Você está na página 1de 9

Terceira Semana do Desenvolvimento Humano

• Gastrulação: formação das camadas germinativas (processo em que o disco embrionário


bilaminar é convertido em um disco embrionário trilaminar)
→ É o início da morfogênese (desenvolvimento da forma do corpo e da estrutura de
vários órgãos e partes do corpo). Ela começa com a formação da linha primitiva:
▪ aparece na região dorsal do disco embrionário;
▪ resulta da proliferação e migração de células do epiblasto para o plano
mediano do disco embrionário. Assim que a linha primitiva aparece, é
possível identificar o eixo craniocaudal do embrião (extremidades craniais
e caudais), superfícies dorsais e ventrais, lados direito e esquerdo;
▪ À medida que a linha primitiva se alonga através da adição de células à sua
extremidade caudal, sua extremidade craniana prolifera e forma o nódulo
primitivo. Ao mesmo tempo, um sulco primitivo estreito se desenvolve na
linha primitiva, que termina em uma pequena depressão no nódulo
primitivo, a fosseta primitiva;
▪ Pouco tempo depois de a linha primitiva aparecer, as células deixam sua
superfície profunda e formam o mesoderma, (uma rede frouxa de tecido
conjuntivo embrionário, conhecido como mesênquima), que forma os
tecidos de suporte do embrião..
▫ Sob a influência de vários fatores de crescimento embrionário,
incluindo a proteína sinalizadora morfogenética óssea, as células
do epiblasto migram através do sulco primitivo (formado pela
fosseta), formando o endoderma e o mesoderma e depois se
diferenciam novamente para se substituir formando a ectoderme.
Células mesenquimais têm potencial para proliferar e se diferenciar
em diversos tipos de células.
▪ Caudalmente à linha primitiva, há uma área circular – a membrana cloacal
– que indica o futuro local do ânus.

• Processo Notocordal
→ Algumas células mesenquimais (do epiblasto) migram pela região cranial, do nó
e da fosseta primitivos, formando um cordão celular na região mediana, o
processo notocordal. Este processo logo adquire um lúmen, chamado de canal
notocordal ou canal neuroentérico.
→ O processo notocordal cresce cranialmente entre o ectoderma e o endoderma,
até atingir a placa pré‑cordal, uma área pequena e circular de células, que é um
organizador importante da região cefálica.
→ O processo notocordal não pode se estender muito, uma vez que a placa
pré‑cordal está firmemente aderida ao ectoderma subjacente (acima dela). As
camadas fundidas do ectoderma e do endoderma formam a membrana
orofaríngea, situada na futura região da cavidade oral (boca).

• Notocorda
→ É uma haste celular que:
▪ Define o eixo do embrião e lhe dá alguma rigidez;
▪ Serve como base para o desenvolvimento axial do esqueleto (como os
ossos da cabeça e da coluna vertebral);
▪ Indica o futuro local dos corpos vertebrais.
→ A coluna vertebral se forma em torno da notocorda, que se estende da
membrana orofaríngea (onde será formada a boca) até o nó primitivo. A
notocorda se degenera e desaparece como parte do corpo das vértebras, mas
partes dela persistem como o núcleo pulposo de cada disco intervertebral.
→ A notocorda funciona como indutor primário no embrião precoce, pois deriva da
placa notocordal, que induz o ectoderma embrionário sobreposto a engrossar e
formar a placa neural, o primórdio do sistema nervoso central.

