Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NEONATAL
Paulo R. Margotto
ÍNDICE
Capítulo I
NEUROANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA
CAPÍTULO II
HEMORRAGIAS INTRACRANIANAS
CAPÍTULO III
LEUCOMALÁCIA PERIVENTRICULAR/SINDROME HIPÓXICO-
ISQUÊMICA
CAPÍTULO IV
PRINCIPAIS MALFORMAÇÕES CEREBRAIS
CAPÍTULO V
HIDROCEFALIA FETAL E NEONATAL
CAPÍTULO VI
CISTOS INTRACRANIANOS
CAPÍTULO VII
INFECÇÕES / MACROCRANIA
CAPITULO VIII
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO
CAPÍTULO IX
ULTRASSONOGRAFIA DOPPLER
CAPITULO X
ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL VERSUS RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA
NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL
Paulo R. Margotto
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS)/SES/DF
Capítulo I
NEUROANATOMIA ULTRASSONOGRÁFICA
www.paulomargotto.com.br/pmargotto@gmail.com
O uso do ultrassom (US) craniano é parte da base do Practice Parameter for
Neuroimaging of the Newborn em 2002 que recomenda a realização do US em todos os
recém-nascidos (RN) abaixo de 30 semanas (incluímos também os RN abaixo de 32
semanas) com 7-14 dias e novamente com 36-40 semanas de idade pós-concepção. A
identificação de marcadores de lesão, principalmente as lesões da substância branca,
como ventriculomegalia, hiperecogenicidade e ecoluscência tem sido usada como
preditores de deficiente desenvolvimento. As crianças com estes marcadores deverão
ser submetidas a intervenções para melhorar o neurodesenvolvimento.
O objetivo deste estudo é possibilitar ao neonatologista realizar o US craniano a
beira do leito nos RN de risco no intúito de identificar as principais lesões cerebrais para
o início precoce da intervenção. Para isto é fundamental a compreensão da
fisiopatologia das lesões cerebrais para dar a Equipe e os aos pais uma explicação
embasada sobre as perspectivas futuras sobre a importância da intervenção precoce. O
maior respeito ao paciente é abordá-lo com conhecimento. Cuidamos de pacientes com
um potencial de vida cada vez maior e o que esperamos sempre, é que este cuidado
resulte em vidas com qualidade.
1 - PRINCÍPIOS
1.2. Reflexão-refração
O ultrassom se transmite mais rápido nos elementos sólidos do que nos líquidos.
Assim, o osso tem maior velocidade de transmissão do ultrassom e, portanto, tem maior
impedância acústica e produz maior reflexão do ultrassom.
Sistema pulso-eco
2 - SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO
2.1. Modo A
2.2. Modo B
2.3. Modo M
É o mais usado na ecocardiografia (se analisam os movimentos em função do
tempo). Na verdade é uma variedade da imagem B, a qual se imprime movimento.
3.1. Transdutores
Os transdutores adequados são aqueles com configuração que permita o seu uso
em incubadoras e berços; para facilitar o seu contato na extremidade, a cabeça deve ser
pequena, curta e convexa. Os transdutores setoriais são os mais adequados. A
qualidade da imagem correlaciona-se com a freqüência utilizada. As freqüências mais
utilizadas são de 5MHz e de 7,5MHz (quanto maior a frequência, maior será a
resolução das estruturas proximais, como a superfície cortical cerebral, os espaços
extracerebrais e o seio sagital superior). Os transdutores de baixa freqüência (3,5MHz,
2,5MHz e 2MHz) possibilitam melhor penetração nas fontanelas em fechamento ou
mesmo nas que estão fechadas. Temos usado transdutor setorial com freqüência de
5Mhz.
FONTANELA ANTERIOR
3.2.1. CORONAIS: transdutor na fontanela anterior; mover para frente e para trás
(figura 1.2)
-Plano Coronal A (figura 1. 3): este é o plano mais anterior; o transdutor é angulado
em direção aos tetos das órbitas. Observamos os lobos frontais (baixa ecogenicidade),
foice e fissura inter-hemisférica (linha vertical altamente ecogênica), centro semi-oval
(duas áreas de alta ecogenicidade) e estruturas ósseas, na porção basal, que representam
o teto da órbita e a lâmina crivosa do etmóide (Figuras1. 4.1.5 e 1.6)
-Plano Coronal C (figura 1.11): atrás do nível dos foramens de Monro. Neste
plano são identificados três pontos ecogênicos com o formato da letra T (Figura 1.12).
Estes pontos representam os plexos coróides no assoalho dos ventrículos laterais (os
dois pontos superiores) e o teto do terceiro ventrículo (ponto inferior). Os corpos dos
ventrículos laterais a este nível podem ser vistos como espaços arqueados separados
em parte pelo cavum do septo pelúcido. O corpo caloso (forma o teto do ventrículo
lateral) aparece delimitado por duas linhas paralelas finas e ecogênicas. A cabeça do
núcleo caudado se aninha na concavidade ventricular lateral. Logo abaixo e lateral ao
núcleo caudado, ficam o putamen e os globos pálidos e medialmente, o tálamo. O sulco
lateral do cérebro separa o lobo frontal do temporal. Observem ainda que as fissuras de
Sylvius são representadas pelas imagens de maior ecogenicidade em aspecto de Y,
posicionadas lateralmente (são referências importantes para a simetria do “corte”).
Inferior a elas, se encontram estruturas semicirculares altamente ecogênicas que são as
fissuras coroidais. Em continuidade, observamos estrutura altamente ecogênica que se
estende para baixo e para fora até a região da fossa posterior, que é o tentório do
cérebro (figuras 1.12, 1.13).
Fig. 1.14. Peça correspondente ao plano coronal C. 1-corpo caloso; 2: corno anterior
do ventrículo lateral; 3: fissura coroidal; 4: corpo do núcleo caudado;5: tálamo; 6:
pedúnculos cerebrais; 7: margens do tentório;8: 3º Ventrículo (Shuman)
-Plano Coronal D (figura 1.15): na região da cisterna quadrigêmea, imediatamente
atrás dos foramens de Monro. A este nível, juntos, o cerebelo, o tentório e a cisterna
quadrigêmea forma uma estrutura ecogênica em forma de árvore. Este complexo, no
interior desta configuração, adquire forma estelar, sendo que o plexo coróide
hiperecóico do 3º ventrículo é o principal responsável pela parte superior da estrela. Os
prolongamentos hiperecóicos provenientes da região da cisterna quadrigêmea
representam as fissuras coroideas e ao lado destas estruturas, observamos os cornos
temporais dos ventrículos. Inferiormente a cisterna quadrigêmea, temos uma estrutura
ecogênica em forma de triângulo que consiste no tentório, lateralmente e no centro, o
vermis cerebelar (Fig. 1.16,1.17 e 1.18).
-Plano Coronal E (figura 1.19): Corte Coronal semi-axial (pela região do trígono
do ventrículo lateral|)
Neste corte vemos as porções atriais dos ventrículos que divergem lateralmente.
No interior dos ventrículos vemos as partes mais proeminentes do plexo coróide vistas
como estruturas ovóides altamente ecogênicas (figuras 1.20 e 1.21).
-Linha Média (figura 1.23): rodar o transdutor no centro da fontanela anterior, 90º
em relação ao plano coronal.
Fig. 1.25. Peças correspondentes ao plano sagital linha média. 1: artéria pericalosa;
2:cavum do septo pelúcido e Vergae; 3: artéria calosal marginal; 4: 3º ventrículo; 5:
mesencéfalo; 6: ponte; 7: medula; 8: aqueduto cerebral; 9: vermis do cerebelo
(Shuman, Margotto)
Fig.1.27. Plano Sagital pelo corpo do ventrículo lateral com a correspondente peça
anatômica (c; corpo caloso; t: tálamo; cabeça de setas: cissura caudotalâmica (
T: tálamo; c: núcleo caudado; setas: cissura caudotalâmica (Kirks, Margotto/Castro)
Fig.1. 28. Plano sagital pelo corpo do ventrículo lateral. 1 :Núcleo caudado; 2: cisura
caudotalâmico; 3: tálamo; 4; ventrículo lateral com o plexo coróide com a
correspondente peça anatômica (Margotto/Castro/Shuman)
Fig. 1.29. Plano sagital pelo corpo do ventrículo lateral com a correspondente peçana
atômica. 1:tálamo; 2:átrio do ventrículo lateral (VL); 3: corno occipital do VL;4:
corno temporal do VL (Margotto/Castro/Shuman)
-Pela fissura de Sylvius (figura 1.30). A fissura de Sylvius serve como uma
referência; adquire uma configuração horizontal, em forma de V (em tempo real
podemos ver a pulsação da artéria cerebral média). Já nos RN a termos, vemos
projeções digitiformes no interior da fissura de Sylvius (no tempo real, podemos ver a
pulsação dos ramos operculares da artéria cerebral média) (figura 1.31). Em RN pré-
termo a fissura de Sylvius não é bem formada e nestes RN o complexo ecogênico que
aparece em formato de “bandeira” representa a superfície exposta da ínsula (figura
1.32).
FONTANELA POSTERIOR
Fig.1.35. Localização das fontanelas anterior (FA), posterior (FP) e mastóidea (FM)
(Correa et al, 2004).
