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Clara Caroline Baptista Souto, turma 87, UFAL.

Embriologia
Anotações de Aula - 26/11 -
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScPOgDOW-ksFlzrNE-
8X8vxboCjYNe0rifSfKpOaav0az6fGQ/viewform

Neurulação e Dobramento do Embrião


Formação da Placa Neural
Ocorre com a formação do Tubo Neural, que ocorre a partir da formação da Placa Neural,
que se dobra. Se inicia ainda na terceira semana, com a formação do processo notocordal e,
assim, a estimulação do ectoderma (acima dele) a formar a placa neural. A neurulação em si
se dá na quarta semana, com a internalização da estrutura, que origina o Tubo Neural e,
assim, posteriormente, ser o precursor do Sistema Nervoso Central (e até mesmo do sistema
nervoso periférico).

A migração de células pelo nó primitivo provoca tal formação. As células ectodérmicas


recebem sinais para diferenciação, se formando em uma placa espessa de células
pseudoestratificadas cilíndricas, dando origem ao Neuroectoderma. Com 20 dias, a placa
neural apresenta um sulco, que determina o início da formação de um tubo.

Neurulação
Formação se dá por 3 principais processos:
1. Formação da Placa Neural: se dá pela migração de células pelo nó primitivo. As
células ectodérmicas recebem sinais para diferenciação, pela indução neural, se
reunindo em uma placa espessa de células pseudoestratificadas cilíndricas, dando
origem ao neuroectoderma. Isso ocorre com o alongamento apicobasal das células. A
formação da placa ocorre a partir da porção cranial do embrião, indo de encontro a
caudal. Observa-se um alargamento maior da região cefálica em relação a caudal.

2. Modelagem da Placa Neural: ocorre com a reorganização celular, promovida pelo


movimento lateral a medial, para o alongamento da placa neural no sentido
longitudinal, com a ampliação do estreitamento transversal, por meio do processo de
extensão convergente. Tal situação é estimulada com mais afinco na parte caudal, que
formará a medula espinhal, o que contribui para a permanência de uma largura maior
na região cranial, que dará origem ao cérebro.

3. Dobramento da Placa Neural e Fechamento do Sulco Neural: ocorre a partir da


elevação das células laterais, para a formação das Pregas Neurais, e rebaixamento da
porção medial, o que origina o Sulco Neural. Essas pregas irão, aos poucos, se
aproximar, promovendo o dobramento da placa.
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O destino da placa neural é, portanto: diferenciação das células da crista neural, migração
celular e formação de diversas estruturas, a partir da terceira semana. A placa neural forma,
principalmente, o cérebro e a medula espinhal.
O tubo começa a se fechar pela região central, enquanto a caudal e o cranial ficam abertas,
sendo chamadas de neuroporos. Progressão da parte cranial para caudal.

Obs: fechamento do tubo neural depende da presença de ácido fólico. Existem políticas
públicas para enriquecimento da farinha trigo com ácido fólico.
Com o fechamento do tubo neural o a estrutura embrionária se curva. Será discutido ao final
da aula.

OBS: A observância do desenvolvimento embrionário de galinhas e outros animais de


desenvolvimento externo é facilitada, uma vez que é possível, por exemplo, cultivar o
embrião no ovo, bem como analisar por meio de pequenas janelas na casca. Ovos devem ser
pré-selecionados, fecundados e armazenados de forma correta. A regulagem da progressão do
feto é dada por meio da temperatura: na temperatura ambiente, os ovos se mantém com
metabolismo paralizado (até 15 dias sem chocar). A diferença mais marcante é que o
fechamento se dá primeiro pela região cranial, passando pela intermediária e, a partir daí,
caudal.

Conforme ocorre o fechamento do tubo, o ectoderma cutâneo provoca a internalização do


tubo, com ectoderma de superfície.

