagem no local
Descrita em 1910. Acomete raças toys, de do cisto, o qual pode sofrer
pequeno porte e/ou filhotes. Ocorre mineralização, passa a
diminuição do suprimento sanguíneo da denominar-se osteocondrite
epífise da cabeça femoral (isquemia, dissecante. A confirmação do
necrose, microfraturas, deformação). Uni diagnóstico pode ser feita por
ou bilateral, de etiologia desconhecida, artrografia (iohexol).
sugere-se a existência de um fator
Causas – A osteocondrose e
hereditário. Outras hipóteses sugeridas
osteocondrite dissecante acomete cães
são o aumento da pressão do fluído
de raças de grande porte, entre 4 a 9
sinovial pós trauma ou inflamação,
meses. Causada por um conjunto de
hormonal, endócrina (estrógeno e/ou
fatores, como distúrbio da ossificação
testosterona), nutricional, conformação
endocondral e espessamento da
anatômica ou uso excessivo de
cartilagem articular, traumatismos,
corticóides.
excesso de massa corpórea, exercícios
Principais Aspectos Radiográficos vigorosos, hereditariedade, fatores
– Osteólise do osso subcondral hormonais (STH e TSH) e suplementação
da epífise proximal do fêmur. vitamínica-mineral.
Alterações morfológicas da !! Displasia é toda anomalia durante o
cabeça, colo femoral e acetábulo. desenvolvimento de um tecido ou órgão.
Subluxação, atrofia muscular da
região femoral e doença Displasia Coxofemoral – Desenvolvimento
degenerativa articular. ou formação anormal da articulação
coxofemoral. Acomete principalmente
Osteocondrose – Distúrbio na ossificação cães de grande porte e de crescimento
endocondral que leva à formação de um rápido (pastor alemão, labrador,
cisto subcartilaginoso. Frequentemente é rottweiler etc). Etiologia por fatores
genéticos ou hereditários, fatores

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• Não união do processo ancôneo (NUPA)


nutricionais, biomecânicos e de meio
• Fragmentação do processo coronóide
ambiente, associados à hereditariedade, medial da ulna (FPC)
pioram a condição. Tenta-se limitar a • Osteocondrose /
ocorrência através de programas Osteocondrite dissecante
controlados de reprodução. da porção medial do
côndilo do úmero (OCD)
Características – A displasia caracteriza-se
por uma instabilidade articular. Para Traços poligênicos hereditários são
posicionamento ideal, deve haver responsáveis por essas três doenças.
perfeita simetria (ideal que o animal seja Podem ocorrer de forma independente
sedado). Nos EUA, a Orthopedic ou concomitante. Sugeriu-se que o
Foundation For Animals realiza uma crescimento assíncrono do rádio e da
avaliação por um conselho de ulna e a incongruência da articulação do
radiologistas veterinários que emite cotovelo podem ser fatores causadores
certificados de ausência de displasia para da NUPA e FPC. Fechamento precoce do
cães de, pelo menos, 2 anos de idade. No disco epifisário. Afeta cães de raças
Brasil, é feita pelo colégio brasileiro de grandes e gigantes. O International
radiologia veterinária. Elbow Working Group recomenda um
sistema de classificação de 0 (normal) à 3
(osteoartrite grave).

ALTERAÇÕES NO SISTEMA ÓSSEO

• Traumáticas
• Metabólicas
• Inflamatórias
• Anomalias do Desenvolvimento (DOD’s)
• Neoplasias
Displasia do Cotovelo – O cotovelo é uma Traumáticas – Representadas por fraturas,
articulação complexa composta pelo solução de continuidade ou quebra de um
úmero distal, rádio e ulna proximais. A osso. Também ocorre devido ao
incongruência do cotovelo (IC) é enfraquecimento do osso causado por uma
caracterizada pelo mau alinhamento de doença primária. Trincas (fraturas
um desses três ossos dentro da incompletas, fissuras).
articulação. Durante as últimas duas • Subluxação – Luxação parcial, na qual
décadas a IC vem sendo considerada não há perda total do contato articular.
uma causa da displasia de cotovelo, • Luxação – Deslocamento do osso de
constituída de três processos patológicos articulação, ou com o contato articular
dos ossos é completamente perdido.
que resultam em fragmentos soltos • Entorse – Torção ou distensão forçada
dentro da articulação levando á dor e à de uma articulação, resultando em
artrose, que são: ruptura parcial dos ligamentos de
suporte sem luxação.