3.2.5. Plano coronal em direção ao forame magno
(figura 1,3.6)
Margotto PR Abrão N et al
Margotto PR Abrão N et al
Limperopoulos C et al
Abrão N et al
Fig. 1.3.9. Ultrassonografia cerebral através da fontanela mastóidea, evidenciando
hemorragia cerebelar bilateral e no vermix. (Abrão et al, Limperopoulos et al)
3.3. Tamanho ventricular
REFERÊNCIAS
Abrão, N, Junior EA, Cerri GG. Ultrassonografia intracraniana-Anatomia
ultrassonográfica-Afecções hemorrágicas e Hipóxico-Isquêmicas, Sarvier, São Paulo,
1998
Babcock DS, Han BK, Le Quesne GW. B-mode gray scale ultrasound of the head in the
newborn and young infant. AJR 1980;134:457-468
Grant EG, Schellinger D, Borts F et al. Real-time sonography of the neonatal and infant
head. AJR 1981;136:265-270
Grant EG, Tessler F, Perrella R. Infant cranial sonography. Radiologic Clinics of North
America 1988 ;26 (Supl):1089-1190
Hayden CK, Swischuk LE. Ultrassonografia Pediátrica, Revinter, Rio de Janeiro, 1990,
p.1-78
Johnson ML, Mack LA, Rumack CM et al. B-mode echoencephalography in the normal
and high risk infant. AJR 1979;133:375-381
Perry RNW, Bowman ED, Murton LJ et al. Ventricular size in newborn infants, J
Ultrasound Med 1985;4:475-477
Pigadas A, Thompson JR, Grube GL. Normal infant brain anatomy: correlated real-time
sonograms and brain specimens. AJR 1981;137:815-820
Richardson JD, Grant EG. In. Grant E. Neurosonography of the pre-term neonate,
Springe-Verlag, New York, 1986, p.1-24
Shuman WP, Rogers JV, Mack LA, Jr. Alvord EC, Christie DR. Real-time sonographic
sector scanning of the neonatal cranium: technique and normal anatomy. AJR
1981;137:821-828
Slovis TL, Kuhns L. Real-time sonography of the brain through the anterior fontanelle.
AJR 1981:136:272-286
Di Salvo DN. A new view of the neonatal brain: clinical utility of supplemental
neurologic US imaging windows. Radiographics 2001;21:943-955
Limperopoulos C, Benson CB, , Bassan H et al. Risk factors cerebellar hemorrhage in the
preterm infant: ultrasonographic findings and risk factors. 2005;116;717-724 Pediatrics
2005;116:717-724
Gauzzi LDV, Tavares EC, Xavier CC, Correa FF. O uso da fontanela posterior no diagnóstico
ultrassonográfico das hemorragias periintraventriculares. J Pediatr (Rio J) 2008:84:503-508
Steggerda SJ, Leijser LM, Wiggers-de Bruïne FT, et al. Cerebellar injury in preterm Infants:
incidence and findings on US and MR Images. Radiology 2009; 252:190-199
NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL
CAPÍTULO II
HEMORRAGIAS INTRACRANIANAS
Paulo R. Margotto
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da
Saúde/ESCS/SES/DF
www.paulomargotto.com.br /pmargotto@gmail.com
A despeito dos avanços nos cuidados perinatais nas últimas décadas, o recém-nascido
(RN) pré-termo continua de alto risco para o desenvolvimento de hemorragia intraventricular
(HIV) e lesão da substancia branca adjacente. Ambas as condições constituem o maior problema
no cuidado neonatal moderno e contribuem significativamente para a morbimortalidade nestes
RN, assim como déficits neurocomportamentais a longo prazo.
A HIV é estudada há mais de 25 anos. A sua incidência está relacionada à
prematuridade, ao aumento da sobrevivência nos RN com peso ao nascer abaixo de 1000g e,
sobretudo às práticas neonatais e a gerência dos serviços obstétricos e neonatais. Em 1978,
Papile et al relataram uma incidência de 35 - 45 % (1 ⁄ 3 a 1 ⁄ 2 das autópsias) nos RN com peso
ao nascer abaixo de 1500g. Atualmente, as formas mais severas de HIV ocorrem nos RN abaixo
de 1000g: aproximadamente 26% nos RN entre 501 e 759g e 12% nos RN com peso ao nascer
entre 751 e 1000g. A importância desta informação se deve por duas razões: a sobrevivência dos
RN nestas faixas de peso aumenta cada vez mais e tanto a mortalidade como os déficits
neurocomportamentais ocorrem com maior probabilidade nos RN com severa HIV. Nos RN <32
semanas, Inder et al relataram uma incidência entre15-25% e Brower et al, 5,6%
Na Unidade de Neonatologia do HRAS, no ano de 2008, a HIV ocorreu em 11.6%
nos RN entre 26 e 34 semanas de idade gestacional Em 1989, a incidência descrita por Volpe em
bebês com peso abaixo de 2000g foi de 29 %.
NEUROPATOLOGIA
A MG é irrigada por um rico e frágil leito vascular (existe uma pletora sangüínea à MG
entre as idades gestacionais 24 e 32 semanas). O leito capilar da MG é facilmente rompível,
imaturo com vasos cuja morfologia é composta de apenas uma camada endotelial sem tecido
muscular elástico ou colágeno.
Associado a estas características da MG existe uma flutuação do fluxo sangüíneo
cerebral conseqüente a uma deficiência de autoregulação, na qual a hipercapnia, a acidose láctica,
a asfixia perinatal grave e as prostaglandinas desempenham papel importante (figura 2.2)
Fig. 2.10. US nos planos sagitais laterais evidenciando em (A) normal e em (B)
hemorragia no plexo coróide (seta) (Margotto/Castro)
Hemorragia Grau III: é uma hemorragia mais extensa, ocupando mais de 50% do
ventrículo lateral no plano sagital, com dilatação ventricular, moldando o ventrículo;
por volta do 7º - 10º dia, este molde torna-se isodenso, podendo ser visível no US até 3
semanas; torna-se progressivamente menos ecogênico no centro, desaparecendo
totalmente, no entanto, as paredes dos ventrículos permanecem muito ecogênicas,
devido provavelmente a uma ependimite (o sangue pode induzir a uma proliferação glial
subependimal). Estes RN devem ser acompanhados para a avaliação do tamanho dos
ventrículos, para a detecção do hidrocéfalo pós-hemorrágico (vide adiante)(figura
2.11)
Burstein, 1977
Fig. 2.13. Em (A) US no plano coronal a nível da gânglia basal mostrando as veias
terminais (1) fluindo inferolateral para a matriz germinativa e se unindo medialmente
para formar a veia cerebral interna (2). Em (B), mesmo plano anterior, US
mostrando hemorragia subependimal esquerda (seta branca) com ausência de fluxo
na veia terminal do mesmo lado (a seta aponta fluxo normal da veia terminal no lado
contralateral); C: Mesmo plano anterior, US mostrando retorno do fluxo na veia
terminal esquerda (Dia, Taylor)
Fig.2.14. US em (A) no plano coronal e em (B) no plano sagital mostrando HIV Grau III (1)
à direita com IHP (2) e em (C e D), evolução do IHP para cisto porencefálico comunicando-
se com o ventrículo lateral (3) (Margotto)
Na figura 2.15, um exemplo de ultrassonografia, tomografia e ressonância
magnética em um RN com infarto hemorrágico periventricular. Trata-se de um RN com
idade gestacional de 28 semanas, 1140 de peso ao nascer, apresentou doença da
membrana hialina, recebeu 2 doses de surfactante pulmonar exógeno, ficou sob
ventilação mecânica por 8 dias, apresentou persistência do canal arterial e infecção; com
14 dias de vida apresentou choque séptico (S. haemoliticus), retornando a ventilação
mecânica por 3 dias. Com 19 dias, foi realizado por nós a ecogragia transfontanelar (A),
evidenciando hemorragia intraventricular grau III bilateral e extenso infarto
hemorrágico periventricular à direita em evolução (cisto porencefálico se comunicando
com o ventrículo). Em (B) a tomografia computadorizada de crânio revelando aumento
difuso dos ventrículos laterais, maior do esquerdo, aspecto compatível com hipoxia,
ficando a critério clínico a realização da ressonância magnética. Em (C) e (D)
ressonância magnética revelando grande hemorragia parenquimatosa a direita frontal,
hemorragia periventricular com componente intraventricular (achado igual ao do US
cerebral)
A evolução mais comum do IHP é para um único e largo cisto periventricular que
pode ou não se comunicar com o ventrículo. A outra evolução possível é a coexistência
do cisto grande com de múltiplos cistos e a terceira forma de evolução e menos comum,
(ocorreu em 9% dos casos no estudo de Bassan et al, 2006) é para múltiplos pequenos
cistos (esta forma é mais vista na zona final arterial de leucomalácia periventricular).
Uma alta proporção de pacientes apresentou na evolução ventriculomegalia, atribuída à
perda de tecido periventricular e deficiente dinâmica do LCR com o aumento da pressão
ventricular ou ambos. Murphy BP et (2002) al recentemente relataram ventriculomegalia
nos sobreviventes de IHP em mais de 70%.
No estudo de Bassan H et al (2006), a análise univariada de fatores de risco
revelou que o mais alto escore de IHP esteve associado com baixos níveis de
bicarbonato nos primeiros 2 dias de vida (p<0,02). A regressão logística múltipla de 3
preditores (hemorragia pulmonar, baixos níveis de bicarbonato e baixo Apgar no 5o
minuto) mostrou que a hemorragia pulmonar é um preditor independente para
maior severidade do IHP (P=0,014), enquanto o baixo Apgar no 5o minuto apresentou
uma significância limite (p=0,049) e o baixo bicarbonato não foi estatisticamente
significativo (p=0,11).
A associação significativa do IHP com a hemorragia pulmonar pode ser
explicada por distúrbios intrínsecos da coagulação e consumo de fatores da coagulação;
a hemorragia no cérebro e pulmões pode ocorrer durante a reperfusão de áreas
vulneráveis previamente afetadas pela isquemia.
-causas do sangramento
-propedêutica
REFERÊNCIAS
1-
1-Richardson JD, Grant EG. In. Grant E. Neurosonography of the pre-term neonate,
Springe-Verlag, New York, 1986, p.1-24
2-Hayden CK, Swischuk LE. Ultrassonografia Pediátrica, Revinter, Rio de Janeiro,
1990, p.1-78
3-Abrão, N, Junior EA, Cerri GG. Ultrassonografia intracraniana-Anatomia
ultrassonográfica-Afecções hemorrágicas e Hipóxico-Isquêmicas, Sarvier, São Paulo,
1998
6-Burstein J, Papile L, Bustein R. Subependimal germinay matrix and intraventricular
hemorrhage in premature infants: diagnosis by CT. Am J Roentgenol 1977; 128:971-
976
7-Steggerda SJ, Leijser LM, Wiggers-de Bruïne FT, van der Grond J, Walthe, FJ, van
Wezel-Meijle g. Cerebellar injury in preterm Infants: incidence and findings on US and
MR Images. Radiology 2009; 252:190-199
8-Boutemy R, Dan B, Christophe C et al. Hemorrhage in the cavum septi pellucid in a
full-term neonate. Pediatr Radiol1 997; 27: 144-146
9-Vade A, McKusick M, Michael A. Hemorrhage in cavum septi pellucidi.Pediatr
Radiol 1986; 16: 417-419
10- Limperopoulos C, Benson CB, , Bassan H et al. Risk factors cerebellar
hemorrhage in the preterm infant: ultrasonographic findings and risk factors.
