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Embriologia, divisões e organização Geral do Sistema nervoso

Embriologia
1- DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO
 Após a fecundação, o zigoto passa pelos estágios de: Mórula, blástula,
gástrula e Neurula.
 Existem 3 folhetos embrionários: Ectoderma, mesoderma e endoderma.
 O sistema nervoso se desenvolve a partir do folheto mais externo, ectoderma.
 A notocorda é um cordão com eixo craniocaudal, que fica na região posterior do embrião e é
responsável pelo desenvolvimento da coluna vertebral. No adulto, os discos intervertebrais e a
sincondrose esfeno-occipital do clivo, são resquícios da notocorda. Já no embrião a notocorda tem
função indutora no espessamento do ectoderma, formando assim a PLACA NEURAL.
Placa neural  Formada a partir da função indutora da notocorda, promove um espessamento do
ectoderma, formando a PLACA NEURAL.

Formação do sulco e goteira neural  A placa neural, que está situada posteriormente a notocorda, sofre
invaginações progressivas que inicialmente formará um sulco e depois a GOTEIRA NEURAL

Cristas neurais 
Quando a placa neural vai se dobrando, as
porções laterais começam a se diferenciar,
formando as CRISTAS NEURAIS, que dão
origem ao SNP.

Tubo neural  Ocorre com o fechamento (da porção posterior) da goteira neural , criando assim o tubo
neural, que dará origem ao sistema nervoso central.

 O TUBO NEURAL dá origem a elementos do sistema nervoso central, ao passo que a CRISTA dá
origem a elementos do sistema nervoso periférico, além de elementos não pertencentes ao sistema
nervoso.
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1.1- Crista neural


 Logo após a sua formação, as cristas neurais são contínuas no sentido craniocaudal.
 Essas cristas neurais se dividem dando origem a diversos fragmentos de vão formar os gânglios
espinais, que estão localizados na raiz dorsal dos nervos espinais.
 Esses gânglios espinais se diferenciam em neurônios sensitivos, pseudounipolares, cujos
prolongamentos centrais se ligam ao tubo neural, enquanto os prolongamentos periféricos se ligam
ao dermátomos dos somitos.
 Várias células da crista neural migram e vão dar origem a células em tecidos situados longe do
sistema nervoso central.
 Elementos derivados das cristas neurais  Gânglios sensitivos( V, VII, IX e X), gânglios do
sistema nervoso autônomo (viscerais), medula da glândula suprarrenal, melanócitos, células de
Schwann, anficitos e ondontoblastos. Além disso, sabe-se que as meninges, DURA-MÁTER e
ARACNÓIDE também são derivadas das cristas neurais

1.2- Tubo neural


 O fechamento da goteira neural e, consequentemente, a fusão do ectoderma não diferenciado é
um processo que se inicia no meio da goteira neural e é mais lento em suas extremidades
 Assim, em uma determinada idade, temos tubo neural no meio do embrião e goteira nas
extremidades.
 Permanecem nas extremidades cranial um orifício chamado de NEURÓPORO ROSTRAL e na
extremidade caudal um orifício chamado de NEURÓPORO CAUDAL. Essas são as últimas partes
do sistema nervoso a se fechar.
Paredes do tubo neural
O crescimento das paredes do tubo neural e a
diferenciação de células nesta parede não são uniformes,
dando origem às seguintes formações:
 Duas lâminas alares
 Duas lâminas basais
 Uma lâmina do assoalho
 Uma lâmina do teto
Separando, de cada lado, as lâminas alares das basais,
há o SULCO LIMITANTE.

 Das lâminas alares  derivam neurônios ligados a sensibilidade


 Das lâminas basais  derivam os neurônios ligados a motricidade
 Lâmina do teto  permanece muito fina e dá origem ao epêndima da tela corioide e dos plexo
corioides
 Lâmina do assoalho  em algumas áreas, permanece no adulto, formando um sulco, como o sulco
mediano do IV ventrículo
Dilatações do tubo neural
Parte cranial  que dá origem ao encéfalo do adulto, torna-se dilatada e constitui o encéfalo primitivo, ou
arquencéfalo
Parte caudal  que dá origem à medula do adulto, permanece com calibre uniforme e constitui a medula
primitiva do embrião.
No arquencéfalo  distinguem-se inicialmente três dilatações, que são as vesículas encefálicas primitivas,
denominadas de prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo.
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 Prosencéfalo  Dá origem ao telencéfalo e diencéfalo


 Mesencéfalo  não de modifica
 Rombencéfalo  Dá origem ao metencéfalo.

 O telencéfalo compreende uma parte mediana, na qual se evaginam duas porções laterais, as
vesículas telencefálicas laterais
 A parte mediana é fechada anteriormente por uma lâmina que constitui a porção mais cranial do
sistema nervoso e se denomina Lâmina terminal.
 As vesículas telencefálicas laterais crescem muito para formar os hemisférios cerebrais e
escondem quase completamente a parte mediana e o diencéfalo.
Cavidades do tubo neural

 A luz do tubo nervoso permanece no sistema nervoso do adulto., sofrendo, em algumas partes,
várias modificações.
 A luz da medula primitiva forma no adulto o canal central da medula, ou canal do epêndima, que no
homem é bem mais estreito e parcialmente obliterado.
 A cavidade dilatada do Rombencéfalo forma o IV ventrículo.
 As cavidades do diencéfalo e da parte mediana do telencéfalo formam o III ventrículo
 A luz do mesencéfalo permanece estreita e constitui o aqueduto cerebral (ou de Sylvius ou ducto
mesocefálico), permite a passagem do líquido cefalorraquidiano pelo mesencéfalo, conectando o III
ventrículo ao IV.
 A estenose ou obstrução desse ducto é uma das principais caudas de hidrocefalia.
 A luz das vesículas telencefálicas laterais forma, de cada lado, os Ventrículos laterais, que são
unidos ao III ventrículo pelos dois forames interventriculares
 Todas essas cavidades são revestidas por um epitélio cuboide denominado de epêndima e, com
exceção do canal central da medula, contém o LÍQUIDO CEREBRO-ESPINAL ou LÍQUOR

2- DIFERENCIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO NEURONAL


 Em um embrião de 4 meses, as principais estruturas anatômicas já estão formadas, porém o córtex
cerebral e cerebelar ainda é liso.
 Os giros e sulcos que os compõem, são formados em decorrência da alta taxa de expansão da
superfície cortical.
 O córtex cerebral humano mede cerca de 1.100 cm² e dobra-se para caber na cavidade craniana.
Etapas dos processos de diferenciação e organização do tecido:
 Proliferação neuronal
 Migração neuronal
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 Diferenciação neuronal
 Sinaptogênese e formação de circuitos
 Mielinização
 Eliminação programada de neurônios e sinapses
2.1- Proliferação e migração neuronal

 A proliferação neuronal se intensifica após a formação do tubo neural e ocorre paralelamente às


transformações anatômicas.
 A partir de certo ponto, as células precursoras do neurônio passam a se dividir de forma
assimétrica, formando outra célula precursora e um neurônio jovem que inicia, então, o processo
de migração proliferativa periventricular para a região mais externa, para formar o córtex cerebral e
suas camadas.
 Na superfície ventricular da parede do tubo neural existe uma fileira de células justapostas da
GLIA, que emite prolongamentos que se estendem da superfície ventricular até a superfície
externa. Essas células são chamadas de GLIA RADIAL e são precursoras dos astrócitos.
 Os neurônios migram aderidos a prolongamentos da glia radial, como se estes fossem trilhos ao
longo dos quais deslizam os neurônios migrantes. Os neurônios migrantes de cada camada param
após ultrapassar a camada antecedente e sinais moleculares secretados pelos neurônios já
migrados determinam o momento de parada.
2.2- Diferenciação neuronal

 Após a migração, os neurônios jovens irão adquirir as características morfológicas e bioquímicas


próprias da função que irão exercer.
 Começam a emitir seus axônios.
 A diferenciação em outro tipo de neurônio depende da secreção de fatores por determinados
grupos de neurônios que irão influenciar outros grupos a expressar determinados genes e desligar
outros. Fatores indutores, ativando genes diferentes em diversos níveis, aos poucos vão tornando
diferentes as células que inicialmente eram iguais.
 Os axônios precisam encontrar o seu alvo correto para exercerem sua função. A extremidade do
axônio, chamada de cone de crescimento, é especializada em ´´ tatear o ambiente ´´ e conduzir o
axônio até o alvo correto, por meio de reconhecimento de pistas químicas presentes no
microambiente neural e que irão atraí-los ou repeli-lo. Assim, ao chegar perto da região alvo, a
extremidade do axônio ramifica-se e começa a sinaptogênse.
2.3- Morte neuronal programada e eliminação de sinapses

 A morte neuronal programada é regulada pela quantidade de tecido-alvo presente. O tecido alvo e
também os aferentes produzem uma série de fatores neutrotóficos que são captados pelos
neurônios.
 Esses fatores neutrotópicos atuam sobre o DNA neuronal bloqueando um processo ativo de morte
celular por apoptose (o próprio neurônio secreto substâncias cuja função é matar a si próprio).
 Diversos neurônios podem se projetar para o mesmo tecido-alvo. Ocorre uma competição entre
eles e aqueles que conseguem estabilizar suas sinapses e assegurar quantidade suficiente de
fatores tróficos sobrevivem, enquanto os demais entram em apoptose e morrem.
 Ocorre também a eliminação de sinapses não utilizadas ou produzidas em excesso.
 Em caso de lesões, neurônios que normalmente morreriam podem ser utilizados para recuperá-las.
Portanto, esta reserva neuronal e de sinapses determina o que é conhecido como plasticidade
neuronal, existente em crianças, e que vai diminuindo com a idade, tendo em vista que cada
função cerebral possui o seu período crítico. É em razão desta plasticidade, que quanto mais nova
a criança, melhor é o prognóstico em caso de recuperação de lesões. É também por isso que
crianças possuem maior facilidade de aprendizado.
2.4- Mielinização
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 O processo de mielinização é considerado o final da maturação ontogenética do sistema nervoso.


Ele se completa em áreas diferentes do sistema nervoso central. A última região a concluir esse
processo é o córtex da região anterior do lobo frontal do cérebro (área pré-frontal), responsável
pelas funções psíquicas superiores.
 O processo de mielinização no lobo frontal só está concluído próximo aos 30 anos.

3- CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS
 O período fetal é de extrema importância para a formação e desenvolvimento do sistema nervoso
central. Logo, fatores externos como substâncias teratogênicas, irradiação, alguns medicamentos,
álcool, drogas e infecções congênitas podem afetar diretamente as diversas etapas deste
desenvolvimento.
 Quando ocorrem no primeiro trimestre de gestação podem afetar a proliferação neuronal,
resultando na redução do número de neurônios e microcefalia.
 No segundo ou terceiro trimestres podem interferir na fase de organização neuronal,
redução do número de sinapses e ocasionar quadros de atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor e retardo mental.
 A desnutrição materna ou nos primeiros anos de vida da criança, agravada pela falta de
estímulos do ambiente, pode interferir de maneira direta no processo de mielinização.
Esta etapa está diretamente relacionada à aquisição de habilidades e ao
desenvolvimento neuropsicomotor normal da criança, a qual poderá sofrer atrasos
muitas vezes de forma irreversível

3.1- Defeitos de fechamento


 O fechamento da goteira neural para formar o tubo neural é uma etapa importante para o
desenvolvimento do sistema nervoso, que ocorre por volta de 22 dias de gestação.
 Defeitos do fechamento do tubo neural são relativamente comuns 1 em 500 nascimentos, gerando
grave comprometimento funcional
 O uso de ácido fólico reduz a incidência de distúrbios de fechamento do tubo

Falhas no fechamento posterior


a) Espinha bífida  A porção dorsal
da vértebra não está fechada. É
um defeito no fechamento da
porção posterior do tubo neural

b) Mielomeningoceles  a dura-
máter sobressai como um balão .

