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Ontogénese do sistema nervoso: após 3 semanas da fecundação forma-se uma camada de células
que até então era linear, que começa a enrugar e a formar uma estrutura cilíndrica originando duas
placas:
Paca neural: dá origem à totalidade do sistema nervoso;
Placa externa da ectoderme: dá origem à pele.
O tubo neural, vai sofrendo dilatações que o levam a formar a espinal medula e um encéfalo
primitivo (arquencéfalo) que por sua vez se divide em 3 partes:
Prosencéfalo que origina o telencéfalo e o diencéfalo e que existe em animais mais
primitivos;
Mesencéfalo;
Rombencéfalo;
As duas últimas originam o metencéfalo, o mielencéfalo, a protuberância e o bolbo raquidiano. Esta
estrutura é oca e o seu objetivo é formar vesículas com líquido cefalorraquidiano no seu interior.
Passados alguns dias o 3º ventrículo alarga e forma 2 ventrículos laterais que se ligam pela lâmina
terminalis e que posteriormente formam o corpo caloso que faz com que os hemisférios direito e
esquerdo se comuniquem através das fibras. O telencéfalo totalmente desenvolvido dá origem ao
córtex, hemisfério direito e esquerdo e origina a diferença entre substância branca e cinzenta.
Sistema de produção e circulação de líquido cefalorraquidiano: as zonas sombreadas a azul
representam a circulação do líquido. Os pontilhados a vermelho representam os ventrículos laterais.
Cérebro totalmente desenvolvido: num cérebro pouco desenvolvido, os ventrículos e o aqueduto
ocupam grande parte do espaço. Após o seu desenvolvimento, os ventrículos são bem mais
reduzidos. As estruturas numeradas e outras ganham volume pela acumulação de neurónios e
acabam por formar o córtex, e abaixo deste existem múltiplos núcleos da base que comunicam
através de fibras mielinizadas.
Formação dos polos e rotação em forma de C: a zona entre T (temporal) e F (frontal) aumenta
para formar o encéfalo, no entanto este crescimento é irregular e assíncrono. É assim porque a
ínsula não cresce ao mesmo ritmo, portanto, sobrepõe-se e arranjam-se em forma de C. Durante este
desenvolvimento, a substância cinzenta aumenta com maior rapidez que a substância branca e
formam-se os sulcos que escondem 2 3 ⁄ da área total ocupada pelo córtex.
Áreas de Brodmann: aproximadamente 70 divisões do cérebro. A área 4 é responsável pela área
motora primária e a 1, 2 e 3 é responsável pela área somatossensorial primária.
Homúnculo: homem desconfigurado em que o tamanho das diferentes partes corporais é
diretamente proporcional à área do cérebro responsável por a área da parte corporal correspondente.
Corpo caloso: tem aspeto claro por possuir fibras mielinizadas e deriva da lâmina terminal.
Apresenta divisão inter-hemisférica sendo assim a maior das comissuras (uniões) inter-
hemisféricas. Apresenta um rosto, joelho, tronco e esplénio. Tem como função a passagem de
informação entre os dois hemisférios. O rostro (comissura anterior) relaciona-se com o 3V e vai
encontrar-se próximo do quiasma ótico. Entre o rostro e o quiasma temos a lâmina terminal.
Fórnix: forma semelhante ao corpo caloso que possui uma estrutura em colunas, estando uma em
cada hemisfério. Na parte anterior e posterior estão afastadas e na parte medial encontram-se unidas
através da comissura do fórnix. Permite a união dos corpos mamilares ao sistema límbico.
Septo pelúcido: situa-se entre o corpo caloso e o fórnix e é formado a partir de tecido nervoso
separando os dois ventrículos laterais
O potencial
de Acão pode ser excitatório ou inibitório, ou seja, pode excitar
a célula ou se a célula já estiver previamente excitada inibir esta
excitação para que esta se possa acalmar (ex. GABA)
A limpeza é feita através de células acessórias da microglia (Ex: astrócitos que também são usados
na proteção e na imunização)
Células do canal epidemiaria: produzem líquido cefalorraquidiano e contribuem para o sistema
imunitário.
- Oligodendrocitos: produzem mielina
- Astrócitos: vão dar suporte e proteção.
Comunicação dos neurónios: é realizada em várias direções e para ocorrer precisa de existir um
fenómeno elétrico e outro químico. O fenómeno elétrico é relacionado com a diferença de potencial
e o químico relaciona-se com a libertação de neurotransmissores. Estes estímulos podem ser
inibitórios ou excitatórios.