2005;116;717-724 Pediatrics 2005;116:717-724
11-But W, Havil D, A Daneman A, Pape K. Hemorrhage and cyst development in the
cavum septi pellucidi and cavum Vergae Report of three cases. Pediatr Radiol 1985:
15:368-371
12-Taylor GA. New concepts in the pathogenesis of germinal matrix intraparenchymal
hemorrhage in premature infants. AJNR 1997; 18:231–232
13-Volpe JJ. Neurology of the Newborn. 3rd ed. Philadelphia, Pa: WB Saunders Co;
1995;403–466
14-Grant EG, Kerner M, Schellinger D et al. Evolution of porencephalic cysts from
intraparenchymal hemorrhage in neonates-sonographic evidence. AJR 1982;138:467-
470
15-O´Leary H, Gregas MC, Limperopoulos C et al. Elevated cerebral pressure passivity
is associated with prematurity-related intracranial hemorrhage. Pediatrics 2009;124:302-
309
16-Brouwer A, Groenendaal F, van Haastert IL, Rademaker K, Hanlo P, de Vries L.
Neurodevelopmental outcome of preterm infants with severe intraventricular
hemorrhage and therapy for post-hemorrhagic ventricular dilatation. J Pediatr.
2008;152:648–654
17-Schellinger D, Grant EG, Patronas NJ. Intraparenchymal hemorrhage in preterm
neonates-a broadening spectrum. AJR 1988;150:1109-1115
18-Mack LA, Wright K, Hirsch JH, et al. Intracranial hemorrhage in premature infants:
accuracy of sonographic evaluation. AJR 1981;137:247-250
19-Grant EG. Neurosonography: germinal matrix-related hemorrhage. In:Grant EG, ed.
Neurosonography of the pre-term infant. New York: Springer-Verlag, 1986:33-68
20-Babcock DS, Ball W. Postasphyxial encephalopathy in full-term infants-ultrasound
diagnosis. Radiology 1983;148:417-423
21-Bowie JD, Kirks DR, Rosemberg ER, Clair MR. Caudothalamic groove: value in
identification of germinal matrix hemorrhage by sonography in preterm neonates. AJR
1983; 141:1317-1320
22-Gaisie G, Roberts MS, Bouldin TW, Scatliff JH. The echogenic ependymal wall in
intraventricular hemorrhage: sonographic-pathologic correlation. Pediatr Radiol 1990;
20:297-300
23-Basson G, Benson CB, Limperopoulos C et al. Infarction in relation to risk factors
and outcome- ultrasonographic features and severity scoring of periventricular
hemorrhagic. Pediatrics 2006;117;2111-2118
24- Messerschmidt A, Brugger PC, Boltshauser E et al. Disruption of cerebellar
development: potential complication of extreme prematurity. Am J Neuroradiol 2005;
26:1659–1667
25-Barr LL. Neonatal cranial ultrasound. Radiol Clin North Am 1999;37:1127-1146
26-Yikilmaz A, Taylor GA. Cranial sonography in term and near-term infants. Pediatr
Radiol 2008; 38:605–616
27-Veyrac C, Couture A, Saguintaah M, Baud S. Brain ultrasonography in the
premature infant. Pediatr Radiol 2006; 36: 626–635
28-Steggerda SJ, Leijser LM, Walther FJ, van Wezel-Meijlerg. Neonatal cranial
ultrasonography: how to optimize its performance. Early Human Development 2009;85:
93–99
29-Fleicher AS, Hutchison AA, Bundy A et al. Serial sonography of posthemorrhagic
ventricular dilatation and porencephaly after Intracranial Hemorrhage in the preterm
neonate. AJR 1983;141:451-455
30-Kirks DR, Bowie JD. Cranial ultrasonography of neonatal
periventricular/intraventricular hemorrhage: who, how, why and when? Pediatr Radiol
1986; 16:114-119
31- O'Shea MT,, Kuban KC, Allred EN, l Paneth N et al. Neonatal cranial ultrasound
lesions and developmental delays at 2 years of age among extremely low gestational age
children. Pediatrics 2008;122:2662-e669
32.Cohen HL, Sanchez J. Neurosonography of the infant: the normal examination. In.
Timor-Tritsch HE, Monteagudo A, Cohen H. Ultrasonography of the prenatal and
neonatal brain,Appleton&Lange, Stamford, Connecticut, 1996, p.221-239
33. O´Shea TM. Prognóstico neurológico da ultrassonografia em prematuros extremos.
XX Congresso Brasileiro de Perinatologia, Rio de Janeiro, 21-24/11/2010. Disponível
em www.paulomargotto.com.br em Distúrbios Neurológicos
34.Margotto PR.Lesão neurológica isquêmica e hemorrágica do prematuro-patogenia,
fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Clinicas de Perinatologia 2003;2/3:425-446
35.Margotto PR. Hemorragia peri/intraventricular no recém-nascido prematuro. Boletim
Informativo Pediátrico (BIP), Brasília, 1982, No 27
36.Papile LA, Burstein J, Burstein R, Koffler H. Incidence and evolution of
subependymal and intraventricular hemorrhage: a study of infant with birth weights less
than 1500g J Pediatric 1978; 92: 529-34
37.Volpe JJ. Intraventricular hemorrhage and brain injury in the premature infant
neuropathology and pathogenesis. Clin Perinatol 1989;16: 361-86
38.Volpe JJ. Intraventricular hemorrhage and brain injury in the premature infant
diagnosis, prognosis and prevention. Clin Perinatol 1989; 16: 387-411
39. Couchard M, Lima GV, Swalkiewics-Warowicka E, Bethmann O. Prognóstico e
evolução das hemorragias intraventriculares de grau III bilateral (HIV-III-III). J Pediat
(Rio J) 1988;74:31-8
41.Taylor GA Recent Advances in neonatal cranial ultrasound and Doppler techniques.
Clin Perinatol 1997; 24: 677-91
42. Shum TR, Meyer GA, et al. Neonatal intraventricular hemorrhage due to an
intracranial arteriovenous malformation: a case report. Pediatrics 1979; 64:242-4
43.Heafner MD, Duncan CC, et al. Intraventricular hemorrhage in a term neonate
secondary to a third ventricular AVM. Case report. J Neurosurg 1985; 63:640-3
44.Baud O, Picard V, et al. Intracerebral hemorrhage associated with a novel
antithrombin gene mutation in a neonate. J Pediatr 2001;139:741-3
45.Klein L, Bhardwaj V, et al. Cerebral venous sinus thrombosis in a neonate with
homozygous prothrombin G20210A genotype. J Perinatol2004; 24:797-9
46.Wu YW, Miller SP, et al. Multiple risk factors in neonatal sinovenous thrombosis.
Neurology 2002; 59:438-40
47.Heck DV, Gailloud P, et al. Choroid plexus arteriovenous malformation presenting
with intraventricular hemorrhage. J Pediatr 2002; 141:710-1
48.Pooni PA, Singh D, et al. Intracranial hemorrhage in late hemorrhagic disease of the
newborn. Indian Pediatrics 2003; 40:243-8
49.Wu YW, Hamrick SEG, et al. Intraventricular hemorrhage in term neonates caused
by sinovenous thrombosis. Ann Neurol 2003; 54:123-26
50.Heineking B, Riebel T, et al Intraventricular hemorrhage in a full-term neonate
associated with sinus venous thrombosis and homozygosity for the plasminogen
activator inhibitor-1 4G/4G polymorphism. Pediatr Int 2003; 45:93-6
51.The Antiphospholipid Antibodies in Stroke Study. Clinical and laboratory findings
in patients with antiphospholipid antibodies and cerebral ischemia. Group. Stroke 1990;
21: 1268-73
52.deVerber G, Monagle P, et al. Prothrombotic disorders in infants and children with
cerebral thromboembolism. Arch Neurol 1998; 55: 1539-43
53.Grow JL, Fliman PJ, et al. Neonatal sinovenous thrombosis associated with
homozygous thermolabile methylenetetrahydrofolate reductase in both mother and
infant. J Perinatol 2002; 22:175-178
54. Guzzetta F, Shackelford GD, Volpe S, Perlman JM, Volpe JJ. Periventricular
intraparenchymal echodensities in the premature newborn: critical determinant of
neurologic outcome Pediatrics. 1986;78:995-1006.
55. Gould SJ, Howard S, Hope PL, Reynolds EO. Periventricular intraparenchymal
cerebral haemorrhage in preterm infants: the role of venous infarction
J Pathol. 1987;151:197-202.
56. Kuban K, Sanocka U et al. White matter disorders of prematurity: association with
intraventricular hemorrhage and ventriculomegaly. The Developmental Epidemiology
Network.. J Pediatr 1999; 134:539-49
57. Ecury-Goossen GM, Dudink J, Lequin M, Feijen-Roon M, Horsch S, Govaert P.
The clinical presentation of preterm cerebellar haemorrhage. Eur J Pediatr.
2010;169:1249-53
57. Murphy BP, Inder TE, Rooks V, et al. Posthaemorrhagic ventricular dilatation in the
premature infant: natural history and predictors of outcome. Arch Dis Child Fetal
Neonatal Ed. 2002;87 :F37 –F41
Fig.3.1: Corte coronal do cérebro de um RN que faleceu com oito semanas de idade,
onde observamos múltiplas áreas de necrose cística na substância branca
periventricular rodeadas por palidez difusa (setas), indicativa de perda difusa de
oligodendrócitos (Volpe)
Ultrassonografia
No plano coronal, as lesões agudas aparecem, bilateralmente, como
ecogenicidades adjacentes aos ângulos externos dos ventrículos laterais; ainda no corte
coronal, mais posteriormente, as lesões ecogênicas são melhor observadas por ser
possível visualizar a região peritrigonal. A figura 3.2 mostra uma ecografia cerebral de
um RN pré-termo com 10h (A) e com 25 dias de vida (B), onde se pode observar a
evolução da ecogenicidade periventricular para múltiplas ecoluscências (cistos) na
substância branca. Ao detectarmos hiperecogenicidade periventricular com dilatação
biventricular, acompanhar cada 7 dias para o diagnóstico da leucomalácia multicística
(figura 3.3). Na figura 3.4, a evidência anatômica destas lesões.
