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Curso de Mamografia
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Faculdade de Tecnologia em Saúde – FATESA/EURP
Rua Casemiro de Abreu, nº 660 – Vila Seixas – Ribeirão Preto – SP – www.fatesa.edu.br
Material de Apoio – Mamografia Convencional e Digital
Responsável
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Roentgen atribuiu o aparecimento do brilho, a uma radiação que saia da ampola e que também
atravessava o papel preto. A esta radiação desconhecida, mas de existência comprovada deu o
nome de Raio X, posteriormente conhecido também por raios Roentgen.
O uso de uma placa fotográfica em lugar da peça de vidro foi o segundo passo de Roentgen, cujo
resultado foi a visualização dos ossos da mão de sua mulher que serviu de cobaia.
Roentgen fez uma série de observações acerca dos Raios X e concluiu:
1. Causam fluorescência em certas substâncias
2. Enegrecem placas fotográficas
3. É radiação do tipo eletromagnética, pois não sofre desvio em campos elétricos ou magnéticos.
4. São diferentes dos raios catódicos
5. Tornam-se mais penetrantes quando passam por absorvedores.
Raios X são produzidos quando elétrons de alta energia são subitamente desacelerados. Este
processo também é conhecido pelo nome alemão de “Bremsstrhlung”.
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No tubo original, a fonte de elétrons era o gás residual do tubo; atualmente, a produção de
elétrons é feita termoionicamente através de corrente elétrica (efeito Joule) que passa por um
filamento (em hélice ou espiral) de Tungstênio.
A realização de vácuo no tubo faz com que a perda de energia dos elétrons em movimento seja a
menor possível.
Quando aplicamos uma diferença de potencial entre o filamento (negativo) e um anteparo ou alvo
(positivo), os elétrons produzidos serão repelidos do filamento e atraídos para o alvo onde serão
desacelerados bruscamente.
A energia destes elétrons será dada pelo produto de sua carga pela voltagem aplicada.
E = e.V
A energia cinética dos elétrons será transferida ao alvo e é convertida em outras formas de
energia, inclusive Raios X.
Na maioria dos casos, quando os elétrons se aproximam dos átomos do alvo, existe uma repulsão
entre os elétrons e a “nuvem” eletrônica do alvo. Neste tipo de interação, os elétrons são
desviados de sua trajetória e perdem sua energia em ionização e calor.
A voltagem aplicada é da ordem de quilovolts e a corrente de elétrons no tubo é da ordem de
miliampéres.
Os elétrons podem ter várias interações com o átomo alvo, na mais comum delas o elétron produz
uma série de ionização e cada uma delas produz calor.
O rendimento de produção de raios X numa ampola é da ordem de
R = Z . V . 10(-9)
Exemplo
Alvo de Tungstênio Z = 74
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Logo, neste caso, aproximadamente 98,15 % da energia dos elétrons é convertida em calor.
O gerador de elétrons de um tubo de Raios X é normalmente feito de Tungstênio que, como já
dissemos, termoionicamente libera elétrons. É feito deste material dado o seu alto ponto de fusão
(3380oC).
Este gerador de elétrons, ou filamento, deve ficar inserido dentro da ampola, pois exposto ao ar,
oxida-se.
Pela razão da grande produção de calor no alvo, ele deve ser construído com um material de alto
ponto de fusão alto e capaz de ceder calor rapidamente. Novamente o Tungstênio é o material de
preferência.
Os raios X são compostos por dois tipos de espectro de radiação – a radiação de espectro
contínuo e a de espectro característico. Ambas são oriundas da interação dos elétrons com o
átomo alvo. As primeiras provem da interação dos elétrons com o núcleo do átomo alvo e a
segunda é oriunda do deslocamento dos elétrons nas camadas dos átomos.
a) Voltagem aplicada
Sabemos que a máxima energia dos fótons que emergem de uma ampola de Raios X é igual á
máxima energia dos elétrons que atingem ao alvo da ampola, que, por sua vez, depende da
voltagem pico aplicada á ampola.
b) A corrente no tubo
A emissão total dos Raios X depende do número de elétrons que colidem no alvo; depende da
corrente no tubo, quanto maior a corrente no tubo, maior o número de elétrons e, portanto,
mais radiação X produzida.
c) Material do alvo
Desde que os Raios X são produzidos por interações dos elétrons acelerados com os elétrons
ligados dos átomos do alvo, pequenas diferenças nos números atômicos não serão
importantes. Entretanto, altos números atômicos do alvo, acarretarão maiores quantidade de
radiação X.
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Radiologia Diagnóstica
Introdução
Como bem definem Meredith e Masse, o objetivo da Radiologia Diagnóstica é produzir uma
imagem na forma de sombras de vários tamanhos, formas e graus de enegrecimento, de tal forma
que, ao examinar esta imagem, o médico possa verificar quais as estruturas anatômicas do
paciente, responsáveis por cada sombra e a existência de qualquer anormalidade.
Esta imagem é produzida através do uso de radiação ionizante, principalmente raios X, que
interagem com os tecidos do corpo humano, por absorção fotoelétrica ou espalhamento Compton,
causando áreas de diferentes enegrecimentos, em um filme radiográfico (imagem estática), ou
numa tela fluoroscópica (imagem cinética).
O Filme Radiológico
O filme radiológico consiste em uma emulsão fixada numa base de material plástico, que contém
em suspensão cristais de brometo de prata em material gelatinoso.
Quando a radiação interage com estes cristais, eles ficam mais suscetíveis a mudanças químicas e
formam o que é conhecido por imagem latente.
Após a exposição, quando o filme é então revelado, os cristais expostos as radiações se reduzem
a pequenos grãos de prata metálica. O filme é então fixado através de uma solução de tiossulfito
de sódio, que dissolve o brometo de prata e a gelatina da emulsão não expostos ás radiações.
O filme é então lavado em água corrente, para remover todos os resíduos químicos. No final, as
áreas que foram expostas ás radiações aparecem enegrecidas, proporcionalmente á quantidade de
radiação recebida.
O enegrecimento de um filme corresponde, pois á densidade da prata metálica e seu estudo é feito
de acordo com suas características de transmissão de luz.
Telas Intensificadoras
Certas substâncias se submetidas a algum estímulo (tais como: luz, calor, ionização e outros),
podem converter energia em radiação eletromagnética, no intervalo da luz visível. Esta conversão
de energia é chamada de luminescência.
A luminescência é chamada de Fluorescência quando a emissão de radiação ocorre num intervalo
de tempo de 10 (-8) segundos. Algumas substâncias, como o Tungstato de Cálcio, tornam-se
fluorescentes à ação dos raios X. A quantidade de Luz emitida é proporcional à quantidade de
raios X absorvida e, portanto, proporcional á exposição recebida.
Se fizermos telas contendo material fluorescente e as colocarmos junto ao filme radiográfico,
estas absorverão muito mais raios X que o filme, e produzirão fótons de luz que tem maior
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eficiência para formação de imagens. Desta forma podemos usar muito menor quantidade de
raios X para a mesma imagem no filme.
Grades
A imagem radiológica conseguida num filme é devida ás diferentes atenuações que o feixe
primário, sofre, quando atravessa o paciente. Radiação espalhadas pelo paciente chegam ao filme,
causando uma perda de contraste, sendo, portanto, indesejáveis.
Esta radiação espalhada pode ser reduzida por uma grade colocada entre o filme e o paciente.
Está grade consiste numa série de faixas de chumbo, de espessura c (aproximadamente 0,05 mm),
altura h (2,5mm) e separadas por um material de baixa densidade (separação de
aproximadamente 0,35 mm).
As grades podem ser paralelas ou focadas. Nas grades paralelas, as faixas de chumbo são
paralelas. Já na grade focada, as faixas de chumbo são colocadas formando ângulo, que
acompanham a divergência do feixe de radiação.
Portanto, teoricamente, a grade focada é mais eficiente que a paralela; entretanto, erros no seu
alinhamento farão com que a grade absorva mais radiação primária do que a grade paralela.
Quando a grade é usada (paralela ou focada) as faixas de chumbo aparecem na radiografia como
linhas bem finas que, em certos casos podem atrapalhar a análise das radiografias. Estas linhas
podem ser eliminadas pelo movimento da grade no exame radiográfico.
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Introdução
A qualidade da imagem é influenciada por diversos fatores, entre eles citamos: equipamento,
sistema de registro, compressão, habilidade do técnico no posicionamento e processamento. A
qualidade da imagem, contudo, como fato isolado, não implica necessariamente em acurácia do
método. Essa exige além de qualidade, conhecimento, experiência e interesse do radiologista que
a interpreta. Em outras palavras, a acurácia da mamografia requer fatores tecnológicos, técnicos e
humanos.
A sensibilidade da mamografia para a detecção de lesões potencialmente malignas é
aproximadamente superior a 90 %, desde que todos os fatores acima estejam presentes. A
otimização da mamografia depende, portanto de equipamento dedicado, posicionamento, correta
seleção de fatores elétricos, filmes e écrans especiais, perfeito contato filme-écram, adequadas
condições ambientais de interpretação e outros.