Células da glia: os neurónios podem ser classificados relativamente à forma, ao neurotransmissor
que sintetiza, etc. e apesar de serem estruturas complexas, não trabalham sozinhos. Precisam da
assistência das células da glia:
Células satélite;
Células de Schwann: mielinizar os axónios no SNP;
Microglia: apresenta macrófagos;
Oligodendrócitos: mielinizar os axónios no SNC;
Células ependimárias: revestem os ventrículos e produzem líquido cefalorraquidiano,
nomeadamente os tanicítos;
Astrócitos: dão suporte aos neurónios e são muito importantes na formação da barreira
hemato-encefálica.
Camillo Golgi: responsável por descobrir a técnica que possibilitava a visualização das camadas de
córtex através de impregnação de prata, apesar da microscopia da altura estar pouco desenvolvida.
O corante utilizado marca uma estrutura que tomou o nome de corpos de Golgi, que existe tanto no
corpo celular como nas ramificações. Atualmente através de marcação por fluorescência
conseguimos observar estas camadas que nos permite observar áreas diferentes, mas que são muito
semelhantes.
Santiago Ramón e Cajal: conseguiram isolar estruturas neuronais e perceber a sua função.
Descobriram que o neurónio apresenta polaridade, os dendritos e os corpos celulares recebem
informação e o axónio envia. A partir disto um doutor mais recente, introduziu o termo sinapse
como contacto funcional estabelecido entre células nervosas.
Neurónio:
1. Corpo, soma ou pericárdio -dentro desta área temos um núcleo, um nucléolo, ribossomas e
retículo endoplasmático também é desta zona que sem as dendrites e podem ter em maior ou menor
número
2. Neuritos, processos ou prolongamentos: dendritos em direção ao soma; axónio tenho origem
no soma
3. Varicosidades: locais onde os neuros transmissores são alojados, guardados, são as vesículas que
a determinado momento funde-se e liberta o neurotransmissor
Tipos de neurónios:
- Interneuronio ou bipolar: as ramificações não chegam muito longe e são na sua maioria
GABA, ou seja, inibitórios.
- Unipolar: densamente compactados na camada 5 da circunvolução pós centrais
- Multipolar: axónio longo, podemos ter mais de 1m de neurónios em muitos casos.
- Piramidal: sai do córtex, vai chegar atá ao tálamo e fazer a sinapse, do tálamo vai descer
através do tronco cerebral e vai até á espinha medular. São altamente diferenciados,
conseguem fazer um processamento e uma sinalização de uma capacidade de detalhe
impressionante. Permite nos ter uma capacidade de aprender, se não tivermos estas células
no hipocampo esta capacidade de aprendizagem não existe.
Neurónio: características funcionais:
Célula secretora: secreta o que não querem e depois a microglia limpa.
Plasticidade morfológica/ química: Têm a capacidade de se modificar quer na forma quer no
fenótipo químico consoante as suas necessidades.
- Se numa lesão morrerem neurónios dopaminérgicos que numa determinada área cerebral são
extremamente importantes, os neurónios que estão á sua volta e que por acaso são
seretonergicos podem começar a ser dos dois para compensar o défice.
Funções:
- Receber Sinais - Transmissão para outras células ou
- Codificação tecidos
- Condução
- Integração
Lesões vasculares:
MAVs: uma veia sofre acidente vascular hemorrágico ou isquémico ou então uma
malformação arteriovenosa;
Síndrome antifosfolipidos e outros estados de hipercoagulação: são situações associadas à
alteração da estrutura das membranas ou, se for a nível vascular, associadas a lesões
vasculares devido à alteração das bicamadas fosfolipídicas das camadas nervosas ou a nível
da elasticidade dos vasos.
Lesões inflamatórias:
Esclerose múltipla incluindo neuromielite ótica: é uma doença que afeta o sistema nervoso
central e provoca desmielinização dos neurónios motores, causando diminuição na
velocidade de condução do impulso nervoso fazendo com que os movimentos do indivíduo
se tornem mais lentos e mais difíceis;
Mielite Transversa;
Sarcoidose (A): doença inflamatória que resulta em granulomas sem caseificação em um
órgão e/ou tecidos cujo diagnóstico confirma-se recorrendo a radiografias e biopsias e que
se trata com corticoides;
Vasculite: inflamação dos vasos sanguíneo.