Fig. 3.2 US nos planos coronais voltado para a região peritrigonal de um RN pré-
termo para visualizar a leucomalácia multicística. Em (A), aos dez dias de vida, onde
observamos hiperecogenicidade periventricular (setas) já com dilatação biventricular
e em (B), aos 25 dias de vida, com múltiplos pequenos cistos na substância branca
periventricular (leucomalácia multicística, aspecto de queijo suíço) (setas) (Volpe)
Podemos também observar nas duas tabelas anteriores que a ecodensidade não é tão
preditora quanto à ecoluscência para MDI<70.
Leucomalácia periventricular cística do corpo caloso
Fig. 3.10. US em (A) no plano sagital na linha média mostrando áreas de aumento da
ecogenicidade no joelho do corpo caloso (seta curvada). Em (B) US no plano coronal e em
(C) US no plano sagital na linha média evidenciando LPV cística dentro do corpo caloso
(setas curvadas) Observem áreas de LPV na substância branca anterior (seta reta) e
produtos sanguíneos dentro do cavum do septo pelúcito (seta pequena. Em (D) plano
sagital na linha média com importante adelgaçamento do corpo caloso (setas curtas)
(Coley, Hogan)
5.2, SÍNDROME HIPÓXICO-ISQUÊMICA
Fig. 3.11. Lesão parassagital: (A): corte coronal do cérebro de um RN a termo com
asfixia que morreu no 3º dia de vida, onde se observam áreas de necrose nas regiões
parassagitais (cabeça de setas) (B): vista lateral da convexidade cerebral de uma
criança com 6 meses de vida que apresentou severa asfixia perinatal (observem a
atrofia cortical na distribuição parassagital) (Volpe)
2-necrose neuronal seletiva
-gânglia basal: muito vulnerável a hipoperfusão. Os núcleos mais
consistentemente e severamente envolvidos são o putamen, o globus pallidus e o
tálamo. A lesão neuronal a gânglia basal resulta em uma lesão característica, que é o
status marmoratus. A patogênese parece agora estar relacionada primariamente com a
morte neuronal glutamato-induzida.
Esta lesão afeta mais RN a termo (em RN prematuro ocorre em menos de 5%).
A hipermielinização, que é característico da lesão, confere o aspecto marmoráceo da
gânglia basal e daí vem o termo status marmoratus ou état marbré. Os núcleos mais
severamente envolvidos no status marmoratus são o putamen, particularmente a sua
porção dorsal, o globus pallidus e o tálamo (esta distribuição é diferente do padrão de
lesão da gânglia basal que ocorre no kernicterus, no qual predomina a lesão no globus
pallidus e núcleos subtalâmicos). Grandes alterações ocorrem no tálamo em 80-90%
dos casos, ocorrendo o envolvimento do córtex em aproximadamente 60% dos casos.
Observe a figura 3.12.
Fig. 3.12. Status marmoratus. Corte coronal do cérebro de duas crianças que
faleceram vários anos após o insulto perinatal. Em (A) observamos o aspecto
marmóreo e em (B) a mielina (em preto), particularmente no putamen (Volpe)
Fig.3.14 Corte coronal do cérebro do RN que sofreu severa asfixia perinatal falecido
com 80 horas de vida, onde vemos áreas bilaterais de necrose hemorrágica,
envolvendo o núcleo caudado, o putamen, o globus pallidus e o tálamo (setas)
(Volpe).
Fig. 3.22. Em (A) US com 7,5MHz no plano coronal mostrando uma área triangular
típica de ecogenicidade no hemisfério direito, indicando infarto do ramo principal direito
da artéria cerebral média (seta). Os gânglios basais e no tálamo direito aparecem também
ligeiramente ecogênico (seta), mas não o suficiente para ter a certeza de envolvimento no
infarto.
Segundo Cowan, em 68% dos seus casos de crianças com infarto cerebral, o US
detectou o infarto quando realizado no primeiro dia das convulsões e em 87%, quando feito
no 4º dia. O infarto ocorreu em 43 de 47 crianças no território da artéria cerebral média.
Nestas crianças está sempre indicado a realização da ressonância magnética com o
objetivo de se obter uma informação ideal para fins diagnósticos e prognósticos.
Fig. 3.23: (A) e (B): Planos sagitais e em (C) plano coronal mostrando graves
lesões císticas bilaterais compatíveis com leucomalácia periventricular em um RN a
termo com grave asfixia perinatal (Margotto/Castro)
Atrofia cerebral
O primeiro US nos RN com síndrome hipóxico-isquêmica evidencia um aspecto
hiperecogênico difuso do cérebro com ventrículos em “fenda” (colabados) e pouca definição
dos sulcos, traduzindo um aspecto de edema cerebral difuso (figura 3.24). Após duas
semanas, vamos evidenciar aspecto de perda de volume (atrofia cerebral-figura 3.25), com
aumento dos ventrículos, principalmente dos cornos frontais, afastamento da cisura
interhemisférica, proximidade dos giros com os ventrículos e áreas de necrose
(encefalomalácia, como descrito anteriormente).
Fig. 3.24. Síndrome hipóxico-isquêmica. US inicial mostrando edema cerebral
(hipercogenicidade do parênquima cerebral, apagamento dos giros (setas) e apagamento
dos ventrículos (cabeça de seta) (Barr)
REFERÊNCIAS
1. Volpe JJ. Brain injury in the premature infant neuropathology: clinical aspects,
pathogenesis, and prevention. Clint Perinatal 1997; 24:567-87
2. Shuman RM, Selene LJ. Periventricular leucomalácia: a one year autopsy study
Neural 1980;37:231-5
3. Paneth N, Rudelli R et al. White matter necrosis in very low birth weight infants:
neuropathologic and ultrasonographic findings in infants six days or longer. J
Pediatr 199;116:975-84
4. Volpe JJ. Hipoxic-ischemia encefalopathy: neuropathology and pathogenesis.
Philadelphia: W.B. Sanders Company,1995, pg 279-313
5. Margotto, PR. Lesão neurological isquêmica e hemorrágica do prematuro:patogenia,
fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Clínica de Perinatologia 2002; 2/3:425-
446
6. Tamisari L, Vigi V et al. Neonatal periventricular/leukomalacia: diagnosis and
evolution evaluated by real-time ultrasound. Helv Paedoat Acta 1986; 41:399-407
7. Dammann O, Leviton A. Duration of transsient hyperechoic images of white matter
in very low birth weight infants: a proposed classification. Dev Med Child Neurol
1997; 39:2-5
8. Jongmans M, Henderson S, de Vries L, Dubowitz L. Duration os periventricular
densities in preterm infants and neurological outcome at 6 years of age. Arch Dis
Child 1993;69:9-13
9. De Vries LS, Regev R et al. Ultrasound and later outcome of infants with
periventricular densities. Early Human Dev 1988; 16:225-33
10. Resch B, Jammernegg A, Perl E et al. Coerrelation of grading and duration of
periventricular echodensities with nerodevelopmental outcome in preterm infants.
Pediatr Radiol 2009;36:810-815
11. Pisani F, Leali L, Moretti S et al. Transient periventricular echodensities in preterms
and neurodevelopmental outcome. Jchild Neurol 2006;21:230-236
12. Appleton RE, Lee REJ, Hey EN. Neurodevelopment outcome of transient neonatal
intra cerebral echodensities. Arch Dis Child 1990; 65:27-9
13. Pidcock FS, Graziani LJ et al. Neurosonographic features of periventricular
echodensities associated with cerebral palsy in preterm infants. J Pediatr 116
1990:417-22
14. De Vries LS, Levene MI. Cerebral ischaemic lesions. In: Leven MI, Lilford RJ.
Fetal and neonatal neurology and neurosurgery. 2. ed. London: Churchill
Livingstone, 1995; pg 367-86
15. Couchard M, Bethmann O et al. Devenir à moyen et long terme des nouveau-nés
atteints de leucomalacies periventriculaires (53 cas). Pédiatrie 1992; 47:391-7
16. Rodrigues J, Claus D et al. Periventricular leukomalacia and neuropathological
correlations. Dev Med Child Neurol 1990; 32:347-55
17. De Vries LS, Dubowitz LM et al. Extensive cystic leucomalacia, correlation of
cranial ultrasound magnetic resonance imaging and clinical findings in sequential
studies. Clin Radiol 1989; 40:158-66
18. Cooke RWI. Trends in incidence of cranial ultrasound lesions and cerebral palsy in
very low birth weight infant,1982-93. arch Dis Child Fetal Neonatal 1999; 80:
F115-F117
19. Volpe JJ. Intracranial hemorrhage: germinal matrix-intraventricular hemorrhage of
premature infant. 3. ed. Philadelphia: WB Sanders Company, 1995 pg 403-463
20. Gould SJ, Howard S et al. Periventricular intraparenchymal cerebral hemorrhage in
preterm infants: the role of venous infarction. J Pathol 1987; 151:197-202
21. Taylor GA.Effect of germinal matrix hemorrhage on terminal vein position and
patency. Pediatr Radiol 1995; 25:537-40
22. Kuban K, Sanocka U et al. White matter disorders of prematurity: association with
intraventricular hemorrhage and ventriculomegaly. J Pediatr 1999; 15:539-46
23. McMenamim JB, Shckelford GD et al. Outcome of neonatal intraventricular
hemorrhage with periventricular echodense lesions. Ann Neurol 1984 15:285-90
24. Bkackman JA, McGguinnes GA. Large postnatally acquired porenchephalic cystic:
unexpected developmental outcomes. J Child Neurol 1991; 6:58-64
25. Bass WT, Jones MA. Ultrasonographic differential diagnosis and
neurodevelopmental outcome of cerebral white matter lesions in premature infants. J
Perinatol 1999;19:330-6
26. Shalak L, Perlman JM. Hemorrhagic-ischemic cerebral injury in the preterm infant.
Current concepts. Clin Perinatol 2002; 29:745-63
27. Willoughby RE, Nelson KB. Choroamnionitis and brain injury. Clin Perinatol 2002;
29:603-21
28. Bassan H, Benson CB et al. Ultrasonographic features and severity scoring of
periventricular hemorrhagic infarction in relation to risk factors and outcome.