Falhas no fechamento anterior


É bastante sensível a teratógenos ambientais.
a) Anencefalia  ausência do prosencéfalo e do crânio . É um defeito no fechamento da porção
anterior do tubo neural

3.2- Distúrbios de migração neuronal


 Em algumas situações, alguns neurônios não terminam sua migração ou ela ocorre de forma
anômala. Isso gera grupos de neurônios ectópicos que tendem a apresentar alta excitabilidade e
potencial epileptogênico. As epilepsias decorrentes de distúrbios de migração tendem a ser de
difícil controle, muitas vezes, intratáveis.
 Em alguns casos, graves distúrbios de migração envolvendo grandes áreas cerebrais podem
ocasionar quadros de retardo mental ou paralisia cerebral.
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4- DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO

4.1- Critérios anatômicos


SISTEMA NERVOSO CENTRAL: É aquele que se
localiza dentro do esqueleto axial (cavidade
craniana e canal vertebral).
 ENCÉFALO É a parte do sistema nervoso
central que se situa dentro do crânio, sendo
composta pelo cérebro, cerebelo e tronco
encefálico.

 MEDULA ESPINAL Se localiza dentro do


canal vertebral
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: É aquele que
se encontra fora do esqueleto axial.
 NEURÔNIO AFERENTES/ SENSORIAIS
 NEURÔNIOS EFERENTES
NERVOS: São cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos,
podendo ser denominados como cranianos, quando unidos ao encéfalo; ou espinhais, quando unidos com
a medula.
 Nas extremidades das fibras ocorrem as terminações nervosas, que podem ser sensitivas (ou
aferentes) e motoras (ou eferentes).
GÂNGLIOS: Dilatações nervosas constituídas principalmente de corpos neuronais, podendo ser sensitivos
ou motores viscerais.

ENCÉFALO
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4.2 Critérios embriológicos


Nessa divisão, as partes do sistema nervoso central do adulto recebem o nome da vesícula encefálica
primordial que lhes deu origem.

4.3- Critérios funcionais


Nessa divisão, pode-se dividir o SN em dois grupos:
O SISTEMA NERVOSO DA VIDA DE RELAÇÃO (SOMÁTICO)
É aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente, apresentando um componente aferente, que
conduz aos centros nervosos os impulsos originados nos receptores periféricos, e outro eferente, que leva
aos músculos esqueléticos o comando dos centros nervosos.
O SISTEMA NERVOSO DA VIDA VEGETATIVA (VISCERAL)
É aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais, integrando as diversas
vísceras no sentido de manter o meio interno funcional, sendo dividido em aferente, que leva os impulsos
dos visceroceptores aos centros nervosos, e eferente que leva os impulsos do centro as vísceras.
 OBS: A parte eferente é denominada de sistema nervoso autônomo, sendo subdividido em
simpático e parassimpático.
 SIMPÁTICO  LUTA E FUGA
 PARASSIMPÁTICO 

4.4- Divisão do SN com base na segmentação ou metameria


Essa divisão utiliza as semelhanças estruturais e funcionais existentes entre a medula e o tronco
encefálico, em oposição ao cérebro e ao cerebelo, sendo dividido em dois grupos:

1. SISTEMA NERVOSO SEGMENTAR ⇒. É formado pelo sistema nervoso periférico junto com a parte do
sistema nervoso central que estão em relação direta com os nervosos típicos, ou seja, a medula espinhal e
o tronco encefálico.
2. SISTEMA NERVOSO SUPRASSEGMENTAR ⇒. É formado pelo cérebro e pelo cerebelo, junto dos
nervos olfatório e óptico que não são nervos típicos.
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5- ORGANIZAÇÃO GERAL DO SN

Tecido nervoso
1- COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO
No SNC  o tecido nervoso pode ser encontrado em duas porções distintas: a substância cinzenta,
formada pelos corpos celulares dos neurônios e células da glia e a substância branca, constituída por
prolongamentos de neurônios e células da glia

1.1. NEURÔNIOS
São responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos, por meio de circuitos
neuronais que interligam as diversas estruturas do sistema nervoso, na forma de impulsos nervosos. São
responsáveis por liberar neurotransmissores e outras moléculas informacionais.
1.1.1- Estrutura dos Neurônios
Cada neurônio pode ter uma morfologia distinta e complexa, mas a maioria deles contém três
componentes:
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[1] Dendritos
São numerosos prolongamentos que recebem os estímulos do
ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios e,
consequentemente, enviam impulsos nervosos para o corpo celular.
São organizados de modo a receberem múltiplos estímulos vindos,
simultaneamente, de outras estruturas.
A base do dendrito parte do corpo celular e contém o conjunto
típico de organelas, exceto complexo de Golgi de Golgi. Avançando
em direção à extremidade distal do dendrito, algumas organelas
tornam-se escassas ou ausentes. Costumam apresentar diversas
ramificações denominadas árvores dendríticas que ampliam sua
superfície de contato. Geralmente estão localizados junto do corpo
celular neuronal e apresentam maior diâmetro que os axônios, não sendo mielinizados.
[2] Corpo Celular (ou pericário ou soma)
Compreende o núcleo e o citoplasma que o envolve e tem a função de receber e integrar estímulos, tanto
excitatórios, quanto inibitórios. Na maioria dos casos, o núcleo é esférico e pouco corado, apresenta um
nucléolo grande e central e um citoplasma perinuclear circundante.
O citoplasma é rico em retículo endoplasmático rugoso (RER) e em ribossomos livres que, em conjunto,
formam os corpúsculos de Nissl, concentrados basófilos no citoplasma observados ao microscópio
óptico. O complexo de Golgi (CG) é exclusivo do soma, sobretudo em torno do núcleo. Há uma quantidade
moderada de mitocôndrias, abundantes filamentos intermediários ou neurofilamentos, além de lisossomos,
microtúbulos, vesículas de transporte e inclusão citoplasmática. O núcleo, o grande nucléolo, o complexo
de Golgi e os corpúsculos de Nissl indicam que há uma grande necessidade de atividade anabólica
necessária para manter esse neurônio.
A lipofuscina é um pigmento de cor parda que pode ser encontrado nos corpos de neurônios, apresenta
lipídeos, se acumula com o envelhecimento e é formado por resíduos da digestão dos lisossomos
Os neurônios não são capazes de replicar, mas seus componentes se renovam regularmente, havendo
uma necessidade de sempre repor enzimas, neurotransmissores, componentes de membrana e outras
moléculas. Logo, existe um alto nível de síntese neuronal.
[3] Axônio
É um prolongamento único, especializado na condução e transmissão dos impulsos nervosos para outras
células. Cada neurônio possui apenas um axônio. Conforme o tipo de neurônio, pode apresentar
comprimento e diâmetro variáveis, mas costuma ser mais longo que os dendritos da célula. Origina-se no
corpo celular a partir do cone de implantação ou cone axônico. É através deste cone que microtúbulos,
neurofilamentos, mitocôndrias e vesículas passam para o axônio.
Os axônios podem ser mielinizados e nesses casos, o espaço entre o cone de implantação e o início da
bainha de mielina corresponde ao segmento inicial. O neurônio recebe estímulos excitatórios, e inibitórios
que podem gerar ou não um potencial de ação que se propaga na forma de impulso nervoso ao longo do
axônio. Seu citoplasma ou axoplasma apresenta pequenas cisternas de retículo endoplasmático liso (REL)
e longas mitocôndrias que atribuem acidofilia ao axônio, além microtúbulos e microfilamentos em
abundância devido ao elevado fluxo de moléculas ao longo do axônio. Por não possuir retículo
endoplasmático granuloso e polirribossomos, depende da atividade do pericário (citoplasma do corpo
celular). A porção final do axônio corresponde ao telodendro ao qual, em geral, é muito ramificado e
apresenta os terminais axônicos ou botões terminais que se aproximam de outras células para formar uma
sinapse, região de transmissão do impulso nervoso entre células.
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2. Classificação Morfológica dos Neurônios