Diferenciação em Áreas
>Vesículas primárias e secundárias
O tubo neural forma 3 dilatações, a partir da 4 semana da vida intrauterina, que formarão as
vesículas primordiais:
a. Prosencéfalo, que dará origem ao cérebro, constituído pelo telencéfalo e diencéfalo, as
vesículas secundárias.
b. Mesencéfalo, que não sofre divisões.
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c. Rombencéfalo, que se subdivide nas vesículas secundárias do metencéfalo, que dá origem


ao cerebelo e ponte, e do mielencéfalo, que dá origem ao bulbo.

Neuroepitelio: células precursoras do sistema nervoso.


> Sinais específicos: promovidos por proteínas, a secreção de moléculas (diferentes
concentrações em cada parte) deve padronizar a distribuição de células para a formação de
diferentes regiões. Podem ser ventralizantes, dorsalizantes e lateralizantes.
a. Wnts e Bmps: centro de padronização ventral.
b. Shh: sinal de dorsalização.
c. Fgfs: responsáveis pela lateralização.

> Células da crista neural: estão na extremidade da placa, nas laterais das pregas neurais. Se
aproximam conforme o fechamento, se destacam como uma população especial de células e
migram para originar variadas estruturas, a depender de onde se fixam, como, por exemplo,
um gânglio espinhal, células cromafins da suprarrenal (produção de adrenalina, noradrenalina
ou norepinefrina), bem como gânglios aórticos, sistema nervoso entérico (intestinal) e
melanócitos (localizados na derme), cartilagens dos arcos faríngeos… Desse modo, não se
originam apenas estruturas com conexão direta com o Sistema Nervoso.
1. Desenvolvimento das vesículas primárias (entre terceira e quarta semana);
2. Aparecimento de flexuras (direcionamento celular);
3. Desenvolvimento de vesículas secundárias (após o fechamento do tubo).

Nesse contexto, essa população de células passa pela transformação epitelial-para-


mesenquimal, para que possam diminuir a aderência entre si, o que confere uma maior
liberdade para a realização de seu desprendimento do tecido e, assim, suas movimentações, o
que ocorre em conjunto com a reorganização das fibras presentes no citoesqueleto. Isso
ocorre por meio da liberação de sinais, que induzem a delaminação das células da crista. Tal
processo, assim, é semelhante ao que acontece para a formação da linha primitiva, com a
migração celular para o nó.

Há três fatores principais envolvidos na indução da delaminação: FoxD3, Snail 2 e Bpm.


Enquanto o primeiro provoca a delaminação em toda a crista neural, sem preferência de eixo,
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o que garante que sua atuação é suficiente para mediar esse processo, o Snail 2 possui ação
concentrada na parte cranial. Por sua vez, o Bpm é essencial para a articulação do
citoesqueleto, por meio da reorganização da actina, e proporção dos movimentos em si.

> Celoma Intraembrionário


O celoma intraembrionário corresponde a formação de uma cavidade no mesoderma
cardiogênico e lateral: de início, se formam pequenas cavidades que, com o tempo, vão se
ampliando e fundindo-se, formando um celoma único. Com isso, ocorre a divisão do
mesoderma lateral em duas partes:

a. Mesoderma somático lateral: ou parietal, se comunica com o revestimento do âmnio e se


localiza abaixo do ectoderma. As duas porções formarão a parede do corpo embrionário.
b. Mesoderma esplâncnico lateral: ou visceral, se comunica com o revestimento da vesícula
umbilical, e está posicionada lateralmente ao endoderma. As duas porções formarão o
intestino embrionário.

Após esse processo, o celoma ainda passa por mais 3 divisões, dando origem às cavidades:
pericárdica, peritoneal e pleurais.

Defeitos do tubo neural


Provocados pela não ocorrência correta da neurulação, podem ocorrer em qualquer região do
tubo, provocando diversas anomalias, que podem ser incompatíveis com a vida. Surgem
durante a terceira e quarta semana de desenvolvimento e normalmente estão associadas ao
fechamento inapropriado do tubo neural. O formato da notocorda não possui influência
direta; isso pode se dar pela expressão incorreta de genes.
a. Disrafismo total do cérebro: não fechamento ocorre na porção cranial, que dará
origem ao encéfalo. Ex: anencefalia.
b. Disrafismo da medula espinhal: não fechamento ocorre na porção caudal, que dará
origem à medula espinhal. Ex: mielosquise e espinha bífida aberta.