Pediatrics 2006;117:2111-8,
29. Bassan H, Limperopoulos C et al. Neurodevelopmental outcome in survivors of
periventricular hemorrhagic infarction. Pediatrics 2007; 120:785-92,
30. de Vries LS, Eken P, F Groenendaal F et al. Antenatal onset of haemorrhagic
and/or ischaemic lesions in preterm infants: prevalence and associated obstetric
variables .Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 1998;78:F51–F56
31. Coley BD, Hogann MJ. Cystic periventricular leukomalacia of the corpus callosum.
Pediatr Radiol 1997; 27: 583–585
32. Gupta RK, Pant CS, Sharma A, Khalilullah A. Ultrasound diagnosis of multiple
cystic encephalomalacia. Pediatr Radiol 988; 18:6-8
33. Delaporte B, Labrune M, ImbeT MC, M. Dehan M. Early echographic findings in
non-hemorrhagic periventrieular leukomalacia of the premature infant. Pediatr
Radiol 1985; 15:82-84
34. Stannard MW, Jimenez J. Sonographic Recognition of Multiple Cystic
Encephalomalacia. AJR 1983;141:1321-1324
35. Barr LL. Neonatal cranial ultrasound. Radiology Clinics of North America 1999;
119:37:1127-1146
36. Monteiro AMV. Diagnóstico por imagem no sistema nervosa central. Clinica de
Perinatologia 2002;2/3:447-466
37. Horsch S, Skiöld B, Hallberg B, et al. Cranial ultrasound and MRI at term age in
extremely preterm infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2010;95:F310–F314
38. Yikilmaz A, Taylo GA. Cranial sonography in term and near-term infants. Pediatr
Radiol 2008; 38:605–616
39. O'Shea MT,, Kuban KC, Allred EN, l Paneth N et al. Neonatal cranial ultrasound
lesions and developmental delays at 2 years of age among extremely low gestational
age children. Pediatrics 2008;122:2662-e669
40. Veyrac C, Couture A, Saguintaah M, Baud S. Brain ultrasonography in the
premature infant. Pediatr Radiol 2006; 36: 626–635
41. van Wezel-Meijler G, Steggerda SJ. Leijser LM. Cranial Ultrasonography in
Neonates: Role and Limitations. Semin Perinatol 2010;34:28-38
42. Wingler P. Colour-coded echographic flow imaging and spectral analysis of
cerebrospinal fluid (CSF) in meningitis and hemorrhage- Part I. Clinical evidence.
Pediatr Radiol 1992; 22:24-30
43. O'Shea MT. Prognóstico neurológico da ultrassonografia cerebral. XX Congresso
Brasileiro de Perinatologia, 21-24/11/2010. Disponível em
www.paulomargotto.com.br em Distúrbios Neurológicos.
44. O´Shea TM. Prognóstico neurológico da ultrassonografia em prematuros extremos.
XX Congresso Brasileiro de Perinatologia, Rio de Janeiro, 21-24/11/2010.
Disponível em www.paulomargotto.com.br em Distúrbios Neurológicos
45. Perlman J. Prognóstico a longo prazo do recém-nascido asfixiado. I Simpósio
Internacional de Reanimação Neonatal, 17 a 20 de março de 2004, Belo Horizonte,
Disponível em www.paulomargotto.com.br, em Distúrbios Neurológicos
www.paulomargotto.com.br
pmargotto@gmail.com
Os recém-nascidos com grandes lesões cerebrais podem estar em grande risco
de apresentarem desabilidade no neurodesenvolvimento. A detecção precoce das
grandes lesões pode alertar tanto aos clínicos como os pais e referendar para uma
intervenção apropriada e precoce.
Fig. 4.2. Recém-nascido pré-termo, 725g, 29 semanas, com aspecto ecográfico sugestivo
de displasia septo-óptica. Em (A), US no plano coronal com aspecto quadrangular dos
cornos frontais. Em (B), no plano sagital, mostrando o corpo caloso fino.
(Margotto/Castro)
Fig 4.3. Ressonância magnética evidenciando a ausência do septo pelúcido (ventrículos
laterais em forma quadrangular). A seta mostra o fórnix ocupando uma posição caudal
anormal (Scoffings, Kurian)
ig. 4.12. Plano sagital evidenciando mega cisterna magna –asterisco (Correa)
Fig. 4.13. .Em (A), plano coronal e em (B), plano sagital evidenciando formação cística
na fossa posterior (setas) e dilatação biventricular (Margotto, Castro). Em (C),
tomografia computadorizada mostrando fossa posterior aumentada e quase
totalmente ocupada por formação cística que determina a elevação do tentório; os
hemisférios cerebelares são hipoplásicos e há agenesia do vermix cerebelar,
permitindo a livre comunicação entre o quarto ventrículo e o cisto de fossa posterior;
discreta hidrocefalia supratentorial; parênquima encefálico com coeficiente de
atenuação normal; sulcos cerebrais com dimensões e aspectos normais; tronco
encefálico sem anormalidades. O aspecto é compatível com malformação de Dandy-
Walker associada a discreta hidrocefalia supratentorial.
4.5. Esquisencefalia
(participação do neuropediatra Sérgio Henrique Veiga)
REFERÊNCIAS
Paulo R. Margotto
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
pmargotto@gmail.com
Fig. 5.3. Hemorragia grau III com infarto hemorrágico periventricular (IHP). Em
(A) US no plano sagital linha média mostrando hemorragia intraventricular grau
III bilateral (setas). Em (B) US no plano sagital mostrando hemorragia grau III
(seta longa) e IHP à direita (seta curta). Em (C), US no plano sagital mostrando a
hidrocéfalo hemorrágico a esquerda (seta longa) e cisto porencefálico (seta curta)
à direita comunicando-se com o ventrículo lateral (Margotto/Castro)
Fig. 5.4 .Hidrocéfalo pós-hemorrágico. Recém-nascido de 26 semanas, tempo de
normal; RN apresentou piora clinica, com quadro séptico com 12 dias de vida. O
US craniano foi repetido com 21 dias de vida, sendo evidenciado hidrocéfalo pós-
hemorrágico (podemos observar coágulos em coalescência-setas)
(Margotto/Castro)
Segundo Volpe:
Fig. 5.13. RN com 7 dias, 39 sem 5 dias, com diagnóstico de hidrocefalia intra-
útero. A ultrassonografia (A) no plano coronal e em (B) no plano sagital e a
correspondente tomografia computadorizada (C) mostram desproporcional
aumento do ventrículo direito (colpocefalia). A regularidade da parede ventricular
não sugere a presença de distúrbios de migração neuronal. (Margotto, Castro).
A seguir, a evidência à luz da ressonância magnética das alterações cerebrais em
um RN de 27 semanas, com peso ao nascer de 980g que desenvolveu hemorragia
intraventricular grau III. A dilatação ventricular foi acompanhada por nós. Com 2
meses os ventrículos direito e esquerdo mediam, respectivamente 4,7mm e 8,3mm,
respectivamente. (figuras 5.14). Com 3 meses, estes valores passaram para 5,0mm e
11,3mm. Com 5 meses os valores foram 5,5mm e 13,0mm (figura 5.15). A
ressonância magnética aos 5 meses de idade (47 semanas pós-concepção ou 7
semanas de idade gestacional corrigida) revelou redução volumétrica do hemisfério
cerebral esquerdo, especialmente dos gânglios basais e da substância branca com
conseqüente dilatação compensatória do ventrículo esquerdo. Ainda há atrofia do
trato cortico-espinhal traduzida por hemiatrofia esquerda das estruturas do tronco
cerebral (ponte, mesencéfalo e bulbo), afilamento do corpo caloso. Em conclusão:
seqüela de insulto isquêmico no hemisfério cerebral esquerdo, hemiatrofia cerebral
esquerda, leucomalácia periventricular esquerda degeneração walleriana à esquerda,
comprometimento das fibras de associação, com atrofia do corpo caloso, não há
sinais de hidrocefalia (figura 5.16).
REFERENCIAS
Como já nos referimos acima, o diagnóstico deve ser feito com malformação da
veia de Galeno. Na figura 6.3 temos um US de dois RN gêmeos onde identificamos a
malformação de Galeno e não cisto aracnóide. Observe o turbilhonamento na região
anecóica ao realizar o Doppler (consulte o capítulo IV, Principais Malformações
cerebrais)
Fig. 6.4. US nos planos coronal (A) e sagital (B) evidenciando a presença de um cisto
ovóide (cabeça de setas) extendendo-se do teto do 3º ventrículo para o corno frontal
do ventrículo esquerdo que está dilatado (Lam e Villanueva)
Fig. 6.5. US em (A), planos coronal e sagital e em (B) plano sagital evidenciando a
presença de cisto no plexo coróide extendendo-se do teto do 3º ventrículo para o
corno frontal do ventrículo esquerdo (Margotto/Castro)
Fig. 6.6. US em (A) plano coronal e em (B) plano sagital na linha média
evidenciando enorme cisto no plexo coróide (setas) extendendo-se do teto do 3º
ventrículo para o corno frontal do ventrículo esquerdo (Margotto/Castro)
Fig. 6.7 .US no plano sagital em (A) e no plano coronal em (B) mostrando cistos
subependimais bilaterais (setas) em um RN gêmeo de 31 semanas (Weiden et al). Em
(C), plano coronal do cérebro mostrando cistos subependimários bilaterais
(Schakelford)
Fig. 6.8. US em (A) no plano coronal posterior evidenciando cisto subependimal (na
matriz germinativa), melhor evidenciado no plano sagital em B (nó caudotalâmico-
seta) (Margotto/Castro)
6.4. Cisto no corno frontal
Fig. 6.9. US em (A) no plano coronal evidenciando bilateralmente cistos nos cornos
frontais dos ventrículos laterais (setas). Em (B), US no plano sagital evidenciado cisto
no corno frontal do ventrículo lateral (seta) (Pal)
Fig.10. US no plano coronal (A) e no plano sagital (B) mostrando cisto típico,
elíptico, de parede lisa e fina adjacente ao topo do corno frontal do ventrículo lateral
(Chang)