Equipamento
Nos dias atuais, não é admissível o emprego de aparelhos convencionais de radiologia adaptados
para mamografia porque, além de não permitirem correto posicionamento compressão e
visualização integral do corpo mamário, o espectro energético do feixe quântico por eles
produzido resulta em imagens pobres em contraste, em resolução espacial e dose alta.
Posicionamento
São preconizadas no mínimo duas incidências para cada mama – craniocaudal (CC) e
mediolateral oblíqua (MLO). Com grande frequência são necessárias incidências
complementares, como projeção caudocranial, compressão seletiva, ampliação, perfil verdadeiro,
axila, tangenciais, rotacionais e incidências com variação angular. É aconselhável informar a
paciente sobre essa rotina no início do exame, particularmente se ela estiver se submetendo á
mamografia pela primeira vez. Essa atitude evitará muitas vezes que ela se preocupe com
incidências complementares ou atribua a tomada de novas incidências a erro ou despreparo do
técnico. Se o técnico informá-la que o exame compreende de duas a quatro radiografias por
mama, ela se predisporá a colaborar, no caso de haver necessidade de incidências
complementares.
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A compressão deve ser vigorosa, uma vez que ela permite reduzir a espessura, dissociando os
tecidos e com isso melhorar o contraste e reduzir a dose. Para que se consiga comprimir
adequadamente a mama de forma bem tolerada, é importante que, além dos cuidados, já
referidos, a compressão seja interrompida tão logo o dispositivo de compressão toque a mama. A
partir desse momento, o técnico deve conversar com a paciente, encorajando-a, enquanto
aumenta a compressão paulatina e progressivamente, com repetidos toques no pedal, até que seja
atingida uma compressão correspondente de 10 a 14 libras, dependendo das condições de
densidade e volume da mama e da tolerância da paciente. A compressão lenta ajuda a paciente a
adquirir confiança, dando-se conta de que facilmente poderá suportá-la, pelo menos na maioria
das vezes.
Esta incidência, proposta por Basset foi universalmente introduzida na rotina da mamografia, em
vez do perfil com raios horizontais, por possibilitar visualização por inteiro do corpo mamário, se
adequadamente utilizada. O ângulo mais frequentemente usado é de cerca de 45 graus, podendo
variar (usualmente para mais), dependendo de condições inerentes à paciente.
O prolongamento axilar do corpo mamário envolve grande parte do músculo grande peitoral
ocupando, inclusive, um espaço retropeitoral. O feixe radiógeno deve-se ser perpendicular à
margem lateral desse músculo.
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Músculo peitoral, juntamente com a face lateral da mama que lhe é solidária, é amplamente
mobilizável em sentido medial. O técnico deve posicionar-se em relação à paciente do lado
oposto ao que está sendo posicionado para a mamografia. A margem cubital de sua mão deve
fazer deslizar o músculo peitoral, juntamente com a mama, em sentido medial, e mantê-lo nessa
posição em contato com o buchy mamográfico, de tal forma que o cavo axilar fique apoiado no
ângulo superior do buchy. O corpo da paciente deve rodar levemente para que a mama oposta não
interfira com feixe fotônico. Uma vez mais a compressão deve ser vigorosa. Nessa posição as
pacientes costumam tolerar com maior facilidade, até porque elas já estão mais familiarizadas
com a máquina, com o técnico, com o ambiente e até com a compressão propriamente dita.
Incidências Complementares:
Dentre as projeções complementares mais frequentes, encontram-se as seguintes – Incidência
craniocaudal lateral ou medialmente exagerada, incidência com compressão seletiva (CS),
ampliação, projeções axilares, incidências tangenciais, manobra de Eklund, incidências
rotacionais, incidências com pequenas diferenças de angulação e perfil verdadeiro.
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Ampliação
Para que seja possível a utilização desse excelente recurso diagnóstico mamográfico, é necessário
que disponhamos de dois pré-requisitos – microfoco (0,1mm) e dispositivo que permita aumentar
a distância objeto-filme. Na presença de pequeno grupo de calcificações, a ampliação pode por
em evidência a sua morfologia, fornecendo valiosos subsídios de avaliação, em casos de
pequenas áreas com distorção morfoestrutural do corpo mamário. Ela apresenta todas as
vantagens da imagem obtida com CS, acrescidas do aumento da imagem, facilitando sua
interpretação. Tem a desvantagem de aumentar a dose em aproximadamente quatro vezes.
Quando se realiza mamografia com ampliação, não há necessidade de grade antidifusora, uma
vez que a grande distância entre a mama e o filme faz com que a radiação secundária se dissipe
antes de alcançá-lo. Dispensando-se a grade, reduz-se também a dose sobre a paciente e diminui-
se a sobrecarga do tubo.
Anatomia Mamária
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Mamilo e Aréola
Na parte anterior e mediana de cada mama estão a aréola e o mamilo (complexo areolomamilar).
O mamilo ou papila é uma eminência de forma cônica ou cilíndrica. Em sua superfície está o
orifício principal, situado na porção central, e pequenos orifícios secundários, distribuídos em
todo o corpo mamilar. Esses orifícios estão relacionados com os canais galactóforos, que
geralmente são em número de 15 a 20.
Em torno do mamilo ou papila está a aréola, que apresenta superfície pigmentada com pequenas
elevações denominadas tubérculos de Morgani. Medindo entre 2 e 5 mm, essas elevações dão
aspecto rugoso à aréola, e são glândulas sebáceas que apresentam um desenvolvimento muito
particular.
Sob influências hormonais, principalmente durante a gravidez e o período de lactação, os
tubérculos de Morgani mudam de forma e a pigmentação da aréola é alterada. Nesta fase são
denominados tubérculos de Montgomery, pois geralmente dão saída a substância leitosa
(colostro) sob leve compressão. Eles persistem durante todo o período de lactação, e alguns
autores os consideram como glândulas mamárias rudimentares.
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A anatomia macroscópica não dissocia bem os elementos anatômicos da mama, pois grande
quantidade de tecido adiposo se superpõe ao tecido conjuntivo. Todavia, essas estruturas são bem
visualizadas na imagem, radiológica devido ás diferenças de suas densidades.
Ligamentos de Cooper
São septos de tecido conjuntivo que se originam na parte retroglandular e se dirigem, em sentido
perpendicular, à porção anterior da glândula. Separam os lobos, lóbulos e ácinos glandulares.
Tem funções de sustentação aos elementos glandulares propriamente ditos. Junto à parte anterior
da glândula que são separados da derme pelo tecido celular subcutâneo, os ligamentos de Cooper
se dirigem obliquamente, em forma mais plana, e se fixam à subderme. Aí são denominados
cristas de Duret.
Tecido Adiposo
A glândula mamária propriamente dita está no interior do panículo adiposo, separada
anteriormente pela lâmina adiposa anterior ou préglandular, que é interrompida ao nível da região
retroareolar, onde as estruturas glandulares estão separadas da derme por tecido conjuntivo, pelo
qual passam os canais galactóforos.
Há dois tipos de tecido adiposo na mama – o tecido fibroadiposo, que envolve os lobos e lóbulos,
e o tecido adiposo areolar frouxo, que envolve as estruturas glandulares mais externamente,
formando as denominadas lojas ou fossetas de gordura. Radiologicamente, este último é mais
luscente que o primeiro. Ambos têm função de sustentação.
A lâmina adiposa posterior ou retroglandular, também denominada bolsa de Schassagnac, é mais
fina que a lâmina adiposa anterior, e separa a glândula do plano muscular na parede anterior do
tórax. Essas estruturas são bem distintas na imagem radiológica devida ás suas diferenças de
densidade.
Artérias
A vascularização arterial é superficial e é feita principalmente pelos ramos perfurantes da artéria
mamária interna, que são as artérias intercostais anteriores. As demais são artérias torácicas
superiores, o ramo da artéria axilar, o ramo peitoral da artéria toracoacromial e o ramo da artéria
subclávia. Um grande número de anastomoses é visto entre os três ramos principais.
Veias
A anatomia da circulação venosa da mama é muito importante não só para o reconhecimento de
processos patológicos, pois representa uma das vias de disseminação metastática dos carcinomas,
como também para o estudo dos vasos linfáticos, que tem o mesmo trajeto. As veias subcutâneas
superficiais são calibrosas e estão abaixo da facia superficial e estão muito próximas da pele.
Massopust e Gardner fizeram estudos profundos sobre essas veias e classificaram-nas em dois
padrões principais:
Tipo Transversal – convergem para a borda externa, seguem para o plano profundo para se
juntarem aos vasos perfurantes que atravessam a parede torácica e drenam nas veias mamárias
internas.
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Tipo Longitudinal – convergem para a região supraesternal e drenam nas veias superficiais do
pescoço, que drenam nas jugulares anteriores. O tamanho dessas veias varia de indivíduo para
indivíduo.
De acordo com Haagensen, as veias profundas que transportam o sangue da mama são
distribuídas em três grupos principais:
1. Ramos perfurante da veia mamária interna é as mais volumosas. Os ramos dos três espaços
intercostais superiores são maiores do que os dos espaços inferiores. As veias mamárias
internas drenam nas veias inominadas correspondentes. Esta via leva diretamente à rede
capilar pulmonar e conduz os êmbolos de células carcinomatosas para os pulmões.