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Classificação das Fraturas – Incompletas ou Fraturas Completas:


completas. Devemos classificar para o laudo
Quanto à exposição:
radiográfico e melhor tratamento.
• Fratura Fechada: Uma fratura na qual o
Fraturas Incompletas:
osso não atravessa a pele.
• Fratura em Tara: Envergadura do córtex • Fratura Aberta: Exposta, na qual o osso
é caracterizada pela expansão localizada projeta-se através da pele.
ou fratura do córtex, possivelmente
Quanto à linha de fratura:
pequena ou nenhuma luxação, ausência
de quebra completa do córtex. • Transversal: Ângulo quase reto, eixo
• Fratura em Galho Verde: Ocorre em longitudinal.
apenas um lado. O córtex de um lado do • Oblíqua: Ângulo oblíquo.
osso está quebrado, outro envergado. • Espiral
Fraturas Epifisárias: Quanto à localização:
Fratura através da placa epifisária, ponto de • Epifisária
união da epífase e a diáfase óssea. Um dos • Metafisária
locais mais comuns de fratura nos ossos • Diafisária
longos em filhotes. É utilizado a classificação • Mista
de Salter Harris para descrever a gravidade e
Quanto ao número de fragmentos:
indicação racional dessas fraturas, sendo:
• Simples: Sem
• TIPO I – Separação Epifisária Pura
• Fragmentada
• TIPO II – Fragmento da Metáfise
o Múltipla: Porções maiores
acompanha a epífase deslocada – 75%
o Cominutiva: Porções menores
• TIPO III – Fratura vertical atravessando a
epífase e a placa de crescimento Quanto ao número de desvios:
• TIPO IV – Fratura de orientação vertical
que se estende através da epífise e da • Deslocamento Transversal: Mesmo eixo
placa de crescimento para metáfase • Deslocamento Angular: Eixo diferente
• TIPO V – Fratura originada de uma força • Rotacionada
do tipo esmagadora geralmente dirigida
Quanto ao afastamento:
para centros epifisários.
• Aproximada: Impactada
• Afastada

!! Fraturas Incompletas não precisam de toda


classificação. Fraturas de Salter-Harris também não.

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EXAMES CONTRASTADOS
por serem cartilagem. O núcleo
Mielografia – Exame diagnóstico que é gelatinoso perde a capacidade de ligação
feito com o objetivo de avaliar a medula com a água, tornando-se calcificado.
espinhal, por meio da aplicação de
contraste no local e exame de radiografia Protrusão (Hansen Tipo II) ou
ou tomografia computadorizada. Está degeneração fibróide, mais comum em
caindo em desuso, pelo uso de outras raças não condrodistróficas (pastor
técnicas atualmente. alemão, labrador, doberman e rottweiler)
ocorrendo conforme os anos e
acometendo cães mais velhos. Ocorre
DOENÇAS DO DISCO INTERVERTEBRAL
espessamento progressivo do anel
Desvios de Eixo – Cifose (desvio da fibroso dorsal que protrui dorsalmente
coluna pra fora), lordose (desvio da para o interior do canal medular.
coluna pra dentro) e escoliose (desvio da
Sinais Radiográficos – Calcificação de um
coluna lateralmente).
ou mais discos, estreitamento e
diminuição dos espaços intervertebrais
ou aparência de cunha do espaço do
disco intervertebral, presença de material
mineralizado no forame intervertebral e
compressão medular em mielografia.

Discos Intervertebrais –
Ocupam os espaços entre
uma vértebra e outra,
desde C2-C3 até S1. Possui
anel fibroso e núcleo
pulposo. Espondilose Deformans
Raças Condrodistróficas – Termo usado Espondilose deformante ou anquilosante,
para se referir a raças de cachorros com o idiopática e secundário a instabilidade
eixo dos ossos longos torcidos e entre vértebras. Proliferação nas
encurtados dando o aspecto margens dos corpos vertebrais (ventrais,
característico de serem rebaixados. laterais e dorsais). Osteófito é a ponte
Hérnia de Disco óssea (espondilose anquilosante, “bico
de papagaio”, ossos que crescem na
Extrusão (Hansen Tipo I) ou degeneração coluna vertebral com a evolução da
condróide, mais comum em raças doença degenerativa). Mais comum nas
condrodistróficas (teckel, basset e regiões torácica, lombar e lombo-sacral.
bulldog). Calcificação de disco
intervertebrais, ficando visíveis na
radiografia, onde normalmente não são