REFERÊNCIAS
1. Hayden CK, Swischuk LE. Ultrassonografia Pediátrica, Revinter, Rio de
Janeiro, 1990, p.1-78
2. Monteagudo A, Timor-Tritsch IE. In. Timor-Tritsch HE, Monteagudo A, Cohen
H. Ultrasonography of the prenatal and neonatal brain,Appleton&Lange,
Stamford, Connecticut, 1996, p.147-219
3. Fakhry J, Schechter A, Tenner MS, Reale M. Cysts of the choroid plexus in
neonates: documentation and review of the literature. J Ultrasound Med
1985;4:561-563
6. Ostlere SJ, Irving HC, Lilford RJ. Fetal choroid plexus cysts: a report of 100
cases. Radiology 1990;175:753-755
8. Lam AH, Villanueva AC. Symptomatic third ventricular choroid plexus cysts.
Pediatr Radiol 1992; 22:413-416
11. van der Weiden S, Steggerda SJ, Te Pas AB et al. Routine TORCH screening is
not warranted in neonates with subependymal cysts. Early Hum Dev. 2010; 86:
203-207
12. Shackelford GD, Fulling KH, Glasier CM. Cysts of the subependymal germinal
matrix: sonographic demonstration with pathologic. Radiology1983; 149: 117-
121
14. Pal BR, Preston PR,Morgan MEI, Rushton DI, Durbin GM. Frontal horn thin
walled cysts in preterm neonates are benign. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed
2001;85:F187-F193
15. Chan CL, Chu NC, Ho CS, Li ST. Frontal horn cysts in normal neonates. Brain
& Development 2006;28:426-430
-Citomegalovirus
-Rubéola congênita
Patologicamente, as lesões intracranianas da rubéola congênita caracterizam-se
por lesão vascular, mas podem ser demonstrados retardo da mielinização e a
microcalcificação. Carey et al descreveram um RN com rubéola congênita confirmada
que se apresentou ao US com aspecto de típica ventriculite (material intraventricular em
forma de cordões de baixa ecogenicidade, debris ecogênicos e áreas de aumento de
ecogenicidade periventricular), além de plexo coróide irregular e áreas densamente
ecogênicas na gânglia basal (em US aos 3 meses-figuras 7.6 e 7.7). Assim como os
ventrículos, o plexo coróide tornou-se infectado, com acúmulo de exsudato
inflamatório;posteriormente, cordões de gliose reativa projetam-se para os ventrículos a
partir da lesão do epêndima. Os focos hiperecogênicos periventriculares podem
representar microcalcificações ou áreas de necrose isquêmica de etiologia vasculopática.
Estas alterações de ventriculite não são patognomônicas de rubéola, pois tem sido
descritas em infecção por citomegalovirus e na meningite bacteriana.
-Toxoplasmose
Os aspectos do US na toxoplasmose congênita incluem calcificações
intracranianas, hidrocefalia, microcefalia, atrofia cerebral e hidrocefalia. As
calcificações intracranianas na toxoplasmose são multifocais e se apresentam em muitas
áreas do cérebro, como gânglia basal,área periventricular, substância branca, córtex
cerebral, diferente da infecção pelo citomegalovirus, que tem uma predileção para as
calcificações periventriculares (figura 7.9). As lesões da toxoplasmose no cérebro
começam com uma vasculite, subsequentemente seguida por necrose e infiltração
celular no córtex, meninges, substância branca, gânglia basal e tronco cerebral. A
necrose é seguida por calcificação (figura 7.10).
A candidíase sistêmica está tornando-se cada vez mais freqüente nas UTI
Neonatais, à medida que aumenta a sobrevivência dos RN pré-termos extremos. O
envolvimento do sistema nervoso central ocorre em 64% das crianças com infecção
sistêmica. O US é útil no diagnóstico do envolvimento do sistema nervoso central e suas
seqüelas, assim como a monitorização da eficácia de intervenções.
Segundo Bozynski et al os achados ultrassonográficos em RN pré-termo
extremo que compatíveis com ventriculite bacteriana foram: dilatação ventricular, ecos
intravenosos, material ecogênico em forma de cordões, cavitação periventricular e
diminuição difusa da ecogenicidade cortical. A infecção por Candida no sistema
nervoso central é frequentemente associada com múltiplos abscessos granulomatosos
que podem ser visualizados no US, como evidenciados neste caso. Os US realizados nos
dias 2,8, 12 e 21 foram normais. No dia 25 foi observado aumento dos ventrículos,
sendo progressivo nos dia 29,35 e 43 de vida. O RN faleceu com 43 dias de vida, sendo
realizada a autópsia (figuras 7.11,7.12).
Fig. 7.11. Em (A) US no plano sagital e em (B) no plano coronal no 29º dia de vida.
Em (A), o US mostra irregularidade da superfície ependimal do corpo e do átrio do
ventrículo lateral esquerdo (ependimite), sendo também notados cordões e ecos
intraventriculares. Em (B) o US mostra com conglomerado de estruturas sólidas nos
ventrículos; observamos também regiões periventriculares de baixa ecogenicidade ,
particularmente adjacente ao corno temporal esquerdo (seta), indicando locais de
formação de abscessos (Bozynski)
Fig.7.12..Corte coronal do cérebro, evidenciando grande ventriculomegalia (seta
preta) com perda de tecido cortical e formação de abscesso (setas pequenas). Podemos
também observar grande ependimite com descamação da linha ependimal (seta
branca) (Bozynski)
-Meningite
É a forma mais comum de infecção bacteriana intracraniana no recém-nascido.
Os achados mais comuns de imagem são; apagamento das marcas corticais devido ao
edema cerebral, áreas de aumento de ecogenicidade representando cerebrite focal ou
infarto, áreas de aumento da ecogenicidade igual ou maior do que a do plexo coróide,
indicando hemorragia, aumento da ecogenicidade do sulco, leptomeninges e paredes
ventriculares e aumento da ecogenicidade do fluido extra-axial ou do líquor
cefalorraquidiano (figura 7.13).
Fig. 7.13 Em (A) US no plano coronal mostrando área hipoecóica com formato de
cunha (seta) na região occipital esquerda (RN com 2 semanas de trombocitopenia
após sepse). Em (B) US no plano sagital, área suspeita de infarto (setas).Note que em
algumas áreas a ecogenicidade é igual ao do plexo coróide (P). Em (C) US no plano
sagital de outro paciente com meningite demonstrando liquor cefalorraquidiano
ecogênico e septação no ventrículo lateral esquerdo e aumento da ecogenicidade da
linha ependimal do ventrículo causado por ependimite (Barr)
O acúmulo de flúido extra-axial pode estar presente em 8-33% das crianças com
meningite, representando efusões subdurais reativas estéreis. Ao US aparece como
espaços flúidos côncavos hipoecóicos, muitas vezes contendo debris ecogênicos
móveis (figura 7.15).
Fg.7.15. Efusão subdural. Em (A) US no plano coronal de um RN de 3 semanas de
vida com meningite por Estreptococo do Grupo B mostrando debris ecogênicos dentro
do flúido subdural (setas) (Yikilmaz, com modificação)
Quanto à ocorrência do edema cerebral: na fase aguda da meningite, pode ocorrer tanto
edema intra como extracelular. Assim, os ventrículos laterais e outras estruturas
cerebrais podem ser comprimidas ou obliteradas. O U mostra difusa ou heterogênea
ecogenicidade do cérebro com obliteração dos sulcos e giros (figura 7.21).
7.2. Macrocrania
DISTÚRBIOS DO METABOLISMO
Paulo R. Margotto
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
pmargotto@gmail.com
REFERENCIAS
A medida VFSC pelo ultrassom utiliza o efeito Doppler, descrito por Christian
Johann Doppler (1803 – 1853): a frequência das ondas sonoras refletidas por um objeto
(nos vasos sanguíneos representado pelas hemácias) em movimento é desviada em
quantidade proporcional a velocidade deste objeto. O sinal de Doppler é dependente não
só da velocidade das hemácias, mas também do ângulo de insonação (ângulo entre o
transdutor que emite o ultrassom e o eixo longitudinal do vaso e este ângulo deve ser
próximo de zero) e da velocidade do ultrassom no tecido cerebral (valor constante de
1540m/s).
No estudo do RN, tem sido utilizado dois tipos de instrumento Doppler:
ultrassom Doppler contínuo e ultrassom Doppler pulsado. Quando a transmissão
ultrassônica e a recepção por um segundo cristal é contínua, temos o Doppler contínuo
(todos os alvos situados sobre a trajetória do feixe ultrassonográfico produzem sinais
Doppler, confundindo seus efeitos e determinando falta de resolução espacial). Nos
Doppler ultrassônicos repetidos, também recebe os ecos de uma área específica
vascular; assim o volume de amostragem pode ser posicionada em vaso preciso, com
uma profundidade conhecida; o melhor sinal relaciona-se com a dimensão axial do
vaso, pois um grande número de glóbulos sanguíneos percorre este volume.
O ultrassom Doppler pulsado é a técnica mais preferida pela sua excelente
resolução espacial e boa sensibilidade.
O uso do efeito Doppler colorido facilita a visualização do vaso sanguíneo e
indica a direção do fluxo sanguíneo: vermelho indica fluxo para o transdutor e azul
indica fluxo se afastando do transdutor; mosaico indica turbulência, frequentemente
vista ao redor das valvas cardíacas e em malformações cerebrais.
IR = S – D
SS– Velocidade MáximaS da– Velocidade
Sístole máxima da sístole
D – Velocidade Final da Diástole
(reflete a força de ejeção cardíaca)
D – velocidade final da diástole
(reflete resistência circulatória)
Fig. 9.6. Em (A) US Doppler evidenciando fluxo diastólico reverso (seta). Em (B)
observem o retorno da velocidade do fluxo diastólico final 72h após o uso do
ibuprofeno (Margotto)
Uso de indometacina
-Hipercapnia
O CO2 é um vasodilatador cerebral e a hipercapnia, portanto, aumenta o fluxo
sanguíneo cerebral (FSC) independente da elevação da pressão arterial. O IR diminui
em função do aumento do fluxo diastólico. O FSC aumenta 7-8% por cada mmHg de
aumento da PaCO2. A acidose respiratória ou hipoxia e acidose em conjunto, resultam
em significante vasodilatação, efeito reversível com correção dos gases arteriais. A
diminuição da resistência vascular cerebral parece ser devido a uma tentativa do leito
vascular cerebral preservar o FSC durante o estresse (figura 9.7).