2. Veias axilares – correspondem geralmente aos ramos da veia axilar. Recebem tributárias da
parede torácica, dos músculos peitorais e da face profunda da mama. Tem trajetos variáveis,
com exceção das veias toracoacromial e cefálica. A drenagem venosa da mama através das
veias axilares leva diretamente à rede capilar pulmonar e fornece uma Segunda via de
embolização de células cancerosas para o pulmão.
3. Veias intercostais – É uma das vias mais importantes de drenagem venosa da mama. As veias
intercostais comunicam-se com as veias vertebrais e, finalmente, drenam as veias ázigos. A
comunicação veias ázigos, veias intercostais dirige-se à veia cava superior e aos pulmões.
Constitui a terceira via pela quais êmbolos de carcinomas produzem metástases pulmonares.
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vertebral drena não somente as vértebras, mas também os ossos da bacia, a extremidade superior
do fêmur, as escápulas e as extremidades proximais dos úmeros e do crânio. Esse sistema venoso
não tem válvulas, com exceção dos canis comunicantes menores. O sangue flui do sistema
venoso vertebral para a cava, ou vice-versa, de acordo com pequenas variações da pressão
abdominal. Batson enfatiza que o sistema venoso vertebral estabelece uma via de drenagem
venosa ao longo do eixo do corpo pela qual as metástases provenientes das veias intercostais que
drenam o carcinoma da mama podem disseminar-se no esqueleto sem entrar no sistema cava.
Vasos Linfáticos
Segundo descrições de Rouviére, a principal via linfática da mama apresenta dois grandes ductos
coletores, originados na periferia de plexo subareolar – um medialmente e o outro externamente.
O ducto coletor lateral emerge do bordo lateral do plexo subareolar e lega-se a um tronco
colateral do plexo subareolar da metade superior da mama. Ele corre lateralmente para cima, em
direção à axila. Os vasos linfáticos dos canais galactóforos perilobulares, periacinares e cutâneos
lançam-se no plexo areolar. Do plexo areolar derivam três grupos linfáticos – externo interno e
inferior.
Os linfáticos mamários externos reúnem-se em vários grandes troncos que se dirigem para fora,
contornando o bordo externo do grande peitoral, e terminam nos linfonodos (gânglios) em torno
dos vasos mamários externos. Esses linfonodos estão em relação com outras cadeias linfonodais
da axila.
1. Gânglios da veia axilar - estão localizados na porção lateral da veia axilar nas faces anterior
e posterior, desde o tendão do músculo grande dorsal até a veia toracoacromial.
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2. Gânglios mamários externos – situam-se abaixo da borda lateral do músculo grande peitoral
ao longo da face medial da axila, acompanhando o curso da artéria torácica lateral, na parede
torácica do 2º ao 6º arco costal.
3. Gânglios escapulares – situam-se próximo aos vasos escapulares, e seus ramos toracodorsais,
no ponto de origem da veia escapular, do tronco axilar até a inserção desses vasos no músculo
grande dorsal e na parede torácica lateral. Ao cruzarem a axila em direção ao braço, os nervos
intercostabraquiais caminham através dos gânglios escapulares mais craniais. Os nervos
escapulares têm íntima associação com os gânglios escapulares.
6. Gânglios interpeitorais – os linfonodos interpeitorais, descritos pela primeira vez por Gross
Man, são denominados atualmente gânglios de Rotter. Estão localizados entre o grande e o
pequeno peitoral, ao longo dos vasos toracoacromiais. São pequenos e seu número varia de
um a quatro.
O sistema linfático axilar proporciona um eficiente filtro. Os troncos linfáticos principais drenam
a mama lateralmente e para cima, emergindo do seu prolongamento axilar e perfurando a fáscia
axilar, afluindo no grande grupo de gânglios axilares centrais. Outros troncos linfáticos emergem
sob a porção lateral da mama. Alguns, em menor quantidade, correm entre o músculo grande e
pequeno peitoral. Outros, calibrosos, contornam o bordo externo do grande peitoral e drenam os
gânglios da veia axilar e nos gânglios subclaviculares do ápice da axila.
Nervos
A pele da porção superior da mama é inervada pelos 3º e 4º ramos do plexo cervical; a da porção
inferior é inervada pelos nervos intercostais torácicos. Seus ramos cutâneos laterais, que
emergem das digitações do músculo serrátio anterior na linha axilar anterior, inervam a pele
lateral da mama; seus ramos cutâneos anteriores, que emergem do músculo grande peitoral junto
aos vasos perfurantes, próximo ao esterno, inervam a pela medial. O nervo subescapular médio
emerge da veia axilar e estende-se para fora e para baixo, na gordura do tecido areolar, próximo
aos vasos toracodorsais.
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Anatomia Microscópica
O reconhecimento dos elementos histológicos é a base para o estudo da anatomia radiológica.
O esquema clássico histológico da unidade glandular é o canal galactóforo, contornado por
estruturas conjuntivas adiposas e vasculares.
O ducto (1) está limitado por uma camada de células epiteliais cilíndricas e cúbicas (2) sobre a
membrana basal. Essas células epiteliais modificam-se em função do ciclo menstrual.
As células mioepiteliais (3) estão adjacentes à membrana basal na parede externa do ducto. Tem
função contrátil, possivelmente para o controle dos estímulos hormonais.
A variação das proporções existentes entre o parênquima, o tecido adiposo e o tecido conjuntivo
propriamente dito determina a definição das estruturas anatômicas.
A bolsa de Schassagnac separa o parênquima do plano muscular.
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Topograficamente a mama é dividida em quatro quadrantes, os quais são bem visualizados nas
incidências craniocaudais e mediolateral, e são importantes para a correta localização das
patologias da mama. Os quadrantes externos e os quadrantes internos são observados na
incidência em craniocaudal. Para determinar se uma lesão ocupa o quadrante inferior ou superior,
utiliza-se a incidência em perfil ou a mediolateral. A maior quantidade de parênquima mamário
está localizada nos quadrantes externos.
Os ductos, lobos, lóbulos e unidades acináres da glândula mamária, podem ser bem visualizados
através da ductografia, ou seja, o exame contrastado da mama. Este método é geralmente
indicado quando pacientes apresentam secreção papilar. É importante para a localização de
patologias intraductais que não são visualizadas na mamografia comum.
Introdução
As lesões mamárias benignas representam grande parte das anormalidades observadas tanto
clínica como radiologicamente. A importância do conhecimento dessas lesões reside
principalmente na diferenciação com o câncer quando a lesão é delimitada, ou porque a histologia
dessa lesão pode dar informação valiosa quanto ao risco da paciente desenvolver a lesão.
As lesões epiteliais benigna podem ser difusas ou localizadas, uni ou bilaterais ou formar massas
bem definidas e, geralmente mais de uma lesão pode estar na mesma mama. Existe enorme
controvérsia a respeito da nomenclatura destas lesões. Estamos nos referindo aquelas com uma
infinidade de nomes que no final recebem a denominação genérica de displasia mamária. Do
ponto de vista do diagnóstico por imagem, o importante é buscar criteriosamente a presença de
sinais precoces de lesões malignas concomitantes ou não a alterações do tecido mamário.
Cisto
O cisto origina-se por dilatação lobular ou em ducto ectásico obstruído. Macroscopicamente é
redondo ou lobulado e em geral contém líquido que varia do verde acinzentado ao marrom.
Frequentemente o epitélio do cisto está achatado ou ausente e a metaplasia apócrina não é
influente. O estroma adjacente aos cistos é infiltrado com numerosos linfócitos células
plasmáticas e numerosos histiócitos.
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CISTO
Os cistos são originados no ducto terminal da
unidade lobular, com comportamento biológico
lábil, podendo aumentar ou desaparecer,
independente de medidas terapêuticas.
Provavelmente decorrem dos ciclos ovulatórios
sucessivos,
CCMN
Os cistos podem ser únicos ou múltiplos em uma mama, porém são mais frequentes
bilateralmente. Variam em tamanho podendo ser muito pequenos ou atingir vários centímetros.
São mais comumente observados entre os 30 e os 50 anos, mas ocasionalmente podem ser
encontrados em adolescentes na fase pós-puberal. Regridem gradativamente após a menopausa,
mas podem persistir por muitos anos mesmo em pacientes que não tem história de uso de
hormônio.
Dependendo do grau de hiperplasia que os acompanha e da história familiar, os macrocistos estão
relacionados com pequeno risco aumentado de desenvolver carcinoma. Considera-se macrocistos,
cistos maiores que 3 mm.
Radiologicamente, os cistos apresentam forma redonda oval com margens lisas, mas algumas
vezes, quando o parênquima adjacente é predominantemente glandular, os contornos podem ser
irregulares ou lobulados. A densidade é igual ou um pouco maior que a do parênquima. O
aspecto ecográfico típico é o de imagem anecóica, de contornos regulares e com reforço acústico
posterior.