De acordo com a morfologia, os neurônios podem ser classificados nos seguintes tipos:
[1] Multipolares
Corresponde ao tipo mais comum e apresentam múltiplos dendritos que partem do
corpo celular e um único axônio. Estão espalhados por todo o sistema nervoso,
sobretudo como neurônios motores.

[2] Bipolares
Apresentam apenas dois prolongamentos que partem corpo celular, um dendrito e um
axônio. Localizam – se nos gânglios vestibular e coclear, na retina e no epitélio
olfatória da cavidade nasal.

3] Pseudounipolares (ou unipolares)


Possuem um prolongamento que parte do corpo celular e se ramifica em um ramo
central (penetra no SNC) e um periférico (segue para o resto do corpo). Ambos
apresentam estrutura de axônio e são capazes de transmitir impulsos nervosos,
apesar de a porção distal do ramo periférico possuir pequenas terminações
dendríticas com função de recepção. Desse modo, o impulso é transmitido do ramo
periférico para o central sem envolver o corpo celular. Localizam- se nos gânglios
espinais da raiz dorsal e em alguns gânglios cranianos

3. Classificação Funcional dos Neurônios


Os neurônios podem ser classificados em três grupos de acordo com sua função:
[1] Sensitivos (aferentes)
Recebem estímulos sensoriais do ambiente e do próprio organismo e os enviam na forma de impulsos
nervosos ao SNC.
[2] Motores (eferentes)
Após o processamento das informações recebidas no SNC, esses neurônios conduzem impulsos aos
órgãos efetores (músculos e glândulas).
[3] Interneurônios
Funcionam como integradores exclusivamente no SNC estabelecendo redes complexas de circuitos entre
outros neurônios.

4. FLUXO AXOPLASMÁTICO
Por não conter ribossomos, os axônios são incapazes de sintetizar proteínas, sendo assim, toda proteína
necessária para a integridade axônica é derivada do pericário e encaminhadas até o axônio.
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 OBS: As terminações axônicas necessitam também de


organelas, como mitocôndrias e retículo endoplasmático
agranular, sendo assim é necessário um fluxo contínuo de
substâncias solúveis e organelas entre o corpo neuronal e o
axônio.
Para esse movimento de substâncias, ocorre então o fluxo
axoplasmático, que pode ser classificado em duas formas:
1. Fluxo axoplasmático anterógrado que ocorre em direção a
terminação axônica é realizado pela proteína CINESINA .
2. Fluxo axoplasmático retrógrado que ocorre em direção ao
pericário (citoplasma do corpo celular) é feito pela proteína DINEÍNA
 Uma das utilizações desse fluxo se dá pela capacidade das
terminações axônicas de endocitose, em que permite que o
axônio capte certas substâncias que são carreadas até o
corpo celular pelo fluxo, como os fatores de crescimento.

5. CÉLULAS DA GLIA

As células da glia ou a neuroglia são responsáveis por fornecer


proteção, sustentação e suporte metabólico aos neurônios.
Estão presentes em quantidades 10 vezes maiores em relação ao número de neurônios em nosso corpo,
mas devido aos seus pequenos tamanhos, ocupam aproximadamente a metade do volume do tecido
nervoso.
Não são capazes de receber ou transmitir impulsos nervosos. São 4 tipos de neuroglia central: astrócitos,
oligodendrócitos, micróglia, células ependimárias.
NEUROGLIAS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL:
No SNC, a neuróglia compreende:

 Astrócitos
 Oligodendrócitos
 Microgliócitos
 Células ependimárias

NEUROGLIAS DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO:

 Compreende dois tipos celulares derivados da


crista neural, sendo elas:
 1. CÉLULAS SATÉLITES → São células
geralmente lamelares ou achatadas, dispostas de
encontro aos neurônios, envolvendo pericários dos
neurônios, dos gânglios sensitivos e do sistema
nervoso autônomo.
 2. CÉLULAS DE SCHWANN → São células que possuem núcleos ovoides ou alongados, com
nucléolos evidentes. São responsáveis por envolver os axônios, formando seus envoltórios
denominados de bainha de mielina e neurilema. Além disso, essas células são responsáveis por
desempenhar papel na regeneração das fibras nervosas, fornecendo substrato que permite o apoio
e o crescimento dos axônios em regeneração, além de secretar fatores tróficos e possuírem
capacidade fagocitica.
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5.1. Astrócitos
São as maiores células da neuroglia. Forma uma rede de células dentro do SNC e se comunicam com
neurônios para modular e sustentar muitas de suas atividades. Apresentam formato estrelado e podem ser
de dois tipos:
 PROTOPLASMÁTICOS Presentes na substância cinzenta do SNC (parte mais externa do
encéfalo), apresentam maior número de prolongamentos que são curtos e muito ramificados.