Fig.9.7. US Doppler de um RN com hérnia diafragmática. Em (A) com hipercapnia
evidenciando IR de 0,288( muito baixo devido ao aumento do fluxo sanguíneo
cerebral evidenciado pelo aumento da diástole-seta) Em (B), 12 dias depois, em
normocapnia (IR normal de 0.837) (Margotto/Castro)
-Síndrome hipóxico-isquêmica
-Hipoglicemia
-Hemorragia intraventricular
Na evolução de um RN pré-termo com distúrbio respiratório, sob assistência
ventilatória, a constatação do VFSC flutuante pode, assinalar risco aumentado para
hemorragia intraventricular (figura 9.11).
-Leucomalácia Periventricular
-Morte Cerebral
Fig. 9.15. Doppler colorido no plano sagital evidenciando em (A) vasos alimentadores
(setas).LV: ventrículo dilatado. Em (B), transdutor angulado mais posteriormente
mostrando a veia de Galeno dilatado (totalmente preenchida com cor); a cor amarela
indica jato de alta velocidade dos ramos alimentadores. Em (C), projeção lateral do
angiograma da carótida interna direita, mostrando os ramos coroidais posteriores
alimentando a veia de Galeno (setas); os jatos de alta velocidade (cabeça de seta)
correspondem a zona amarela vista no US Doppler colorido visto em (A) (Tessler)
No ano de 2001, deu entrada na Unidade de Neonatologia do Hospital Regional
da Asa Sul recém-nascido a termo com quadro de insuficiência cardíaca congestiva e
uma informação de um “grande cisto em plexo coróide” no US pré-natal. Realizamos o
US cerebral, sendo detectado uma estrutura cística na região da veia de Galeno. A
adição do Doppler mostrou turbilhonamento do fluxo sanguíneo, evidenciando o caráter
vascular da lesão (figura 4.23). A ausculta do crânio evidenciou sopro contínuo, mais
evidente na região posterior do crânio. A tomografia computadorizada confirmou o
achado.
REFERÊNCIAS
Allen H, Stanley J, et al. Use of echocardiography in newborns with patent ductus arteriosus: a
review. Ped Cardiol 1982; 3: 65-70
Amato M, Donati F, Markus D. Cerebral hemodynamics in low birth weight infants treated with
phototherapy. Eur Neurol 1991; 31: 178-180
Amato M, Donati F. Cerebral blood flow velocity in term infants treated with phototherapy
.Brain Dev 1991; 13: 417-419
Archer LN, Evans DH et al. Controlled hypercapnia and neonatal cerebral artery. Doppler
ultrasound waveforms. Pediatr Res 1986; 20: 218-221
Archer LN, Leven MI, Evans DH. Cerebral artery Doppler ultrasonography for prediction of
outcome after perinatal asphyxia Lancet 1986; 2(8516): 1116-1118
Bada H, Miller J, et al. Intracranial pressure and cerebral arterial pulsatile flow measurement in
neonatal intraventricular hemorrhage. J Pediatr 1982; 100: 291-296
Bada HS, Hajjar W et al. Noninvasive diagnosis of neonatal asphyxia and intraventricular
hemorrhage by Doppler ultrasound. J Pediatr 1979; 95: 755-779.
Whittle MJ. Doppler assessment of the fetal and neonatal brain. In: Levene MI, Lilford R. Fetal
and neonatal neurology and neurosurgery, second edition, London 1995, pg 129-144
Bada HS. Intracranial monitoring. It’s role and application in neonatal intensive care. Clin
Perinatol 1983; 10: 223-236
Bada SH,Summer S, Transcutaneous Doppler ultrasound: pulsatility index mean velocity, end
diastolic flow velocity and cerebral blood flow. J Pediatr 1984,104: 395-397
Batton DG, Hellmann J, et al. Effect of pneumothorax induced systemic blood pressure
alterations on the cerebral circulation in newborn dogs. Pediatrics 1984; 74: 350-353
Daven JR, Milstein JM, Guthrie RD. Cerebral vascular resistance in premature infants. Am J
Dis Child 1983; 137: 328-331
De gani, S Lewensky R. Fetal neonatal circulation. In: Timor – Tritsch, IE, Monteagudo
A,Cohen H. Ultrasonography of the Prenatal and Neonatal Brain, Appleton Lange, Stanford,
Connecticut, 1996, pg 387-402.
Deeg KH, Rupprecht TR. Pulsed Doppler sonographic measurement of normal values
for the flow velocity in the intracranial arteries of healthy newborns. Pediatr Radiol 1989; 19:
71-78
Deeg KH, Rupprecht TR. Pulsed Doppler sonographic measurement of normal values for the
flow velocity in the intracranial arteries of healthy newborns. Pediatr Radiol 1989; 19: 71-78
Deeg KH, Scharf J. Color Doppler imaging of arteriovenous malformation of the vein of Galen
in a newborn. Neuroradiology 1990;32: 60-63
Evans DH, Levene MI, Archer LN. The effect of indomethacin on cerebral blood flow velocity
in premature infants. Dev Med Child Neurol. 1987;29: 776-782
Evans N. Diagnosis of patent ducuts arteriosus in the preterm newborn. Arch Dis Child
1993;68: 58-61
Gleason CA, Short BL, Jones MD Jr. Cerebral blood flow and metabolism during after
prolonged hypocapnia in newborn lambs. J Pediatr 1989; 115: 39-314
Goh D, Minns RA, Pye SD. Transcranial Doppler (TCD) ultrasound as a noninvasive means
hydrocephalus. Eur J Pediatr Surg 1991; 1Sappl 1: 14-17
Goh D, Minns RA, Pye SD. Transcranial Doppler (TCD) ultrasound as a noninvasive means
hydrocephalus. Eur J Pediatr Surg 1991; 1Sappl 1: 14-17
Gonzales de Dios J, Moya M, Izura V. Variations in cerebral blood flow in various states of
severe neonatal hypoxic ischemic encephalopathy. Rev Neurol 1995;23: 639-643
Greisen G, Johausen K et al. Cerebral blood flow in the newborn infant: comparison of Doppler
ultrasound and 133 Xenon clearance. J Pediatr 1984; 104: 411-418
Hackett GA, Campbel S, et al. Doppler studies in the growth retarded fetus and prediction of
neonatal necrotizing enterocolitis, hemorrhage, and neonatal morbidity. Br Med J (Clin Res ed)
1987; 294: 13-16
Hausen NB, Brubakk AM et al. Brain blood flow response to CO2 in newborn piglets. Pediatr
Res 1983;17: 316 A
Hayden CK, Swischuk LE. Ultra-sonografia Pediátrica, Revinter, Rio de Janeiro, 1990, pg 55-
58
Hill A, Volpe JJ. Changes in pulsatile flow in the anterior cerebral arteries in infantile
hydrocephalus. Ann Neurol 1980;8:216
Hill A, Volpe JJ. Changes in pulsatile flow in the anterior cerebral arteries in infantile
hydrocephalus. Ann Neurol 1980;8:216
Levene MI, Feniton AC, et al. Severe birth asphyxia and abnormal cerebral blood flow velocity.
Dev Med Child Neurol 1989;31: 427 –43
Lipman B, Serwer GA, Brazzy JE. Abnormal cerebral hemodynamics in preterm infants with
patent ductus arteriosus. Pediatrics 1982; 69: 778-781
Lou HC, Friis-Hausen. Arterial blood pressure elevations during motor activity and epileptic
seisures in the newborn. Acta Paediatr S Cand 1979; 68:803-806
Martin CG, Snyder R, et al. Abnormal cerebral blood low patterns in pre-term infants with a
large patent ductus arteriosus. J Pediatrics 1982; 101: 587-593
Mires GJ, Patel NB, et al. Neonatal cerebral Doppler flow velocity wave forms in the pre-term
infant with cerebral pathology. Early Human Dev 1994; 36: 213-222
Neto AA. Fluxo sanguíneo cerebral no primeiro dia de vida de recém-nascidos AIG e PIG,
CAISM, Unicamp, 1998
Niijima S, Shortland DB et al. Transient hyperoxia and cerebral blood flow velocity in infants
born prematurely and at full term. Arch Dis Child 1988; 63:1126-1130
Patel J, Roberts I, et al. Randomized double –blind controlled trial comparing the effects of
ibuprofen with indomethacin on cerebral hemodynamics in preterm infants with patent ductus
arteriosus. Pediatr Res 2000; 47: 36-42
Perlman J, Volpe JJ. Suctioning in the preterm infant: effects on cerebral blood flow velocity,
intracranial pressure, and arterial blood pressure. Pediatrics, 1983; 72: 329-334
Perlman JM, Hill A, Volpe JJ. The effect of patent ductus arteriosus on flow velocity in the
anterior cerebral arteries: ductal steal in the premature newborn infant. J Pediatr 1981; 99: 767-
771
Perlman JM, McMenain JB, Volpe J. Fluctuating cerebral blood flow velocity in respiratory
distress syndrome. New Eng J Med 1983; 309: 204-209
Perlman JM, Volpe JJ. Seizures in the preterm infant: effects on cerebral blood flow velocity,
intracranial pressure, and arterial blood pressure. J. Pediatr 1983; 102: 288-293
Permaln JM. Neonatal cerebral blood flow velocity measurement. Clin Perinatol 1985; 12:179-
193
Pople IK, Quin MK, et al. The Doppler pulsatility index as a screening test for blocked
ventriculo- peritoneal shunts. Eur J Pediatr Surg 1991; 1Suppl : 27-27
Pople IK, Quin MK, et al. The Doppler pulsatility index as a screening test for blocked
ventriculo-peritoneal shunts. Eur J Pediatr Surg 1991; 1Suppl: 2
Pryds O, Christensen NJ, Friis-Hausen B. Increased cerebral blood flow and plasma
epinephrime in hypoglycemic, preterm neonates. Pediatrics 1990; 85:172-176
Pryds O, Schneider S. Aminophylline reduces cerebral blood flow in stable preterm infants
without affecting the visual evoked potential. Eur J Pediatr 1991; 150: 366-369
Rennie JM, South M, Morley CJ. Cerebral blood velocity variability in infants receiving
assisted ventilation. Arch Dis Child 1987; 62: 1247-1254
Rosenbaum JL, Almli CR et al. Higher neonatal cerebral blood flow correlates with worse
childhood neurologic outcome. Neurology 1997; 49: 1035-104
Rosenkrantz TS, Oh W, Aminophylline reduces cerebral blood flow velocity in low birth weight
infants. Am J Dis Child 1984;138: 489-491
Rosenkrantz TS, Oh W. Cerebral blood flow velocity in infants with polycythemia and
hyperviscosity: effects of partial exchange transfusion with plasmanate. J Pediatr 1992; 101:
94-98
Saliba E, Autret E, et al. Effect of caffeine on cerebral blood flow velocity in preterm infants.
