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3° Semana do Desenvolvimento

O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário trilaminar


durante a 3a semana é caracterizado por: Aparecimento da linha primitiva,
desenvolvimento da notocorda e diferenciação das 3 camadas germinativas. Destino da linha primitiva: A linha primitiva forma ativamente o mesoderma
pelo aporte de células até o início da 4a semana; depois disso, a produção do
Coincide com a semana seguinte à primeira ausência do período menstrual, mesoderma desacelera e a linha primitiva diminui e torna-se uma estrutura
ou seja, 5 semanas após o primeiro dia do ultimo período menstrual normal. insignificante na região sacrococcígea do embrião. Normalmente, a linha
Nesse período sinais como vômito e náuseas são frequentes e o sangramento primitiva sofre mudanças degenerativas e desaparece no final da 4a semana.
vaginal no período esperado da menstruação não descarta gravidez, porque,
às vezes, ocorre uma pequena perda de sangue do local de implantação do As células mesenquimais migram pela linha primária e fosseta primária,
blastocisto (extravasa pelo tampão e vem das redes lacunares rompidas pelo formando um cordão celular mediano, o processo notocordal que adquire um
blastocisto implantado. lúmen:canal notocordal. O processo notocordal cresce cranialmente entre a
ectoderma e endoderma até alcançar a placa precordal.
Gastrulação: Representa o início da morfogênese, há formação das 3
camadas germinativas (precursoras de todos os tecidos embrionários e da Placa precordial: Pequena área circular com células endodérmicas
orientação axial). O disco bilaminar vira trilaminar e o embrião é considerado
cilíndricas em que o ectoderma e endoderma se fundem. Origina
como uma gástrula.
endoderma da membrana bucofaríngea,a qual se localiza no local que
dará origem a cavidade oral.
Cada uma das camadas germinativas dá origem a tecidos e órgãos
específicos:

1. Ectoderma: Origina epiderme, sistema nervoso central e periférico, crista


neural e outros tec conj da cabeça, olhos e orelhas internas.
2. Mesoderma: Dá origem a todos os músculos esqueléticos, às células
sanguíneas, ao revestimento dos vasos sanguíneos, à musculatura lisa das
vísceras, ao revestimento seroso de todas as cavidades do corpo, aos
ductos e órgãos dos sistemas genital e urinário e à maior parte do sistema
cardiovascular. No tronco, ele é a fonte de todos os tecidos conjuntivos,
incluindo cartilagens, ossos, tendões, ligamentos, derme e estroma
(tecido conjuntivo) dos órgãos internos.
3. Endoderma: Fonte dos revestimentos epiteliais dos sistemas respiratório e
digestório, incluindo as glândulas que se abrem no tubo digestório e as
células glandulares de órgãos associados ao sistema digestório, como o
fígado e o pâncreas. OBS: Resquícios da linha primitiva podem originar teratoma sacrococcígeo.
Como derivam de células pluripotentes da linha primitiva, esses tumores
Linha primitiva: A sua formação é o primeiro sinal morfológico da gastrulação, contêm tecidos provenientes de todas as três camadas germinativas em
ocorrendo na superfície do epiblasto, do disco bilaminar. Aparece estágios variados de diferenciação.
caudalmente no plano mediano e é resultado da proliferação e da migração
das células do epiblasto para o plano mediano do disco embrionário. Quando Caudalmente à linha primitiva existe uma área circular:a membrana cloacal
aparece é possível identificar o eixo craniocaudal, as extremidades cranial e que indica o futuro local do ânus. Nessa região, No plano mediano
caudal e as superfícies dorsal e ventral do embrião e, ao se alogar, sua cranialmente ao nó primitivo, onde o processo notocordal está localizado na
extremidade cranial se prolifera para formar o nó primitivo. membrana bucofaríngea o disco permanece bilaminar,pois a ecto e endo
estão fundidas,impedindo a migração de células mesenquimais entre si.
Ao mesmo tempo, na linha primitiva desenvolve-se o sulco estreito, o qual é
contínuo com uma pequena depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva. O Os sinais instrutivos da região da linha primitiva induzem as células precursoras
sulco e a fosseta resultam de uma invaginação do epiblasto. notocordais a formar a notocorda, a qual confere rigidez ao embrião, define o
eixo longitudinal primordial, fornece sinais para desenvolvimento de estruturas
As células migram da superfície da linha primitiva e formam o mesênquima, o musculoesqueléticas axiais e seu SNC,além da formação dos discos
qual forma os tecidos de sustentação do embrião, tecidos conj do corpo e intervertebrais.
arcabouço de TC para glândulas. Parte do mesênquima forma o mesoblasto
(mesoderma indiferenciado) que forma o mesoderma intraembrionário. Inicialmente, o processo notocordal se alonga por invaginação das células da
fosseta primitiva, a qual se estende para o processo notocordal,formando o
As células do epiblasto e do nó primitivo deslocam o hipoblasto e formam a canal notocordal. Este se torna tubo celular que se estende cranialmente
endorme embrionária no teto da vesícula umbilical e as células remanescentes desde o nó primitivo até a placa precordal. O assoalho do processo
do epiblasto formam a ectoderme embrionária. notocordal se funde com endoderma embronário,essas camadas fundidas
degeneram e geram aberturas no assoalho do processo notocordal, causando
comunicação entre canal notocordal e vesícula umbilical. Com as aberturas o
assoalho do processo notocordal desaparece e o resto do processo
notocordal forma a placa notocordal achatada e sulcada.