Os cistos menores podem calcificar-se apresentando forma anelar, e os maiores, quando tem sua
parede calcificada, fazem diagnóstico diferencial com cisto oleoso e às vezes com fibroadenoma
calcificado. Pode haver ainda, dentro do cisto, sais de cálcio em suspensão, que aparecem
puntiformes na incidência craniocaudal e em forma semilunar em sua parede inferior, na
incidência mediolateral (calcificação leite de cálcio).
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Papiloma Intraductal
É lesão benigna que resulta de proliferação epitelial intraductal. Pode ser solitário ou múltiplo,
muito pequeno ou crescer e expandir o ducto, podendo obstruí-lo e chegar a formar cisto,
resultando no papiloma intracístico. Pode ainda aparecer logo abaixo do mamilo, formando o
papiloma do mamilo.
Os papilomas são geralmente pequenos, não aparecendo no exame clínico ou mamografia, a não
ser quando atingem 1 a 2 cm.
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Adenose Esclerosante
A adenose consiste de proliferação do estroma e dos elementos epiteliais dos lóbulos, resultando
em multiplicação acinar. A adenose não constitui um tumor palpável, e, portanto não é
detectável, a não ser que o tecido mamário seja biopsiado por alguma outra razão e não há
evidencia que a adenose predisponha ao câncer. Radiologicamente apresenta-se como pequena
opacidade ovalares mal definidas difusas ou em placas, quando há fibrose associada. Ao
ultrassom observa-se parênquima mamário heterogêneo, não se observando lesão nodular.
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Fibroadenoma
É uma neoplasia sólida benigna da mama, constituída de tecido conjuntivo e epitelial, é hormônio
dependente.
É tumor de crescimento lento, induzido por estrogênio, que aparece após a puberdade e
geralmente antes dos 30 anos de idade. Forma-se devido a distúrbios nos mecanismos hormonais
que são responsáveis pela regressão usual das proliferações epiteliais e do estroma a que a mama
é submetida durante o ciclo menstrual. A gravidez e a lactação estimulam seu crescimento.
Geralmente seu crescimento não ultrapassa 2 a 3 cm, quando maior que 6 cm é chamado de
fibroadenoma gigante.
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Tumor raro de crescimento rápido podendo atingir grandes proporções, a forma maligna é rara (3
%). As recidivas são frequentes. Radiologicamente são identificados pela sua grande densidade
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nodular, quando menores fazem diagnóstico diferencial entre fibroadenoma, cistos e lesões
circunscritas.
Fibroadenolipoma (Hamartoma)
É uma variação do lipoma comum. O aspecto usual é de nódulo bem circunscrito, composto de
elementos gordurosos que tem lóbulos e ductos normais entremeados. Ocorre geralmente na
mulher de meia idade ou na menopausa, mas foi descrito em mulheres mais jovens ou mais
idosas. Quando a lesão é circunscrita, o aspecto radiológico é característico, com bordas bem
definidas e radiodensidade mista, sendo mais radiopaca se houver mais tecido fibroglandular e
mais radiotransparente se houver mais tecido adiposo. Quando não é circunscrita, pode
apresentar-se como área de hiperdensidade e distorção do parênquima, fazendo diagnóstico
diferencial com lesão maligna.
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O cisto oleoso é uma forma distinta de necrose gordurosa onde uma pequena cavidade oleosa se
desenvolve, circundada por uma fina membrana. Ele se manifesta radiologicamente como uma
imagem radiotransparente circundada por fina linha radiopaca.
Lipoma
É tecido adiposo circundado por uma capsula de tecido conjuntivo. É geralmente solitário, móvel
e macio a palpação, sendo mais frequente encontrado em mulheres idosas. Faz diagnóstico
diferencial clínico com alguns tipos de carcinoma e sarcoma que também apresentam
consistência amolecida.
Radiologicamente corresponde a imagem radiotransparente circundado por fina cápsula de tecido
conjuntivo, podendo ser invisível em mamas com predomínio do tecido fibroadiposo, pois se
confunde com o mesmo. Quando se trata de Lipoma, a cápsula pode ser visualizada em quase
toda a sua circunferência e nas duas incidências, ao contrário, dos lóbulos de tecido adiposo.
Galactocele
É uma dilatação cística do ducto mamário que se desenvolve durante ou após a lactação,
provavelmente por obstrução ductal. No início tem paredes finas e possui material semelhante ao
colostro, e mais tarde, pode apresentar paredes espessadas, devido à inflamação, e o conteúdo
espesso. Pode ser solitária múltipla ou lobulada. Radiologicamente as características variam, mas
basicamente é um nódulo regular com densidade variável dependendo da fase da evolução.
Inicialmente podemos Ter uma densidade baixa ou semelhante ao parênquima e depois com a
condensação das substâncias do nódulo sua radiodensidade aumenta (radiopacidade).
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Sinais Primários
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Sinais Secundários
A neoplasia maligna pode ser identificada também, através de sinais indiretos à mamografia
como calcificações tumorais, hiperdensidade assimétrica, proeminência ductal, distorção da
arquitetura, aumento difuso da densidade, alterações da pele, invasão do mamilo, assimetria
vascular e adenopatia axilar.
Calcificações Tumorais
As calcificações malignas podem ocorrer na presença ou na ausência de uma massa Tipicamente
são numerosas e agrupadas, tem vários tamanhos e formas e podem apresentar uma configuração
ramificada. Quando maior o número de calcificações em um agrupamento, maior a probabilidade
de malignidade. Um agrupamento pode ser definido com três ou quatro calcificações em uma
área de 0,5 cm2.
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mama, especialmente para os quadrantes externos, este achado pode estar associado à patologia
intraductal, inclusive a neoplasia maligna oculta.
Alterações da Pele
Retração ou espessamento de pele decorrente de infiltração tumoral ou obstrução linfática,
podendo ser localizada ou difusa, geralmente a massa tumoral é evidente. Se não há identificação
de neoplasia, deve-se fazer o diagnóstico diferencial, com retração cicatricial póstraumática.
Inversão do Mamilo
O mamilo pode ser congenitamente invertido, ou a inversão pode aparecer através de processo
benigno, que se estabelece ao longo de vários anos. Quando a inversão ocorre em um período
relativamente curto, a possibilidade de lesão maligna é grande. Particularmente na doença de
Paget, observa-se invasão epidérmica do mamilo e da aréola em decorrência de carcinoma
intraductal que pode ou não ser evidenciado pela mamografia.
Assimetria Vascular
Aumento unilateral de veias mamárias pode ser decorrente de processos benignos ou malignos.
Como sinal isolado, tem pouco valor diagnóstico, serve como alerta para cuidadosa avaliação
comparativa de ambas as mamas, pesquisando-se eventualmente neoplasia pouco evidente.
Adenopatia Axilar
A presença de lesão secundária em gânglios axilares é indicativa de doença avançada, com
prognóstico reservado. Radiologicamente os gânglios metastáticos apresentam densidade
aumentada, sem centro adiposo, contornos lobulados e diâmetro acima de 2,5 cm. O diagnóstico
diferencial com hiperplasia ganglionar reativa é difícil.
Número
Para a maioria dos autores, os grupamentos são suspeitos se possuem cinco ou mais
microcalcificações por cm2 (3). O grau de suspeição é diretamente proporcional ao número de
microcalcificações. Todavia, um número menor de microcalcificações pode merecer o mesmo
grau de suspeição se estas tiverem aspecto característico de malignidade.
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Forma
Microcalcificações de formas diferentes entre si, dentro de um mesmo grupamento (puntiforme,
lineares, ramificadas, em forma de letras “Y”, “T”, “L”) são muito sugestivas de malignidade e
quanto mais variadas as formas, maior a suspeição radiológica.
Densidade
Frequentemente as microcalcificações apresentam alta densidade, a despeito do pequeno
tamanho, com variação de densidade entre elas e em si própria.
Distribuição – Em geral são unilaterais e podem estar agrupadas em pequenas áreas ou
distribuídas em setor da mama, seguindo um trajeto ductal a partir da papila.
No estudo dos grupamentos de microcalcificações, o uso da classificação morfológica de Le Gal
pode ser de grande ajuda. Le Gal classificou as microcalcificações em tipo de I a V, que
apresentam valor patológico crescente.
Quadro I
Classificação de Le Gal
Tipo I Microcalcificações anulares, redondas discóide, com centro radiolúcido. Todas são
benignas.
Tipo III Microcalcificações puntiformes, pouco precisas, de difícil visualização, tipo “poeira” 20
a 40 % são malignas.
1. As células epiteliais que revestem internamente os ductos crescem e enchem sua luz,
posteriormente sofrem necrose central e calcificam, modelando o ducto. Isto determina a
forma das microcalcificações que podem ser arboriforme. Este é o tipo de microcalcificação
mais encontrado nos comedocarcinomas, um dado importante a referir, pois sabe-se que o
comedo é o tumor que mais produz extensões intraductais, e, portanto mais possibilidade tem
de recidivar.
2. O outro tipo de microcalcificação é o que resulta da estase da secreção dentro dos ductos. Os
tumores cribriforme e os papilíferos projetam-se dentro da luz dos ductos, formando
vegetações e fendas, o que acarreta a estase da secreção. Isso possibilita a precipitação de sais
de cálcio, produzindo calcificações puntiformes (menores que 0,5 mm), de aspecto bizarro, de
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tamanho e forma variáveis. Essas variedades de tumor podem coexistir e por esse motivo é
possível em alguns casos, observar os dois tipo de microcalcificações no mesmo local.