Gravidade intermediária:
- Anencefalia: não formação cerebral anterior. Por lei, é possibilitado o aborto, pois o
embrião não irá gerar um feto viável.
- Mielosquise lombossacral: ruptura da medula espinhal. Pode causar, dependendo do
grau da lesão e de sua altura em relação a coluna, paralisações.
- Meningomielocele: A vértebra causa heniernação da medula espinhal, que é coberta
por pele. A nível do cérebro, ocorre a encefalocele: o fechamento do tubo não se deu
de forma completa e as estruturas cerebrais se projetam para fora da cabeça. Podem
afetar gravemente a função neurológica. A grande pressão da caixa craniana faz com
que o cérebro saia pela abertura do tubo.
- Espinha bífida oculta: canal aberto devido ao arco vertebral incompleto. Não há
projeção para fora da pele, mas é possível observar uma diferenciação inadequada que
provoca o aparecimento de, por exemplo, tufos de pelo.
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Alta gravidade:
- Meroencefalia: regressão cerebral;
- Iniencefalia: alargamento do forame magno.
- Ondulação sacral

OBS: O que não permite a formação de estruturas cerebrais funcionais mesmo que sejam em
outros locais?
Preparo para suportar pressão osmótica. Quando são internalizadas, são protegidas. Caso
contrário, as células são expostas ao líquido amniótico e morrem, por diferença de pressão
osmótica.

Dobramento do Embrião
Até o momento, a estrutura é relativamente plana. O dobramento é causado pelo crescimento
diferencial de diversos tecidos, que é pronunciado em certas áreas (caudal e cranial). Pregas
laterais se fecham progressivamente. Assim, são estabelecidos vários tubos.
Ex: Conforme a dobragem, a vesícula umbilical vai se internalizando no embrião, o que, no
futuro, desenvolverá os intestinos médios e posteriores.

O fechamento do sulco neural ocorre com o dobramento do embrião. São estabelecidos, a


partir do neuroepitélio e do ectoderma cutâneo, pontos de articulação medianos, sobre os
quais as dobras se elevam de forma dorsal para, então, convergirem em direção, com a fusão
de suas células, o que provoca o fechamento do Sulco Neural. O tubo começa a se fechar pela
região central, enquanto a caudal e o cranial ficam abertas, sendo chamadas de neuroporos;
com isso, são formados pontos de articulação extras, os dorsolaterais, que são necessários
pelo fato da porção cranial ser mais larga, e, que promovem, entre o 24º (cranial) e o 26º dia
(espinhal) de gestação, o fechamento definitivo, com a formação do Tubo Neural. Há,
também, a reorganização das células envolvidas no processo, que visa a formação de duas
camadas: o ectoderma cutâneo e a placa do teto do tubo neural, entre as quais começa a
formação da crista neural.

Defeitos na formação da parte anterior do corpo:


a. Onfalocele/gastrosquise: não ocorre o fechamento completo da parede corporal da
porção abdominal: as alças intestinais sofrem herniação na cavidade amniótica, isto é,
crescem para fora do corpo. Uma vez que o líquido amniótico possui ação corrosiva,
pode haver o comprometimento das estruturas das alças, além do estrangulamento
mecânico provocado pela sobreposição das estruturas, o que prejudica o aporte de
sangue. Tal situação pode ser detectada no pré natal, por meio da ultrassonografia. Na
onfalocele, é possível que tal herniação seja coberta por uma membrana fina, o que
não ocorre no caso das gastrosquises.

b. Ectopia Cordis: quando o processo de dobramento da parede abdominal lateral não


ocorre da melhor forma, e não é possível realizar o fechamento da linha média
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torácica, o que faz com que o coração se instale para fora do corpo. Conforme o
crescimento da pessoa, é possível corrigir cirurgicamente.

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