• Alantóide
→ aparece, aproximadamente, no 16º dia, em forma de salsicha da parede caudal do
saco vitelino, no pedúnculo. Está envolvido com a formação precoce do sangue e
também está associado à bexiga urinária. Os vasos sanguíneos do alantoide
tornam‑se as artérias e veias umbilicais.
• Neurulação (a formação da placa neural e das dobras neurais, e o fechamento destas
dobras da placa neural para formar o tubo neural)
→ À medida que a notocorda se desenvolve, induz o ectoderma embrionário
sobrejacente a espessar e formar uma placa neural alongada de células
neuroepiteliais espessadas (placa neural);
▪ O ectoderma da placa neural (neuroectoderma) dá origem ao sistema
nervoso central (SNC) – o cérebro e a medula espinal, entre outras
estruturas, como a retina. A princípio, a placa neural corresponde, em
comprimento, à notocorda subjacente. À medida que a notocorda se
alonga, a placa neural se alarga e, por vezes, se estende cranialmente até
a membrana orofaríngea. Eventualmente, a placa neural se estende além
da notocorda.
→ Por volta do 18º dia, a placa neural invagina ao longo do seu eixo central para
formar um sulco neural longitudinal mediano que apresenta dobras neurais em
cada lado (forma um tipo de onda).
→ No final da terceira semana, as dobras neurais começam a se mover em conjunto
e a se fusionar, convertendo a placa neural em tubo neural: o primórdio das
vesículas do cérebro e da medula espinal.
→ O tubo neural se separa do ectoderma superficial à medida que as dobras neurais
se encontram. As bordas livres do ectoderma se fusionam, de modo que esta
camada se torna contínua ao longo do tubo neural nas costas do embrião.
Posteriormente, a superfície do ectoderma se diferencia na epiderme da pele. A
neurulação é concluída durante a quarta semana.
→ Formação da crista neural:
▪ À medida que as dobras neurais se fusionam para formar o tubo neural,
algumas células neuroectodérmicas, que se encontram ao longo da crista
de cada dobra neural, perdem suas afinidades epiteliais e adesão com
células vizinhas. As células da crista neural logo se separam em parte
direita e parte esquerda e migram como uma onda para a região
dorsolateral do tubo neural. Elas formam uma massa irregular achatada,
a crista neural, entre o tubo neural e a superfície sobrejacente do
ectoderma.
▪ As células da crista neural também migram e se espalham no
mesênquima, e se diferenciam em vários tipos celulares, incluindo os
gânglios espinais e do sistema nervoso autônomo. Os gânglios dos nervos
cranianos V, VII, IX e X são parcialmente derivados de células da crista
neural. As células da crista neural também formam as bainhas dos nervos
periféricos, a pia‑máter e a aracnoide.
• Desenvolvimento dos somitos
→ Assim que a notocorda e o tubo neural se formam, o mesoderma intraembrionário
de cada lado do embrião prolifera/se diferencia para formar uma espessa coluna
longitudinal: o mesoderma para‑axial (logo ao lado da notocorda);
→ Cada coluna é contínua lateralmente ao mesoderma intermediário (dá origem
ao sistema urinário e repro.), que gradualmente se afina para formar o
mesoderma lateral que é contínuo com o mesoderma extraembrionário;
→ Perto do final da terceira semana, o mesoderma para‑axial se diferencia e
começa a se dividir em pares de corpos cuboides, os somitos, em cada lado do
tubo neural em desenvolvimento. Por serem os somitos tão proeminentes
(elevados) durante a quarta e a quinta semana, eles são utilizados como um dos
muitos critérios para determinar a idade de um embrião;
→ O primeiro par de somitos aparece no final da terceira semana, perto da
extremidade craniana da notocorda. Pares subsequentes se formam em uma
sequência craniocaudal. Somitos dão origem à maior parte do esqueleto axial e
da musculatura associada, bem como à derme da pele.
→ O celoma intraembrionário (cavidade do corpo) aparece primeiro como espaços
celômicos, pequenos e isolados no mesoderma intraembrionário lateral e
cardiogênico (formador do coração). Esses espaços se unem para formar uma
cavidade única, em forma de ferradura, o celoma intraembrionário. O celoma
divide o mesoderma lateral em duas camadas:
▪ Uma somatopleura (ectoderma+mesoderma lateral somático), que é
contínua com o mesoderma extraembrionário que cobre o âmnio;
▪ Uma esplancnopleura (endoderma+mesoderma lateral esplâncnico) que é
contínua com o mesoderma extraembrionário que cobre a vesícula
umbilical.
• Desenvolvimento das vilosidades coriônicas
→ Pouco depois de aparecerem ao final da segunda semana, as vilosidades coriônicas
primárias começam a se ramificar. Logo no início da terceira semana, o
mesênquima cresce dentro das vilosidades primárias, formando uma região
central de tecido mesenquimal frouxo. As vilosidades neste estágio – vilosidades
coriônicas secundárias – cobrem toda a superfície do saco coriônico. Algumas
células mesenquimais nas vilosidades logo se diferenciam em capilares e células
sanguíneas.
→ Quando os capilares estão presentes, as vilosidades são denominadas vilosidades
coriônicas terciárias.
→ Ao final da terceira semana, o sangue embrionário começa a fluir lentamente
nos capilares das vilosidades coriônicas. Oxigênio e nutrientes no sangue
materno, no espaço interviloso, se difundem através das paredes das vilosidades
e entram no sangue do embrião.
→ Dióxido de carbono e produtos residuais se difundem do sangue nos capilares
fetais, através da parede das vilosidades, para o sangue materno.

Você também pode gostar