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As taxas de incidência e mortalidade por câncer de mama têm declinado nos últimos anos em
índios americanos e nativos do Alasca. No entanto, um estudo realizado nos EUA realizada em
2005 pela Sociedade para a Saúde da Mulher indicaram que o câncer de mama continua a ser a
doença mais temida, apesar da doença cardíaca isquemica é a causa mais comum de morte entre
as mulheres.
O maior risco é o da mulher com mais de 40 anos de idade, sendo que a incidência aumenta
progressivamente até os 70 anos. Embora se saiba que algumas mulheres apresentem risco maior,
75 % delas não apresentam quaisquer fatores de risco.
A melhor esperança de aumentar a sobrevida é a detecção precoce, e o melhor método é a
mamografia.
Evolução da Mamografia
Em 1913, Albert Salomon, um cirurgião alemão descreveu sua experiência com radiografias de
um grande número de mamas ressecadas. Ele conseguiu distinguir alguns carcinomas infiltrantes
e reconhecer certos cânceres impalpáveis.
Na década de 30 Stanfford Warren, um radiologista da Universidade de Rochester foi o pioneiro
na mamografia clínica. No entanto, a mamografia nunca foi utilizada em larga escala de vido aos
problemas técnicos.
Na década de 50, Raul Leborne, do Uruguai, revitalizou o interesse pela mamografia quando
descreveu aspectos radiográficos da microcalcificação do carcinoma e fez correlação
histopatológica. Jacob Gershon-Cohen realizou outros estudos na década de 50 na Filadélfia,
tendo identificado muitos aspectos de lesões benignas e malignas.
Em 1960, Robert Egan, de Houston, introduziu um método reproduzível de obter exames
radiológicos diagnósticos da mama usando uma técnica de alta miliamperagem e baixa
quilovoltagem e filmes industriais. Em meados da década de 60, Gross introduziu em Strasboug,
a primeira unidade de raios-X destinada a mamografia. Essa delicada unidade de mamografia
usava um anodo de molibdênio para melhor imageamento do tecido mole e um dispositivo para
comprimir a mama, de modo a eliminar o movimento e melhorar a imagem. Outro avanço
importante foi feito em 1972 com a introdução da mamografia filme-tela o que permitiu um
processamento automático rápido, exposições mais curtas e imagens mais nítidas.
As primeiras mamografias liberavam uma dose de irradiação de 1 a 4 rads. Hoje em dia um
exame em filme tela, libera uma dose de 0,04 a 0,08 rads, enquanto a xeromamografia resulta em
0,3 a 0,5 rads.
As técnicas de ampliação ficam limitadas a estudos complementares em achados duvidosos,
devido às maiores doses de irradiação.
Mais recentemente as imagens mamográficas passaram a ser digitalizadas através de um cassete
modificado e de uma unidade de scanner (CR) computed radiography e a partir de 2000 a
utilização de mamógrafos digitais puros com um detector digital que necessitam menor
quantidade de irradiação e melhoria significativa na qualidade da imagem.
Fazendo o Exame
A mama pode ser radiografada em várias direções. A mamografia em filme tela tem três
incidências principais; oblíqua, lateral e craniocaudal. Artigos recentes identificaram a incidência
oblíqua como a mais eficaz delas. Sua superioridade é atribuída ao fato de ser a incidência que
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mostra com maiores minúcias as estruturas mais profundas do quadrante superior esterno e da
cauda axilar. A incidência oblíqua é feita posicionando-se o feixe de raios X perpendicularmente
ao músculo peitoral, do sentido súpero-medial para o inferolateral. É possível obter uma
incidência verdadeiramente lateral posicionando-se o feixe de raios X no sentido de medial para
lateral ou de lateral para medial, sendo esta incidência usada juntamente com a craniocaudal para
determinar a posição exata de uma lesão da mama. Na incidência craniocaudal, o feixe é
direcionado em 90º com a lateral.
Antigamente, alguns pesquisadores sugeriram um exame preventivo de uma só incidência para
reduzir a exposição à radiação, oculto e o tempo do exame. No entanto, outros notaram que o
índice de detecção do câncer é muito baixo nos exames com uma única incidência, com 11 % de
lesões não identificáveis. De fato, a segunda incidência não aumenta consideravelmente o risco, o
custo ou o tempo do exame e reforça a capacidade diagnóstica.
Usam-se incidências especiais, tal como as incidências craniocaudais, internas ou externas
exageradas e radiografias com compressão localizada, restritas à área específica, para definir
melhor uma lesão ou para confirmar sua presença. É essencial uma compressão adequada da
mama para obter mamografias de alta qualidade. A compressão mantém a mama imóvel, afasta
os tecidos para revelar lesões pequenas, melhora a qualidade da imagem por diminuir a dispersão
da radiação e reduz a dose de radiação por diminuir a espessura da mama.
Garantia de Qualidade
Até recentemente, não era conhecido o número de aparelhos de mamografia disponível no Brasil.
O colégio Brasileiro de Radiologia iniciou, então, por meio de seu boletim informativo, uma
campanha de cadastramento das Instituições existentes no País. Ao mesmo tempo, levantou-se o
número de aparelhos de mamografia e dos acessórios necessários ao estudo radiológico da mama.
A amostra estudada, extraída dos arquivos do CBR, mostrou que para um total de 585 aparelhos
mamográficos, quase sem exceção, os exames são realizados com equipamentos dedicados
(exclusivos), prevalecendo o uso de tubos com anodo de molibdênio e controle automático de
exposição cerca de 70 % dos mamógrafos são importados e 30 % são nacionais que procura
alcançar a mesma qualidade dos importados.
De acordo com as informações levantadas, verificou-se que os modelos dos aparelhos em
operação estão entre os mais recentes lançados pela indústria mundial. Eles têm como
característica principal um gerador de raios X multipulso, que fornece um feixe de irradiação
bastante estável durante a exposição de paciente. Foi verificada também, larga utilização de
grades difusoras e combinações fime-écran de boa qualidade e próprias para a mamografia.
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Com a crescente procura por exames mamográficos os radiologistas começaram a partir de 1990,
a adquirir aparelhos novos, buscando os recursos técnicos e qualidade da imagem da nova
geração de mamógrafos. Em levantamento mais recente, através da continuidade do Programa de
Certificação da Qualidade em Mamografia, observou-se importante modificação no quadro, pois
nos dois últimos anos houve aquisição de novos equipamentos.
Para uma amostra de 70 mamógrafos selecionados ao acaso nas várias regiões do País, verifica-se
que cerca de 80 % dos aparelhos foram instalados nos últimos quatro anos. Quando se compara
essa distribuição com a realização em 1990, observa-se que o quadro modificou-se
significativamente nos últimos anos. Houve uma modernização acelerada dos aparelhos em
operação, com a consequente desativação de aparelhos obsoletos. O universo de aparelhos em
operação no país se compara, em termos de qualidade técnica, aos existentes nos países mais
desenvolvidos. Podemos afirmar que dispomos, em média, de mamógrafos com o
desenvolvimento tecnológico mais avançado nos dias de hoje.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), por intermédio do Instituto de Radioproteção
e dosimetria (IRD), e o Colégio Brasileiro de Radiologia (CRB) assinaram um convênio para a
realização do Programa de Certificado de Qualidade em mamografia. Mais tarde, o programa
passou a ter também o apoio do Instituto Nacional de Câncer do Ministério da Saúde (INCa/MS).
Para organizar esse trabalho foi criada a Comissão de Mamografia do CBR, composta por
radiologistas de notório saber em radiologia da mama, por um físico do IRD/CNEN e por um
oncologista do INCA/MS. Em 11/3/94 a Comissão passou-se a chamar Comissão de Qualificação
e Manutenção em Mamografia do CBR.
O programa de Certificado de Qualidade em Mamografia tem como objetivo principal oferecer
aos radiologistas a oportunidade de qualificar seus serviços quanto aos aspectos relativos ao
equipamento de raios-X, à equipe de técnicos e médicos radiologistas, à qualidade da imagem e á
dose de radiação. Não se pretende julgar o radiologista, mas ajudar na busca da melhoria da
qualidade da imagem e do diagnóstico.
O programa tem como objetivo específico; mediar as doses de radiação, avaliar a qualidade da
imagem e avaliar a qualidade do diagnóstico médico em mamografia.
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Mamografias Falso-negativas
Aproximadamente 10 a 15 % dos carcinomas não podem ser detectados nas mamografias, e o
resultado do tratamento de um carcinoma palpável pode ser afetado adversamente quando se
retarda uma biópsia por causa de uma mamografia negativa. Em um estudo, 36 mulheres com
massas mamárias e mamografias negativas tinham, no final, uma malignidade comprovada por
biópsia. Das 17 submetidas à biópsia dentro de 2 meses de suas mamografias negativas, três
tinham invasão dos linfonodos exilares, enquanto das 19 submetidas ás biópsias adiadas de 3 a 24
meses, 11 tinham comprometimento dos linfonodos axilares. Assim, a mamografia não deve ser
considerada substituta da biópsia na presença de achados clínicos suspeitos.
