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3° e 4° semana do desenvolvimento humano

Gastrulação
É o processo de formação pelo qual as três camadas germinativas, que são precursoras de
todos os tecidos embrionários, e a orientação axial são estabelecidas nos embriões;
transformação do disco bilaminar em trilaminar; início da morfogênese.
Ectoderma: SNC, SNP, epitélios sensoriais de olhos, orelhas e nariz; epiderme e anexos
(cabelos e unhas); glândulas mamárias, parte da hipófise, glândulas subcutâneas, esmalte
dos dentes; células da crista neural.

Mesoderma: tecido conjuntivo, cartilagem, osso, músculos estriados e lisos, coração,


vasos sanguíneos e linfáticos, rins, ovários, testículos, ductos genitais, membranas serosas
(pericárdio, pleura e peritônio), baço, córtex das glândulas suprarenais, dura-máter.

Endoderma: revestimento epitelial dos tratos gastrointestinal e respiratório, parênquima


(preenchimento) das tonsilas, tireóide, paratireóide, timo, fígado e pâncreas, revestimento
epitelial da bexiga, da maior parte da uretra, cavidade timpânica, antro do tímpano e tuba
faringotimpânica

Linha primitiva
Estabelece o eixo antero-posterior e lateral em todas as espécies amniotas; aparece na
superfície do epiblasto; resulta da proliferação e do movimento das células do epiblasto
para o plano mediano do disco embrionário; aparecimento da placa pré-cordal (local onde
o disco ainda é bilaminar com uma fusão da epiderme com a ectoderme, também será o
local da origem do mesoderma orofaríngeo – boca.
Simultaneamente a linha primitiva, um sulco estreito – sulco primitivo – se desenvolve
na linha e é contínuo com uma pequena depressão no nó primitivo – a fosseta primitiva;
entrada de células do epiblasto pelo sulco e fosseta primitiva: empurra o hipoblasto e
formação da endoderme definitiva (14° e 15° dia), entrada de células do epiblasto pelo
sulco e fosseta primitivos – formação do mesênquima e mesoderme intra e
extraembrionários (16° dia); as células que permanecem no epiblasto formam o
ectoderme embrionária.
A diferenciação celular é dominada por interações célula-célula e pela regulação da
expressão diferencial de genes; vias de sinalização – ácido retinoico, TGF Beta/BMP,
WNT, HedgeHog, FGF/FGFR
Formação da notocorda
Todos os vertebrados possuem notocorda na vida embrionária; células mesenquimais
migram para a região cranial e formam um cordão mediano, o processo notocordal, que
logo ganha luz e torna-se o canal notocordal; achados recentes mostram que as células
epiblásticas progenitoras da notocorda migram pela fosseta (nó) primitiva; o processo
notocordal cresce até a placa pré-neural; enquanto a notocorda se alonga, a linha primitiva
regride.
*Obsimp!!! Se a linha primitiva persiste, forma-se teratomas – são compostos por células
pluripotentes. Ossos, cabelos, dentes e células nervosas podem estar presente nos
teratomas; são três vezes mais frequentes em meninas; podem se tornar malignos se não
forem removidos.
A notocorda funcional como um centro de sinalização no embrião inicial para a formação
de vários sistemas, o SNC é o primeiro deles; induz o ectoderma a se espessar e formar a
placa neural.
*Obsimp!!! Não se transforma em coluna vertebral.
Neurulação
Notocorda induz a ectoderme (agora chamada de neuroectoderme) a se espessar em uma
placa (placa neural); disco embrionário se alonga; a partir do 18° dia, a placa neural
começa a se invaginar para formar o sulco neural e as pregas neurais; as pregas neurais
se fundem para formar o tubo neural; células da crista neural: conjunto de células
neuroectodérmicas que darão origem aos gânglios sensoriais dos nervos espinais e
craniano, células musculares, osteoblasto e osteoclastos, adipócitos, condrócito,
melanócitos, células de Schawann, neurônios.
Diferenciação da mesoderme
Células epiblásticas que migram pelo sulco primitivo formam a mesoderme que se
diferencia em: mesoderme paraxial, mesoderme intermediário, mesoderme lateral
esplâncnico, mesoderme lateral somático.
O mesoderma paraxial começa a se dividir em corpos cuboides ao longo do eixo
embrionário e logo dará origem aos somitos (38 pares em humanos) que são responsáveis
por dar origem à maior parte do esqueleto axial e à musculatura associada, assim como à
derme da pele adjacente.
Formação do coração
O coração e os grandes vasos se formam a partir das células mesenquimais na área
cardiogênica; primeiro sistema de órgãos a alcançar um estado funcional.
4° Semana do desenvolvimento humano
Dobramento do embrião
No início da 4° semana o embrião é um disco trilaminar; início do dobramento
embrionário; o dobramento se completa produzindo um embrião tridimensional; sai de
um aspecto de disco e vai para um aspecto cilíndrico.
Fechamento do tubo neural
Fechamento se inicia na região mediana, ficando aberto nos neuroporos (cranial e caudal);
o neuroporo cranial fecha primeiro (dia 24).
Defeitos na formação do tubo neural
Neurulação não ocorre normalmente; falha no fechamento do tubo neural, na região
caudal ao 4° par de somitos; defeito não somente no fechamento do tubo, mas também
no desenvolvimento das vértebras; aberturas do canal vertebral, que pode ser muito
evidente ou pouco evidente – espinha bífida: consequências clínicas podem ser
insignificantes, sérias ou fatais; o não fechamento do arco vertebral é comum em todos
os tipos de espinha bífida.
Espinha bífida oculta
Falha no fechamento dos arcos vertebrais (estruturas ósseas), sem afetar meninges e
medula; a pele está intacta e às vezes tufos de pelos crescem no local da estrutura óssea
que está ausente.
Espinha bífida aberta
Mielocele – anormalidade nas meninges; meninges protrudem sob a pele através da
malformação dos arcos vertebrais.
Mielomeningocele – meninges e medula estão fora do canal vertebral; protusões visíveis
sob a pele; às vezes a pele está ausente ou é muito fina.
Mielosquise – forma mais severa da espinha bífida aberta; o tecido nervoso está
totalmente desprotegido, não havendo meninges e pele; o fechamento das pregas neurais
falha completamente.
Anencefalia
É um tipo especial de espinha bífida; acontece quando as pregas neurais não se fundem
na região do tubo neural.
Regionalização craniocaudal do tubo neural
Tubo neural na 3° semana; dobramento do corpo e flexão do tubo neural; tubo neural se
divide em: encéfalo anterior (prosencéfalo), encéfalo médio (mesencéfalo), encéfalo
posterior (rombencéfalo) e medula.
Diferenciação dos somitos
Mesoderma paraxial se diferencia em somitos; na 4° semana, os somitos iniciam sua
diferenciação (sinalização de WNT, BMPs, Sonic Hedgehog, Noggin) em esclerótomo
(vértebras e costelas) e dermomiótomo.
Diferenciação do dermomiótomo em dermátomo (derme da pele de todo o tronco) e
miótomo (músculos da parede do corpo).
Desenvolvimento do intestino primitivo
Dobramento céfalo-caudal e lateral; com o dobramento, as margens cranial, caudal e
lateral do embrião se encontram e se fundem; as porções cranial e caudal do endoderma
formam tubo em fundo cego e constituem o intestino anterior e posterior; o intestino
médio permanece aberto para o saco vitelínico, que gradualmente é constringido.

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