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Síndrome da Cauda Equina Sinostose (Block Vertebra)


Também chamada de estenose Fusão de um ou mais corpos vertebrais.
lombossacra, compressão de cauda Ausência parcial ou total do disco
equina, instabilidade ou espondilose intervertebral. Mais comum nas regiões
lombossacra. Corresponde à porção cervical e lombar. Fazer diferencial com
caudal do cordão espinhal e suas raízes. processos generativos.
Tem origem congênita ou adquirida, é um Hemivértebra
complexo de sinais neurológicos
Ossificação incompleta ou união
causados pela compressão das raízes
incompleta dos centros de ossificação.
nervosas da espinha lombossacra.
Mais comum na região torácica. Podem
Sinais Clínicos – Dor intensa na área e causar desvios da coluna vertebral e
dificuldades de movimento. Também é pode haver sintomatologia neurológica se
possível que apareça uma hérnia de disco houver instabilidade no local. Aspecto de
secundária ao processo degenerativo, o cunha ou borboleta. Acomete raças
que piora muito o estado do animal. como bulldog inglês, pug, boston terrier.
Claudicação e incontinência urinária.

Sinais Radiográficos – Associados com a Vértebras de Transição


causa de compressão da cauda equina que
Referência cirúrgica. Geralmente essa
podem ser por fraturas, luxações,
afecção não possui significado clínico.
neoplasias, infecções, Hansen Tipo II,
entre outros. • C7 com uma ou duas costelas
• T1 com ausência de costelas
• T13 com ausência de costelas
DOENÇAS CONGÊNITAS (lombarização)
• L7 com aspecto de vértebra sacra
Espinha Bífida (sacralização)
• S1 com aspecto de vértebra lombar
Defeito no desenvolvimento embrionário.
(lombarização)
Fusão incompleta dos arcos vertebrais,
ausência ou hipoplasia dos processos Sub-Luxação Atlanto-Axial
espinhosos. Mais comum na região
Pode ser congênita ou adquirida
lombo sacra, sendo as raças mais
(traumas). Hipo ou aplasia, ou agenesia
acometidas o Bulldog Inglês, Pastor
do processo odontóide (acomete mais
Alemão, Samoieda, Chihuahua,
raças como poodle miniatura, yorkshire e
Dálmata, Colli e Manx Cat.

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chihuahua). Falha na Doenças Neoplásicas – Pouco frequente.


fusão do processo Processo lítico, proliferativo ou misto.
odontóide, fratura do Difícil de serem distinguidos de
mesmo e ruptura de espondilite ou discoespondilite. Tumores
ligamentos entre C1-C2. primários podendo ser benignons
(osteoma e osteocondroma) ou malignos
Sinais Clínicos – Pode resultar em
(osteossarcoma, condrossarcoma,
compressão da medula, sinais clínicos
fibrossarcoma, mieloma múltiplo).
são variáveis incluindo incoordenação,
Tumores metastáticos
falta de equilíbrio, dor e quadriplegia.
(hemangiossarcoma, linfossarcoma,
Sinais Radiográficos – Observa-se desvio melanoma, carcinoma e
dorsal de C2 em direção a medula adenocarcinoma).
(compressão), aumento da distância
Síndrome de Wobbler – Define-se como
entre o arco do atlas e a espinha dorsal
uma pequena compressão no canal
do axis, ausência total ou parcial do
medular que pode ser causada por uma
processo odontóide do axis.
combinação de uma hérnia de disco ou
Espondilite um pequeno estreitamento do canal
espinhal secundário a alterações ósseas
Processo inflamatório e/ou infeccioso do
que incidem sobre a medula espinhal.
corpo vertebral. Pode ser infecção
Raças predispostas de grande porte,
bacteriana ou fúngica.
como dobermann, dogue alemão.
Aspectos Radiográficos – Proliferação Sintomas de ataxia leve, tetraplegia.
periostal, osteólise, processo misto.
Discoespondilite
Infecção do disco e osteomielite das
vértebras contíguas. Causas
hematógenas, corpos estranhos ou
complicações pós-cirúrgicas. Pode
envolver bactérias como Staphylococcus Doenças Metabólicas –
sp e Brucella canis. Mais comum nas Hiperparatireoidismo Nutricional
regiões torácica e lombar. Secundário, Hipervitaminose Felina A.