O parênquima denso é a principal causa de mamografias falso-negativas. Outras fontes de erro
são tomar um carcinoma bem delimitado por uma massa benigna; considerar calcificações
malignas como benignas porque não mostram os formatos em bastonetes, curvilíneos ou
ramificados característicos da malignidade; e não reconhecer os sinais indiretos ou secundários
de malignidade. Outra fonte de resultados falso-negativos é uma técnica radiográfica falha.
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1982, o índice de mortalidade pelo câncer da mama caiu 52 %. Outro estudo de caso controlado
holandês foi em Utrecht que envolveu mulheres de 50 a 64 anos de idade que foram pesquisadas
inicialmente e depois aos 12, 18 e 24 meses. Neste estudo, o índice de mortalidade caiu 70 %.
Na Suécia, iniciou-se em 1977 um estudo de controle aleatório baseado na população com
prevenção em uma única incidência a intervalos de 24 a 33 meses. Depois de 7 anos, houve uma
diminuição de 31 % no índice de mortalidade do grupo pesquisado e 25 % menos cânceres no
estágio II ou mais nas mulheres submetidas ao exame preventivo.
Bi – Rads e Mamografia
BI-RADS (Breast Image Reporting and Data System) é o nome de um sistema padronizado,
criado nos Estados Unidos, utilizado para uniformizar os relatos de radiologia quando se
analisam as imagem de mamografia. O BI-RADS foi criado pelo trabalho conjunto entre o
Colégio Americano de Radiologia, o NCI (National Câncer Institute), o CDC (Centers for
Disease Control and Prevention), a FDA (Food and Drug Administration), o Colégio Americano
de Cirurgiões e o Colégio Americano de Patologistas.
A intenção por trás da criação e do uso do BI-RADS é uniformização e a padronização dos
laudos de mamografia, sujeitos a confusão na interpretação de resultados quando se utilizam
critérios puramente descritivos. Por exemplo, no relato de uma mamografia em que apareçam
microcalcificações agrupadas, o uso do BI-RADS pode facilitar a compreensão, entre os não-
radiologistas e mastologistas, do significado clínico do achado radiológico. Na prática clínica
diária, o BI-RADS fornecido pelo radiologista é uma ferramenta importante para separar as
lesões consideradas benignas, as malignas e as suspeitas.
Além dessa função de utilidade na prática clínica imediata, o BI-RADS serve como um controle
de qualidade dos dados provenientes da radiografia. Ao se acompanhar a evolução das pacientes
por tempo suficiente após feita a mamografia, existe a possibilidade de revisar a adequação do
diagnóstico radiológico prévio.
A Classificação de BI-RADS é dividida em um grupo de avaliações completas (1, 2, 3, 4, 5 e 6) e
uma avaliação incompleta (zero). A avaliação incompleta requer exames adicionais, com
incidências mamográficas diferentes das duas incidências padrão (cranio-caudal e oblíqua-medio-
lateral). Podem ser necessários também filmes anteriores para comparação, ultrassom ou
ressonância nuclear magnética. Ainda em relação à classificação, alguns profissionais têm como
hábito atribuir um BI-RADS a cada uma das mamas. Por exemplo, a mama direita pode ter um
Bi-RADS 2 e a mama esquerda um BI-RADS 4. A recomendação do Colégio Americano de
Radiologia é de que, nesses casos, o laudo do exame contenha uma avaliação final global e
categorize o exame com uma classe BI-RADS somente. No exemplo acima, o laudo
mamográfico considera o exame como BI-RADS 4. Da mesma forma, se houve uma avaliação
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incompleta para uma das mamas (BI-RADS zero), e a mama contralateral é BI-RADS 2, o exame
tem classificação final BI-RADS zero.
Categoria zero
A categoria BI-RADS zero é utilizada em mamografias de rastreamento quando imagens
adicionais são necessárias ou quando é necessária a comparação a exames prévios ou quando
outros métodos são necessários para se concluir o diagnóstico.
Categoria 1
A categoria BI-RADS 1 significa mamografia normal. Não são necessários comentários
adicionais. As mamas não tem massas ou tumorações, distorções de arquitetura ou calcificações
suspeitas.
Categoria 2
A categoria BI-RADS 2 significa mamografia negativa, com achados benignos. Em relação ao
risco de câncer, é idêntica à categoria BI-RADS 1, mas nela, o radiologista opta por descrever
achados benignos característicos, cujo grau de precisão de diagnóstico através da mamografia é
grande. Nela, incluem-se fibroadenomas calcificados, calcificações múltiplas de origem
secretória, cistos oleosos, lipomas, galactoceles e hamartomas com densidade mista.
Categoria 3
A categoria BI-RADS 3 é utilizada nas avaliações cujo resultado é “provavelmente benigna”.
Essa categoria não deve ser utilizada como um sinônimo de exame indeterminado. As lesões que
fazem parte dessa categoria mamográfica devem ter, no máximo, 2% de risco de malignidade. As
lesões que podem ser corretamente classificadas como BI-RADS 3 incluem massas circunscritas
e não palpáveis em uma mamografia inicial cuja avaliação ecográfica mostrou lesão sólida de
características benignas (com exceção de cistos, linfonodos intramamários), assimetrias focais
que diminuem ou desaparecem à compressão, e grupamentos de calcificações puntiformes.
A mamografia BI-RADS 3 é um critério para que a paciente seja acompanhada por novo exame
mamográfico num período de seis meses. Caso esse novo exame, que não necessariamente é
bilateral, seja novamente codificado como BI-RADS 3, e a lesão seja estável, repete-se o
acompanhamento novamente em seis meses, totalizando doze meses após o exame inicial. Se
nesse décimo segundo mês, o exame mamográfico permanece sendo BI-RADS 3 pode-se repetir
o exame doze meses depois, totalizando vinte e quatro meses do exame inicial. Caso o achado
mamográfico persista, a mamografia pode ser caracterizada como, a critério do radiologista,
como BI-RADS 2 – benigna.
Lesões ultrassonográficas classificadas como BI-RADS 3 incluem massas ovaladas sólidas,
hipoecóicas e circunscritas. A incidência de neoplasia maligna nessas lesões é menor do que 2%.
Microcistos agrupados sem um componente sólido também podem ser classificadas como BI-
RADS 3.
Categoria 4
A categoria BI-RADS 4, lesão suspeita, inclui lesões na mama que necessitam de avaliação
histológica ou citológica adicional. Com o grande número de lesões que é abrigada nessa
categoria, foram desenvolvidas subcategorias adicionais.
Categoria 4A: nessa categoria incluem-se lesões que necessitam de intervenção, mas cujo grau
de suspeição é baixo entre 2 e 10%. Aí estão os cistos complexos (densidade mista) que
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O sistema Birads para mamografia foi editado pela primeira vez há quase 20 anos (1993), sua
última versão (4ª edição) data de 2003, portanto quase 10 anos. Para os que trabalham com o
método estávamos ansiosos para os novos ajustes do sistema a serem publicados agora em 2012.
Estas modificações foram apresentadas pelo Dr. Stephen A. Feig, do Departamento de Ciências
Radiológicas da Universidade da Califórnia, em palestra proferida no último Congresso
Americano de Radiologia em Chicago USA, e agora publicado na versão em português pelo
Colégio Brasileiro de Radiologia em 2015.
O sistema ainda conta com as mesmas sete categorias (do 1 ao 6 mais a categoria zero para as
mamografia inconclusivas) não esquecendo das subdivisões da categoria 4 (a,b e c).
Nas categorias 1,5 e 6 não há novidades. Na categoria três (achados provavelmente benignos) há
como regra geral a orientação de não classificar os achados das mamografias de rastreamento
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nesta categoria (3) antes que todos os recursos complementares sejam esgotados como
magnificação, ecografia ou comparação com exames anteriores.
O acompanhamento de curto prazo, para esta categoria (3), continua para 6, 12, 24 e 36 meses,
sendo que os exames complementares necessários para o ajuste devem ser feitos em um espaço
de 30 dias.
Massas: O que há de novo?
Massas ou nódulos: são lesões vistas em duas projeções, de margens convexas, com o centro
mais denso que a periferia. Sua classificação inicial continua sendo zero e a avaliação ecográfica
se faz necessária.
-Caso correspondam a cisto simples á ecografia – Categoria 2 BI-RADS®.
-Caso correspondam a nódulo sólido de aspecto benigno – Categoria 3 BI-RADS®.
-Caso correspondam à lesão sólida cística - Categoria 4 BI-RADS®.
-No caso de lesões palpáveis sem achados de imagem, devemos classificar esta mamografia em
categoria 1 BIRADS®. Porém deve-se recomendar o prosseguimento da investigação até mesmo
com biópsia cirúrgica caso esteja clinicamente indicado.
-Caso as lesão se apresentem com características suspeitas à mamografia sua classificação deve
seguir a classificação 4 ou 5 desnecessário então a utilização da ecografia nesta fase.
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São estas as modificações na 5º edição do BI-RADS® em mamografia que poderá trazer outras
novidades em sua publicação oficial.!