 FIBROSOS  Presentes na substância branca do SNC (parte mais interna do encéfalo),


apresentam prolongamentos menos numerosos, mais longos e retos.

Os astrócitos se comunicam uns com os outros por meio de junções comunicantes, estabelecendo uma
rede por onde informações podem transitar de um local para outro, alcançando grandes distâncias no
SNC. Suas principais funções são:
 Captura de íons, neurotransmissores e resíduos do metabolismo neuronal liberados no espaço
extracelular por meio da emissão de pés terminais;
 Ligação dos neurônios aos capilares sanguíneos e auxílio na manutenção da barreira
hematoencefálica;
 Liberação de glicose para o metabolismo energético no córtex cerebral;
 Tecido cicatricial celular em áreas danificadas do SNC.
 Fornecer cobertura para áreas desnudas dos axônios mielinizados, nos nós de Ranvier e nas
sinapses
 Modular as atividades neuronais através do tamponamento da concentração de potássio no
espaço extracelular encefálico.
5.2. Oligodendrócitos e as células de Schwann
Os oligodendrócitos

 Formam a bainha de mielina no SNC, estando presentes tanto na substância branca, quanto na
cinzenta.
 São semelhantes aos astrócitos, porém menores e com prolongamentos escassos e de poucas
ramificações.
 Apresentam um citoplasma elétron – denso, com um núcleo pequeno, retículo endoplasmático
rugoso abundante, muitos ribossomos livres e mitocôndrias, além de um complexo de Golgi bem
desenvolvido.
 1 único oligodendrócito envolve diversos neurônios
As células de Schwann

 Formam a bainha de mielina no SNP.


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 Uma célula de Schwann envolve apenas um neurônio, podendo formar tanto coberturas mielínicas
quanto as amielínicas dos axônios. Essas células são achatadas bem como seus núcleos e
apresentam um pequeno aparelho de Golgi e poucas mitocôndrias nos citoplasmas
Ao longo de todo a extensão do axônio, há pequenos espaços não preenchidos por mielina, denominados
de NÓDULOS DE RANVIER. Cada nodo indica um intervalo entre a bainha de mielina de duas células de
Schwann ou oligodendrócitos diferentes localizados ao longo do axônio.
5.3. Células da Micróglia
A micróglia é constituída por células fagocíticas que fazem parte do sistema fagocitário mononuclear e
representam cerca de 5% de todas as células gliais no SNC de um adulto, mas, em regiões de lesão ou
afetadas por doenças, apresentam elevada proliferação. Atuam na defesa contra microrganismos
invasores e células neoplásicas, removem bactérias, células defeituosas e restos de células que sofreram
apoptose e mediam reações neuroimunes. Originam-se de células progenitoras dos granulócitos e
monócitos, que adentram no SNC através da circulação. São as menores células neurogliais, possuem
núcleos pequenos e alongados, além de prolongamentos curtos e irregulares.
5.4 Células Ependimárias
Constituem células epiteliais colunares baixas a cuboides que revestem os ventrículos encefálicos
(cavidades no cérebro para onde o plexo coróide se projeta) e o canal central da medula espinal. Em
alguns locais as células ependimárias são ciliadas, facilitando a movimentação do líquido cefalorraquidiano
(LCR). Os cílios e microvilosidades presentes na superfície apical da célula são responsáveis pela
absorção do líquido cerebroespinhal. O citoplasma dessas células contém abundantes mitocôndrias e
feixes de filamentos intermediários. Estão unidas firmemente por complexos juncionais que se localizam
nas superfícies apicais e não possuem lâmina basal.
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ATIVIDADE ELÉTRICA DOS NEURÔNIOS

 A membrana celular separa o meio intracelular do meio extracelular, que apresentam composições
iônicas próprias:
 Meio intracelular  Predominam íons com cargas negativas e íons Potássio;
 Meio extracelular  Predominam íons sódio e Cloro.
 As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo estabelecimento de um potencial
elétrico de membrana.
 Na maioria dos neurônios, o potencial de repouso está em torno de -60 mV a -70 mV com excesso
de cargas negativas dentro da célula. A movimentação de íons através da membrana altera o
potencial de repouso.
 O movimento de íons através da membrana ocorre por meio de canais iônicos formados por
proteínas, que são sensíveis a voltagem, neurotransmissores, fosforilação ou a estímulos
mecânicos).
 Os dendritos são especializados em receber estímulos, traduzindo-os em alterações do potencial
de repouso da membrana, ocorrendo uma despolarização ou hiperpolarização
 A despolarização é excitatória e envolve a redução de cargas negativas do meio intracelular. Já a
hiperpolarização é inibitória e significa aumento da carga negativa do lado de dentro da célula.
 Os potenciais se propagam no sentido DENTDRITOS ------- > CORPO CELULAR / AXÔNIO
 A abertura de canais de Sódio sensíveis a voltagem no segmento inicial do axônio (zona de
disparo) gera alteração do potencial de membrana denominado potencial de ação ou impulso
nervoso, ou seja, a despolarização da membrana atinge amplitudes de 70 mv a 110 mv, do tipo
TUDO OU NADA

 A despolarização  de 70 mv a 110 mv deve-se a grande entrada de íons Sódio


 A repolarização  saída de potássio , através dos canais de K+ sensíveis a voltagem
 Bomba de sódio – potássio  ajusta as concentrações para a condição de repouso.

 Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. É nele onde o primeiro

potencial de ação é gerado e a zona de disparo na qual concentram-se canais de sódio e potássio
sensíveis a voltagem
Gabriel Zeferino T u t o r i a l 0 1 M O D V I P á g i n a | 15

SINAPSES / JUNÇÕES NEUROEFETORAS

 Sinapses é uma junção especializada em que uma parte de um neurônio se comunica com outro
neurônio. É nesse local que ocorre uma transmissão de informações
 No sistema nervoso periférico, terminações axônicas podem relacionar-se também com células
musculares (esqueléticas, cardíacas ou lisas) e células secretoras (em glândulas salivares,
controlando seu funcionamento)
 Neurônios pré-sináptico  envia o sinal
 Neurônios pós-sináptico recebe o sinal
 As sinapses podem ser divindades em:
 Sinapses elétricas;
 Sinapses químicas;
SINAPSES ELÉTRICAS

 São raras e exclusivamente interneurais;


 Nesse tipo de sinapse, as membranas plasmáticas
dos neurônios envolvidos entram em contato em
pequena região, onde o espaço entre elas é de
apenas 2 a 3 micrômetros. Porém ocorre comunicação
entre os dois neurônios através de canais iônicos em
cada uma das membranas, permitindo a passagem de pequenas moléculas e íons de uma célula à
outra.
 Esse tipo de sinapse está presente: no centro respiratório, situado no bulbo e permitem o disparo
sincronizado dos neurônios que estão localizados nessa região e que são responsáveis pelo ritmo
respiratório.
Gabriel Zeferino T u t o r i a l 0 1 M O D V I P á g i n a | 16

 Ao contrário das sinapses químicas, as sinapses elétricas não são polarizadas, ou seja, a
comunicação entre os neurônios envolvidos ocorre nos dois sentidos.
SINAPSES QUÍMICAS

 É a que ocorre em maior quantidade


 A comunicação nesse tipo de sinapse ocorre por
meio da liberação de substâncias químicas,
chamadas de NEUROTRANSMISSORES.
Neurotransmissores

 Entre eles, Acetilcolina, Glicina e glutamato


(aminoácidos), ácido gama-amino-butírico (GABA) e
as monoaminas -- > dopamina, noradrenalina,
adrenalina, serotonina e histamina.
 Acetilcolina e glutamato = excitatório
 GABA e Glicina = inibitório
 Sabe-se que vários peptídeos podem funcionar como neurotransmissores, como a SUBSTÂNCIA
P, em neurônios sensitivos, e os opioides (endorfinas e encefalinas).
 Um neurônio é capaz de sintetizar mais que um neurotransmissor, havendo coexistência de
neurotransmissores clássicos (acetilcolina, monoaminas e aminoácidos) com peptídeos.
 As sinapses químicas são polarizadas, ou seja, apenas um dos dois neurônios de contato (pré-
sináptico) possui o neurotransmissor, que está armazenado em vesículas sinápticas, que são e
dois tipos:
 Vesículas agranulares
 Vesículas granulares pequenas  contém monoaminas
 Vesículas granulares grandes  contém monoaminas e/ou peptídeos
Sinapses químicas Interneuronais

 Na grande maioria dessas sinapses, uma terminação axônica entra em contato com qualquer parte
de outro neurônio, formando-se assim sinapses axodendríticas, axossomáticas (Corpo)
axoaxônicas.
 Nas sinapses em que o axônio é o elemento pré-sináptico, os contatos se fazem tanto através das
pontas dilatadas (botão terminal) como também por ao longo de toda a arborização terminal
 As terminações axônicas em alguns neurônios, como os que usam manoamina como
neurotransmissor, são varicosas, apresentando dilatações simétricas e regulares que tem o mesmo
significado que os botões (locais pré-sinápticos onde se acumulam vesículas sinápticas.)
 Uma sinapse química compreende:
 O elemento pré-sináptico (que armazena e libera o neurotransmissor)
 Um elemento pós-sináptico que contém receptores para o neurotransmissor em questão e
 Uma fenda sináptica, que separa duas membranas sinápticas.
Sinapses químicas neuroefetuadoras ou junções neuroefetuadoras

 Envolvem os axônios dos nervos periféricos e uma célula efetuadora não neuronal.
 Se a conexão é com células musculares estriadas esqueléticas, tem-se uma junção
neuroefetuadora somática
 Se a conexão ocorre com células musculares lisas ou cardíacas ou com células glandulares, tem-
se uma junção neuroefetuadora visceral.
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Mecanismo da transmissão sináptica

 Quando o impulso nervoso atinge a membrana pré-sináptica, origina-se pequena alteração do


potencial de membrana capaz de abrir canais de cálcio sensíveis à voltagem, permitindo a entrada
desse íon.
 O aumento desses íons na membrana pré-sináptica desencadeia a fusão de vesículas com a
membrana pré-sináptica e posteriormente, a exocitose, com a liberação dessas vesículas
neurotransmissoras.
 Esses neurotransmissores lançados na fenda sináptica se ligam a receptores específicos da
membrana pós-sináptica desencadeando uma mudança do potencial de ação, isso porque há a
abertura de canais iônicos que permitem a movimentação de íons, podendo gerar uma
despolarização ou hiperpolarização.
 Esses receptores, que se abrem para a passagem de íons quando um neurotransmissor
se liga à eles, é chamado de IONOTRÓPICOS, que se combinam com o
neurotransmissor, dando origem a uma série de reações químicas que resultam na
formação de uma nova molécula, chamada de segundo mensageiro, que levará a
modificações na célula pós-sináptica, resultando na abertura ou fechamento de canais
iônicos.
Inativação do neurotransmissor
A perfeita função das sinapses exige que o neurotransmissor seja removido rapidamente da fenda
sináptica, para que não haja uma excitação ou inibição da membrana pós-sináptica por tempo prolongado.