Aspectos Radiográficos – Se ALTERAÇÕES NO SISTEMA ÓSSEO


divide em fase aguda (lise
irregular das bordas das Metabólicas – Surgem em decorrência de
vértebras, alargamento do anormalidades nos processos metabólicos
do corpo, onde o conteúdo de cálcio do
espaço intervertebral) e fase
tecido ósseo deve estar reduzido a cerca de
crônica (esclerose dos bordos
50% para que os achados radiológicos se
vertebrais, destruição do disco, tornem evidentes. Exemplos: Osteoporose,
osteófitos, fusão de corpos vertebrais. síndrome da cara inchada (HNS, organismo
Pode haver hérnia de disco). retira cálcio dos ossos faciais que são
substutídos por fibrose)

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Neoplasias – Osteossarcoma, osteopenia, sun


burst, mielosarcoma, mieloma e
condrosarcoma. Possui maior ocorrência em
pastor alemão e rotweiller. Diagnóstico por
biópsia e histopatológico, utilizando amostra
de fragmento de tecido ósseo. Etiologia
desconhecida.

RADIOLOGIA DA CAVIDADE ABDOMINAL

Pouco utilizado hoje em dia. Técnica de


Inflamatórias – raio-x simples ou contrastado. Seria mais
Desencadeadas quando útil na técnica com contraste, porém
bactérias invadem o acaba sendo mais caro o que acarretou
tecido ósseo, através de em seu desuso conforme o tempo.
infecções dos tecidos
adjacentes. Traumatismo
O Que Consigo Ver? – Gás, fezes no cólon
com a exposição do tecido (que já estão endurecidas), materiais
ósseo ao meio externo, radiopacos (corpos estranhos
complicações cirúrgicas e radiopacos,), cálculos de estruvita,
origem hematógena fosfatos e oxalatos, calcificações e
silhueta dos órgãos.
Anomalias do Desenvolvimento –
Relacionadas a problemas ocorridos durante
o crescimento e desenvolvimento ósseo. RADIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO
DOD’s, doenças ortopédicas do Urografia excretora. Uretrocistografia via
desenvolvimento (desvios). Os desvios mais
retrógrada, pneumoretocistografia via
comuns são carpo varus e valgus.
retrógada e duplo contraste. Melhor
visualização pelo método contrastado,
foi caindo em desuso pelo mesmo
motivo. Em casos de ruptura de bexiga, a
melhor técnica é a radiografia.
!! Não recomendado a pacientes renais – o que é a
maior parte dos casos, dificultando também a
realização da técnica.

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RADIOLOGIA DO FÍGADO E BAÇO


Raio-x Simples – Apenas visibiliza-se a
silhueta renal e vesical, cálculos Quando normais, observamos apenas a
radiopacos. silhueta, aumentos, calcificações e
cálculos biliares.
Raio-x Contrastado – Vias excretoras,
diâmetro, obstrução, ruptura e ectopia. SISTEMA DIGESTÓRIO
Capacidade de excreção do contraste, No exame simples, temos pouca
extravasamento de contraste, cálculos informação. No contrastado com sulfato
radiolucentes. Divertículos e persistência de bário, conseguimos ver esofagograma
do úraco na bexiga. (via oral), trânsito-gastro-intestinal (via
!! Rupturas de rim, bexiga, ureter e uretra com oral) e enema de bário (cólon vazio via
administração de contraste, e cálculos radiopacos retrógrada).
em uretra de cão macho, recomenda-se o raio-x.
Esôfago – Lembrando que embora o
esôfago faça parte do tubo digestivo, sua
RADIOLOGIA DOS SISTEMAS GENITAIS
maior parte está localizada na cavidade
Quando normais, as estruturas do torácica. Algumas anormalidades podem
sistema genital não são visualizadas ou ser detectadas em radiografias simples,
são pobremente visualizadas nas mas a administração do contraste é
radiografias simples. necessária para o estudo detalhado.
Na gestação e infecção uterina, ocorre Principais Alterações Esofágicas –
aumento de volume de densidade e água Megaesôfago (congênito ou adquirido),
homogênea. Piometra, hemometra e dilatação segmentar (anomalias do anel
mucometra. Início da gestação visualiza- vascular), corpos estranhos, perfuração e
se os fetos somente quando inicia-se a divertículo (congênito ou adquirido).
calcificação, cadela entre 42-45 dias, gata Estenose, intussuscepção gastroesofágica,
35-39 dias. Recomendado o uso de massas neoplásicas, inflamatórias ou
ultrassom nesses casos. granulomas parasitários.
Útero – Morte fetal, feto enfisematoso Esofagograma Normal – No cão, arranjo
(com presença de gás), macerado e linear das pregas da mucosa. No gato,
mumificado. Presença de gás, aspecto semelhante a uma espinha de
recomendado no raio-x e US. peixe criada pela orientação oblíqua da
musculatura lisa.
RADIOLOGIA DAS GLÂNDULAS ADRENAIS,
LINFONODOS, PÂNCREAS