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Ultrassom da Mama
A mama foi um dos primeiros órgãos a serem examinados pelo ultrassom (US) (Wild e cols.
1952). Embora tenha sido indicada, para prevenção do câncer, sua sensibilidade e especificidade,
nesta aplicação estão longe daquelas da mamografia. As limitações do US para prevenção
incluem maus resultados em mamas gordurosas: incapacidade de mostrar microcalcificações,
detecção inconsistente de lesões sólidas menores que 1 cm, critérios não confiáveis para
diferenciar massas benignas das malignas, o que resulta em um grande número de biópsias
desnecessárias.
Os US têm servido como um exame complementar da mamografia, na diferenciação de lesões
císticas ou sólidas, na avaliação de mamas densas. Ela pode ser útil para o acompanhamento de
mamas de mulheres jovens, grávidas e nas alterações fibrocísticas.
Sua acuracidade para utilização de diagnósticos de lesões isoladas está entre 85 e 90 %
(Kobayashi 1972). No entanto sua utilização no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de
mama deixa muito a desejar.
US de Massas Mamárias
A ultrassonografia pode detectar cistos de até 2 mm. Os aspectos ultrassonográfico dos cistos
incluem limites anteriores e posteriores bem delimitados, formato arredondado ou oval, interior
anecóico e reforço acústico posterior.
Os fibroadenomas são as massas mamárias mais frequentes em mulheres com menos de 25 anos
de idade. Os aspectos habituais incluem margem regulares e bem delimitadas, formato
arredondado, oval ou lobulado; ecos fracos e uniformes.
Os aspectos ultrassonográfico do carcinoma dependem do seu tipo histológico. Os carcinomas
ductais infiltrantes possuem margem anterior irregular, moderadamente nítida, porém desiguais e
margem posterior pouco visualizada ou ausente, com ecos que podem estar atenuados distalmente
(sombra posterior).
Os ecos internos são heterogêneos e mais raros que o parênquima adjacente.
Como na mamografia, 10 % dos cânceres mostrados pelo US têm margens bem delimitadas.
Essas lesões tendem a apresentar aspecto monográfico que simula massas sólidas benignas como
os fibroadenomas: margens regulares com limites anteriores e posteriores nítidos, ecos internos
homogêneos e um aspecto variável dos ecos posteriores ao tumor.
Doppler em Mastologia
Entende-se por efeito Doppler a alteração na frequência de uma onda sônica, provocada por um
corpo em movimento. Em medicina esse efeito é utilizado na avaliação de fluxo sanguíneo
vascular.
O aporte vascular está relacionado com o metabolismo e com a proliferação celular em
determinada área.
Essas características são mais evidentes nos processos inflamatórios e neoplásicos malignos.
Estes fenômenos desencadeiam aumento do fluxo e diminuição da resistência vascular nos vasos
que irrigam a área. Além disto, a velocidade com que ocorre a neoformação vascular faz com que
se perca a organização da estrutura vascular normal (artéria-arteríola-vênula-veia). Os vasos
tornam-se dilatados, tortuosos e os “Shunts” dão origem a fluxos de baixa resistência, alta
velocidade e turbulência.
Esses fenômenos são a bases fundamentais para o estudo ultrassonográfico com Doppler
colorido.
A detecção dos tumores mamários é realizada hoje, nos principais centros, pela combinação da
clínica com a mamografia de alta resolução e ultrassonografia.
A associação da ultrassonografia com o Doppler colorido pulsátil possibilitou a oportunidade de
se obter informação indireta a cerca de atividade funcional mamária em uma área focal específica
ou globalmente.
O Doppler colorido permite detectar esses vasos com seu fluxo característico com uma boa
sensibilidade, com a vantagem de ser método não invasivo, rápido e de baixo custo.
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O mapa vascular colorido nos dá a intensidade e sentido do fluxo, a cor vermelha está codificada
para o fluxo que se aproxima do transdutor e azul para o que se distancia; e as nuanças de cor
mostram a velocidade do fluxo e sua resistência vascular.
Um estudo ultrassonográfico com Doppler colorido em vários tumores mostrou 4 tipos de
vascularização.
Tipo 1 captação difícil ou imperceptível de vasos na periferia do nódulo e quando captados, de
cor homogênea vermelha ou azul e com espectro de velocidade sistólica semelhante à mama
contralateral.
Tipo 2 captação de um vaso em um pólo, tumoral, com mapa colorido mais intenso, tipo
vermelho ou azul claro. Espectro de velocidade sistólica pelo menos duas vezes maior que na
mesma região contra lateral.
Tipo 3 captação de mais de um vaso em um mesmo polo tumoral, só em sua periferia, com cores
intensas, vivas e de várias nuanças, tomando um aspecto em mosaico. Espectro de velocidade do
tipo B.
Tipo 4 captação de vários vasos tanto na periferia quanto no interior do nódulo, com padrão de
cores e espectro de velocidade do tipo C.
Tabela 1 correlação Doppler Colorido x Anatomia Patológica dos Tumores Mamários estudados
Tipo de vascularização A B C D
Tumores
Benignos (56) 37 14 03 02 56
Malignos (37) 09 06 05 17 37
Total 46 20 08 19 93
BI-RADS® ULTRASSONOGRÁFICO
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Fig.: Lesão nodular com vascularização interna e periférica com vasos bizarros e atípicos.
Dentro dos Casos Especiais temos os nódulos cutâneos, linfonodos intramamários, cistos
complicados, anormalidades vasculares, microcístos, coleções pós cirúrgicas e corpo
estranho incluindo os implantes mamários.
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Dentro dos casos especiais estão os Linfonodo Ecograficamente alterados: Quanto ao Tamanho
os linfonodos atípicos tem acima de 1 cm, existe Alterações da forma ou margem e Espessamento
da cortical que pode ser Uniforme, concêntrico ou focal e o deslocamento hilar pode esta
presente. Esses linfonodos Ecograficamente alterados podem ser uni ou bilaterais no que se refere
a axila. Linfonodos alterados unilateralmente que tenham uma causa aparente como um processo
inflamatório locoregional devem classificados como Birads 2, em caso de não haver justificativa
e a modificações se mostrar persistente a classificação Birads 4 é utilizada. Para as alterações
linfonodais bilaterais que se tem justificativa como uma Leucemia Mieloide Crônica, HIV e
outras a classificação Birads também é 2, no entanto se não houver causa aparente mesmo se
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tratando de um achado bilateral o Birads 4 deve acompanhar essa mamografia para que se
proceda a investigação da modificação.
Fig.: Linfonodo axilar Ecograficamente alterado com alteração da forma, espessamento cortical,
apagamento do hilo e vascularização atípica.
Dentro dos casos especiais ainda encontramos a presença de implantes mamários, próteses de
silicone e expansores principalmente e suas complicações como seroma, hematoma e infeção
sendo todas essas modificações classificadas como Birads 2.
Fig: Implante de silicone subglandular com seroma adjacente como complicação: Birads 2.
anteriores para a finalização do caso. O Birads zero na Ecografia é Muito menos empregada do
que na mamografia.
Fig.: Nódulo oval com forte sombreamento acústico posterior que na mamografia mostrou tratar-
se de um fibroadenoma calcificado Birads 2.
Achados provavelmente benignos Birads 3: Nessa categoria estão os nódulos sólidos com
margens circunscritas, forma oval e orientação paralela a pele, semelhante a fibroadenoma. Os
Cistos complicados e os microcistos aglomerados. Nesta categoria a chance de malignidade
é menor que 2%. A recomendação é que o seguimento seja feito a curto prazo com 6, 12, 24 e 36
meses (opcional). A classificação Birads continua 3 dentro do seguimento, Birads 2 se mantiver
estável após o seguimento ou regredir e Birads 4 se houver agravamento da lesão (aparecimento
de sinais de suspeita ou aumento maior que 20% da lesão inicial).
2012;31 1943:49. Kaplan SS, Breast J.2013;2 212:214, mostram que é seguro indicar
seguimento em nódulos palpáveis benignos, pois o valor preditivo negativo destes trabalhos estão
próximos de 100%, desde que as pacientes tenham menos de 40 anos. Fica portanto indicada
biópsias nestas lesões se: A paciente tiver mais de 40 anos, se for de alto risco, em caso de
homem, ansiedade extrema, cresce ao acompanhamento ou se o exame clínico indicar.
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O parênquima mamário é a porção mais central da mama e merece atenção especial devido às
modificações que aí aparecem. Sua radiodensidade varia muito durante a vida da mulher, devido
à substituição gordurosa promovida pelo processo de atrofia das mamas, mulheres jovens
costumam apresentar parênquima de alta densidade radiológica e em mulheres mais idosas o
parênquima está quase ausente.
A simetria entre as estruturas também aqui devem estar preservadas, pequenas áreas de
hiperdensidade assimétricas, alteração do contorno ou distorção da arquitetura podem ser sinais
indiretos de patologias.
Talvez o achado mais importante da maioria sejam os nódulos. Um estudo detalhado desta
modificação deve ser realizado, iniciando por sua localização, tamanho, densidade, limites e
bordas, presença de halo, calcificações e distorção associada.