Lesões infeciosas:
Virais;
Bacterianas;
Mycoplasma pneuminiae;
Parasiticas (A): como a toxoplasmose em que o parasita pode passar de um animal
doméstico para o homem. Provoca o desenvolvimento de larvas no sistema nervoso e é fatal.
Lesões do desenvolvimento: a formação da espinal medula pode não se dar da forma normal no
útero da mãe.
Malformação de Arnorld Chiari (A): o tronco cerebral, que deveria estar dentro da cavidade
craniana, não está. Este migra, pelo buraco magno do osso occipital e estará localizado na
região cervical;
Siringomielia: existe um buraco no canal medular devido à existência de um quisto e pode
estar ausente a substância cinzenta, como é o caso da imagem. Para além disto vemos que as
fissuras encontram-se desviadas da linha media da medula;
Meningomieloncelo: alteração da meninge, esta sai pelas apófises e cria-se um saco que é
cheio de líquido – meningocelo (C) - mas que para além deste, pode conter estruturas
medulares – mielomeningocelo (D);
Mycoplasma pneuminiae;
Síndrome do cordão umbilical;
Malformação vascular: podem criar-se emaranhados de veias que compromete a oxigenação
correta do local. Na figura a bolinha é um aneurisma, neste caso, o sangue entra no
aneurisma e anda à volta como se fosse uma turbina, isto aumenta a pressão na parede do
aneurisma. Se se tratar de um vaso de baixa pressão não há problema, mas se for um vaso de
alta pressão o doente corre o risco de rutura do vaso causando hemorragia e, em último caso,
morte.
Lesões metabólicas:
Deficiência de vitamina B12
Adrenomielineuropatia
Traumatismo: podemos ter traumas de pequena dimensão, lesionando uma pequena parte da
medula dando sintomas ou motores ou sensitivos que se podem recuperar. Assim como podem
existir traumas em que há descontinuidade da medula e que pode dar origem a paraplegia (lesão
lombar) ou tetraplegia (lesão cervical).
Sindrome de Brown-Séquard: significa hemissecção da medula em que existe uma afeção
medular que não é difusa e apenas parte da medula é afetada. Na imagem vemos uma lesão que
compromete a parte esquerda da medula e que induz perda de função motora, da proprioceção e da
sensibilidade vibratória do lado esquerdo (lado lesado), e no lado direito (lado oposto ao da lesão)
há perda de sensibilidade protopática. Isto acontece devido ao comprometimento de tratos
ascendentes e descendentes, e o doente teria dificuldade em fazer movimentos à esquerda e sentir
alterações na sensibilidade à direita.
Osteófitos: resultam da diminuição progressiva do disco intervertebral. O disco fica cada vez mais
fino o que e faz com que o seu núcleo migre por completo e os corpos vertebrais encostem. Desta
forma ganham alterações a nível morfológico formando os chamados bicos de papagaio.
Esclerose lateral amiotrófica/doença do neurónio motor: afeta a região anterior da medula e
começa pela degeneração do corpo celular e progride para todas as outras estruturas rapidamente. O
doente começa por sentir dificuldade a nível da sensibilidade epicrítica. Há um endurecimento da
área degenerada – esclerose – atingindo o trato piramidal – lateral – em que os músculos deixam de
ser inervados e consequentemente atrofiam – amiotrófica. A morte normalmente acontece em
função da existência de bactérias que entram pelo canal da traqueotomia, que pelo excesso de
secreções evolui para uma infeção e a pessoa morre, visto que também não há cura. O paciente
desde que adquire a doença até morrer tem consciência de tudo o que se passa, não existem sinais
de demência, nem sinais significativos de défices sensitivos nem disfunção extrapiramidal. Existem
4 tipos de ELA:
Familiar: existe uma predisposição genética e consiste numa mutação no gene da enzima
superóxido dismutase Cu/Zn no cromossoma 21 que induz disfunção da via motora e
desencadeia todo o processo que culmina na atrofia progressiva dos músculos;
Secundária: ingestão ou exposição de produtos químicos agressivos;
Guamaniana: afetava os habitantes da ilha de Guam;
Esporádica. Os primeiros sintomas consistem em fraqueza nas mãos, nas pernas, dificuldade
em articular as palavras, dificuldade a engolir, caibras e espasmos.