Quando normais, as estruturas não são


visualizadas em método simples.

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Estômago – Corpos estranhos, Alterações – Retenção fecal, fecalomas,


radiopacos e radiolucentes. Dilatação e megacólon, deslocamentos, CE,
torção gástrica, gastrite, úlceras e intussuscepção, colites e neoplasias.
neoplasias. Endoscopia melhor opção.
!! Na torção gástrica, recomenda-se o raio-x.

Dilatação e Torção Gástrica – Dilatação


do estômago por conteúdo gasoso,
líquido ou sólido. Doença aguda, mais
frequente em cães de grande porte.
Obstrução Intestinal – Causada por corpo
estranho, intussuscepção, hérnia,
aderência e estenoses cicatriciais,
neoplasias e alterações na válvula íleo-
cólica. Como aspectos radiográficos,
observamos dilatação de segmentos de
alças intestinais por conteúdo líquido ou
gasoso cranial ao ponto de obstrução,
distribuição anormal das alças intestinais,
visualização do corpo estranho
radiopaco, falha de preenchimento, alças
intestinais com aspecto pregueado
(corpo estranho linear) e retardo ou não
evolução da coluna de contraste.

PATOLOGIAS COMUNS EM SISTEMA


LOCOMOTOR EM GRANDES ANIMAIS

Fraturas dos Ossos do Carpo – Causado por


trauma e esforço repetitivo por exercícios e
treinos, pelas forças compressivas e
Enterites – Sinais inespecíficos pelo rotacionais durante a hiperextensão do
exame radiográfico. Quantidades carpo. Localizam-se na margem dos ossos do
anormais de gás distribuídas pelas carpo (canto e lasca) e corpo ósseo (bloco).
alças intestinais sem dilatação. Fraturas do III Metacarpo e Metatarso –
Diminuição do tempo de evolução da Ocorrem muitos tipos de fraturas nessa
coluna de contraste. Irregularidades região, salter-harris e diafisárias.
na mucosa e espessamento das
paredes das alças intestinais.

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Fraturas de Salter-Harris – Fraturas fisárias,


do disco epifisário (placa de crescimento
ósseo), portanto, são encontradas apenas
em filhotes e acontecem após um trauma.

Fratura Apical – Tipo mais comum. Resulta de


distensões do ligamento suspensório. Pode
haver injúria do ligamento.

!! Fraturas recentes possuem fragmentos


pontiagudos sem calo ósseo. Já as fraturas antigas
possuem fragmentos arredondados com calo
ósseo, maior radiopacidade.
Fratura Média – Pouco comum, acomete
mais cavalos de corrida. Fraturas dos Sesamóides Proximais das
Articulações Metacarpofalangeana e
Metatarsofalangeanas – Comum em cavalos
de corrida, salto e pólo. Classificadas
conforme a região fraturada do sesamóide.
Apical (terço proximal), média (terço médio)
e basilar (terço distal).

Fraturas Diafisárias –
Traumática, por stress
Fratura Basilar – Ocorre mais nos membros
(incompleta) e por
torácicos, em cavalos de corrida e em fratura
avulsão. Localiza-se mais
por avulsão, ligamentos sesamóideos.
comumente no terço
médio (forame nutrício).

Ossificação da Cartilagem Acessória – ALAR,


achado comum podendo ser secundário a
traumas. Podem fraturar quando ossificadas,
com um significado clínico.
Fraturas do Metacarpo e Metatarso
Acessório – Splint Bones. Traumáticas ou Cistos Ósseos Subcondrais – Acomete
secundárias a injúrias dos sesamóides e do mais equinos árabes e quarto-de-milha.
ligamento suspensório (desmite). Falha na ossificação encondral,
Configuração diversa. secundário a OCD. Achado radiográfico.