Na extremidade cranial as células da placa notocordal proliferam e se


dobram, formando a notocorda. A parte proximal do canal notocordal persiste
temporariamente como o canal neuroentérico, formando uma comunicação
transitória entre a cavidade amniótica e a vesícula umbilical (quando
notocorda se desenvolve a comunicação é obliterada). Notocorda se
destaca do endoderma da vesícula umbilical. A notocorda se estende da
membrana bucofaríngea até o nó primitivo e degenera conforme os corpos
vertebrais se formam, mas pequenas porções persistem como núcleo pulposo
de cada disco intervertebral.

A notocorda em desenvolvimento induz o ectoderma embrionário sobreposto


se espessar e formar a placa neural (primórdio do SNC).
Ou seja, as células do epiblasto, a partir do processo de gastrulação, originam
as três camadas germinativas no embrião. Alantoide: Aparece no 16° dia como uma evaginação da parede caudal da
vesícula umbilical que se estende para o pedículo de conexão,permanece
pequena, mas seu mesoderma se expande sob o cório e forma vasos que
servirão à placenta. A parte proximal do divertículo da alantoide original
persiste durante a maior parte do desenvolvimento como um pedículo, o
úraco, que se estende da bexiga até a região umbilical. Nos adultos é o
ligamento umbilical mediano e os vasos da alantoide tornam-se as artérias
umbilicais.

Neurulação: Formação do tubo neural Completa-se ao final da 4 semana


quando ocorre fechamento do neuróporo caudal.
Notocorda induz espessamento do ectoderma embronário para formar placa celulares angiogênicos isolados ou ilhotas sanguíneas que estão associados à
neural. O neuroectoderma dela origina SNC, encéfalo e medula espinal, retina. vesícula umbilical ou aos cordões endoteliais no embrião. Pequenas cavidades
Notocorda se alonga e placa se estende ate memb bucofaríngea e depois aparecem nas ilhotas sanguíneas e nos cordões endoteliais pela confluência
além da notocorda. No 18° dia a placa neural invagina para formar sulco de fendas intercelulares.
neural com as pregas neurais em ambos os lados (primeiro sinal do
desenvolvimento do encéfalo). Os angioblastos se achatam e formam células endoteliais que se organizam ao
redor das cavidades nas ilhotas sanguíneas para formar o endotélio. Muitas
Ao final da 3° semana as pregas se movem e fusionam: placa neural vira tubo dessas cavidades revestidas por endotélio se fusionam e formam uma rede de
neural, o qual se separa do ectoderma superficial Durante a fusão das pregas. canais endoteliais (vasculogênese) e outros vasos se estendem para áreas
Em seguida o ectoderma superficial se diferencia na epiderme. adjacentes por meio de brotamento endotelial (angiogênese) e se fundem
com outros vasos formando canais comunicantes.
Formação da crista neural: Algumas células neuroectodérmicas situadas ao
longo da margem interna de cada prega neural perdem suas afinidades As células mesenquimais que circundam os vasos sanguíneos endoteliais
epiteliais e inserções em células vizinhas. Conforme o tubo neural se separa do primitivos se diferenciam nos elementos dos tecidos muscular e conjuntivo da
ectoderma superficial, as células da crista neural formam massa achatada parede dos vasos sanguíneos.
irregular, a crista neural, entre o tubo neural e o ectoderma superficial
sobrejacente. A crista dividir-se-á em direita e esquerda e vão para faces As células sanguíneas se desenvolvem a partir de células endoteliais
dorsolaterais do tubo neural, onde originarão gânglios sensoriais dos nervos especializadas (epitélio hemangiogênico) dos vasos à medida que eles
espinais e cranianos. crescem na vesícula umbilical e na alantoide ao fim da 3a semana e depois

As células da crista neural se movem tanto para dentro quanto sobre a


superfície dos somitos.

em locais especializados ao longo da aorta dorsal. Também se originam de


células hematopoiéticas. Hematogênese (formação de sangue) inicia na

As células da crista neural dão origem aos gânglios espinais (gânglios da raiz
dorsal) e aos gânglios do sistema nervoso autônomo. Além disso, contribuem
para formar as bainhas de neurilema dos nervos periféricos e contribuem para
a formação das leptomeninges, a aracnoide-máter e a pia-máter.