Biol Neonate 189; 56: 198-203
Seibert JJ, McCowan TC et al. Duplex pulsed Doppler US versus intracranial pressure in the
neonate: clinical and experimental studies. Radiology 1989; 171: 155-159
Seibert JJ, McCowan TC et al. Duplex pulsed Doppler US versus intracranial pressure in the
neonate: clinical and experimental studies. Radiology 1989; 171: 155-159
Shortland DB, Gibson NA, et al. Patent ductus arteriosus and cerebral circulation in preterm
infants. Dev Med Child Neurol 1990; 32: 386-393
Taylor GA. Recent advances in neonatal cranial ultrasound and Doppler techniques. Clin
Perinatol 1997; 27:677-691
Tessler FN, Dion J, et al. Cranial arteriovenous malformations in neonates: Color Doppler
imaging with angiographic correlation. AJR Am J Roentgenol 1989; 153: 1027-1030
Van Bel F, den Ouden L. et al. Cerebral blood flow velocity during the first week of live of
preterm infants and neurodevelopment at two years. Dev Med Child Neurol 1989; 31: 320-328
Van Bel F, Van Zweten, et al. Contribution of color Doppler flow imaging to the evaluation of
the effect of indomethacin on neonatal cerebral hemodynamics. J. Ultrasound 1990; 9: 107-109
Van Bel F, Walther FJ. Myocardial dysfunction and cerebral blood flow velocity following birth
asphyxia. Acta Paediatr 1990; 79: 759-762
Van Bel, Van de Bor, et al. Decreased cerebrovascular resistance in small for gestational age
infants. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 1986; 23: 137-144
Van de Bor M, Manon JNL, et al. Cerebral blood volume change during exchange transfusions
in infants born at or near term. J Pediatr 1994; 125: 617-621
Varvarigou A, Bardin CL, et al. Early ibuprofen administration to prevent patent ductus
arteriosus in premature newborn infants. JAMA 1996;275: 539-544
Volpe JJ. Intraventricular hemorrhage and brain injuring in the premature infant-neuropathology
and pathogeneses. Clin Perinatol 1989;16: 361-386
Wilcox WD, Carrigan TA, et al. Range gated pulsed Doppler ultrasonographic evaluation of
carotid arterial blood flow in small preterm infants with patent ductus arteriosus. J Pediatr 1983;
102: 294-298
Wright L, Baker KR, et al. Cerebral blood flow velocity in term newborn infants changes
associated with ductal flow. J Pediatr 1988; 112: 768-773
You Ken DP, Reivich M et al. The effect of hematocrit and systolic blood pressure on cerebral
blood in newborn infants. J Cereb Blood Flow Metab 1987;7:295-299
CAPITULO X
ULTRASSONOGRAFIA CEREBRAL VERSUS RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA
Paulo R. Margotto
Prof. do Curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS)/SES/DF
www.paulomargotto.com.br
pmargotto@gmail.com
A lesão cerebral no recém-nascido (RN) pré-termo consiste de múltiplas lesões
principalmente a hemorragia intraventricular (HIV), o hidrocéfalo pós-hemorrágico e a
leucomalácia periventricular (LPV). O ultrassom (US) é a técnica de imagem cerebral
mais comumente usada na UTI Neonatal na detecção destas lesões, pelas razões já
expostas. . Todas estas lesões são preditoras fortes para o desenvolvimento de paralisia
cerebral e severa deficiência cognitiva. A LPV parece ser o mais importante
determinante da morbilidade nos RN sobreviventes < 1500g (em torno de 10% destes
RN apresentam paralisia cerebral e 50% apresentam déficits cognitivos e
comportamentais posteriormente). As lesões necróticas focais profundas da LPV na
substância branca correlacionam-se bem com a paralisia cerebral, enquanto que os
déficits cognitivos e comportamentais podem estar relacionados à injúria mais difusa.
No entanto, a sensibilidade do US para detectar lesão sutil não cística na
substância branca é atualmente discutida porque:
- conceito atual de LPV deve incluir não somente as lesões císticas, mas também o
envolvimento mais difuso da substância branca central.
- a lesão necrótica evoluindo para cistos, rapidamente identificado pelo ultrassom,
não é a principal característica da lesão da substância branca.
No estudo de Inder et al com 96 RN pré-termos (idade gestacional média de 27
sem) com a realização da RM quando a termo, a LPV cística esteve presente em
somente 4% (4/96) e 14% (14/96) tiveram achados não císticos de lesão na substância
branca.. Maalouf et al, realizando a RM a termo de RN <30 semanas, não detectaram
injúria cística na substância branca ao passo que, 79% (25/32) destes RN a termo
apresentaram lesão na substância branca não cística.
No entanto Volpe continua usando o termo leucomalácia periventricular para
incluir tanto o componente focal ou o difuso ou ambos.
Devido à baixa freqüência do encontro de lesões císticas na substância branca no
moderno cuidados intensivo, a atenção volta-se para RM, com o encontro muito mais
freqüente de anormalidade difusa na substância branca, principalmente nos RN pré-
termos extremos (<26 semanas). No estudo de Inder et al, a lesão não cística da
substância branca foi mais comum que a lesão cística. O RN com idade gestacional < 26
semanas exibiu, quando a termo, um padrão único de lesão na substância branca e
anormalidade na substância cinzenta: a primeira caracterizada pela ventriculomegalia e
grande redução do volume da substância branca, sem lesão cística e a última, pelo
marcado aumento do espaço subaracnóide e imaturo desenvolvimento giral (estes
achados estiveram presentes em 10 de 11 RN). Em contraste com os pré-termos mais
velhos, estes pré-termos extremos não apresentaram lesão cística. Esta diferença no
padrão de anormalidades na lesão da substância branca pode estar relacionada à
vulnerabilidade, dependendo da maturação, do desenvolvimento dos oligodendrócitos.
A comparação entre US craniano e a RM cerebral foi realizada em várias coortes
de RN pré-termos. O estudo de Woodward et al compararam os valores preditivos dos
achados da RM com os achados derivados da US cerebral, que é usualmente usado na
predicção do risco de neurodesenvolvimento (167 RN abaixo de 30 semanas).. Os
autores demonstraram que as anormalidades detectadas pela RM no RN equivalente a
termo foram significativamente melhores preditores de neurodesensolvimento adverso
aos 2 anos em relação aos achados da US. Com esta informação, levantou-se a questão:
a RM a termo deveria ser realizada em todo RN pré-termo extremo? No entanto, neste
estudo, os US foram realizados somente nas primeiras 6 semanas de vida e não em
paralelo com a RM a termo.
1. Volpe JJ. Cerebral white matter injury of the premature infant-more common
than you think. Pediatrics 112:176-180, 2003
2. Consell SJ, Allsop JM, et al. Diffusion-weighted imaging of the brain in preterm
infants with focal and diffuse white matter abnormality. Pediatrics 112:1-7, 2003
3. Maalouf EF, Duggan PJ, Counsell SJ, et al. Comparison of findings on cranial
ultrasound and magnetic resonance imaging in preterm infants. Pediatrics
2001;107:719–27
4. Leijser LM, Bruine FT, van der Grond J et al. Is sequential cranial ultrasound
reliable for detection of white matter injury in very preterm infants?
Neuroradiology 2010;52:397–406
5. Inder T E, Anderson N J, et al. White matter injury in the premature infant: a
comparison between serial cranial sonographic and MR finding at term. Am J
Neuroradiol 24:805-9, 2003
6. Inder T E, Anderson N J, et al. White matter injury in the premature infant: a
comparison between serial cranial sonographic and MR finding at term. Am J
Neuroradiol 24:805-9, 2003
7. Epelman M, Daneman A, Kellenberger CJ et al. Neonatal encephalopathy: a
prospective comparison of head US and MRI. Pediatr Radiol 2010; 40:1640–
1650
8. Daneman A, Epelman M, Blaser S. Imaging of the brain in full-term neonates:
does sonography still play a role? Pediatr Radiol 2006; 36: 636–646
9. Horsch S, Skiöld B, Hallberg B, et al. Cranial ultrasound and MRI at term age
in extremely preterm infants. Arch Dis Child Fetal Neonatal Ed 2010; 95: F310-
F314
10. O'Shea MT,, Kuban KC, Allred EN, l Paneth N et al. Neonatal cranial
ultrasound lesions and developmental delays at 2 years of age among extremely
low gestational age children. Pediatrics 2008;122:2662-e669
11. Maalouf EF, Duggan PJ, Rutherford MA, et al. Magnetic resonance imaging of
the brain in a cohort of extremely preterm infants. J Pediatr 1999;135:351–357
12. de Vries LS, van Haastert IL, Radenaker KJ et al. Ultrasound abnormalities
preceding cerebral palsy in high-risk preterm infants. J Pediatr 2004;144;815-20.
13. Woodward LJ, Anderson PJ, Austin NC, et al. Neonatal MRI to predict
neurodevelopmental outcomes in preterm infants. N Engl J Med 2006;355:685–
94.
14. Dammann O, and Leviton A. Neuroimaging and the prediction of outcomes in
preterm infants. N Eng J Med 2006 ;355:727-729
15. Mirmiran M, Barnes PD, Keller K, et al. Neonatal brain magnetic resonance
imaging before discharge is better than serial cranial ultrasound in predicting
cerebral palsy in very low birth weight preterm infants. Pediatrics
2004;114:992–8.