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Embriologia do Sistema Nervoso

Ana Paula Viegas


Tutoria 2

:
• Mórula: ocorre 3 dias após a fecundação; a mórula é composta por 12 a 32 blastômeros
• Blástula: quando a mórula chega ao útero, começa a surgir no seu interior a cavidade blastocística
• Gástrula: Consiste na formação das camadas germinativas: endoderma, mesoderma e ectoderma.
• Neurulação: dá origem ao SN; o processo é induzido pela notocorda e define o eixo do embrião (rosto → caudal).

♣ Revisão ♣
#Gastrulação:
 A gastrulação é o processo de formação dos três folhetos embrionários e formação da orientação axial. Durante a
gastrulação, o disco embrionário bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar.
 Há mudanças no formato, rearranjo e movimento das células.
 É o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo) e é o evento significativo que ocorre durante a terceira
semana.
 A gastrulação se inicia com a formação da linha primitiva na superfície do epiblasto do disco embrionário. Durante esse
período, o embrião é algumas vezes denominado gástrula. Cada uma das três camadas germinativas (ectoderma,
mesoderma e endoderma) dá origem a tecidos e órgãos específicos:
• ectoderma: sistema nervoso central e periférico.
•endoderma: revestimentos epiteliais das vias respiratórias e do trato gastrointestinal.
•mesoderma: músculos esqueléticos e a maior parte do sistema cardiovascular.

#Linha primitiva:
 Primeira evidência morfológica da gastrulação é a formação da linha primitiva, mediana, no epiblasto do disco bilaminar,
que resulta da proliferação e migração das células.
 Enquanto a linha primitiva cresce na direção caudal, a extremidade cranial prolifera e forma o nó primitivo.
 Ao mesmo tempo, forma-se o estreito — sulco primitivo — que se continua com uma pequena depressão no nó primitivo —
a fosseta primitiva.

Vista superior

 Então, assim que a linha primitiva surge, é possível identificar o eixo cefálico-caudal do embrião, as extremidades cefálica e
caudal, as superfícies dorsal, ventral e os lados direito e esquerdo.
 O sulco e a fosseta primitivos resultam da invaginação das células epiblásticas.

 Após o aparecimento da linha primitiva, células abandonam sua superfície profunda e formam o mesênquima, um tecido
no qual as suas células são amebóides e ativamente fagocíticas.
 O mesênquima forma os tecidos de sustentação do embrião, como a maior quantidade dos tecidos conjuntivos do corpo.
Parte do mesênquima forma o mesoblasto (mesoderma indiferenciado), que forma o mesoderma embrionário ou intra-
embrionário.
 Células do epiblasto, assim como do nó primitivo e de outras partes da linha primitiva, deslocam o hipoblasto, formando
o endoderma embrionário, no teto do saco vitelino.
 As células que permanecem no epiblasto formam o ectoderma embrionário ou intra-embrionário.
➢ Dados sugerem que moléculas sinalizadoras (fatores nodais) da superfamília do fator de crescimento transformante P induzem o
mesoderma; especificam os destinos da camada celular germinativa.
 As células mesenquimais originadas da linha primitiva migram têm o potencial de proliferar e diferenciar-se em diversos
tipos celulares (pluripotentes), tais como fibroblastos, condroblastos e osteoblastos.