 A remoção do neurotransmissor pode ser feita por ação enzimática, como é o caso da
ACETILCOLINESTERASE, que degrada acetilcolina em Colina + Acetato.
FIBRAS NERVOSAS

 Uma fibra nervosa compreende um axônio e, quando presentes, seus envoltórios de origem glial,
sendo o principal a bainha de mielina, que atua como um isolante elétrico, por ser formado por
membrana plasmática composta basicamente de lipídeos e proteínas, sendo rica em fosfolipídios.
 Quando envolvidos por mielina, os axônios são chamados de fibras nervosas mielínicas, já na
ausência, são chamados de fibras nervosas amielínicas.
 A bainha e mielina é formada por células de Schwann no SNP e por oligodendrócitos no SNC
No sistema nervoso central, é possível se distinguir duas áreas claramente diferentes:
● As áreas de substância branca que contém fibras nervosas mielínicas e neuroglia;
● E as áreas de substância cinza que se encontram corpos neuronais, fibras amielínicas e neuroglia.
OBS: No sistema nervoso central, as fibras nervosas se
reúnem em feixes que são denominados de tratos ou
fascículos. Enquanto que no sistema nervoso periférico
ocorre o agrupamento em feixes que formam os nervos.
FIBRAS NERVOSAS MIELÍNICAS

No sistema nervoso periférico, cada axônio é envolvido por


várias células de Schwann, que se colocam em intervalos ao
longo do axônio, formando duas bainhas, a de mielina e a de
neurilema. Para isso cada célula de Schwann forma um
cilindro de mielina, dentro do qual se localiza o axônio, até o
nível da arborização terminal do axônio, onde a bainha de mielina desaparece.
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 Apesar de a bainha de mielina desaparecer, a bainha de neurilema, que é basicamente a célula de


Schwann achatada ao redor do axônio, contínua até as proximidades das terminações nervosas
motoras ou sensitivas.
 O intervalo entre duas células de Schwann é chamado de nódulo de Ranvier, sendo este o
segmento do axônio em que ocorre as alterações do potencial de equilíbrio, que passa a ser
transmitidos em impulsos saltatórios que permitem um aumento de velocidade de condução.
 O sistema nervoso central e periférico a bainha de mielina é formada por células diferentes. No
sistema nervoso central, ela é formada pelas células oligodendrócitos, que não formam a bainha de
neurilema, porém pode realizar a formação da bainha de mielina em vários axônios ao mesmo
tempo. Enquanto que no sistema nervoso periférico, a bainha de mielina é formada pelas células
de Schwann, sendo que cada célula forma apenas uma bainha de mielina, e se enrola na bainha
formando uma segunda bainha chamada a de neurilema.
FIBRAS NERVOSAS AMIELÍNICAS
No sistema nervoso periférico autônomo, existem fibras pós-ganglionares e algumas fibras sensitivas
muito finas que são envolvidas por células de Schwann sem que haja formação de mielina. Dessa forma,
os impulsos nervosos são conduzidos mais lentamente.
NERVOS
Logo após sair do tronco encefálico, da medula espinhal ou de gânglios sensitivos, as fibras nervosas
motoras e sensitivas se reúnem em feixes que se associam com estruturas conjuntivas, formando nervos
espinhais e cranianos. Grandes nervos são, geralmente, mielínicos, apresentando um envoltório de tecido
conjuntivo rico em vasos, denominado de epineuro, que no interior apresenta fibras nervosas organizadas
em fascículos. Dentro de cada fascículo, delicadas fibrilas colágenas formam o endoneuro, que se envolve
cada fibra nervosa.
 Dentro dos endoneuros são encontrados capilares sanguíneos semelhantes aos do sistema
nervoso central, que são capazes de selecionar as moléculas que entram em contato com as fibras
nervosas, impedindo a entrada de algumas e permitindo a de outras, conhecida como barreira
hematoneural.
Líquor e sua função
O LÍQUOR
O líquor ou líquido cerebroespinhal é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as
cavidades ventriculares, que possui como função principal a proteção mecânica do sistema nervoso
central contra impactos contra os ossos, por meio do princípio de pascal, no qual a pressão é distribuída
igualmente em todos os pontos do líquido. Dessa forma, o líquor atua como um verdadeiro amortecedor de
impactos.
CARACTERÍSTICAS CITOLÓGICAS E FÍSICO-QUÍMICAS DO LÍQUOR
Através de punções lombares ou ventriculares é possível coletar certas quantidades de líquor e medir a
pressão interna do líquido para estudo de suas características citológicas e fitoquímicas. Sendo um exame
especialmente importante para o diagnóstico de diversos tipos de meningites. O líquor possui uma maior
concentração de íons cloretos que o sangue, entretanto possui uma menor quantidade de proteínas que o
plasma.
 O volume total do líquor é de 100 a 150 mL, que se renova completamente a cada oito horas.
 500 Mililitros/ dia --> informação do guyton
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FORMAÇÃO, CIRCULAÇÃO E ABSORÇÃO DO


LÍQUOR
 O líquor é formado 60% por meio dos plexos
coróides, que são estruturas formadas por
dobras de pia-máter, vasos sanguíneos e
células ependimárias modificadas; E 40%
pelos epêndimas das paredes ventriculares.
 A composição do líquido é realizada por meio
de secreções ativas dos plexos corióides,
determinadas por mecanismos de transportes
específicos que envolvem o transporte ativo
de Na⁺ Cl⁻, através das células ependimárias
dos plexos corióides, além de certa
quantidade de água que mantém o equilíbrio
osmótico.
 A circulação do líquor inicia nos ventrículos laterais, por ter maior quantidade de plexos corióides,
que passa ao III ventrículo pelos forames interventriculares e daí ao IV ventrículo que encaminha o
líquor ao espaço subaracnóideo, para ser reabsorvido através das granulações aracnóideas que
se projetam no interior dos seios da dura-máter, chegando a circulação sistêmica.

 A circulação do líquor é extremamente lenta, pois ela é impulsionada pela absorção e produção do
líquido.
OUTRAS FUNÇÕES DO LÍQUOR:
1. Manutenção de um meio químico estável no sistema ventricular, mesmo quando a composição
química do plasma sofre grandes alterações.
2. Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso que passam aos
espaços intersticiais de onde são lançados no líquor e deste para o sangue.
3. Veículo de comunicação entre diferentes áreas do sistema nervoso central. Por exemplo, hormônios
produzidos no hipotálamo são liberados no sangue, mas também no líquor podendo agir sobre regiões
distantes do sistema ventricular.
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EXTRAS APROFUNDADOS

ANATOMIA MACROSCÓPICA DO ENCÉFALO


 O sistema nervoso central é aquele que se localiza dentro do esqueleto axial (cavidade
craniana e canal vertebral).
 Assim, encéfalo e medula constituem o sistema nervoso central.