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RADIOLOGIA DA CAVIDADE TORÁCICA


traqueia, esôfago, linfonodos, timo e
vasos que saem do coração e nervos.
É possível avaliar neste tipo de radiografia Dividido em cranial, médio e caudal.
os seguintes itens: Diafragma – Lâmina de músculo
• Pleuras tendinoso que separa as cavidades
• Mediastino torácicas e abdominal. Aspectos variam
• Diafragma de acordo com o posicionamento, fase
• Coração do ciclo respiratório, e outros. Ocorre
• Traquéia
alterações por hérnias diafragmáticas
• Vasos
• Pulmões
(congênitas) ou ruptura diafragmática
• Esôfago adquirida (traumáticas).

Pleuras – Visceral (recobre os pulmões) e Análise Radiográfica da Silhueta Cardíaca


parietal (reveste a cavidade torácica). – Empírico (experiência do profissional),
Dão origem a cavidade do espaço pleural, comparativo (radiografias prévias) e
quando normais não devem ser mensuração (dimensões cardíacas,
visualizadas em radiografias simples. proporções cárdio-torácicas e tamanho
do coração em “vértebras torácicas”).
Efusão Pleural – Líquido livre em espaço !! Exame Radiográfico Simples permite a avaliação
pleural entre pleuras. Causado por da sombra cardíaca. Os limites externos e internos
hidrotórax (ICC), neoplasias, ruptura das câmaras não são diretamente visualizados.
diafragmática, torção de lobo pulmonar. Aumentos cardíacos baseados na
Pode ser piotórax (corpo estranho mudança do tamanho, forma, densidade,
perfurante, infecção via endógena), posicionamento do coração ou
hemotórax (trauma ou neoplasia) e deslocamento de estruturas adjacentes.
quilotórax (doença cardíaca em felinos,
pós traumática, exsudato – PIF). VHS – Vertebral Heart Size é um método
de mensuração da silhueta cardíaca, a
Pneumotórax – Ar livre dentro da partir de radiografias torácicas, criando
cavidade pleural. Traumático, iatrogênico uma padronização de medida
ou espontâneo. O modo traumático pode independentemente do tamanho do
ser aberto (traumas penetrantes e corpo e conformação torácica. Foi
comunicação externa) ou fechado elaborado por Buchanan e Bucheler (1995)
(trauma confuso com acúmulo de ar e é amplamente utilizado para identificar
ocorrendo devido ao extravasamento do aumento da silhueta cardíaca e
parênquima pulmonar, da árvore acompanhamento da progressão da
brônquica,) traquéia ou do esôfago cardiomegalia. A partir da mensuração de
lesionados, por fim o espontâneo, eixos cardíacos, os mesmos são
complicações de pneumonias, abscessos comparados ao número de vertebras
pulmonares e neoplasias. torácicas, e o valor obtido é somado,
Mediastino – Espaço entre as duas estabelecendo o VHS.
cavidades pleurais. Contém coração,

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• Fibrose
O valor varia entre 8,5 a 10,5. Valores >10,5 • Tumor
• Alergia
indicam aumento da silhueta cardíaca!
• Granuloma
Existem estudos que apontam valores
• Pneumonia
específicos de VHS para determinadas • Hemorragia
raças. • Edema Intersticial (no início do processo
de edema)

• Diferenças Raças – VHS < 10,5v, limite


• Schnauzer, Tórax Curto – VHS ~ 11v
• Dachshund Tórax Longo – VHS ~9,5v
• Gatos: VHS 7,5 v (+ ou – 0,3)

Doenças Cardíacas – Congênitas e


adquiridas (ecodopplercardiograma).

PULMÕES

Padrão Alveolar – Alveólos cheios de


fluído, debris celulares, infiltrações
neoplásicas ou quando estão colapsados.
Ex: Edema, pneumonia, hemorragia e
tumor. Em condições normais, os
espaços aéreos apresentam-se
Padrão Intersticial – Acúmulo de fluído ou
preenchidos por ar, determinando a
material celular no espaço intersticial,
imagem radiolucente dos pulmões.
estruturado (presença de estruturas,
nódulos) e não estruturado. O !! Na efusão pleural, o pulmão não consegue se
parênquima pulmonar é muito fino, expandir, mas realiza troca gasosa. Na difusão
alveolar, não realiza a difusão e troca gasosa.
predominado na radiografia a imagem
radiolucente do ar contido nos espaços
aéreos. Quando alguma afecção faz com
que o parênquima se torne espesso ou
edemaciado, ou ainda, com formações
nodulares, ele passa a ser evidente.