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#Destino da Linha Primitiva:
Ela forma o mesoderma até a 4ª semana e depois disso a produção dele se torna mais lenta. Depois, a linha diminui de
tamanho e se torna uma estrutura mínima na região sacrococcígea do embrião; normalmente a linha primitiva sofre mudanças
degenerativas e desaparece no fim da quarta semana.
➢ Teratoma sacrococcígeo: decorrente da persistência de restos da linha primitiva. Por derivarem de células pluripotentes da
linha primitiva, esses tumores contêm vários tipos de tecidos contendo elementos das três camadas germinativas em estágios
incompletos de diferenciação. Os teratomas sacrococcígeos são os tumores mais comuns em recém nascidos e têm uma
incidência de 1:35.000; 80% das crianças afetadas é do sexo feminino.
#Processo notocordal e a notocorda:
 Algumas células mesenquimais, da linha primitiva, que formaram o mesoderma, migram do nó e da fosseta primitivos,
formando um cordão celular mediano, o processo notocordal, no meio desse processo há o canal notocordal.
 O processo notocordal cresce cefalicamente entre o ectoderma e o endoderma até alcançar a placa pré-cordal, uma
pequena área circular de células endodérmicas colunares, onde o ectoderma e o endoderma estão em contato.
 Sinais da região de linha primitiva induzem as células recursoras notocordais a formarem a notocorda, estrutura celular
semelhante a uma haste. Ela se estende da membrana bucofaríngea ao nó primitivo
 A notocorda pode sofrer degeneração e desaparecer quando os corpos vertebrais se formam, mas continua como o núcleo
pulposo de cada disco intervertebral.
 A notocorda atua como um centro sinalizador do embrião inicial, induzindo o ectoderma sobrejacente a espessar-se e
formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central (SNC).

#Neurulação: formação do tubo neural


Consiste na formação da placa neural e pregas neurais, seguida de fechamento dessas pregas para formar o tubo neural. Esses
processos terminam na quarta semana, quando ocorre o fechamento do neuroporo.

#Placa neural e tubo neural:


 Com o desenvolvimento da notocorda, o ectoderma embrionário acima dela se espessa, formando a placa neural.
 O ectoderma da placa neural é chamado neuroectoderma e dá origem ao SNC — encéfalo e medula espinhal, e outras
estruturas, como a retina.
 Enquanto a notocorda se alonga, a placa neural se alarga e se estende cefalicamente até a membrana bucofaríngea,
ultrapassando a notocorda.
 Por volta do 182 dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central, formando um sulco neural mediano, com
pregas neurais em ambos os lados.
 As pregas neurais tornam-se proeminentes na extremidade cefálica do embrião e constituem os primeiros sinais do
desenvolvimento do encéfalo. No fim da terceira semana, as pregas neurais já começaram a se aproximar e a se fundir,
convertendo a placa neural em tubo neural, o início do SNC.
 O tubo neural logo se separa do ectoderma da superfície, assim que as pregas neurais se encontram. As células da crista
neural sofrem uma transição, de epiteliais se tornam mesenquimais, e se afastam à medida que as pregas neurais se
encontram. As bordas livres do ectoderma se fundem, tornando essa camada contínua sobre o tubo neural e as costas
do embrião.

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#Formação da Crista Neural:
 Com a fusão das pregas neurais para formar o tubo
neural, células neuroectodérmicas, dispostas ao longo da
crista de cada prega neural, perdem sua afinidade com o
epitélio e adesões às células vizinhas.
 Quando o tubo neural se separa do ectoderma da
superfície, as células da crista neural formam a crista
neural (um aglomerado irregular de células), entre o tubo
neural e o ectoderma superficial suprajacente.
 Logo a crista neural se separa em partes direita e
esquerda, que migram para as regiões dorsolaterais do
tubo neural, originando os gânglios sensitivos dos nervos
cranianos e espinhais. As células da crista neural depois se
movem tanto para dentro quanto sobre a superfície dos
somitos.
 As células da crista neural originam os gânglios espinhais
e os gânglios do sistema nervoso autônomo.
 Os gânglios dos nervos cranianos V, VII, IX e X também
derivam parcialmente das células da crista neural.
 Além de formarem as células ganglionares, as células da
crista neural formam as bainhas de neurilema dos nervos
periféricos e contribuem para a formação de
leptomeninges.
 As células da crista neural também contribuem para a
formação de células pigmentares, células da medula da
supra- renal (adrenal) e vários componentes musculares e
esqueléticos da cabeça.
 Dados indicam que interações celulares tanto na
superfície do epitélio quanto entre ele e o mesoderma são
responsáveis por limitar a placa neural.

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