Desenvolvimento dos somitos: O primórdio do celoma intraembrionário


(cavidade do corpo do embrião) aparece como espaços celômicos isolados
no mesoderma intraembrionário lateral e no mesoderma cardiogênico. Esses
espaços logo coalescem para formar uma única cavidade em formato de
ferradura, o celoma intraembrionário que divide o mesoderma lateral em duas
camadas, uma somática contínua com a mesoderma extraembrionária que
reveste o âmnio e uma camada esplânica que é contínua à mesoderma
quinta semana e ocorre primeiro ao longo da aorta e depois em várias regiões
extraembrionária que reveste à vesícula umbilical.
do mesênquima embrionário (fígado, baço,medula óssea e nos linfonodos).
O mesoderma somático e o ectoderma embrionário sobrejacente formam a
Sistema circulatório primordial:
parede do corpo do embrião, ou somatopleura, enquanto o mesoderma
esplâncnico e o endoderma embrionário subjacente formam o intestino
embrionário, ou esplancnopleura. O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na
área cardiogênica . Os canais longitudinais e pareados revestidos por células
endoteliais, ou tubos cardíacos endocárdicos, desenvolvem-se durante a 3a
Durante o segundo mês, o celoma intraembrionário se divide em três
semana e se fundem para formar o tubo cardíaco primordial.
cavidades corporais: cavidade pericárdica, cavidades pleurais e cavidade
peritoneal.
O coração tubular se une aos vasos sanguíneos do embrião, do pedículo de
conexão e da vesícula umbilical para formar o sistema cardiovascular
Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular: Ao fim da 2a semana, a
primordial. Ao fim da 3a semana, o sangue está circulando e o coração
nutrição do embrião é obtida do sangue materno pela difusão através do
começa a se contrair no 21o ou 22o dia.
celoma extraembrionário e da vesícula umbilical.

Desenvolvimento das vilosidades coriônicas: Ao final da 2 semana aparecem


No início da 3a semana, a formação dos vasos sanguíneos começa no
as vilosidades coriônicas primárias que se ramificam e na 3 semana o
mesoderma extraembrionário da vesícula umbilical, do pedículo de conexão e
mesênquima cresce para dentro dessas vilosidades primárias, formando um
do cório. Os vasos sanguíneos embrionários começam a se desenvolver
cerne de tecido mesenquimal. Nesse estágio, as vilosidades, agora vilosidades
aproximadamente 2 dias depois. A formação inicial do sistema cardiovascular
coriônicas secundárias, revestem toda a superfície do saco coriônico. Algumas
está relacionada com a demanda urgente por vasos sanguíneos para trazer
células mesenquimais viram capilares e células sanguíenas. Viram vilosidades 3
oxigênio e nutrientes para o embrião a partir da circulação materna através
quando vasos são visíveis em seu interior.
da placenta. Durante a 3a semana, desenvolve-se uma circulação
uteroplacentária primordial.
Os capilares nas vilosidades coriônicas se fundem para formar redes
arteriocapilares, que logo se tornam conectadas com o coração do embrião
 Vasculogênese: Formação de novos canais vasculares pela união de
através dos vasos que se diferenciam no mesênquima do cório e do pedículo
precursores celulares individuais (angioblastos).
de conexão. No fim da 3 semana o sangue flui dos capilares das vilosidades
 Angiogênese: Formação de novos vasos por brotamento e ramificação
coriônicas e o O2 e nutrientes do espaço interviloso se difundem pela parede
de vasos preexistentes.
das vilosidades e entram no sangue do embrião. CO2 e escórias metabólicas
se difundem do sangue dos capilares fetais, através da parede das vilosidades
Formação de vasos no embrião e nas memb. Extraembrionárias começam
coriônicas, para o sangue materno.
quando as células mesenquimais se diferenciam em precursores de células
endoteliais, ou angioblastos, os quais se agregam e formam aglomerados
Simultaneamente, as células citotrofoblásticas das vilosidades coriônicas
proliferam e se estendem através do sinciciotrofoblasto, formando uma capa
citotrofoblástica extravilosa que, gradativamente, envolve o saco coriônico e
o fixa ao endométrio. As vilosidades que se prendem aos tecidos maternos
através da capa citotrofoblástica são as vilosidades de ancoragem e as que
crescem na lateral delas são as ramificadas, pelas quais ocorre,
principalmente, troca de material entre o sangue materno e do embrião.

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