Aneurismas: alargamento dos vasos que faz com que o sangue, ao entrar lá, origine uma circulação
circular e demorada e que a qualquer momento, com cada vez maior afluência sanguínea, pode
rebentar convertendo-se num AVC hemorrágico. Apresenta sintomatologia à medida que vai
acontecendo. Podem formar-se vias secundárias de circulação originando MAVs, malformações
arterio-venosas. O tratamento, dependendo da estrutura, passa por ser colocado um cateter dentro do
vaso que tem o aneurisma e aplicar uma cola biológica para fechar o mesmo ou colocar um clip
para o sangue voltar a ter o seu curso normal. Contudo, no cérebro não se opera devido ao
emaranhado de nervos e vasos, ao arriscar podemos tornar o caso ainda pior, temos de avaliar.
Áreas de hipodensidade são zonas desprovidas de O2 e que passam a ter uma função anormal e com
o tempo dá pequenas alterações no indivíduo.
Malformações arterio-venosas ( MAVs): o sangue chega mais tardiamente aos locais alvo. As
veias de drenagem são geralmente dilatadas, tortuosas, espessadas e "arterializadas".
Frequentemente apresentam áreas de estenose e ocasionalmente dilatações varicosas (varizes) até
mesmo calcificadas. Podem ser observadas, também, anastomoses ("shunts") diretas entre as
artérias nutridoras e veias de drenagem.
Trombo no tronco cerebral: dá manifestações clínicas muito agressivas e imediatas, que se vão
agravando se não se atuar. Opta-se por intubar o doente e induzir o coma para baixar a temperatura
corporal para preservar o cérebro e permitir que este recupere.
Paralisia facial: disfunção do nervo facial que pode ser motivada pela intrusão de um
microrganismo nos nervos. O nervo facial divide-se em 3 ramos principais, o oftálmico, maxilar e o
mandibular, assim podemos ter:
Paralisia facial central: o lábio e mandibula ficam afetados, preservando o movimento da
testa e sobrancelhas.
Paralisia facial periférica: da vista dos outros parece que temos apenas metade da cara
paralisada.
Doença de Parkinson: associado a pacientes que têm mais idade e que têm um quadro clínico
caracterizado por tremores e rigidez muscular. No mesencéfalo existem zonas de substância negra,
ricas em neurónios que produzem dopamina e que controlam o nosso sistema motor involuntário.
Comportamentos repetitivos e de certa forma automáticos como roer as unhas e dobrar o braço, são
controlados pelos núcleos da base que por sua vez são controlados pela dopamina. Uma falta deste
neurotransmissor, causada pela morte dos neurónios da substância cinzenta, leva a movimentos
aleatórios. Esta doença relaciona-se com a via extrapiramidal. Uma forma de desacelerar o
Parkinson é a administração oral de um medicamento chamado levodopa, percursor da dopamina ou
colocar um estimulador (DBS, deep brain stimulation), no tálamo que é a via mais direta de impedir
o trémulo e inibir que as zonas que fazem os tremores ocorram. O DBS pode ser usado nesta doença
e também em doentes com epilepsia.
Meningioma: lesões expansivas que podem chegar ao ponto de empurrar estruturas e causar
dificuldades ao doente. Recorrendo a quimio e radioterapia, tratamento conservativo, o meningioma
pode diminuir.
EXPLICAÇÃO.
- É considerado o centro vital devido à presença de nervos cruciais, como por exemplo o
vago, que é responsável pelo bater cardíaco, logo uma lesão aqui resulta uma paragem
cardíaca.
- O reflexo de vomitar é o bolbo raquidiano.
- Overdose- o que as acontece substâncias ilícitas têm recetores que se vão ligar a certas
células que vão ou excitar em demasiado, ou inibir.
- Se batermos com a parte de trás da cabeça, o osso pode quebrar e penetrar o bolbo e
interromper a eletrofisiologia no nervo vago, o que resultaria numa paragem cardíaca.
Lesões do telencéfalo:
Epilepsia do lobo temporal: caracterizada por uma atrofia da região do hipocampo e que faz os
pacientes apresentar esclerose hipocampal. Estes indivíduos podem apresentar resistência ao
tratamento farmacológico e por isso são indicados para cirurgia, uma amigdalahipocampectomia.
Os sintomas desta soença são:
Alterações comportamentais;
Alterações emocionais como ansiedade e depressão (anedonia);
Alterações cognitivas