A localização das lesões na mamografia é dada dividindo-se a mama em quadrantes assim
distribuídos; externos ou internos (medial ou lateral) e superiores ou inferiores em determinada
mama.
O posicionamento correto é dado pela associação dos quadrantes como segue; superior externo,
superior interno ou inferior externo, inferior interno.
A incidência médiolateral nos dá a informação quanto a altura da lesão na mama, uma linha
imaginária traçada pelo mamilo divide a mama em duas porções semelhantes, superior e inferior.
A centricidade da lesão é dada pela incidência craniocaudal, como a imagem da mama nesta
incidência é simétrica, a identificação do filme torna-se importante sendo estabelecido que a
identificação deva ficar sempre na porção mais externa da mama, nos casos de dúvidas, a
presença de maior quantidade de parênquima, indica os quadrantes externos.
O tamanho das lesões é extremamente variado á mamografia, apresentando desde lesões não
palpáveis de poucos milímetros até as que acometem todo o órgão. Normalmente elas devem ser
medidas em centímetros utilizando-se sempre a maior medida obtidas em uma incidência e a
maior medida obtidas na outra incidência.
A benignidade é representada por nódulos regulares, limites precisos, homogêneos e baixa
densidade, enquanto nódulos de limites irregulares ou espiculados, heterogêneos, associados à
distorção de parênquima são suspeitos de malignidade. As calcificações é outro achado
importante em mamografia, os processos que levam a deposição de cálcio no parênquima
mamário são variados, sendo que a conformação das microcalcificações também guarda relação
com tipo de lesão. Microcalcificações múltiplas irregulares e agrupadas em determinada região
estão associadas a processos malignos, enquanto microcalcificações grosseiras regulares
espalhadas pelo parênquima falam a favor de benignidade. Todas as calcificações devem ser
descritas em seu laudo, quanto à localização forma a quantidade e se introduzem algum grau de
suspeição. Uma lupa pode ser utilizada no estudo das pequenas estruturas auxiliando na descrição
de suas características.
O espaço retromamário é observado a seguir, utilizando-se as duas incidências, a médiolateral
oblíqua e a craniocaudal, lesões infiltrativas próximas a este espaço podem se traduzir por uma
alteração no seu contorno, que é denominado sinal da tenda posterior.
A axila é o último local a ser estudado e aqui a incidência médio lateral obliqua é de importância
fundamental. Gânglios linfáticos são normalmente identificados na axila nesta incidência,
radiologicamente estes aparecem com aspecto nodular de contornos regulares e centro
radiotransparente sendo normalmente menor que 2cm, tecido mamário ectópico também pode ser
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Uma revisão geral com uma lupa se faz necessário para averiguar pequenos detalhes na
mamografia convencional. Se no sistema digitalizado ou digital recursos como ampliação,
inversão de cor, manipulação de brilho e contraste são utilizados desde o inicio do estudo.
A conclusão é feita com uma descrição sucinta do achado principal, por exemplo, nódulo
radiopaco em mama direita ou calcificações pleomórficas agrupadas a esquerda.
A classificação Birads é dada baseada nos achados, descrita em algarismos arábicos para as duas
mamas, a não ser que a conduta vai ser diferente para cada uma delas, aí aplicamos um Birads
para a esquerda e outro para a direita.
Para finalizar um conjunto de frases é empregado como sugestão de procedimento para o clínico,
que vai desde a periodicidade do próximo exame de rastreamento, passando por descrição da
análise dos exames anteriores até orientação para estudo cito ou histológico ou indicações de
outros métodos complementares.
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Mamografia Digital
Contraste é a capacidade visual de distinguir o objeto alvo dos outros objetos e do contexto
em que ele está inserido. Os principais fatores limitantes desse contraste, na mamografia
convencional, incluem a energia do feixe, combinação écran-filme, processamento do filme e a
quantidade de energia usada (mAs). Um dos maiores problemas na perda de qualidade da
imagem está no processamento do filme devido à contaminação de agentes químicos e a limpeza
das câmaras escuras que causam artefatos de imagem o que frequentemente leva a reconvocação
das pacientes.
Detector Digital
Os semicondutores são detectores de
fótons (receptores ópticos) que produzem
elétrons e isso depende das características
desse material. O primeiro sistema digital
Outros sistemas usam detectores que não utilizam fósforo e sim selênio cortando a etapa
intermediária de transformação de raios X em luz.
O sistema CR (computed radiography) é um sistema de conversão indireta. Funcionam com
combinações normais de écran-filme utilizando uma folha de plástico flexível acoplada a um
material fósforo que absorve raios X. Depois da exposição, a imagem é lida por um scanner com
feixes de luz laser. O laser descarrega a luz estocada causando uma emissão de luz azul que é
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coletada por um guia de luz e fotomultiplicada. O sinal resultante é ampliado e digitalizado para
um monitor.
As vantagens do sistema CR são: o menor tamanho do pixel, o fato de ele poder usar um sistema
de raios X convencional e o seu relativo baixo custo.
Demonstrou-se que apesar da limitação da menor resolução espacial, a detecção de
microcalcificações nestes sistemas era igual à do sistema tela-filme convencional.
A qualidade da imagem na radiografia depende da capacidade do material de transformar luz em
elétrons, a eficiência quântica do detector (DQE), e da função de transferência de modulação
(MTF). A eficiência quântica é uma formulação matemática que relaciona o grau de transferência
da luz em elétrons.
A função de transferência de modulação (MTF) é considerada o melhor parâmetro para a
avaliação da resolução espacial de um sistema de imagens radiográficas. Em outras palavras, a
FTM de um sistema radiográfico permite identificar qual o nível de degradação que tal sistema
introduz na formação da imagem de um particular tipo de objeto.
O pixel é o menor ponto de uma imagem ao qual é possível atribuir uma cor. Os elementos
captadores de luz dos detectores de mamografia têm tamanhos que variam de 50 a 100
micrometros capazes de detectar vários píxeis de imagem. Se cada pixel corresponde a uma cor,
elementos de captação de tamanho menor teoricamente seriam capazes de aglomerar menos cores
melhorando a distinção entre elas. No entanto tem-se observado que a redução do tamanho do
elemento de 100 para 50 micrometros não proporciona melhora no desempenho do observador na
caracterização de lesões.
As imagens em mamografia digital de campo total podem ser apresentadas em filme impresso a
laser ou em imagens lidas em monitor de computador.
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PROGRAMAS CAD
Os programas de CAD (Computer-aided detection) foram elaborados para fornecer rápidos
comandos visuais indicativos, para que o radiologista interprete com mais atenção áreas
específicas da imagem.
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Sugeriu-se que o uso dos programas de CAD em rastreamento por mamografia pode resultar em
aumento da efetividade, sem incremento do tempo e da proporção de trabalho na execução dos
exames mamográficos.
Todos os sistemas CAD atualmente disponíveis produzem marcas apontando áreas que não
representam câncer de mama.
Relatou-se que o programa apresentou detecção de 77% dos cânceres perdidos no rastreamento,
produzindo em média quatro marcas em cada mamografia com quatro incidências, das quais
apenas um terço representava os cânceres perdidos. A maioria das marcas indica áreas que o
radiologista optará por desconsiderar por possuírem aparência benigna, sendo consideradas como
falso-positivas.
TOMOSSÍNTESE DIGITAL
Na tomossíntese um único detector digital reconstrói imagens adquiridas por um arco de raios X
que se movimenta num movimento contínuo em vários ângulos produzindo várias imagens que
serão sintetizadas numa só. Neste apenas as estruturas do plano de interesse serão alinhadas. A
vantagem é que se usa uma voltagem menor sobre a mama visando um determinado ponto a ser
estudado. A maior parte da mama ficará borrada pela voltagem insuficiente, mas o ponto de
estudo será realçados e destacados pelas diversas angulações, quando as exposições forem
alinhadas em função desse ponto de estudo.
TELEMAMOGRAFIA
As principais aplicações da telemamografia incluem a possibilidade da criação de um centro de
especialistas, que poderiam receber imagens de vários centros para avaliação, possibilitando o
telediagnóstico, teleconsulta e teleadministração.
O teletransporte da imagem também é um desafio. Quanto mais píxeis tiver uma imagem mais
perfeita ela e mais lento se torna o transporte dela. Para aumentar a velocidade de transmissão os
especialistas fazem uma compressão da imagem à custa da retirada de alguns quadradinhos da
imagem (alguns píxeis), diminuindo a qualidade da imagem. Até certa quantidade, a imagem
perde nitidez, mas está abaixo do limiar de percepção do observador.
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CONCLUSÃO:
As imagens vistas no computador perdem até um quarto (75%) da resolução do filme (vide
formas de apresentação da imagem na mamografia computadorizada). Perda essa compensada no
processamento da imagem na estação de trabalho e diminuição dos artefatos que ocorrem no
sistema convencional.
Mesmo que a acurácia não seja substancialmente diferente do filme mamográfico convencional
as aplicações avançadas com mamografia com CAD, mamografia com contraste e tomossíntese
digital é uma grande promessa para melhoria na detecção e no diagnóstico precoce do câncer de
mama.
Bibliografia
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