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• Congestão passiva, falência do coração


esquerdo
• Dilatação vascular, dirofilariose
• Oclusão vascular, trombose e
dirofilariose

Padrão Brônquico – Assim como o


parênquima pulmonar, não se distinguem
na imagem radiográfica. Quando ocorrer
espessamento da parede bronquial, esta !! Vasos pulmonares são responsáveis pela maioria das
se tornará evidente. O envelhecimento e estruturas radiograficamente visíveis no pulmão.

as alterações inflamatórias causam


espessamento das paredes bronquiais. Padrão Misto – Identificação de
características de mais de um quadro
• Animais muito velhos
pulmonar.
• Bronquite crônica
• Doença alérgica das vias aéreas
• Infecção bacteriana e parasitária
• Irritação crônica

!! Há várias consequências relacionadas à doença


bronquial crônica com manifestações radiográficas
como a bronquiectasia e a mineralização bronquial.

Padrão Vascular – Hipervascularização ou


hipovascularização. Comprometimento
dos vasos pulmonares com alteração de
tamanho, contorno e forma.
• Hiperperfusão, congestão ativa
• Hipoperfusão, choque, desidratação e
hipovolemia

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LESÕES DENTRO DOS CASCOS E LAMINITES


• Fratura em Navicular – É pouco comum,
O peso de cada espécie varia, além do associada a doença degenerativa.
esforço conforme a anatomia e atividades
exercidas pelo animal.

• Fratura Não Articular do Processo Palmar


• Fratura Articular do Processo Palmar

Síndrome da Dor Palmar – Antiga doença do


navicular. Aparecimento de trabéculas com a
silhueta de um “pirulito”, por falta de cálcio.

Doença Articular Inflamatória (Artrite) –


Ainda não é artrose, mas pode evoluir para
uma. Já é diagnosticável radiograficamente,
sendo a inflamação da articulação. Processo
inflamatório localizado nos elementos que
!! Diferença entre as duas, é se a fratura está constituem uma articulação.
chegando perto da articulação ou não. Na dúvida,
tire a ferradura e radiografe outro membro. Doença Articular Degenerativa (Artrose) –
Degeneração localizado em elementos que
• Fratura do Processo Extensor constituem uma articulação. Se perdeu o
movimento ou apresenta dificuldade em
movimento, além de anquilose, já está no
processo degenerativo.

Anquilose – Diminui a movimentação,


estabilização. Dependendo da articulação,
pode ser benefíco para a dor do local.

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• Inflamação da cartilagem Hemiplegia Laringeana – Diagnosticada


• Desgaste de superfície articular somente por endoscopia. Síndrome do
• Ossos “friccionam” entre si cavalo roncador. Sinais clínicos de baixa
• Dor, inchaço e anquilose
performance, intolerância ao exercício com
• Perda de configuração de cartilagem
dispnéia inspiratória, ruído respiratório
• “Esporões nas bordas”
anormal caracterizado em chiado ou ronco.
• Fragmentos de cartilagens intrarticulares
• Áreas de lise e arredondamento

Nem tudo é o que parece ser! Verificar


sempre a importância da realização de mais
de uma projeção radiográfica por serem
estruturas tridimensionais

ENDOSCOPIA

Inspeção visual, através de equipamento


próprio, de cavidade ou órgão cavitário do
organismo. Permite também biópsia e
intervenção cirúrgica na cavidade ou órgão
sob exame. Cirurgia minimamente invasiva.

Por Que Usar? É a técnica de imagem que


mais complementa outros métodos. Hoje em
dia, qualquer veterinário especialista
conhece quando há necessidade de uma
exploração endoscópica ou de se
encaminhar a um centro especializado.

Desvantagens – Alto custo, áreas não


exploráveis, falta de especialistas.

Nomenclaturas Próprias – Cada região


abordada dá o nome ao exame. Ex:
colonoscopia, rinoscopia, broncoscopia,
cistoscopia, laparoscopia, vaginoscopia
toracoscopia, endoscopia digestiva alta, etc

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