SUBSTÂNCIA CINZENTA

 Regiões com grande concentração de corpos celulares de


neurônios e que têm coloração acinzentada.
 A substância cinzenta está presente principalmente na periferia
do órgão, logo abaixo de sua superfície, formando o córtex
cerebral;
SUBSTÂNCIA BRANCA

 Regiões com uma grande quantidade de prolongamentos de


neurônios (axônios) possuem grande quantidade de fibras
nervosas mielinizadas e por essa razão apresentam coloração
esbranquiçada.
 A substância branca ocupa o interior do órgão, abaixo do córtex
e em torno dos núcleos.
Gabriel Zeferino T u t o r i a l 0 1 M O D V I P á g i n a | 21

1 –DIENCÉFALO
O diencéfalo e o telencéfalo formam o cérebro, que corresponde a porção mais desenvolvida do encéfalo.

Tálamo
 Os tálamos são duas massas volumosas de substância
cinzenta, de formato ovoide, dispostas uma de cada lado na
porção laterodorsal do diencéfalo, unidas pela aderência
intertalâmica e que delimitam a parte posterior do terceiro
ventrículo. A extremidade posterior, maior que a anterior,
apresenta uma grande eminência, o pulvinar, que se projeta
sobre os corpos geniculados. O corpo geniculado medial faz
parte da via auditiva e o lateral da via óptica, sendo
denominados por alguns autores como metatálamo, que o
consideram uma divisão do diencéfalo.
 O tálamo é um dos mais importantes centros de integração de
impulsos nervosos. Atualmente acredita-se que algumas
sensações dolorosas, térmicas e táteis são identificadas
conscientemente ao nível do tálamo. Através de suas inúmeras interligações, é possível que esse
centro se relacione também com o controle da vigília e do sono.

Hipotálamo
O hipotálamo é uma área relativamente te pequena – cerca de 4
cm3 do tecido nervoso - situada abaixo do tálamo. As estruturas que
formam o hipotálamo e que estão localizadas nas paredes laterais e
no assoalho do III ventrículo são: quiasma óptico, infundíbulo,
túber cinéreo e corpos mamilares (de sentido anterior para
posterior).
1. Quiasma óptico: localiza-se no assoalho do III ventrículo, em
sua porção anterior e recebe fibras dos nervos ópticos (II par), que
em parte cruzam e continuam nos tratos ópticos e se dirigem para os
corpos geniculados laterais.
2. Infundíbulo: formação de formato cônico, que se prende ao
túber cinéreo. A sua extremidade superior dilata-se para constituir a eminência mediana do túber cinéreo,
enquanto sua extremidade inferior continua com o processo infundibular, ou lobo nervoso da neuro-
hipófise.
3. Túber cinéreo: massa convexa de substância cinzenta que se localiza entre os corpos mamilares
e quiasma óptico. É a região onde se prende o infundíbulo.
4. Corpos mamilares: são duas eminências de formato arredondado, dispostas lado a lado, formadas por
substância cinzenta.
Gabriel Zeferino T u t o r i a l 0 1 M O D V I P á g i n a | 22

Possui importantes funções, relacionadas sobretudo com o controle da atividade visceral, regula o
sistema nervoso autônomo, as glândulas endócrinas, controla o equilíbrio de líquidos e eletrólitos, sendo
o principal responsável pela homeostase.
Epitálamo
Localiza-se mais posteriormente ao III ventrículo, abaixo do
tálamo. A glândula pineal é a sua estrutura mais evidente, sendo
uma glândula endócrina mediana de forma piriforme, que
repousa sobre o teto do mesencéfalo. Sua base prende-se
anteriormente a dois feixes transversais de fibras que cruzam
o plano mediano, a comissura posterior e a comissura das
habênulas.
Recesso pineal é um pequeno prolongamento da cavidade
ventricular que penetra na glândula entre as comissuras. A
comissura posterior localiza-se no ponto em que o
aqueduto cerebral se liga ao III ventrículo e é considerada como
limite entre o diencéfalo e o mesencéfalo.

Subtálamo
O subtálamo é a zona de transição entre o diencéfalo e o tegmento do mesencéfalo. É considerado
a menor formação diencéfalica, e sua principal formação é o núcleo subtalâmico, relacionado com
o controle do movi mento somático.
Em relação à sua localização, é limitado lateralmente pela cápsula interna, medialmente pelo
hipotálamo e superiormente pelo tálamo.

2- TELENCÉFALO
O telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais e a lâmina terminal situada na porção anterior do
III ventrículo. Os dois hemisférios, afastados pela fissura longitudinal, são unidos por uma larga faixa de
fibras comissurais, o corpo caloso.
A superfície do cérebro, córtex cerebral, apresenta depressões denominadas sulcos, que delimitam os giros
cerebrais. Os sulcos mais importantes dos hemisférios cerebrais são o sulco lateral (de Sylvius) e o sulco
central (de Rolando).

Os sulcos ajudam a delimitar os lobos cerebrais, que recebem o nome de acordo com a sua localização
em relação aos ossos do crânio: frontal, temporal, parietal e occipital. Além desses, existe a ínsula, situada
profundamente no sulco lateral e que não tem relação imediata com os ossos do crânio.

Telencéfalo embrionário dá origem a:


Córtex cerebral, núcleos da base, hipocampo, bulbo
olfatório
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1- TRONCO ENCEFÁLICO

O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando- -se ventralmente ao cerebelo. Na
sua constituição entram corpos de neurônios que se agrupam em núcleos e fibras nervosas, que, por sua
vez, se grupam em feixes denominados tratos, fascículos ou lemniscos.
 O tronco encefálico se divide em: bulbo, situado caudalmente: mesencéfalo, situado cranialmente;
e ponte, situada entre ambos.

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